Entre medidas, está aumento do IPI sobre cigarros. Governo reduzirá tributos sobre carros, motos e material de construção. O governo federal anunciou nesta segunda-feira (30) um pacote de medidas para estimular a economia do país, que atinge setores como o automobilístico, de construção e o tabagista. (Veja as imagens das medidas detalhadas abaixo) O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo. As medidas, que foram assinadas pelo presidente em exercício José Alencar, serão publicadas no “Diário Oficial da União” na terça-feira e entrarão em vigor no dia 31 de março. Somente a medida que determina o aumento do imposto do cigarro valerá após 30 dias da publicação, para permitir o ajuste das empresas. Ajustes
Declínio industrial não é surpreendente, mas sua profundidade e velocidade criam tendência que acentua piora Nelson D. Schwartz – The New York Times – O Estado SP Desde que foi fundada pelo seu bisavô em 1880, a empresa de Carl Martin Welcker, localizada em Köln, Alemanha, espelhou a situação vivida pelas indústrias não apenas na Europa, mas no mundo todo. Isso ainda é verdade hoje. Ecoando um padrão familiar às indústrias da Europa, Ásia e Estados Unidos, Welcker diz que a sua empresa, Schuette, fabricante das máquinas responsáveis pela produção de 80% das velas de ignição usadas em todo o mundo, vive uma “tragédia”. Os pedidos caíram 50% em relação ao mesmo período do ano passado e Welcker está cortando custos e considerando demissões. O fato de o setor industrial estar em declínio não é surpreendente, mas a profundidade e a velocidade da queda são impressionantes e criam uma tendência que acentua a si mesma, semelhante às falências em cadeia que resultaram na Grande Depressão. Na Europa, por exemplo, onde a indústria corresponde a quase 20% do Produto Interno Bruto (PIB), a produção caiu 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. No Brasil, a queda foi de 15%; em Taiwan, chegou a impressionantes 43%. Até na China, que virou a grande fábrica do mundo, o crescimento produtivo desacelerou, as exportações caíram 25% e milhões de trabalhadores industriais foram demitidos. Nos Estados Unidos, até pouco tempo atrás um país relativamente próspero para o setor industrial, apesar da erosão constante dos empregos de trabalho braçal, a produção industrial caiu 11% em fevereiro em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com estatísticas publicadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na segunda-feira. “A atividade industrial despencou, estamos vivendo o pior declínio observado desde a 2.ª Guerra Mundial”, disse Dirk Schumacher, principal economista do Goldman Sachs para a Europa em Frankfurt.
A fabricante japonesa de produtos de eletrônica Sony decidiu hoje, pela primeira vez, congelar o salário de seus empregados fixos durante o ano fiscal 2009, que começa no próximo mês, conforme noticia o diário econômico local “Nikkei”. A medida é uma tentativa da empresa de enfrentar seus resultados do ano fiscal de 2008, que devem indicar as maiores perdas anuais da história da Sony. Ao contrário de outras companhias japonesas, a Sony não aumenta o salário de seus empregados de maneira automática a cada ano de acordo com o tempo de seu funcionário na empresa. A gigante da eletrônica japonesa determina a cada outono, no começo do ano fiscal, o aumento que cada empregado merece, de acordo com suas funções. No ano fiscal 2009, a Sony não aplicará aumento salarial e manterá seus empregados com os mesmo ganhos mensais, que atualmente estão, em média, em 381.584 ienes (US$ 3.975). A companhia anunciou também que cortará o salário de seus empregados com postos médios entre 10% e 20%, a partir de abril, e que aplicará grandes reduções sobre os ganhos de seus diretores. EFE do G1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai chamar diretores da Embraer para explicarem o motivo das demissões na empresa. A fabricante de aeronaves anunciou nesta quinta-feira (19) que mais de 4.000 empregados serão dispensados. Em reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente se disse indignado com as demissões, sobretudo porque o governo ajudou a capitalizar a Embraer, atualmente a terceira maior exportadora do país e terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo. Segundo o presidente da CUT (Central Única de Trabalhadores), Artur Henrique, Lula demonstrou sua indignação porque a empresa teve “uma capitalização importante por meio dos instrumentos do governo [como o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social)”. “Lula vai chamar a empresa para conversar, alguns ministros para conversar. Esperamos que tenha reversão nesse processo de demissão”, disse Henrique, que compareceu à reunião em Brasília. José Lopez Feijó, membro da executiva da CUT, disse que “o presidente se mostrou absolutamente indignado e falou que é inadmissível que empresas que têm se capitalizado com políticas muitas vezes desenvolvidas pelo governo tomem como primeira medida de dificuldade a atitude de demitir”. De acordo com fontes do Palácio do Planalto, ainda não há data para a reunião com a direção da Embraer. Crise financeira Nesta quinta, a fabricante brasileira de aeronaves informou que, em consequência da crise financeira internacional, vai