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Pastores Evangélicos e Estupros

Caso “isolado” 666.666 – é ironia! Se ouvir “deus, patria e família” disque 190. Nunca falha! Mais um pastor evangélico preso após abusar sexualmente de uma criança. Esse caso se soma à verdadeira epidemia de estupros praticados por pastores conservadores contra crianças. Precisamos retomar as igrejas e expulsar esses conservadores de lá. PS.Acho que foi por isso que eles fizeram campanha para colocar um máximo de pastores e seguidores nos Conselhos tutelares, para poder esconder isso ainda mais.

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Como seria a “barganha judicial” defendida por Moro

De um lado a acusação querendo evitar um longo processo. Do outro, o réu com o intuito de diminuir a pena. A fórmula para um acordo, em teoria, parece simples, mas gera debates em diferentes sistemas jurídicos. Um dos pontos do pacote anticrime prevê a possibilidade de acusado ser declarar culpado para não se submeter a longo processo e ter pena mais branda. Na Alemanha e nos EUA, modelos similares estão sob escrutínio. Previsto no pacote anticrime, bandeira do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o instrumento de negociação de pena conhecido como “plea bargain” (pedido de barganha) já existe em formatos similares nos Estados Unidos e na Alemanha, onde os resultados são questionados por juristas. No Brasil, também é inicialmente visto com cautela por especialistas consultados pela DW. O que o projeto de Moro prevê é uma solução negociada entre acusado e acusadores. Nesta “barganha”, o réu pode se declarar culpado após ser denunciado para não se submeter a um longo processo. Ele cumpre exigências como devolução de dinheiro fruto do crime e prestação de serviço comunitário, e tem a pena reduzida até a metade, dependendo do acordo. Nesse modelo que o ministro do presidente Jair Bolsonaro tenta impulsionar, os promotores, além disso, não precisam colher provas para acusação, e a negociação ainda permite a aplicação de pena privativa de liberdade. Diferente da delação Um dos objetivos da proposta de acordo, segundo Sérgio Moro, é acelerar soluções judiciais e assim diminuir despesas da Justiça com longos processos criminais. Para alguns juristas, esse tipo de solução pode estar apenas transferindo a despesa de pagador. “O ‘plea bargain’ resulta em mais casos solucionados, mas isso não necessariamente em economia. Você vai ter casos terminando mais rápido, mas também terá pessoas sendo encarceradas mais rápido e isso provoca um custo ao sistema prisional. Basta ver o que acontece nos EUA, que têm a maior população carcerária do mundo e é onde mais de 90% são concluídos com acordo judicial”, diz Fabio Roberto D’Avila, advogado criminal e professor titular da Escola de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da PUC-RS. Outro ponto abordado por D’Avila é que um modelo de negociação na Justiça brasileira possa pressionar pessoas inocentes a procurar acordos. “O acordo é um instituto estranho à tradição jurídica brasileira e isso interfere no modo como o sistema processual é pensado. Ademais, o sistema penal brasileiro é muito instável. É difícil prever o resultado de uma ação. Nesse cenário, um acordo torna-se mais conveniente para o sujeito culpado do que para o inocente. O culpado vai fazer o acordo. O inocente, por sua vez, terá diante de si uma