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Forças Armadas e o Comando Vermelho

O assunto é seríssimo. Está tudo dominado. Um Estado dentro de outro! ****** Perigo à vista, zonas de exclusão no Brasil: PCC e Comando Vermelho frente à inépcia das Forças Armadas para atuar em comunidades do RJ e São Paulo. PCC e o CV unidos poderão derrotar os militares? Nas redes sociais, cariocas e paulistas expressam preocupação com o número de fuzis e outras armas de guerra nas mãos das facções criminosas. Nos últimos anos, tem havido uma crescente preocupação com o fortalecimento das grandes facções criminosas no Brasil, particularmente o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). No Rio de Janeiro, nos últimos dias, ocorreram vários assaltos em que os criminosos utilizaram armas de guerra, como fuzis 556 e até granadas. Microestados sujeitos ao governo das facções criminosas O temor se intensificou nas redes sociais, onde usuários expressam medo de que as facções possam, em breve, superar até as Forças Armadas brasileiras e criar zonas de exclusão onde o estado não tem qualquer autoridade, microestados sujeitos a suas próprias leis e ao tráfico de drogas. No Rio de Janeiro já se percebe placas de trânsito deixando claro que a entrada é exclusiva para comunidades, vistas como advertência de que há risco no ingresso em tais locais. Abaixo pode-se ver imagem do acesso à Vila do João, onde turistas que entraram por engano foram alvo de traficantes. Mas será que essa preocupação é fundamentada? O PCC, por mais organizado e poderoso que seja, possui cerca de 30 mil membros distribuídos pelo Brasil, Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela, com aproximadamente 8 mil apenas em São Paulo. Em comparação, o Exército Brasileiro conta com quase 220 mil soldados ativos. Em 2023, a Polícia Militar apreendeu no Rio de janeiro 493 fuzis e, segundo declarações do antropólogo e ex-policial do BOPE, Paulo Storani, estima-se que existam pelo menos 28 mil fuzis nas mãos de criminosos no estado, que compõem um exército de cerca de 56 mil traficantes. Um grande enfrentamento entre militares e as principais facções. Algumas pessoas enxergam como quase uma certeza que chegará o momento em que um grande enfrentamento de tropas legais contra traficantes ocorrerá. Será que a superioridade numérica das Forças Armadas garante a vitória contra as facções criminosas em caso de combate? O deputado Coronel Telhada, ex-policial militar, chegou a declarar para um site especializado que há risco de o estado se tornar refém das facções: “Durante o período em que estive no serviço ativo da Polícia Militar, tive a honra de comandar a ROTA. E lá pude ver de perto e sentir na pele a ousadia do PCC. O Estado e as forças de segurança não podem estar reféns de uma organização criminosa. É isso o que eles querem: que a polícia abaixe a cabeça. Portanto, é importantíssimo desmantelar e asfixiar o poderio financeiro do PCC”, afirmou Telhada. Em São Paulo, por exemplo, estão algumas das unidades mais especializadas do Exército Brasileiro, como a 12ª Brigada de Infantaria Leve e a 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada. Estas unidades são consideradas treinadas para operações aeromóveis e combate urbano. Entretanto, fica a dúvida se estão realmente aptas para combater um inimigo que não usa farda e guarda armamentos de alto poder de fogo dentro de residências nas comunidades e conhece muito bem o cenário do combate, onde predominam vielas estreitas e sinuosas, que dificilmente poderão ser trafegadas por um gigantesco blindado das Forças Armadas. As operaçãoem e comunidades são incompatíveis com as Forças Armadas, aponta o procurador Emerson Garcia, Assessor Jurídico da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público: “… o emprego das Forças Armadas na GLO é uma medida extrema, que pode colocar em risco a credibilidade de instituições, diante de situações sensíveis. Pois o aparato militar voltado para o combate, não é vocacionado para ações policiais de repressão a criminalidade…” ( Revista Brasileira de Direito Constitucional )   As facções, cientes da desvantagem bélica, recorrem a táticas de guerrilha e guerra irregular e jamais combatem como se fossem um exército disciplinado, respeitando as convenções de Haia e outras. Traficantes tentam evitar confrontos diretos, usam os moradores como escudos e preferem emboscadas e ataques surpresa. Por outro lado, os militares estão obrigados a cumprir integralmente as leis e regulamentos sob risco de serem punidos. Armas como metralhadoras e lança granadas por exemplo, jamais poderiam ser utilizadas dentro de uma comunidade, sob pena de provocar enormes danos colaterais. Um bombardeiro de saturação jamais poderia ser feito antes da entrada das tropas, um cerco que impedisse água e alimentação de ingressar em uma comunidade não poderia ser feito. O compromisso com a legalidade impõe uma série de limitações operacionais que as facções criminosas não enfrentam, tornando o combate ao crime organizado extremamente complexo e desafiador. A superioridade numérica, o treinamento avançado e o poder de fogo das Forças Armadas brasileiras são fatores decisivos que garantem a integridade e a soberania do país. Porém, nesse caso se trata de um tipo completamente diferente de atuação e por isso o receio de que facções possam, pelo menos por algum tempo, superar as Forças Armadas e criar zonas de exclusão de fato parece cada vez mais coerente diante das situações hoje vistas, principalmente no Rio e São Paulo. Robson Augusto – Revista Sociedade Militar

