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Eleições USA; Por baixo do tapete de Hillary Clinton

Fase republicana? Os episódios pouco conhecidos da trajetória de Hillary. Hillary Clinton é a primeira mulher com chances de chegar à Casa Branca Image copyrightGETTY IMAGES Primeira-dama dos Estados Unidos, senadora de Nova York e secretária de Estado, Hillary Clinton foi confirmada na noite desta terça-feira como a candidata à presidência americana pelo Partido Democrata. Esses são os quatro pontos altos que podem resumir a trajetória de Hillary Diane Rodham Clinton. Nascida no dia 26 de outubro de 1947 em uma família de classe média de Chicago, Hillary é a primeira mulher a ser candidata presidencial por um dos grandes partidos americanos durante a Convenção Democrata, que será concluída na quinta-feira na Filadélfia. Confira alguns detalhes menos conhecidos da trajetória daquela que poderá se transformar na primeira mulher a governar os Estados Unidos: 1. De republicana a democrata Hillary Clinton quando estava no Wellesley College Image copyrightWESLLELEY COLLEGE ARCHIVES Apesar de ter uma trajetória de mais de 40 anos no Partido Democrata, Hillary nem sempre foi desse grupo político. Durante sua juventude, chegou a ser filiada ao Partido Republicano e chegou até a participar ativamente da campanha eleitoral de Barry Goldwater, aspirante presidencial pelo partido em 1964. Ela também foi líder da seção local da Juventude Republicana quando ainda era estudante no Wellesley College. Essa proximidade com o partido vinha de família – seu pai, um veterano da 2ª Guerra Mundial, sempre foi republicano. Na universidade, Hillary foi se aproximando aos poucos do movimento pelos direitos civis e dos ativistas contra a Guerra do Vietnã. Em 1968, participou da Convenção Republicana em Miami para apoiar a candidatura do então governador de Nova York Nelson Rockefeller. Ele foi derrotado por Richard Nixon. Foi neste momento que Hillary abandonou os republicanos. 2. Astronauta Em seu livro de memórias, Living History, ela conta que queria ser astronauta quando adolescente. Hillary Clinton chegou à Nasa, mas como primeira-dama Image copyrightGETTY IMAGES “O presidente Kennedy acabava de iniciar sua campanha para chegar à Lua, estávamos em 1961, e eu tinha 14 anos… escrevi essa carta para a Nasa perguntando quais eram os requisitos para ser astronauta e contei algumas coisas a meu respeito”, afirmou no livro. “Eles me responderam dizendo que não estavam aceitando meninas para ser astronautas, o que me deu muita raiva.” Em um discurso de 2012, Clinton contou que, depois do mal-estar causado pela rejeição pela Nasa, percebeu que não passaria no teste mesmo se a agência espacial aceitasse mulheres, já que tinha problemas de visão e não era muito atlética. “Provavelmente não teria sido possível ser a primeira mulher astronauta.” 3. Hillary Rodham Hillary se casou em 1975 com Bill Clinton, que viria a ser seria eleito presidente dos Estados Unidos em 1993. Eles se uniram apenas depois de três pedidos de Clinton – o primeiro deles em 1973. Os dois se conheceram na Universidade de Yale, onde estudavam Direito. Ela e Bill Clinton se conheceram na Universidade de Yale Image copyrightWILLIAM J. CLINTON PRESIDENTIAL LIBRARY No anúncio de casamento publicado no jornal Arkansas Gazette, o destaque era que ela continuaria usando seu nome de solteira, Hillary Rodham – argumentando que queria manter sua vida profissional separada da de seu marido. “Precisava manter minha própria identidade”, afirmou depois. Mas essa decisão foi usada contra seu marido quando ele se candidatou pela primeira vez ao governo do Arkansas. Para evitar mais prejuízos à imagem dele, ela decidiu adotar seu sobrenome no início da década de 1980 – quando passou a ser chamada de Hillary Rodham Clinton. No início dos anos 2000, seu nome de solteira começou a ser esquecido. Na campanha por uma vaga no Senado por Nova York, ela se apresentava apenas como Hillary. Em outubro de 2001, registrou na web o domínio hillaryclinton.com. 4. Carreira jurídica Apesar de ter ficado famosa mundialmente como a primeira-dama dos Estados Unidos, Hillary teve uma carreira de sucesso, iniciada antes mesmo de casar com Bill Clinton. Hillary participou da equipe de advogados que investigou o presidente Richard Nixon – Image copyrightAP Como jurista, ela se destacou em trabalhos acadêmicos e chegou a publicar artigos sobre direitos das crianças e políticas públicas sobre a infância em revistas especializadas respeitadas, como a Harvard Educational Review e a The Yale Law Journal. Também trabalhou como advogada em escritórios famosos – durante anos, ganhou mais do que seu marido recebia como governador do Arkansas. Um dos pontos de maior destaque de sua carreira jurídica foi a participação na equipe de advogados que investigou o então presidente Richard Nixon na década de 1970. Esse grupo tinha como missão encontrar provas sobre a participação de Nixon na trama de espionagem e corrupção do escândalo de Watergate. Ele renunciou ao cargo antes de ser submetido ao processo de impeachment – a investigação é considerada um elemento fundamental nessa decisão. 5. Obamacare e Hillarycare Em um comício durante as primárias em Iowa, em janeiro, Hillary lembrou sua participação no seguro-saúde obrigatório posto em marcha pelo presidente Barack Obama. “Se chamava Hillarycare antes de ser chamado de Obamacare”, disse aos presentes. Em 1993, Hillary liderou uma tentativa fracassada de reformar o sistema de saúde americano – Image copyrightAP Com essa frase, a aspirante presidencial trazia à tona uma de suas iniciativas políticas mais arriscadas e, ao mesmo tempo, um de seus maiores fracassos. Quando Bill Clinton chegou à Casa Branca em 1993, ele encarregou a primeira-dama de criar um plano de reforma do sistema de saúde. Ela liderou uma iniciativa considerada por especialistas em políticas públicas como muito mais ambiciosa que o atual seguro-saúde obrigatório estabelecido por Barack Obama (o chamado Obamacare). Mas ela não conseguiu que o plano sequer fosse levado a votação no Congresso, apesar de os democratas estarem em maioria em ambas as Casas na época. A iniciativa custou muito caro em termos políticos para Hillary e Bill Clinton. Durante a campanha legislativa de 1994, os republicanos usaram o Hillarycare como uma arma contra o governo e contra os democratas, que perderam o controle do Senado e da Câmara dos Representantes.