difícil decisão: tentar provar a sua inocência, correndo o risco de sofrer pesadas penas, em caso de insucesso, ou submeter-se ao acordo embora sem ter culpa”, diz D’Avila. O modelo proposto por Moro é diferente da colaboração premiada, bastante usada nas investigações da operação Lava Jato. Na negociação por barganha o réu pode ser poupado de uma denúncia, algo que não ocorre na colaboração premiada, quando o réu ainda precisa delatar outras pessoas envolvidas. “A principal diferença é que na colaboração premiada, além de confessar, o colaborador tem que ajudar na investigação, dando informações a respeito de outras pessoas envolvidas na atividade criminosa e auxiliando na recuperação do dinheiro desviado ou no resgate de uma vítima, por exemplo. No ‘plea bargain’, o que se busca é simplesmente dar celeridade e eficiência ao julgamento, de modo que basta o réu confessar seu próprio crime para receber um benefício. Em razão dessa diferença, na colaboração o acusado pode receber um ‘prêmio’ maior do que no plea bargain”, explica Felipe De-Lorenzi, doutorando em Ciências Criminais pela PUC-RS, com estágio de pesquisa na Universidade Humboldt, de Berlim. Apoio de juízes Para De-Lorenzi, não fica claro no projeto se o Brasil seguirá o modelo americano. Ele opina que ainda falta discutir mais o projeto com a sociedade. “Acredito que deve haver uma discussão mais ampla e longa sobre o acordo, em que sejam chamados para debater acadêmicos, juízes, promotores e advogados e em que sejam analisadas as experiências internacionais e os dados empíricos. A incorporação do acordo ocasionará uma mudança estrutural grande em nosso sistema, cujas consequências são difíceis de prever. Portanto, o debate deve ser feito com muita calma e cuidado”, afirma o doutorando em Ciências Criminais pela PUC-RS. Apesar das críticas de juristas, a proposta de implantação do modelo de negociação em ações penais recebe apoio de juízes no Brasil. Uma pesquisa recente feita pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) mostrou que cerca de 90% dos juízes do país apoiam a iniciativa de incorporar o “plea bargain” no Código de Processo Penal (CPP). Um acordo de não persecução, quando não há denúncia criminal, já era citado por um projeto de lei (PL 10372/2018) que tramita na Câmara desde junho do ano passado, este apresentado por uma equipe de juristas, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Há algumas similaridades entre os dois projetos. No projeto atual é permitido o acordo sem denúncia para casos criminais em que a pena máxima não seja acima de quatro anos. O projeto de Moraes envolve casos com pena mínima até quatro anos quando, ambos os casos quando não houver violência ou grave ameaça à vítima. Em março, no meio de uma crise entre Planalto e Câmara, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou a semelhança entre os projetos para criticar publicamente Moro. Ele chamou o projeto do ex-juiz de “copia e cola” da proposta do ministro Alexandre de Moraes. O pacote já era alvo de pressões no Congresso e por isso foi apresentado sendo repartido em três projetos. Um com alterações no Código Penal, que prevê o plea bargain; o segundo tipificando crime de Caixa 2; e um terceiro determinando que o julgamento de crimes comuns conexos ao processo eleitoral seja realizado pela Justiça comum. Os acordos nos EUA e na Alemanha Esse modelo de negociação em processos

