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A maconha e a inusitada comemoração dos 80 anos de FHC

A maconha e a inusitada comemoração dos 80 anos de FHC ¹ É inusitado um senhor comemorar seus oitenta anos defendendo a regularização da maconha. Quase impensável, dada a correlação entre quanto mais idoso mais conservador. Inusitado Fernando Henrique. Como se não bastasse o lançamento do filme Quebrando Tabu em São Paulo, ontem, lança de novo, segunda no Rio. No meio da semana vai a Nova York. Entregará ao Secretário Geral das Nações Unidas relatório com esta exata sugestão: é preciso que cada país deixe de ter medo e enfrente e regularize o plantio, o uso, a cura e o controle da maconha. E de outras drogas. Este inusitado aniversário pode ser explicado. O aniversariante é político profissional. Como candidato a cargos políticos majoritários dificilmente poderia tocar no tema da maconha. Tema polêmico. Divide o eleitorado. Candidatos em geral fogem de temas que dividem. Preferem temas que agreguem. Somem votos. Temas como aborto, direitos homossexuais, maconha são temas fantasmas. Assustam eleitores. Famílias têm medo. Qualquer pesquisa de opinião hoje no Brasil mostra que a maioria do eleitor é contra a legalização do aborto, o reconhecimento dos direitos homossexuais, ou a regularização da maconha. Não é por menos que a Presidente Dilma já se declarou de antemão conservadora nestes temas. Ser conservador culturalmente é ainda politicamente cauteloso.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Mas há vida política além do voto. A vocação de participar dos destinos da polis, seu país, seu mundo, em geral toma conta do corpo e alma do político. Não o deixa nem aos oitenta anos. Sem precisar agradar o eleitor no curto prazo, o político pode arriscar outro caminho: o de estar certo antes do tempo. Estar certo antes do tempo é a única saída possível. É não se abdicar. A comemoração inusitada também se explica porque antes do político, veio o sociólogo. Especialista não em dizer como a sociedade deveria ser. Mas como a sociedade de fato é. Nem se assusta nem pode ter medo dos fatos. A atual política de combate ao tráfico de drogas não diminuiu o consumo, não impede a destruição dos jovens, nem a vertiginosa ascensão política e financeira dos traficantes nas cidades. É retumbante fracasso. Não se obtêm resultados diferentes, insistindo nas mesmas políticas. Mudar é preciso. A inusitada comemoração se explica. Baseia-se em três constatações: a continuação da vocação política sem depender do eleitor, a evidência de que a atual política é fracasso retumbante, e a necessidade da sociedade não se paralisar. E mudar. ¹ Joaquim Falcão/blog do Noblat

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Documentário traz ex-presidentes para a discussão sobre uso de drogas