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Eleições USA: O que Silvio Berlusconi ensina sobre Donald Trump

As semelhanças entre os dois magnatas falastrões que ascenderam na política são impressionantes. Os EUA estão aptos a eleger Trump, assim como a Itália estava pronta para abraçar Berlusconi em 1990 (Foto: Reprodução) Ninguém que acompanhou a trajetória do ex-premier italiano Silvio Berlusconi pode deixar de ficar impressionado com as semelhanças entre ele e o pré-candidato republicano à presidência Donald Trump. Não é apenas a trajetória profissional em comum — do mercado imobiliário à televisão –, nem a admiração que compartilham por Vladimir Putin. Também não se resume à fama de playboy ou de falastrão, ou à obsessão com a própria virilidade e o preconceito. Não é a fortuna, nem o conhecimento de mídia que lhes ensinaram que ninguém perde quando aposta na estupidez humana. Não é nada disso.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os EUA estão “maduros” para Trump, assim como a Itália estava pronta para abraçar Berlusconi na década de 1990. Como o italiano, Trump representa uma reação ao velho sistema político em uma sociedade onde a frustração econômica com empregos exportados para a China é alta. Ele surge depois de duas guerras perdidas, e no momento em que o poder e a influência americana estão em declínio no mundo, enquanto outros governos assumem o palco global. Ele chega num cenário de paralisia política partidária, em um sistema corrompido pelo dinheiro. Ao contrário do estilo contido de Barack Obama, Trump propõe uma política de ressurreição dos EUA enquanto superpotência. Sua resposta à racionalidade é a raiva. Da mesma forma, Berlusconi emergiu quando a Itália deixava de ser um pivô da Guerra Fria, quando o alinhamento político democrata-cristão do pós-guerra implodia no país. Tudo estava em fluxo quando a investigação “Mãos Limpas” foi iniciada por procuradores de Milão, em 1992, e expôs o que todos já sabiam: que a corrupção era pedra angular da política italiana. Não importava que Berlusconi também foi alvo da investigação: ele era diferente, ele não media a fala, ele iria invocar algo novo! Tanto Trump como Berlusconi entraram para a política como autodenominados “antipolíticos”, empresários de sucesso que se opunham à apatia de políticos profissionais que nunca viram uma folha de pagamento. Mas, se Trump for eleito presidente, terá o dedo sobre o botão nuclear. Berlusconi não tinha. Trump será o líder do mundo livre. Berlusconi governou de uma cidade, Roma, cuja lição é que os dias de glória de uma superpotência não duram para sempre. O que Berlusconi ensina é que Trump pode chegar à Casa Branca em uma nação sedenta de uma nova política. Berlusconi acabou condenado por fraude fiscal e por fazer sexo com uma prostituta menor de idade — mas levou 17 anos de escândalos intermitentes e incompetência, de 1994 a 2011, para a Itália esfregar a poeira estelar de seus olhos e enxergar a verdade. Tome nota, EUA, antes que a sorte seja lançada. Fontes: Opinião&Notícia The New York Times – The Trump-Berlusconi Syndrome