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Publicação de selfie desvenda assassinatos no Canadá

Como selfie de amigas publicada no Facebook ajudou polícia a desvendar assassinato  Cheyenne Antoine (à esq.) posa para selfie com cinto usado para matar Brittney Gargol (à dir.) | Reprodução/Facebook Uma foto publicada no Facebook foi a chave para solucionar um crime no Canadá. Cheyenne Rose Antoine, de 21 anos, foi condenada na segunda-feira a sete anos de prisão por homicídio culposo (sem intenção de matar) pelo assassinato da amiga Brittney Gargol, de 18 anos, ocorrido em março de 2015. Ela foi identificada como suspeita após publicar, horas antes do crime, uma selfie com Gargol no Facebook. Na imagem, ela usava o cinto que foi encontrado ao lado do corpo da vítima na cena do crime. Estrangulada até a morte, a jovem foi achada perto de um aterro em Saskatoon, na província de Saskatchewan, com o cinto de Antoine ao lado. Segundo a polícia, a versão que a amiga da vítima deu inicialmente – de que as duas tinham ido a vários bares antes de Gargol sair com um homem não identificado, e ela ir ver o tio – não batia. Os policiais usaram então as postagens do Facebook para ajudar a reconstituir a movimentação das amigas na noite do crime. E perceberam que a publicação de Antoine na linha do tempo de Gargol na manhã seguinte – “Cadê você? Não deu mais notícias. Espero que tenha chegado bem em casa” – era uma tentativa de despistá-los. Direito de imagemAFPPoliciais foram ao Facebook procurar pistas ‘Nunca me perdoarei’ Antoine, inicialmente acusada de assassinato em segundo grau, que equivale no Brasil a homicídio doloso (com intenção de matar), se declarou culpada do crime, mas disse que não se lembrava de matar a amiga. Ela disse que as duas estavam bêbadas e tinham fumado maconha quando começaram uma discussão acalorada. Em um comunicado, ela se disse arrependida: “Eu nunca me perdoarei. Nada que eu diga ou faça trará ela de volta. Eu lamento muito, muito… Isso não deveria ter acontecido”, afirmou Antoine em nota emitida por meio de seu advogado. O advogado de Antoine disse sua cliente foi à polícia um mês antes do assassinato para denunciar maus-tratos cometidos pelos pais adotivos, e que ela teria sofrido abusos similares no abrigo para crianças no qual viveu em Saskatchewan. A família de Gargol se manifestou no julgamento. “Não conseguimos deixar de pensar em Brittney, no que aconteceu naquela noite, no que ela deve ter sentido lutando por sua vida”, disse Jennifer Gargol, tia dela, no tribunal. BBC