demitir 20% de seus 21.362 empregados e revisou para baixo as previsões de produção e investimentos para 2009. “Como decorrência da crise sem precedentes que afeta a economia global, em particular o setor de transporte aéreo, tornou-se inevitável efetivar uma revisão de sua base de custos e de seu efetivo de pessoal, adequando-os à nova realidade de demanda por aeronaves comerciais e executivas”, afirmou a empresa, terceira maior exportadora do país, por meio de comunicado. As demissões se concentram na mão-de-obra operacional, administrativa e lideranças, incluindo a “eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura gerencial”. Para 2009, a empresa estima entregar 242 aeronaves no período (ante 270 na previsão anterior), com uma receita prevista de US$ 5,5 bilhões (ante US$ 6,3 bilhões). Por conta da redução da estimativa de receita, a empresa refez sua previsão de investimentos para US$ 350 milhões neste ano (ante R$ 450 milhões). A Embraer informou que, apesar de ter sede no Brasil, depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global –mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações–, e que não se beneficia do aquecimento do mercado doméstico brasileiro. da Folha
A crise chegado também no mundo dos entretenimentos A empresa de norte-americana de desenvolvimento em jogos Midway Games, responsável pelo famoso jogo “Mortal Kombat“, entrou com um pedido de concordata na quinta-feira (12). A empresa afirmou que, ao final do mês de setembro de 2008, tinha dívidas de US$ 281 milhões, enquanto seus ativos somavam US$ 167,5 milhões. O pedido se baseou no capítulo 11 da lei de falências dos EUA, que permite que uma firma em dificuldades financeiras inicie uma reestruturação sob supervisão de um juiz –o equivalente americano da concordata. A recorrência à lei de falências vai contra o sucesso do lançamento do game “Mortal Kombat vs. DC Universe”, cujas vendas ficaram entre 2 milhões de cópias desde o lançamento no ano passado. O número, segundo o jornal “Los Angeles Times”, é a melhor marca da série de jogos de luta. Vídeo do Game “Mortal Kombat vs. DC Universe” Apesar disso, é provável que não seja o fim da empresa, que já havia passado por problemas semelhantes há alguns anos, e que recorreu ao pedido de ajuda de investidores e à corporação de entretenimento National Amusements, em um total de US$ 240 milhões para quitar os débitos. Analistas disseram que é improvável que a empresa encerre suas atividades. A concordata significa a interrupção momentânea da cobrança dos credores, disse Michael Patcher, um analista da seguradora Wedbush Morgan. A Midway emprega 550 pessoas em estúdios de desenvolvimento localizados em San Diego, Chicago e Seattle, nos EUA. Também há um escritório na Inglaterra. da Folha
Da série: reflexos da crise – Xerox
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”. Quem atribue à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la” Albert Einstein
O Brasil, zil,zil, que nas outras edições do Fórum Econômico Mundial foi saco de pancada dos países desenvolvidos. agora, em Davos, passa a ser cortejado como se fosse a “última Coca Cola do deserto”. Na matéria abaixo, fica claro que, tirando os catastrofistas contumazes e os oposicionistas empedernidos, que torcem pelo pior, a política econômica herdado de FHC e incrementada pelo governo Lula começa a dar frutos. da Folha de São Paulo Maria Cristina Frias – Enviada especial a Davos José Sergio Gabrielli, o presidente da Petrobras, foi escolhido por seus pares das empresas do ramo para presidir a “Cúpula da Energia”, que faz anualmente seu encontro em Davos. Passará, pois, a coordenar as reuniões do grupo, que conta com as grandes petrolíferas do planeta, estatais ou privadas. A escolha de Gabrielli é uma óbvia homenagem à empresa que preside, especialmente em foco depois das descobertas no pré-sal. Mas é também um homenagem ao Brasil, que, neste ano, no encontro do Fórum Econômico Mundial, passou nitidamente da velha condição de vidraça para a de estilingue. Tanto é assim que Ricardo Villela Marino, executivo-chefe para a América Latina do banco Itaú e eleito um dos jovens líderes globais deste ano pelo Fórum, estufou o peito para dizer que “o Brasil e os bancos brasileiros não são parte do problema, são parte da solução”, sendo o mal, como é óbvio, a crise. Marino lembrou os “bilhões” despejados pelo mundo rico para evitar a quebra de seus bancos e emendou: “Nada disso aconteceu no Brasil”. Logo depois, Gabrielli tomou a palavra para fazer outra comparação representativa da troca de vidraça por estilingue. Afirmou que não era só no setor bancário que o Brasil tinha algo a ensinar ao mundo rico. “Também em matéria de política fiscal sadia estamos melhor que os Estados Unidos” [cujo déficit cresce a cada hora]. O bordão “política fiscal sadia” foi usado pelo mundo rico anos a fio para passar sermões em empresários e autoridades brasileiros. Que Gabrielli o use agora tem sabor de vingança. Na sua vez, o chanceler Celso Amorim lembrou, por exemplo, dos US$ 20 bilhões que as empresas brasileiras investiram no exterior, quando, em anos anteriores, empresários e autoridades brasileiras usavam Davos para uma espécie de passada de chapéu, implorando por investimentos externos.