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Donald Trump: um maluco na Casa Branca

Mesmo com vitórias pontuais de seus concorrentes, a cada urna apurada nas prévias eleitorais norte-americanas, Donald Trump aproxima-se, cada vez mais, da condição de mais provável candidato do Partido Republicano dos Estados Unidos a disputar, provavelmente contra Hillary Clinton como aspirante a Presidente do Partido Democrata, as eleições presidenciais deste ano. As chances de Trump ser eleito são aparentemente pequenas, mas, considerando-se a crise – quase que permanente – pela qual o capitalismo está passando e o processo de imbecilização crescente da população mundial, ligado ao crescimento de seitas mais ou menos fundamentalistas, ideias e propostas neo e ultraconservadoras – em muitos casos, simplesmente fascistas – na internet, sempre existe a possibilidade de que a loucura se imponha sobre um mínimo de razão, minguante, fazendo com que, como em um título de uma comédia de Hollywood, em breve se tenha – em caso de eventual derrota da senhora Clinton – Um Maluco na Casa Branca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O relativo sucesso de Trump, até agora – mesmo que com a recomendação contrária de expressivas lideranças do próprio Partido Republicano -, deve servir de alerta ao Brasil. Se não houver um forte apelo ao bom senso, no sentido de um entendimento entre as principais lideranças políticas brasileiras, para conter a radicalização, o ódio ideológico e o imponderável, sempre existe a possibilidade do aparecimento, a cavalo do populismo, e da ignorância de um público cada vez mais raivoso, preconceituoso e burro, de um pequeno Donald Trump tupiniquim – não necessariamente loiro ou com peruca de asno – para disputar, e eventualmente ocupar, o principal cargo da República. Afinal, como naqueles programas de televisão “sobrenaturais”, as coisas mais absurdas já vêm ocorrendo por aqui, e estão sendo tratadas, pelas instituições, e por uma parte retorcida e irresponsável da imprensa, como se fossem absolutamente normais. Daí a se colocar Um Maluco no Palácio do Planalto, bastam apenas dois ou três passos. Afinal, como se pode ver pelos “panelaços” e as redes sociais, politicamente boa parte da opinião pública está agindo como se usasse óculos 3D o tempo todo, para exagerar na distorção da realidade. E uma outra boa parte, viseiras. Por Mauro Santayana

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‘Exército pode se recusar a cumprir ordens de Trump’, diz ex-diretor da CIA

Ex-diretor da CIA afirma que discurso do candidato republicano viola todas as leis internacionais de conflitos armados. ‘Você não é obrigado a seguir uma ordem ilegal’, disse Hayden (Foto: Flickr) O ex-diretor da CIA Michael Hayden afirmou que há uma possibilidade legítima de que o Exército dos Estados Unidos se recuse a cumprir ordens dadas por Donald Trump caso o candidato republicano se torne o presidente do país. A afirmação foi feita na última sexta-feira, 26, no programa “Real Time with Bill Maher” do canal americano HBO.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Leia também: Por que Rússia e China torcem para Trump? “Eu ficarei incrivelmente preocupado se um presidente como Trump governar da maneira que ele se expressa em sua campanha eleitoral”, disse Hayden, que também foi chefe da Agência de Segurança Nacional americana entre 1999 e 2005. Para ele, a retórica do candidato levanta questões preocupantes. As declarações de Trump nas primárias, acerca de questões como a de refugiados e combate ao terrorismo, têm sido polêmicas. No início deste mês, Trump disse a uma comunidade de aposentados da Carolina do Sul que apoia técnicas de tortura em interrogatórios, como o afogamento e técnicas similares, para obter informações vitais de terroristas. “Tortura funciona”, afirma o candidato. A prática foi proibida desde o primeiro mandato do presidente Barack Obama. Além disso, Trump teria dito em diversas ocasiões que os Estados Unidos deveriam matar familiares de terroristas. “Eles não se importam com as próprias vidas, mas acreditem, se importam com a de sua família”, disse Trump no debate Republicano em dezembro do ano passado. Durante a entrevista, Michael Hayden disse que se Trump ordenasse que as Forças Armadas americanas matem familiares de terroristas, elas poderiam se recusar a cumprir a determinação. “Você não é obrigado a seguir uma ordem ilegal. Isso seria uma violação a todas as leis internacionais de conflitos armados”, afirmou o ex-mandatário da CIA. Fontes: Washinton Post-Former CIA director: Military may refuse to follow Trump’s orders if he becomes president