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É Froidi – Drops & Picles

Michelle Bolsonaro diz que …”a elite artística brasileira não presta, só querem mamar na teta do governo”. “Micheque Bozó” foi quem recebeu um cheque de R$ 24 mil do laranjeiro Queiroz, o “inachável”. Ps. Vá estudar – sei que estou pedindo muito além da capacidade dos seus Tico e Teco – concordância verbal. Quando o substantivo é coletivo, o verbo não flexiona. Paródia. Com todas as vênias ao grande Luiz Melodia. …lava roupa todo dia/ demagogia/ sem ajuda do Queiroz/ que lavanderia… Bananil; uma nação de otários? Quer comprar? Quer vender? “QUEIROZ MULTIMARCAS”, onde você faz o melhor negócio. Tá explicado. Na entrevista Queiroz foi sarcástico, inteligente e perfeito. Só acrescento que esse cara pensa que somos imbecis. Ou será que somos imbecis e palhaços?   Ele contou a versão dele, ruim, mas é uma versão. Falta agora provar. Quem vende carro trabalha com CSV assinado e procuração, basta apresentar esses documentos. E quem é tão experiente em revenda de carros, não joga fora esses documentos, porque sabe que o comprador em geral enrola para transferir o carro. Infelizmente, o Brasil continua o mesmo e os aproveitadores trocam de nome, mas continuam se aproveitando do Estado.   Queiroz, Queiroz, esse seu angu tá cheio de caroço! Aguardem, que estamos voltando aos velhos tempos das várias versões para um mesmo fato, que vão mudando ao sabor do momento. “Não vi,” “não sei,” “não é meu,” breve, breve, vão, também entrar no repertório. Coisas que o sumiço de Queiroz esclareceu: 1. Queiroz e a filha têm mais medo dos amigos do que da justiça; 2. A lei varia conforme o humor dos procuradores do MPF; 3. Estamos carentes de jornalistas investigativos; 4. A lei do silêncio nos hospitais: nenhuma foto de Queiroz? O laranjal do “Bozó Kid”, continua fértil. Surge nova denúncia. Dessa vez envolve Lídia Cristina dos Santos Cunha – vixe! Cunha? – e Valdenice de Oliveira Meliga – vixe! Meliga? – que foram nomeadas para serem suas (dele) assessoras parlamentares na Alerj. Salário líquido de cada donzela “queiroziana”; R$ 5.124,00. Detalhe: Elas nunca apareceram no trabalho. Fonte: Jornal do SBT. Leio no TWITTER a lista dos “comunistas” brasileiros boicotados pelo MBL. Nela estão Delfim Neto e Cristiana Lobo, entre outros. Realmente esses garotos não fazem ideia do que seja o socialismo, e tampouco comunismo ou democracia. Ignorância explicita exposta sem constrangimento pelos devoradores de alfafa. Muar, hífen é completamente diferente de travessão. Vá estudar acentuação gráfica e depois volte. Ah!, aproveite e aprenda o uso de aspas duplas e aspas simples.

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Levando as galinhas às raposas