Descriminalização é defendida no filme ‘Quebrando o tabu’. Assunto está em evidência devido às manifestações favoráveis ao tema. No intuito de debater – e defender – a descriminalização do uso de drogas e a regulação do uso da maconha no Brasil, um documentário, que será lançado nesta semana, traz depoimentos de cinco ex-presidentes que reconhecem ter falhado nas políticas de combate aos entorpecentes. O filme “Quebrando o tabu”, que estreia nesta semana, traz o ex-presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, e seus colegas de profissão do México, Ernesto Zedillo, da Colômbia, César Gaviria, e dos Estados Unidos, Jimmy Carter e Bill Clinton, para comentar o assunto, que está em evidência no país nos últimos dias. A pauta voltou a ter destaque entre as autoridades nacionais devido às manifestações realizadas em diversas cidades do país a respeito do tema. O evento de mais evidência foi a ‘Marcha da Maconha’, passeata que aconteceu em São Paulo no dia 21 de maio e que acabou em confusão e prisões. A Justiça havia proibido o ato devido à apologia ao uso de drogas, considerado crime, e a polícia combateu os manifestantes com bomba de efeito moral, balas de borracha e efetuou nove detenções. No último sábado (28), uma nova marcha aconteceu, desta vez após acordo da organização com a polícia para que não fosse feita apologia às drogas. A Marcha da Liberdade reuniu 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. A discussão liderada pelo ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que está prestes a completar 80 anos, ele afirma querer ‘colocar a mão neste vespeiro’ “As pessoas não têm coragem de quebrar o tabu e dizer: vamos discutir a questão”, afirmou. Perguntado sobre o motivo pelo qual não foi implementado em seu governo, Fernando Henrique Cardoso responde: “Primeiro porque eu não tinha a consciência que tenho hoje. Segundo que eu também achava que a repressão era o caminho”. Fracasso[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] No filme, os políticos concluem que a guerra mundial contra as drogas, iniciada há 40 anos, é uma guerra fracassada. Bilhões de dólares são gastos no mundo inteiro, mas o consumo cresce e cresce o poder do tráfico, espalhando a violência. As armas constantemente recolhidas dos traficantes no Rio de Janeiro são a prova de que a polícia trabalha ‘enxugando gelo’ e é preciso ir além das apreensões de drogas e do combate aos traficantes. “Um ponto central é questionar a lógica de guerra, não é defender o uso da droga. É apenas sugerir pensar se não tem jeitos mais inteligentes e mais eficientes de lidar com esse assunto”, diz o diretor do filme, Fernando Andrade. No Brasil, a maconha é a droga mais difundida. Consumida por 80% dos usuários de drogas; 5% da população adulta. Mas especialistas questionam se ela é tão inofensiva a ponto de ser legalizada. “Não há droga inofensiva. Qualquer coisa depende da dose, da sensibilidade do individuo. Agora, entre as drogas usadas sem finalidade médica para fins de divertimento, para fins de recreação, a maconha é bastante segura”, afirma o professor Elisaldo Carlini, estudioso do tema e representante do Brasil nas comissões de drogas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das Nações Unidas. “Defendo totalmente a descriminalização”, diz Carlini. Com uma experiência de 35 anos, o professor Ronaldo Laranjeira discorda de Carlini. Ele alerta que, entre outros males, a maconha pode desencadear psicoses. “Não basta você simplesmente tirar o crime da questão das drogas. Você precisa oferecer uma série de outras ações. Isso nós não temos”. Na lista das drogas mais perigosas publicada na revista médica “Lancet”, respeitada no mundo inteiro, a maconha aparece em 11º lugar, bem atrás do álcool e até mesmo do cigarro, que são vendidos legalmente. “Álcool é mais letal do que maconha. Não se diz isso, mas é. Pelo menos os dados mostram isso. Então, temos que discutir e referenciar, regular o que pode e o que não pode”, disse Ronaldo Laranjeira. Regulação Regular não é o mesmo que legalizar. E foi isso que Fernando Henrique Cardoso descobriu indo para a Holanda. Lá a maconha é vendida em cafés. Mas o governo não legalizou o uso indiscriminado. A regulamentação determina que o usuário não pode consumir nas ruas, nem vender fora dos cafés; nos locais determinados, fuma-se maconha sem repressão policial. “Na Holanda é muito interessante. Eles não têm curiosidade pela maconha, porque é livre”, disse Fernando Henrique Cardoso. O consumo de maconha é tolerado e, mesmo assim, vem caindo. Desde 2006 a lei brasileira já trocou a prisão por penas alternativas para quem é pego com drogas e é considerado usuário, não traficante. “Como a droga é criminalizada, é um crime você possuir a droga. Não vão dez pessoas comprar se uma pode comprar e dividir entre as dez. E o menino que usa droga percebe que, dessa maneira, também se ele vender um pouquinho mais caro, a dele sai de graça”, afirmou o médico Dráuzio Varella, que também está no documentário. Outro tema questionado no Brasil é sobre a estrutura existente para tratar seus dependentes. “Essas pessoas ficam perambulando pelo sistema de saúde ou perambulando, literalmente, pelas ruas, no caso dos usuários de crack. E você fica desassistindo ativamente essa população”, comenta Ronaldo Laranjeira. O Ministério da Saúde já fez as contas do que falta para tratar dependentes químicos: 3.500 leitos hospitalares, 900 casas de acolhimento e 150 consultórios de rua, para chegar às cracolândias, por exemplo. Mas a previsão é atingir essa meta só em 2014. “Como ministro da Saúde, tenho opinião como ministro. Exatamente isso: nós do Sistema Único de Saúde (SUS) precisamos reorganizar essa rede e ampliá-la rede para acolher usuários de drogas, sejam lícitas ou ilícitas”, disse o ministro da saúde, Alexandre Padilha. Redução de danos Na Suíça e na Holanda, existem projetos chamados de redução de danos: dependentes de drogas pesadas, como heroína, recebem do governo a droga e agulhas limpas. “É terrível ver isso. Mas você vê também que ali está um doente, não um criminoso”, constata Fernando Henrique Cardoso. De

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Qual a consequência da apologia às drogas?