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Eleições USA: Rubio e Cruz partem para o ataque contra Trump

Republicanos aumentaram o tom em um debate com Donald Trump Os pré-candidatos republicanos Marco Rubio e Ted Cruz partiram para o ataque contra o magnata Donald Trump em um debate acalorado do partido,  na tentativa de evitar que o bilionário vença as prévias da semana que vem e continue sendo favorito à indicação à Casa Branca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Realizado pela rede televisiva CNN na Universidade de Houston, o debate foi marcado por críticas a Trump, que permaneceu inabalável no centro do palco e respondeu aos dois adversários. “Todos sabem que você contratou muitos poloneses para pagar salários menores e fazê-los trabalhar ilegalmente, ao invés de contratar norte-americanos”, atacou Rubio Rubio e Trump protagonizaram uma discussão sobre política imigratória, um dos pontos mais controversos das ideologias do magnata, que defende o fechamento de fronteiras e a expulsão de estrangeiros dos Estados Unidos. “Todos sabem que você contratou muitos poloneses para pagar salários menores e fazê-los trabalhar ilegalmente, ao invés de contratar norte-americanos”, atacou Rubio. “Eu empreguei milhares de pessoas”, rebateu Trump. Já Ted Cruz relembrou que o magnata chegou a apoiar a democrata Hillary Clinton em primárias anteriores. “Você disse que ela foi a melhor secretária de Estado dos tempos modernos, inclusive doou verba para a Fundação Clinton, que é notoriamente corrupta. A ex-secretária foi até no seu casamento. Como pode atacá-la agora?”, criticou o pré-candidato. Tendo conquistado 81 delegados nas prévias republicanas até o momento, Trump está na frente da disputa pela indicação do partido. Os outros dois têm 17 delegados cada. No próximo dia 1, os norte-americanos votam na chamada “Super Terça”, quando ocorrem primárias em vários lugares dos Estados Unidos e os pré-candidatos podem conquistar até 600 delegados. Agência ANSA

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Chomsky: ‘Este é o momento mais crítico na história da humanidade’