O Brasil é um país ao contrário. Restaurantes em favelas de SP atraem clientela de shoppings de luxo vizinhos. Restaurante do Silvio, na favela Panorama, zona sul de São Paulo, recebe publicitários e gerentes de empresas da região (Foto: Diego Padgurschi) Na cadeira do restaurante de José Silvane Almeida, o Restaurante do Silvio, quem olha para cima vê os prédios espelhados de multinacionais e de um dos shoppings centers mais luxuosos de São Paulo. À frente enxerga os barracos de madeira e de alvenaria sem pintura, cenário típico de bairros de periferia. Moradores da favela Panorama, em Cidade Jardim – bairro nobre na zona sul paulistana -, dividem as mesas com publicitários e gerentes de grandes empresas. O encontro entre a classe média e a baixa ocorre diariamente dentro da favela a partir do meio-dia. Por quê? Ninguém quer gastar muito dinheiro para almoçar, afinal. No self-service de Almeida, a refeição completa sai por R$ 22 – come-se à vontade. A poucos metros dali, no Shopping Cidade Jardim, um prato executivo não custa menos de R$ 35, segundo quem trabalha nas redondezas. Em alguns restaurantes, o preço passa de R$ 80. O shopping de luxo era a única opção de almoço para funcionários de um prédio comercial vizinho ao shopping. Foi então que, quatro anos atrás, Almeida abriu seu ponto na favela. O foco, diz ele, era nos trabalhadores que não têm condições de pagar todos os dias a alimentação no Cidade Jardim, mas acabou atraindo também quem tem dinheiro mas prefere economizar. Por causa do preço baixo, filas se formam na frente do restaurante (Foto: Diego Padgurschi) Almeida credita o sucesso de seu restaurante, que tem até fila para entrar, a seu tempero de “comida caseira” e ao seu empreendedorismo, mas também à oportunidade que a crise econômica lhe deu. “Se meus clientes almoçam no shopping, gastam o VR (vale-refeição) em 15 dias. Aqui, dura o mês inteiro. As pessoas querem economizar”, diz. O publicitário Guilherme Linares, de 26 anos, comia, como entrada, uma porção de batatas fritas e tomava um refrigerante sentado a uma mesa do lado de fora, na viela – o cardápio do dia tinha como pratos principais filé de merluza, moqueca de cação e costela com molho barbecue. “Recebo R$ 30 de alimentação por dia. Se eu comer no shopping, o VR dura 10 dias. Lá, a comida é cara e industrial. Aqui é comida caseira”, diz Guilherme Linares, de 26 anos, publicitário de uma agência de propaganda. Talita Feba, publicitária de 27 anos, afirma que amigos e parentes estranham quando ela conta que almoça diariamente em uma favela. “Dizem: ‘mas não é perigoso?’ Eu respondo que não, é tranquilo, bom e barato”, diz. Revertendo uma tendência de alta nos últimos anos, os preços de alimentos e bebidas acompanhados pelo IPCA – índice de inflação calculado pelo IBGE – tiveram queda de 2% de janeiro a outubro. O item “alimentação fora do domicílio” também vem cedendo, mas em ritmo mais lento. Nos últimos 12 meses, a inflação agregada no Brasil desacelerou para 2,2%, ante alta de 10,67% em 2016. No Restaurante do Silvio, refeição completa custa R$ 22; no shopping ao lado, preço mais barato é R$ 35 (Foto: Diego Padgurschi) ‘Achava que era perigoso almoçar na favela’ A favela Panorama sobreviveu à transformação de um terreno ao lado em um dos shoppings mais caros da cidade – no mesmo complexo há condomínios de apartamentos milionários. Parte da área da comunidade é usada como estacionamento para carros cujos donos também trabalham em empresas da região. O cozinheiro Almeida, de 46 anos, nem mora ali: vive em Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo. Ele nasceu em Araioses, no Maranhão, e migrou para São Paulo em 1991. Trabalhou anos como encanador, até abrir seu primeiro negócio na favela Real Parque, também na zona sul. Vendia 3 mil pães por dia em sua padaria, mas, em 2011, a loja foi consumida pelo fogo em um incêndio que destruiu parte da comunidade. “Eu tinha investido R$ 300 mil na padaria, todo o dinheiro que guardei. Fiquei lelé da cabeça”, conta. “Abri o restaurante aqui (na Panorama) para os operários do shopping, depois vieram os seguranças. O boca a boca aumentou e os funcionários das empresas começaram a vir também”. Hoje, o estabelecimento, que surgiu em uma garagem, tem três andares e mesas dispostas na frente, em uma viela. O ex-encanador José Silvane Almeida hoje tem oito funcionárias para conseguir atender seus clientes no restaurante (Foto: Diego Padgurschi) O restaurante tem outros oito funcionários e serve em média 150 refeições por dia. O sucesso do local entusiasmou outros restaurantes da favela – já existem outros três restaurantes populares, que ficam cheios a ponto de surgirem filas do lado de fora. A analista de estratégia Fernanda Andrade, de 29 anos, conta que, inicialmente, ficou com receio de sair do escritório para almoçar na favela. “Eu tinha um pouco de preconceito, achava que era perigoso. Hoje, na minha empresa, a maioria das pessoas vem comer aqui”, conta ela, que trabalha em uma multinacional ao lado. Quentinhas por R$ 13 O restaurante na comunidade Panorama não é o único com esse perfil em São Paulo. Em Paraisópolis, por exemplo, vizinha ao bairro do Morumbi, existe o Café & Bistrô Mãos de Maria, que funciona em uma laje da favela. Criado por uma associação de mulheres, o restaurante serve almoço por até R$ 25 e tem shows de música para frequentadores da região e também de fora. Bar e restaurante de Regina Alves dos Santos, na favela Coliseu, recebe funcionários de empresas da Vila Olímpia (Foto: Diego Padgurschi) Já na favela do Coliseu, na Vila Olímpia – bairro comercial na zona oeste paulistana -, a cozinheira Regina Alves dos Santos, de 55 anos, produz suas marmitas dentro de um barraco de madeira. Ao lado, ela administra um boteco cujo happy hour recebe funcionários de grandes empresas da região. A comunidade é vizinha do shopping de luxo JK Iguatemi e dos prédios espelhados