Artigo do deputado Daniel Messac (PSDB) publicado no jornal Diário da Manhã. As pessoas que exercem influência na sociedade, os chamados formadores de opinião e aqueles que têm algum tipo de exposição pública, por sua representatividade ou profissão devem ter um elevado grau de responsabilidade em suas declarações e comportamentos. É extremamente prejudicial, especialmente à formação das crianças e dos adolescentes, a exibição pela mídia de entrevistas, declarações, filmes, novelas, músicas ou comerciais, difundindo a droga como algo positivo, charmoso e até inofensivo. Isso acaba reforçando a posição do dependente químico e estimulando pessoas que, de outra forma, não teriam disposição para experimentar um entorpecente. E quando um ministro de Estado aparece fazendo apologia ao consumo de drogas? Embora as condutas referentes aos usuários de drogas, bem como àqueles que se dedicam ao tráfico ilícito estejam expressamente tipificadas como crime, como prescreve a Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2.006, há pessoas influentes na sociedade que defendem, por exemplo, o uso da maconha. Como explicar, racionalmente, alguém defender aquilo que causa tantos malefícios à juventude e que é porta aberta para a disseminação do uso de outras drogas de maior gravidade, como a cocaína e o crack? Vale esclarecer a propósito que, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Lei de Tóxicos não implicou na extinção do delito de posse de drogas para consumo pessoal, como muitos imaginam.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Essa conduta continua sendo crime sob a égide da lei. O que ocorreu foi uma despenalização, ou seja, a exclusão de penas privativas de liberdade como sanção principal. Os usuários e dependentes não estão mais sujeitos à prisão, mas a lei permite que eles cumpram penas alternativas, como prestação de serviços à comunidade, conforme definição dos juizados especiais. O texto legal separa o usuário do traficante e estabelece que ele terá atendimento na rede pública de saúde. A realidade, porém, ainda é bem diferente. Essa lei está em vigor há mais de 3 anos e até hoje não temos programas específicos, com garantia de tratamento digno e individualizado por parte do serviço de saúde pública. A intenção do legislador seria de ampliar esses serviços, mas, falta estrutura e disponibilidade de pessoal qualificado. Resultado: dependentes de baixo poder aquisitivo sem assistência e as famílias não sabem a quem recorrer. As pessoas que exercem função pública devem estar muito atentas ao problema da apologia ao consumo de drogas. A Lei 11.343/06 estabelece pena de um a três anos de prisão para quem: induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga. Já o Código Penal, prevê detenção de três a seis meses para quem fizer publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime. Não obstante, a história recente registra alguns fatos profundamente lamentáveis. O ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil admitiu, durante uma sessão de entrevistas para o jornal Folha de São Paulo, quando ainda ocupava o cargo que fumou maconha até os 50 anos e defendeu que ela não deveria ser proibida. São declarações que despertam nos jovens interesse em experimentar drogas. O mesmo ministro foi acusado pela ONG Mensagem Subliminar de fazer apologia ao uso da maconha no videoclipe da música Kaya NGan Daya e nas capas do CD e DVD de mesmo título. O péssimo exemplo também foi protagonizado por outro ministro de Estado. Na Marcha da Maconha, realizada em maio passado, em Ipanema, na zona sul do Rio para pedir a legalização da droga, lá estava o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. O mesmo que, durante show realizado pela banda de reggae Tribo de Jah, em Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros, fez um discurso em que pediu aos presentes para fecharem os olhos e darem as mãos, celebrando a paz; entoou vivas ao reggae, Bob Marley, Tribo de Jah e Chico Mendes, e defendeu a descriminalização da maconha. Detentores de cargos públicos, formadores de opinião, artistas e profissionais da mídia deveriam se voltar mais à conscientização da população para os perigos que as drogas representam para toda sociedade e exaltar o trabalho dos heróis anônimos, que são os voluntários de entidades assistenciais, voltadas à prevenção e reabilitação de dependentes. Afinal, a questão das drogas está na origem de grande parte dos nossos problemas, como: violência, criminalidade, corrupção, desagregação familiar, acidentes de trabalho e de trânsito. * Daniel Messac é deputado estadual pelo PSDB Extraído de: Assembléia Legislativa do Estado de Goiás