Chomsky repassa as principais tendências do cenário internacional, a escalada militarista do seu país e os riscos crescentes de guerra nuclear. “Os Estados Unidos sempre foram uma sociedade colonizadora. Inclusive antes de se constituírem como Estado já trabalhavam para eliminar a população indígena, o que significou a destruição de muitas nações originárias”, como bem lembra o linguista e ativista estadunidense Noam Chomsky, quando se pede que descreva a situação política mundial. Crítico feroz da política externa de seu país, ele recorda 1898, quando ela apontou seus dardos ao cenário internacional, com o controle de Cuba, “transformada essencialmente numa colônia”, e logo nas Filipinas, “onde assassinaram centenas de milhares de pessoas”. Chomsky continua seu relato fazendo uma pequena contra-história do império: “roubou o Havaí da sua população originária 50 anos antes de incorporá-lo como um dos seus estados”. Imediatamente depois da II Guerra Mundial, os Estados Unidos se tornaram uma potência internacional, “com um poder sem precedente na história, um incomparável sistema de segurança, controlando o hemisfério ocidental e os dois grandes oceanos. E, naturalmente traçou planos para tentar organizar o mundo conforme a sua vontade”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Contudo, ele aceita que o poder da superpotência diminuiu com respeito ao que tinha em 1950, o auge da sua hegemonia, quando acumulava 50% do produto interno bruto mundial, muito mais que os 25% que possui agora. Ainda assim, Chomsky lembra que “os Estados Unidos continua sendo o país mais rico e poderoso do mundo, e incomparável a nível militar”. Um sistema de partido único Em algum momento, Chomsky comparou as votações em seu país com a eleição de uma marca de pasta de dentes num supermercado. “Nosso país tem um só partido político, o partido da empresa e dos negócios, com duas facções, democratas e republicanos”, proclama. Mas ele acredita que já não é possível continuar falando dessas duas velhas coletividades políticas, já que suas tradições sofreram uma mutação completa durante o período neoliberal. Chomsky considera que “os chamados democratas não são mais que republicanos modernos, enquanto a antiga organização republicana ficou fora do espectro, já que ambas as vertentes se moveram muito mais à direita durante o período neoliberal – algo que também aconteceu na Europa”. O resultado disso é que os novos democratas de Hillary Clinton adotaram o programa dos velhos republicanos, enquanto estes foram completamente dominados pelos neoconservadores. “Se você olha os espetáculos televisivos onde dizem debater política, verá como somente gritam entre eles e as poucas políticas que apresentam são aterrorizantes”. Por exemplo, ele destaca que todos os candidatos republicanos negam que o aquecimento global ou são céticos – não o negam mas dizem que os governos não precisam fazer algo a respeito. “Entretanto, o aquecimento global é o pior problema que a espécie humana terá pela frente, e estamos nos dirigindo a um completo desastre”. Em sua opinião, as mudanças no clima têm efeitos comparáveis somente com os da guerra nuclear. Pior ainda, “os republicanos querem aumentar o uso de combustíveis fósseis. Esse não é um problema de centenas de anos, mas sim um criado pelas últimas duas gerações”. A negação da realidade, que caracteriza os neoconservadores, responde a uma lógica similar à que impulsiona a construção de um muro na fronteira com o México. “Essas pessoas que tratamos de distanciar são as que fogem da destruição causada pelas políticas estadunidenses”. “Em Boston, onde vivo, o governo de Obama deportou um guatemalteco que viveu aqui durante 25 anos, ele tinha uma família, uma empresa, era parte da comunidade. Havia escapado da Guatemala destruída durante a administração de Reagan. A resposta a isso é a ideia de construir um muro para nos prevenir. Na Europa acontece o mesmo. Quando vemos que milhões de pessoas fogem da Líbia e da Síria para a Europa, temos que nos perguntar o que aconteceu nos últimos 300 anos para chegar a isto”. Invasões e mudanças climáticas se retroalimentam Há apenas 15 anos, não existia o tipo de conflito que observamos hoje no Oriente Médio. “É consequência da invasão estadunidense ao Iraque, que é o pior crime do século. A invasão britânica-estadunidense teve consequências horríveis, destruíram o Iraque, que agora está classificado como o país mais infeliz do mundo, porque a invasão cobrou a vida de centenas de milhares de pessoas e gerou milhões de refugiados, que não foram acolhidos pelos Estados Unidos, e tiveram que ser recebidos pelos países vizinhos pobres, obrigados a recolher as ruínas do que nós destruímos. E o pior de tudo é que instigaram um conflito entre sunitas e xiitas que não existia antes”. As palavras de Chomsky recordam a destruição da Iugoslávia durante os Anos 90, instigada pelo ocidente. Assim como Sarajevo, ele destaca que Bagdá era uma cidade integrada, onde os diversos grupos culturais compartilhavam os mesmos bairros e se casavam membros de diferentes grupos étnicos e religiosos. “A invasão e as atrocidades que vimos em seguida fomentaram a criação de uma monstruosidade chamada Estado Islâmico, que nasce com financiamento saudita, um dos nossos principais aliados no mundo”. Um dos maiores crimes foi, em sua opinião, a destruição de grande parte do sistema agrícola sírio, que assegurava a alimentação do país, o que conduziu milhares de pessoas às cidades, “criando tensões e conflitos que explodiram após as primeiras faíscas da repressão”. Uma das suas hipóteses mais interessantes consiste em comparar os efeitos das intervenções armadas do Pentágono com as consequências do aquecimento global. Na guerra em Darfur (Sudão), por exemplo, convergiram os interesses das potências ocidentais e a desertificação que expulsa toda a população às zonas agrícolas, o que agrava e agudiza os conflitos. “Essas situações desembocam em crises espantosas, e algo parecido acontece na Síria, onde se registra a maior seca da história do país, que destruiu grande parte do sistema agrícola, gerando deslocamentos, exacerbando tensões e conflitos”, reflete. Chomsky acredita que a humanidade ainda não pensa com mais atenção sobre o que significa essa negação do aquecimento global e os planos a longo prazo dos republicanos, que pretendem acelerá-lo: “se

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O que pensa Bernie Sanders, socialista que ameaça Hillary Clinton