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O site Jornalivre está explorando seu computador sem você saber

Página ligada ao MBL “mineirava criptomoedas” às custas do processador de sua máquina. Poucos dias depois de propor incendiários boicotes à arte, o site Jornalivre, mantido por simpatizantes do MBL e constantemente replicado pelo grupo, começou a apresentar problemas para quem o acessava. O motivo? Por meio de um script, o site está usando o computador alheio para minerar moedas virtuais. O script é o mesmo que foi encontrado na última quarta-feira (4) no site da D-Link e pertence a uma empresa chamada Coinhive, conhecida por oferecer um arquivo .js para minerar a criptomoeda Monero. Assim que abrimos o site, caso não usemos um antivírus que avise sobre o malware, a utilização de CPU do computador vai às alturas, o que indica que o script está usando recursos do seu computador para render uma verba a alguém. (Não são todos os antivírus que reconhecem o script como malware. O Kaspersky, por exemplo, não; Avast, sim.) Em uma simples olhada dentro do código-fonte da página, podemos ver que, além de fazer o scr do script, que basicamente é a forma de carregar um arquivo de javascript dentro de uma página web, alguém configurou o script para rodar dentro do site para o usuário do Coinhive com a key jDZBZnZTPKAA7OHq40uuC80DASwwmsJv. As maiores probabilidades são duas: 1) o administrador do site Jornalivre está usando a ferramenta para cunhar umas moedas virtuais às custas das nossas máquinas ou 2) o site foi hackeado por um terceiro que está no controle da ferramenta. Há também uma terceira hipótese, menos provável: poderia existir um script da Coinhive dentro de um plugin do próprio WordPress, plataforma no qual o Jornalivre é feito. Procurados pelo Motherboard, os responsáveis pelo Jornalivre não responderam o contato. COMO FUNCIONA A MINERAÇÃO VIA SCRIPT E como eles lucram? Bem, o processo funciona da seguinte maneira: em dados momentos, que são controlados por um programa que está administrando o sistema e distribuído por todos os nós (cada um dos computadores que entraram no Jornalivre), um hash (uma sequência de bits gerada por um algoritmo responsável pela encriptação do conteúdo) é emitido. Todos os nós dessa rede tentam quebrar a criptografia para chegar no valor guardado dentro desse hash. Quem conseguir, leva o valor em criptomoeda. O esquema de mineração da moeda suga os recursos do seu computador porque ele precisa resolver uma operação matemática complexa. O que o script usado no site Jornalivre faz é “terceirizar” esse trabalho, ou seja, o processador do visitante é usado para fazer essa operação É aí que mora o problema: o Jornalivre (ou, vá lá, a pessoa que botou esse script lá) está usando a capacidade do computador do usuário que entra no site para fazer a operação e ficar com a grana da criptomoeda. Por consequência, o visitante de suas enviesadas notícias pode ter o computador travando e gastando mais energia. Ainda não há crime para essa função prevista em lei, mas, caso queira manter distância dessas armadilhas mineradoras, há algumas opções de defesa. Alguns dos bloqueadores de anúncio tradicionais, como o AdBlock, já estão adicionando atualizações que não permitem a execução do script de mineração. Além deles estão começando a aparecer plugins voltados especificamente para esse fim, como o NoCoin e o minerBlock. Mas vale ficar atento: os próprios mineradores estão lançando anti-anti-blocks. Ao que parece, a briga irá longe. Após a publicação da matéria, o script foi retirado.

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A lista Fachin: por que não descobriram antes?