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Carlos Minc: fazemos qualquer negócio pelo poder

Apesar de ter levado um puxão de orelhas, ou melhor, de colete, do Presidente da República, o midiático Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, aceita fazer qualquer negócio para não sair da ribalta. Minc, após participar da enfumaçada marcha pela maconha, agora, para permanecer no poder, é bem capaz  fazer seus alegres coletes virarem fumaça.

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Fernando Henrique Cardoso e a liberação das drogas

Será que a senilidade atacou de vez o sociólogo da integração? Que tipo de beberagem Fernando Henrique Cardoso deve estar tomando para transformá-lo de um sem presidência em um sem juízo? Na ânsia de aparecer e ocupar espaços midiáticos FHC adere ao “fazemos qualquer negócio”. Pois não é que sua (dele) ex-celência agora defende o afrouxamento no combate ao uso de drogas? Terá o ex ícone das privatizações ficado privado do juízo de vez? Os traficantes saúdam o sociólogo e pedem passagem.

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O ministro Carlos Minc e a maconha

O midiático ministro dos coletes bregas, Carlos Minc, vai ser chamado às falas pela Câmara dos Deputados. Vai ter que explicar porque liderou a marcha da maconha, numa clara ação de apologia ao crime. Marcha da Maconha Câmara convoca Minc para explicar ida à marcha A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou hoje um requerimento convocando o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para explicar sua participação no Rio de Janeiro da “Marcha da Maconha”. O autor do requerimento, Laerte Bessa (PMDB-DF), deseja a presença do ministro já na próxima semana, mas a audiência ainda não foi marcada. No requerimento, Bessa afirma que o evento foi organizado por uma entidade “clandestina” e fazia apologia ao uso da substância. “O ministro Carlos Minc, ao pregar a liberalização da maconha, acaba por fazer propaganda genérica que induz a utilização de entorpecentes ou drogas afins, configurando o tipo penal de apologia ao crime“, afirma o peemedebista.

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Organização Mundial da Saúde prepara guerra ao alcoolismo

A notícia é tão boa que merece um brinde. Vem da Organização Mundial da Saúde. A entidade prepara uma declaração de guerra ao consumo de bebidas alcoólicas. A coisa vai funcionar nos mesmos moldes do que foi feito em relação ao tabaco. No momento, a OMS coleciona, sem alarde, um feiche de dados técnicos. Faz consultas nos cinco continentes: América, Europa, Ásia, África e Oceania. Deu-se no Brasil, no início do mês, a reunião para a coleta relativa às Américas. Veio gente de 26 países -do Sul, do Norte, da América Central e do Caribe. Vladimir Pozniak, coordenador do sóbrio projeto da OMS, explicou: “Solicitamos o apoio do Brasil, por ser um país que tem mostrado um claro compromisso da saúde pública com o tema”. Até janeiro de 2010 a OMS levará à mesa um documento preliminar.O mapa da guerra vai a debate na Assembléia Mundial de Saúde. Reúne os ministros da Saúde de 190 países com assento na ONU. O encontro está marcado para maio do ano que vem. O drama do consumo excessivo de bebida alcoólica é planetário. Responde por 6% das mortes no mundo. Contribui para tonificar um leque de doenças crônicas. Entre elas: hipertensão, diabetes, cirrose hepática e câncer. Está na gênese dos acidentes de trânsito e de trabalho. Envenena também as estatísticas de violência doméstica e urbana. No Brasil, estudos disponíveis nos arquivos da pasta da Saúde indicam: Nada menos que 11% dos brasileiros entre 12 e 65 anos são dependentes. A dependência é a forma mais grave de transtorno associado ao consumo de bebidas. Como se vê, há razões de sobra para a declaração de guerra esboçada pela OMS. Há pessoas que só bebem em ocasiões especiais. Mas há outras que consideram especiais todas as ocasiões em que bebem. Assim, erga-se um brinde à OMS: tim-tim! blog Josias de Souza