O senador americano Bernie Sanders está, segundo algumas pesquisas de opinião, chegando perto – e, em algumas contagens, até mesmo passando – sua rival Hillary Clinton na disputa pela vaga do Partido Democrata na disputa pela Presidência dos Estados Unidos. Bernie Sanders quer taxar ricos para financiar seus projetos na presidência. Image copyright Reuters Mas o que pensa o político de 74 anos do Estado de Vermont? Abaixo, alguns argumentos defendidos pelo pré-candidato, no momento em que os EUA se aproximam das eleições primárias. A primeira delas ocorrerá em Iowa em 1º de fevereiro: 1. Ele é socialista. Sanders disputa sob a denominação de “socialista democrata”, mas em sua longa carreira política, ele passou a se sentir confortável com o temo “socialista” (“Sou socialista e todo mundo sabe disso”).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ele classifica sua ideologia política da seguinte forma: “Socialismo democrático significa que nós devemos criar uma economia que funcione para todos, não apenas para os muito ricos”. A briga de Sanders por tratamento igual para pobres e classe média, e contra a “classe bilionária”, é tema central em sua campanha, e o manto socialista o tem posicionado mais à esquerda de Hillary. 2. ‘As mudanças climáticas são reais’. Depois que a Agência de Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA afirmou que 2015 foi o ano mais quente já registrado, Sanders tuitou: “O debate acabou. As mudanças climáticas são reais e causadas por atividade humana”. Ele quer taxar emissões de carbono, cortar os subsídios aos combustíveis fósseis e investir em tecnologias para energia limpa. 3. ‘O ensino superior deve ser de graça’. “A universidade é o novo ensino médio”, escreveu Sanders em artigo no jornal Washington Post, argumentando que a igualdade de classes será impossível se a maioria dos americanos não tiver acesso ao ensino universitário. Ele montou um plano para tornar gratuitas as mensalidades por intermédio da taxação dos mercados financeiros em Wall Street. 4. Posse de armas é “estilo de vida que não deve ser condenado”. Sanders tem um passado dúbio quanto ao controle de armas, o que se explica pelo fato de ele vir de Vermont, Estado pró-armas e onde “99% das pessoas que caçam obedecem à lei”, segundo o senador. Ele apoia a checagem universal de antecedentes para compradores de armas, mas prefere o meio-termo no lugar de um amplo controle de armas. 5. ‘Vidas de negros importam’. Embora Sanders tenha sido vaiado em um evento de sua própria campanha por membros do grupo Black Lives Matter, ele vem se encontrando com ativistas e concorda que a alta taxa de desemprego e encarceramento entre afro-americanos é uma evidência de racismo sistêmico nos Estados Unidos. Ele defende a reforma da Justiça criminal como saída para o problema. 6. Ele não aceita recursos dos chamados super PACs. Sanders se orgulha de que os doadores de sua campanha são majoritariamente indivíduos, que contribuem, em média, com US$ 27. Ele chama de “desastrosa” a decisão da Suprema Corte Americana que deu aos super PACs, comitês que recolhem doações em nome dos candidatos, o direito de arrecadar dinheiro de corporações e sindicatos. “Não acho que bilionários devam ter o poder de comprar políticos”, ele disse. 7. ‘O salário mínimo deveria ser US$ 15 por hora, em vez dos atuais US$ 7,25′. Sanders afirma que ninguém que trabalhe 40 horas por semana deveria viver em condição de pobreza. No entanto, economistas republicanos e democratas se mostram preocupados com a possibilidade de que tamanho aumento salarial tenha consequências problemáticas para cidades pobres e negócios em dificuldades. 8. ‘Americanos estão cansados do bipartidarismo‘. Por décadas, Sanders tem criticado tanto o partido Republicano quanto o Democrata, afirmando que os dois estão atados ao dinheiro das corporações. Sanders foi eleito para o Senado como independente, e muitos disseram que a rejeição do senador aos dois partidos o deixa isolado e sem força. Sanders argumenta que seu perfil alternativo é que faz crescerem suas bases. Bernie disputa com Hillary Clinton a nomeação do Partido Democrata para a corrida presidencial – Image copyright Reuters 9. Ele prefere viajar de classe econômica. Fotos de Sanders voando nas fileiras do fundo de um um voo comercial se tornaram virais e seus seguidores têm espalhado hashtags como #SandersOnAPlane para mostrar que o pré-candidato é um homem comum, que não desperdiçaria o dinheiro de quem paga impostos. Muitas imagens de Sanders viajando no assento do meio no avião renderam memes com Hillary e o republicano Donald Trump em jatinhos privados. 10. ‘Os EUA deveriam adotar o sistema universal de saúde, pago pelo governo federal‘. Sanders regularmente expõe sua admiração pelos sistemas de saúde do Canadá e dos países escandinavos. 11. ‘US$ 1 trilhão de gastos em infraestrutura’. Sanders quer criar empregos com pesados investimentos em estradas, pontes, sistemas de tratamento de água, ferrovias e aeroportos, que gerariam, segundo ele, 13 milhões de novos postos em cinco anos. 12. ‘Taxar os ricos’. Sanders quer pagar a maior parte de suas propostas com a criação de uma série de impostos e taxas, a maioria dos quais incidindo sobre os americanos ricos: gestores de fundos hedge, especuladores em Wall Street e grandes empresários. 13. ‘A invasão ao Iraque jamais deveria ter acontecido’. Sanders votou contra a guerra iniciada em 2002 e afirma que não mudou de opinião. Ele chama a invasão de “a pior estupidez da política externa na história do país”. 14. ‘Nada de tropas em terra na Síria ou no combate ao Estado Islâmico’. Sanders acredita que a diplomacia deve sempre vir primeiro na política externa e afirma que os países do Oriente Médio devem liderar o combate na região contra o Estado Islâmico. 15. ‘Estilo pessoal é perda de tempo‘. Se os Obamas são chamados de o mais estiloso casal presidencial desde os Kennedys, a Casa Branca de Sanders seria certamente mais relaxada. A esposa do candidato, Jane O’Meara, afirmou que se o marido “tem sete suéteres, isso significa que três estão sobrando”. Questionado por estar sempre descabelado, Sanders foi duro: “A mídia frequentemente gasta mais tempo preocupada com cabelo do