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Brasil: uma Narco República

[ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]Essas ações pontuais, emergenciais e temporãs das Forças de Segurança Brasileira, contra a violência generalizada, são inócuas. A Narco Política continuará intocável. Uma casta que já controla, de há muito, e desde o topo, o Estado Brasileiro. A Narco Política no Brasil é cínica e opera às escâncaras. Dez Kg de produtos químicos, podem desdobrar 10Kg de Pasta Base em 12 Kg de cocaína pura e 48.000 pedras de crack. Considerando a quantidade de cocaína consumida e apreendida no Brasil, deduz-se que a quantidade de produtos químicos necessários para refinar toneladas de Pasta Base, não podem ser produzidos no quintal do Zé das Couves, nem transportados em garrafas Pet na cangalha de burros tropeiros. Aos que acreditam que um Mané nos becos de morros e favelas Brasil afora comando tudo isso, recomendo esse documentário – não é fácil de encontrar, mas procurando ele aparece. Depois, é só replicar a lógica para a Taba dos Tapuias.

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Qual o mais nefasto político vivo da história do Brasil?

Qual é o maior bandido vivo do Brasil? Cena do filme ‘Por uns dólares a mais’. Com esta enquete, o casal modernista Oswald & Pagu, dava início, nos anos 1930, a um eterno concurso. Renovamos a pergunta: de quem é o seu voto hoje? Por Xico Sá¹ Ainda no madrugador ano de 1931, o jornal paulistano “O Homem do Povo”, do casal genial e prafrentex Pagu & Oswald de Andrade, realizou um concurso pioneiro com a seguinte pergunta: “Qual é o maior bandido vivo do Brasil?”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Foi o maior bafafá em São Paulo. Não se falava em outra coisa na praça da Sé e arredores. Desde o satírico Carapuceiro, minha primeira experiência de cronista na Internet, em 1995, repito a enquete das antigas. Sempre uma experiência enriquecedora. Assim como no filme Cliente morto não paga, bandido que já bateu as botas não vale, pense em alguém que habita o reino dos vivos e, de preferência, que ainda pulse no noticiário sanguinolento da corrupção contemporânea. A lista, digo, a capivara policial, dá um varal esticado sobre toda a costa brasileira. Pense no seu voto enquanto rebobino a eleição promovida pelo jornal nos anos 1930: o então presidente Artur Bernardes revezava com Assis Chateaubriand, o Chatô – barão da imprensa – a liderança na disputa. Lampião, repare só, no auge do cangaço, ficava na rabeira, perdendo inclusive para o próprio Oswald, o modernista promotor da tal gincana dos canalhas mais célebres. Antes que o dedicado leitor se debruce sobre as opções de voto de hoje, relembro o resultado da derradeira gincana que promovi no meu blog, em 2011. Deu Sarney na cabeça, seguido de Maluf, Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF), o senador tucano José Serra, Lula, o banqueiro Daniel Dantas, o bispo Edir Macedo, o petista José Dirceu, Collor, FHC, Kassab, Alckmin, Gilmar Mendes(sim, já aprontava!), Família Roriz, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Grande Mídia, Roger Abdelmassih e Fernandinho Beira-Mar. Nessa ordem. Óbvio que Michel Temer (“A solução é botar o Michel”, reverbera nas oiças o áudio golpista do Jucá) não estava ainda no jogo, habitava apenas as sombras do poder e os porões das ratazanas do Porto de Santos. Nem operação Lava Jato, com ou sem prova -o cliente decide-, existia. Claro que o voto em Dilma, em matéria de bandidagem, virou piada, ficou demodê. Diante de tanta mala de grana para Cabrais, Aécios e Rocha Loures, aquela manobrinha contábil não passa de uma desculpa chinfrim dos golpistas, esquece. Falo de crápula de verdade. De quem é o seu voto para o maior bandido vivo do Brasil? Vale tudo, como diria o profeta noveleiro Gilberto Braga. Vale canalha federal, estadual e municipal, enquanto isso o cronista aqui tira catotas de ouro do nariz. Vale até a madre superiora, vale o patrão feliz com a reforma trabalhista, vale o vizinho que te rouba a vaga na garagem do prédio, vale o pilantra do Planalto e ou vigarista dos crimes de bagatela. Vote agora mesmo Você vota onde bem entender. Nos comentários desta matéria nas redes sociais, na página do EL PAÍS Brasil no Facebook, Twitter, Instagram etc. O voto vale o desabafo, o grito, o brado retumbante, o exercício do maldizer, o escárnio… O voto vale por uma sessão de terapia com o Analista de Bagé, com direito ao tradicional joelhaço pós-freudiano de todas as fronteiras. Vale o voto de misericórdia. Vale trazer à tona aquele corrupto que se beneficia do mar de lama renovável do noticiário e se faz de morto no momento. Vale jornalista, por favor – corporativismo, soy contra. No grande zoológico dos bichos escrotos brasileiros, que tal votar no síndico do prédio ou no achacador da esquina mais próxima? Poeta morto ou vivo não paga, mas quem se interessar pela coleção do jornal O Homem do Povo, pelamô, busque no atchim do sebo da rua ou na poeira virtual, vale muito a pena, inclusive para roubar pautas animadas como esta que acabo de atualizar, na faixa. A edição fac-similar, bota preciosa nisso, saiu em 1984, pela Imprensa Oficial de São Paulo, sob os cuidados do bravo colega Audálio Dantas, com direito a introdução de Augusto de Campos. É muita riqueza, jovens. Recomendo, especialmente, a leitura das colunas sexualmente vanguardistas de A mulher do povo e a viagem de Esportes no mundo e na ponte grande. Até a próxima. Quebro aqui a cabeçorra cearense para resolver sobre o meu voto-bandido. Mande já o seu. ¹Xico Sá, escritor e jornalista, é autor de A pátria em sandálias da humildade (editora Realejo, 2017), entre outros livros. Comentarista dos programas Papo de Segunda (GNT) e Redação Sportv.