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Guerra às drogas na Corte Internacional de Haia

O Plano Colômbia foi concebido no governo do democrata Bill Clinton, pelo general Barry Mc-Caffrey, herói de guerra no Vietnã e escolhido como czar antidrogas da Casa Branca, apesar de republicano. O milionário e militarizado “Plano Colômbia” foi enfiado goela-abaixo do presidente Andrés Pastrana. Para o general Mc-Caffrey, a solução seria a erradicação das folhas de coca, usadas como matéria prima na elaboração do cloridrato de cocaína. Tudo muito simples, na visão do supracitado czar: sem coca, fim da cocaína. Então, aviões da norte-americana Dyn Corp foram contratados para derramar herbicida nas áreas de cultivo da coca. O herbicida escolhido e derramado por avião foi o “glifosato“, vendido pela Monsanto. É encontrado em supermercados brasileiros. Para derramar o herbicida, a privada Dyn Corp embolsou US$ 170 milhões, em cinco anos de Plano Colômbia. Não se sabe quanto lucrou a Monsanto, pelas toneladas de glifosato despejadas. Dispensável dizer que o Plano Colômbia foi um fracasso. As áreas de plantio de coca migram, inclusive para o Peru e Bolívia. Até para as reservas e parques ecológicos colombianos, onde era proibida a fumigação. Clareiras foram abertas na floresta amazônica (lado colombiano) para o plantio de coca, ou seja, em áreas onde os derrames eram proibidos. Segundos fotografias tiradas por satélite, o plantio migrou e, nos cinco anos de Plano Colômbia, as áreas continuaram do mesmo tamanho. Ou seja, nem um pé de coca a menos, embora em outras áreas. Nada afetou a produção do cloridrato de cocaína. E em nenhum momento se verificaram “narinas ” consumidoras agitadas, pelo risco de abstinência. A indústria das drogas não foi abalada e os bolsos dos “barões” do tráfico não perderam nenhum centavo. Os danos ecológicos foram enormes na Colômbia. Também no Equador, na região de fronteira. Os ventos carregaram os herbicidas para o território equatoriano. E as águas dos rios penetrantes, como o San Miguel, ficaram contaminadas pelo glifosato. A população ribeirinha perdeu plantações e animais que bebiam nos rios contaminados pelo glifossato. Índios adoeceram. Muitos foram internados em hospitais, pela intoxicação. Para se ter idéia, em 2004, quando o Equador tornou-se sede do concurso de miss Universo, os jardins da embaixada dos EUA foram invadidos por ativistas de direitos humanos. Referidos ativistas regaram os jardins com glifosato e todas as plantas secaram e morreram. Com Rafael Correa na presidência, cuidou o Equador de tentar junto à Colômbia e aos EUA um ressarcimento amigável. Uma indenização pecuniária a ser distribuída à população afetada e, também, necessária para a recuperação ambiental. Os entendimentos foram suspensos quando aviões colombianos, em 2008, invadiram o território do Equador e mataram Raul Reyes, segundo homem das Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Ele estava acampado em território do Equador, próximo à divisa com a Colômbia. Agora, com relações diplomáticas interrompidas (as comerciais não estão suspensas), o presidente do Equador acaba de propor uma ação indenizatória contra a Colômbia, com pedido cumulativo de suspensão das fumigações em área próximo à fronteira. Pede-se à Corte de Haia estabelecer distâncias, de modo a se criar uma faixa de proteção. As autoridades colombianas, a respeito da ação do Equador, já falam em estado de necessidade, ou seja, as Farc tinham colocado, na região de fronteira e debaixo dos arbustos de coca, minas explosivas. Tal situação impedia, segundo os colombianos, a erradicação manual. Ontem, a Colômbia, pela embaixada na Holanda, foi citada para se defender. O prazo para contestar termina, pasmem, em março de 2010. Pelo jeito, vai demorar mais do que o chamado “processo do mensalão”, que tramita no nosso Supremo Tribunal Federal. Pano Rápido. O governo do Equador foi à Corte Internacional de Justiça (conhecida por Corte de Haia), criada em 1945 e tem função arbitral, com relação aos conflitos nas fronteiras. Quando se pretende dar solução militarizada para enfrentar o fenômeno das drogas, paga-se caro, em todos os sentidos. Até, indenizações são devidas e estas, por exemplo, independem do sucesso ou do fracasso de um Plano Colômbia da vida. blog Wálter Maierovitch