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Governo britânico debate se bane Donald Trump do Reino Unido

Petição com mais de 500 mil assinaturas pede que o empresário americano seja banido do território britânico. Os comentários do americano sobre os muçulmanos geraram revolta da população, que quer baní-lo (Foto: YouTube) As autoridades britânicas marcaram para o dia 18 de janeiro um debate para discutir se o empresário e pré-candidato à presidência americana Donal Trump deve ou não ser banido da Grã-Betanha. O debate poderá ser assistido online. A decisão ocorre depois que mais de 560 mil pessoas assinaram uma petição exigindo que Trump seja banido – bem mais do que as 100 mil assinaturas necessárias para levar o parlamento a debate. Uma outra petição se opondo à proposta gerou quase 40 mil assinaturas. A presidente do comitê de petições da House of Commons, Helen Jones, disse que o debate “vai permitir que vários pontos de vista sejam expressados”, de acordo com a Associated Press.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Qualquer decisão tomada não será definitiva. A petição para banir Trump foi lançada depois de o empresário americano fazer uma série de comentários polêmicos, principalmente sobre muçulmanos. Os comentários – particularmente a declaração de que algumas áreas de Londres são tão cheias de muçulmanos radicais que a polícia tem medo de ir até lá – geraram revolta. A polícia de Londres disse que Trump “não poderia estar mais errado”. O primeiro ministro britânico, David Cameron, descreveu os comentários como “separatistas, estúpidos e errôneos”. George Sorial, vice-presidente executivo e membro do Conselho da Trump Organization, disse, em declaração à emissora de notícia Fox News, na terça-feira, 5, que o debate é perturbador. “Westminster criaria um precedente perigoso e mandaria uma mensagem horrível para o mundo de que o Reino Unido se opõe à liberdade de expressão”. Mas Trump, que tem consideráveis interesses financeiros e ligações pessoais com a Escócia, pode estar com sorte. Helen Fenwick, uma professora da universidade de direito de Durham, nota que algumas das pessoas que apoiam que Tump seja banido do país o fazem porque ele incitou o ódio religioso, o que é ilegal no país. Mas, a professora duvida que os comentário do candidato americano se enquadrem nesta definição, já que eram ofensivos, mas não eram ameaças. Fontes: The Wahington Post-British lawmakers will soon debate whether to ban Donald Trump from the U.K.