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Crianças, tráfico de drogas e pena de morte

As crianças e os adolescentes jurados de morte pela polícia e pelo tráfico de drogas Ilustração de Julio Falas Em São Paulo, burocracia e atrasos em repasses de verbas de programa especial deixam sem proteção jovens ameaçados de morte. Em 2017, 48% das ameaças vieram de policiais. Diante dos Defensores Públicos da Vara da Infância e Juventude de São Paulo, Gorete afirma se sentir mal com a possibilidade de “perder” o filho, ameaçado por policiais militares em fevereiro. Ela pede que D., que deixou a Fundação Casa recentemente, seja atendido pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), instituído em 2007 pelo governo federal. “Eles entraram na minha casa com o intuito de matar o meu filho. Não tinham nem a identificação na farda”, conta emocionada, ao relembrar o episódio. Apesar de a Defensoria avaliar como concreto o risco de o adolescente morrer, mãe e filho saíram da conversa sem a garantia de ingresso no PPCAAM. O problema, explicou depois a defensora Claudia Abramo, é que o programa paulista não tem aceitado novos casos desde janeiro. “A gente manda para inclusão e recebe de volta”. “O que a gente faz é conversar com o adolescente e família para entender a extensão desta ameaça. Isso é frágil, mas é o que a gente tem hoje”, reclama. Gorete relatou que a ameaça ocorreu por volta da meia-noite, quando quatro policiais teriam revirado sua casa em busca de um revólver. “Disseram que meu filho foi denunciado. Como não acharam nada, colocaram uma arma na cabeça da minha filha de 12 anos. ‘Onde o seu irmão guarda uma [arma] dessa aqui, ó?’” Em seguida, disseram que dariam “um descanso” no adolescente. “Perguntei ‘que tipo de descanso?’. Um olhou para a cara do outro: ‘Vamos fazer assim: quando seu filho chegar, você liga pra gente’. Eu comecei a chorar e falei: ‘Não, eu não vou ligar. Não vou dar meu filho de bandeja pra vocês’. ‘A senhora é mãe, né? Mas a gente vai voltar e, quando a gente voltar, a gente dá cabo do seu filho aqui’.” Após o episódio, o menino não dormiu mais em casa. Na mesma noite, a mãe saiu à sua procura pelas ruas do bairro e o encontrou antes dos policiais. Para protegê-lo, contou com a “rede de proteção” dos amigos e abrigou-o na casa de um conhecido. “Eu sinto medo. Quando vejo uma viatura, fico olhando para ver se são eles. Fico na casa dos meus amigos, jogando videogame, durmo lá. Só vou pra casa às vezes para falar com a minha mãe e a avó, para dizer que estou bem”, disse D. aos defensores. Além da Defensoria Pública, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Conselho Tutelar são as outras portas de entrada para o PPCAAM, que é realizado por meio de dois convênios: um da União com os estados e outro de cada estado com as ONGs executoras. Na ausência do programa, é implementado um Núcleo Técnico Federal ligado diretamente à coordenação nacional do PPCAAM. Atualmente, além de São Paulo, o programa abrange 13 estados. Em São Paulo, o Conselho Tutelar é a principal porta de entrada. Em 2015, por exemplo, representou 45% das demandas, segundo a ONG que o executa, a Samaritano Francisco de Assis. Fernando Prata, conselheiro tutelar na zona sul da cidade, afirma que o programa está desarticulado. “Ele não está funcionando, está suspenso por falta de verba. Nós estamos sem esse serviço.” “Eles enquadram, rasgam o RG…”  Além do caso de D., outros relatos dramáticos constam de um documento interno da Defensoria. “A gente tem recebido casos de ameaça de morte quase todos os dias”, afirma a defensora Claudia. “Há casos urgentes, e o PPCAAM é o nosso único meio efetivo de lidar com essas ameaças.” É caso do pai de R., adolescente ameaçado por policiais. “Eu não quero, Deus o livre, enterrar o meu filho; quero que meu filho me enterre.” Segundo o documento, R. já foi “enquadrado” e espancado duas vezes. Dorme e acorda com medo. Passou dias fora de casa para fugir da situação. Só retornou para a região onde foi ameaçado para o enterro do amigo de infância, um ano mais novo, morto pela polícia. Quando questionado sobre as ameaças sofridas, o jovem de 16 anos responde: “É uma tortura”. Uma técnica do serviço de medida socioeducativa desabafou para a Defensoria: “A coisa tá feia por lá; tá difícil até para os meninos cumprirem as medidas, porque são abordados no caminho; eles [a polícia] enquadram, rasgam o RG…”. Em outro caso, L., com poucos dias de liberdade da Fundação Casa, está ameaçado de morte por traficantes da região onde mora. Sua mãe não sabe o que fazer, e o adolescente, segundo a defensoria, “clama que alguém o ajude a sair dali”. O documento conclui que “a proteção, que deveria estar garantida, também está sob ameaça. São vidas duas vezes desprotegidas, negligenciadas e silenciadas”. A reportagem da Pública apurou a situação dos repasses para todos os estados onde o programa está ativo: São Paulo é o único onde não estão ocorrendo novas inclusões. Documento obtido pela Pública, assinado pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania (SJDC), que coordena o programa no estado, confirma a situação e aponta como causa para o freio às novas adesões a insuficiência de recursos e a redução de equipe técnica. “Parte do problema é a falta de previsão, por parte do Governo Federal, do valor a ser encaminhado ao programa”, o que teria gerado uma “insegurança na equipe atual ante as novas demandas”, diz o texto. Em resposta à reportagem, a Secretaria de Justiça esclarece que desde janeiro 34 novos casos não puderam ser atendidos. No entanto, a SJDC garantiu “a continuidade do programa sem o comprometimento” dos atuais 80 casos em vigência. Em resposta, o governo federal confirma os “atrasos em alguns repasses”, mas afirma que “não constam” mais “restos a pagar” em nenhum convênio, o que inclui “São Paulo e os demais Estados que executam o programa”. Ressalta ainda

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Brasil, corrupção e divagações filosóficas