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Guerrilheiros do Sendero: da droga da ideologia à ideologia da droga

O ressurgimento do grupo que espalhou o terror pelo Peru nos anos 80 e 90 ameaça desatar um novo conflito em algumas regiões do país. Fortalecidos pela associação com o narcotráfico, remanescentes da guerrilha Sendero Luminoso voltaram a agir principalmente no Vale dos Rios Apurimac e Ene – conhecido como VRAE . Seu objetivo não é mais substituir as “instituições burguesas” por um regime comunista camponês, como no passado. Nos últimos meses, porém, seus líderes estão tentando revalorizar o componente ideológico do grupo para dar ares de “guerra popular” ao que hoje não passa de uma luta pelas rotas da droga. O nome da operação que o governo peruano pôs em prática para combater o novo Sendero no VRAE é “Excelência 777”. Trata-se da maior operação militar da última década no Peru. Ela começou em agosto, mas nos últimos meses ficou clara a necessidade de mais investimentos. Desde janeiro, 32 militares já morreram em 11 emboscadas na região. Na sexta-feira, no mais recente ataque, dois militares foram mortos por senderistas nas selvas do Peru. O chefe do Exército, Otto Guibovich, admitiu que o número de integrantes do Sendero pode chegar a 600 – o dobro do que as autoridades reconheciam até então. “O Sendero Luminoso conseguiu mudar sua relação com a população e está avançando tanto que lembra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)”, disse Guibovich em abril. “Não descarto que haja uma relação com esse grupo, as técnicas empregadas são muito parecidas.” De inspiração maoista, na esteira da proliferações de guerrilhas na região durante a Guerra Fria, o Sendero ganhou fama como a mais feroz e sanguinária organização revolucionária da América Latina. Chegou a ter 10 mil integrantes e foi responsável por mais de 35 mil mortes entre 1980 e 1999 – uma média de 5 assassinatos por dia. por Ruth Costas –  O Estado de São Paulo

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Pelé disse que Robinho e Ronaldo tem problemas com drogas

O jogador Robinho, do Manchester City e da seleção brasileira, pediu a Pelé que faça uma retratação formal por ter insinuado, na semana passada, que o atacante tenha problema com drogas. Caso o ex-jogador se recuse a pedir desculpas publicamente, Robinho ameaçou levar o caso à Justiça. Durante um evento de turismo na semana passada, Pelé disse que, assim como o argentino Maradona, Robinho e Ronaldo teriam tido problemas com drogas. “É injusto falar de drogas no futebol por causa de um ou dois casos, como os que ocorreram com Ronaldo e Robinho”, disse o ex-camisa 10 do Santos. Pelé ainda criticou Maradona dizendo que o argentino não sabe cabecear e que é um “exemplo negativo” para os novos jogadores. Em uma nota oficial divulgada nesta terça-feira em seu site, Robinho afirma estar “decepcionado com Pelé, que fora de campo não lembra o grande ídolo que foi”. Representantes do jogador já disseram que vão exigir explicações de Pelé. “E, caso ele não se manifeste, terá de responder na Justiça pelo comentário infeliz e infundado”, continua a nota. No início deste ano, Robinho foi acusado de estupro por uma jovem inglesa de 18 anos. O crime teria ocorrido em uma casa noturna de Leeds, ao norte da Inglaterra. O jogador teve de prestar depoimento à polícia e negou as acusações. da Veja

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