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Tópicos do dia – 18/09/2012

08:18:24 Vídeo compromete campanha de Mitt Romney O candidato a Presidenete dos Estados Unidos pelo Partido Republicano teve abalada sua campanha a presidência por causa da divulgação de um vídeo. Mitt Romney foi flagrado declarando que ‘47% dos eleitores dependem do governo’ e que seu trabalho não é se ‘preocupar com essas pessoas’. Romney, que quer ocupar o lugar de Barack Obama na Casa Branca, sede do governo dos USA, afirma que 47% dos americanos são “dependentes do governo”, “não pagam imposto” e acreditam possuir “direito a ter cobertura de saúde, alimentação, teto, tudo aquilo que vocês quiserem”. O comitê do Partido Democrata de Obama soltou nota onde afirma que “é chocante que um candidato à Presidência dos Estados Unidos diga, a portas fechadas e a um grupo de doadores ricos, que a metade dos americanos se vê como ‘vítima’ e não é capaz de ‘cuidar de suas vidas com as próprias mãos’”, prossegue a nota. 08:58:55 Senador quer garantir laudo pericial único para pessoas com deficiência O senador Gim Argello (PTB-DF) apresentou nesta segunda-feira (17) diversos projetos de sua autoria a serem analisados e debatidos pelo Senado no próximo mês.  Entre eles está o projeto que garante validade indeterminada a laudos médicos periciais que atestem deficiência permanente no paciente. Para o senador, é injusto que a pessoa com deficiência precise renovar periodicamente seus laudos médicos e periciais para ter acesso a benefícios previdenciários ou sociais. De todos os brasileiros, cerca de 15% têm algum tipo de deficiência – o que equivale a quase 30 milhões de pessoas. “Cabe ao Congresso ajudar a melhorar a qualidade de vida dessa parcela da população”, explica o senador. 09:50:20 Cadê a fita? Por que o PT silencia? Por que o PT não exige a publicação do áudio da fita? Pois é! Fica a impressão que eles, Petistas, sabem que a fita existe e querem que o assunto caia no esquecimento. Agora, ainda não entendi porque a revista não divulga a fita. Nesse caso, fica a impressão, que a fita estaria sendo reservada para “quando o carnaval chegar”, o que, a parte a analogia carnavalesca, e se confirmada à intenção, exala odor de chantagem. Por outro lado, não entendo o que o Procurador Roberto Gurgel está aguardando para abrir inquérito para apurar o fato, que, se verdadeiro, terminará de enterrar o Lula e o que sobrou, uma “merrequinha” de nada, do PT. Aguardemos! 10:04:05 Privataria Tucana e O Chefe. Dois livros que todo brasileiro alfabetizado deveria ler. 10:17:33 Ministro Joaquim Barbosa joga pá de cal em tese de caixa dois Ministro do STF se apoiou em sólidas provas periciais. por: Wálter Maierovitch 16:32:22 Efeito mensalão faz gerente de Cachoeira tentar vender seus imóveis para fugir do país. Está cada vez mais interessante o efeito moralizador do julgamento do mensalão pelo Supremo. Já registramos aqui que o governador Sergio Cabral e seu principal cúmplice, o secretário de Saúde Sergio Côrtes, vão deixar a política e se preparam para morar no exterior. Eles têm razão em estarem apavorados. Em Brasília, o gerente do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, José Olímpio Queiroga Neto, também entrou em depressão e contratou corretores para vender as propriedades dele na região metropolitana da capital, as quais, segundo a polícia, foram compradas com dinheiro do crime. Seu objetivo seria fugir para os Estados Unidos. Em Brasília, circula a informação de que o patrimônio de outros membros da quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está sendo vendido às pressas e pela metade do preço. Temendo uma possível ação da Justiça, o grupo criminoso articulou uma rede de vários corretores para “fazer dinheiro” o mais rápido possível e se livrar dos bens adquiridos a partir de atividades ilícitas. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa 17:39:21 Toffoli aparece envolvido no Mensalão. Banco Rural põe nos autos do Mensalão documento que cita Toffoli O advogado Celso Serra comunica ao Blog da Tribuna que o jornalista Felipe Patury acaba de disponibilizar no site da revista Època uma corrosiva informação sobre o ministro Dias Toffoli, que abala ainda mais as suas condições de legal e eticamente prosseguir no julgamento do mensalão. É por isto que o ministro anda tão nervoso. Afinal de contas, o julgador irá julgar-se ? Vale a pena ler: Constrangimento O Banco Rural juntou aos autos do mensalão um documento que cita Toffoli como delegado do PT Uma certidão da comissão executiva do PT se destaca entre os documentos apresentados ao Banco Rural para compor o cadastro que o partido fez para obter o empréstimo de R$ 3 milhões, sob análise do Supremo Tribunal Federal. Na ata, constam nomes de dirigentes do partido que se tornaram réus no mensalão: José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Aparece também, na condição de delegado do PT, o então advogado da legenda, José Antônio Dias Toffoli. O Rural inseriu a certidão nos autos do mensalão, analisados por Toffoli, agora na condição de juiz do Supremo Tribunal Federal. O ministro não se manifestou. Seus auxiliares dizem que a certidão foi expedida dois anos antes do empréstimo e que o fato de ele ter sido delegado do PT é conhecido. Angustiado Ainda no site da Época, uma nota de Igor Paulin assinala o seguinte: Aos amigos, o ministro do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli tem dito estar angustiado com suas opções no processo do mensalão, que começa a ser julgado nesta quinta-feira pela Corte. O ministro acredita que sua imagem será arranhada em todos os cenários que se projetam para ele. Segundo suas projeções, considerar-se inepto para o julgamento ou votar pela condenação dos réus são situações que farão com que o ministro perca os amigos no PT. Se participar do julgamento e absolver os réus no processo, seu desgaste será com a opinião pública. Tribuna da Imprensa  [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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