Imaginem que um marciano, desses que visitam a terra com frequência a convite dos teóricos dos antigos astronautas, pousem no Brasil com a incumbência de estudar a realidade política e sociológica do país.  Teriam que se basear em paradigmas preliminares, presentes em todo o universo, como o silogismo elementar segundo o qual se A implica B e B implica C, A implica C! A regra clássica seria: se o PSDB pediu a cassação da chapa Dilma-Temer, e se Temer, do PMDB, pertencia à chapa como aliado do PT, é óbvio que Temer, agora aliado do PSDB, teria efetivamente que ser cassado se a chapa encabeçada pelo PT o fosse.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Haveria, obviamente, um embrulho dos diabos no que se refere à sucessão. Contudo, lei é lei. Não se diz que ela é feita para todo mundo? Em termos práticos, o que o marciano observou foi o seguinte: o PSDB pediu a cassação da chapa Dilma-Temer para atacar o PT, e a então possível cassação de Temer, do PMDB, agora em aliança com o PSDB, acabou batendo nos novos interesses do PSDB. Aliaram-se assim, efetivamente, ao PT, o que acabou numa curiosa situação em que os três grandes partidos inimigos se viram do mesmo lado, entregues ao arbítrio do TSE. Suponhamos agora que Gilmar Mendes dirigisse seu voto de minerva para a cassação. Ele teria batido de frente com o PMDB, o PSDB e o PT, simultaneamente. Atenderia, por outro lado, ao reclame das massas em favor das eleições diretas. Com isso um dos ministros do STM mais odiados pela população em função de sua atuação heterodoxa dentro e fora do Supremo Tribunal Federal assumiria imediatamente a função de grande defensor do povo. Outras coisas surpreenderiam os marcianos. Como o PT, inequivocamente o partido político brasileiro que mais se aproximou do povo e que mais significativos programas sociais realizou em seu tempo de gestão, pode ter nomeado Henrique Meirelles presidente do Banco Central, Antônio Palocci ministro plenipotenciário da Fazenda, e Joaquim Levy para esse posto? Por certo que não foi por maldade. Mas foi uma ingenuidade que nos custou caro demais. Por que o Governo, com a cumplicidade da grande imprensa, insiste em sustentar que a economia retomou o crescimento quando os dados atuais, e as analises prospectivas, revelam inteiramente o contrário? Por que os idiotas da TV Globo insistem em dizer que o projeto de lei de abuso da autoridade é contra a Lava Jato, como se, para existir livremente, promotores e juiz da Lava Jato dependem de poder cometer abusos de autoridade impunemente? Enfim, no meio de tantas contradições, fica evidente que mergulhamos mesmo no caos. Dele só se sai, milagrosamente, pela ação de um Atrator Estranho. Sua função será, no momento devido, devolver ao país alguma racionalidade. E não se diga que, nas circunstâncias mundiais, essa seja característica apenas do Brasil. Donald Truman acabou com o Acordo Transpacífico de Cooperação com 11 países em defesa dos trabalhadores americanos, mas o que fez mesmo foi proteger da devastadora tecnologia americana os mercados dos demais signatários. José Carlos de Assis/Tribuna da Imprensa

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Temer e o Coronel da propina

Apartamento da sogra é o triplex de Michel Temer Clarissa, Luciana e Maristela Temer são filhas de Michel Temer (PMDB). Elas são fruto do casamento de Temer com Maria Célia Toledo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Na rápida visita que fez na noite desta quarta-feira (14) a São Paulo, com o ministro Moreira Franco, o presidente Michel Temer recebeu em seu escritório a filha, Maristela Temer, e Arlon Vianna, chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Arlon Vianna também é tesoureiro do PMDB de São Paulo. Em 2014, Michel Temer escalou Vianna para serviços particulares: selecionar os profissionais para trabalhar em uma reforma na casa de Norma Tedeschi, sogra de Michel Temer. À época, Arlon Vianna era assessor da Vice-presidência. Arlon foi o responsável pela indicação de profissionais para a pintura, limpeza e reparos no imóvel alugado. O Planalto confirmou que ele somente indicou profissionais para “pequenos reparos”. Um documento apreendido pela Polícia Federal na casa do coronel João Baptista Lima Filho, amigo próximo de Michel Temer há mais de 30 anos, indica que ele cuidou dos pagamentos de uma reforma feita na casa de Maristela Temer, uma das filhas do peemedebista. Trata-se de uma cópia de e-mail enviada em 2014 pelo arquiteto da obra, que cobra do coronel aposentado da PM serviços dele no valor de mais de R$ 44 mil. O imóvel reformado fica no bairro de Alto de Pinheiros, região nobre da capital paulista, e vale cerca de R$ 4 milhões, segundo o serviço Fipezap, conforme cálculo divulgado em reportagem da Folha de S.Paulo nesta quinta-feira 15. O escritório de Lima Filho recebeu R$ 1 milhão dos R$ 15 milhões que a JBS destinou para o caixa 2 da campanha de Temer em 2014. Ele é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal por suspeita de atuar como laranja de Temer. No dia 18 de maio, a empresa Argeplan, da qual o coronel é sócio, foi alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Patmos.

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