Os nomes vazados do processo de Fachin Os nomes divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo não podem ser verdade. Se for verdade, não deveria ter sido dito. Em sendo verdade e já tendo sido dito, os que disseram podem proclamar uma convulsão social. E se tudo o que está sendo dito for verdade, por que demorou tanto tempo para ser dito? [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Como pode um país com quase 30 milhões de desempregados ter esperado tanto para ver que uma das razões fundamentais de sua miséria e desemprego com certeza foram por causa desses homens que detêm o poder público e os corruptores da iniciativa privada que roubaram tanto. Se for verdade, tudo o que está sendo dito pode conflagrar um povo com fome, sem saúde pública para assisti-los, sem escolas para seus filhos estudarem, sem segurança pública para garantir o ir e vir. Sendo verdade, os que disseram parecem não querer a paz. Então o que querem esses homens? Por que vazar as informações dos corruptos e não prendê-los, sequestrando seus bens, os colocando em disponibilidade até termos certeza de que são eles mesmos os ladrões, para que posteriormente possamos levá-los às mesmas condições que vivem os desempregados e à margem da sobrevivência? Os miseráveis da Revolução Francesa eram um povo em número infinitamente menor do que os 200 milhões de brasileiros, e se o Brasil tem por volta de 30 milhões de desempregados, e esses desempregados tem pelo menos dois ou três dependentes, são por volta de 120 milhões na miséria ou que vivem quase no limite da sobrevivência. Os franceses tinham seus miseráveis que fizeram a revolução. Mas sendo a França o berço de cultura, até os miseráveis tinham cultura. Aqui, temos um país com apenas 500 anos, pobre, sem cultura, onde este povo marginalizado não tem conhecimento do certo e do errado. É um povo sem instrução e pouca cultura para fazer a definição social da forma violenta necessária para reagir contra esses que são os responsáveis pelas condições de vida do atual momento do Brasil. Que definição ou que expectativa podem dar os sociólogos sobre tal fenômeno? Não se fala mais do anormal ex-governador do Rio de Janeiro. Não pode haver qualquer dúvida de que é um doente que conviveu produzindo outros doentes da corrupção. Há uma definição de que o louco pode fazer outros loucos. Com certeza esse é o caso. O louco, que não conhecia os limites da dignidade, não merece esse povo que não participou das bandalheiras, que não tem o direito de sofrer sem ter o mínimo de reação. Os que estão reagindo pelo povo, com o maior respeito às leis, parecem estar reagindo com um pouco de hipocrisia. A reação a essa gente não pode ser simplesmente a tornozeleira eletrônica. O nível de assalto ao poder público requer uma bola de ferro presa aos pés dos assaltantes do Estado. A reação a essa gente não pode ser o presídio, mas os campos de concentração, vivendo à sorte, com sol e chuva e com todo tipo de intempéries. Se alimentando do que eles mesmos produzem nos campos de concentração. É o mínimo que o povo sofrido pode aguentar sem reagir. > > ‘The New York Times’: Políticos mais poderosos do Brasil na mira da justiça > > ‘El País’: Justiça do Brasil ordena investigação a oito ministros de Temer > > ‘Financial Times’: No Brasil, Justiça ordena investigação a políticos mais poderosos

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Por que mulheres ficaram contra a vítima de estupro coletivo no Rio?

Dupla de advogados tenta responder por que parte da sociedade ainda culpa a jovem pelo crime. Manifestação em São Paulo na quarta-feira contra o machismo e em protesto ao estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio. M. SCHINCARIOL AFP “A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil e a culpa nunca é da vítima”. A voz, saída de um megafone no entardecer na avenida Paulista na última quarta-feira, deu início a uma marcha – de mulheres em sua maioria – contra o machismo e em protesto ao estupro coletivo de uma jovem de 16 anos ocorrido no Rio de Janeiro na semana passada. A segunda informação da frase que abriu a marcha – “a culpa nunca é da vítima” – deveria ser óbvia. Mas não é.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] MAIS INFORMAÇÕES Compartilhar estupro coletivo nas redes, a nova versão da barbárie brasileira “Estuprador também é o branco que se veste bem e tem dinheiro” As vozes da multidão que grita contra a cultura do estupro em São Paulo Carmen Lúcia sobre estupro coletivo: “Inadmissível, inaceitável e insuportável” Alguma vez um desconhecido tocou você sem seu consentimento? Assim que a notícia sobre o estupro da adolescente começou a ser veiculada na imprensa, a sociedade se dividiu entre os que condenaram o crime e os que culparam a garota pelo ocorrido. Mulheres, inclusive, atribuíram à vítima a responsabilidade pelo crime. Em busca de tentar entender por que parte da sociedade ainda culpa a vítima por um crime como esse, incluindo mulheres que não se solidarizam com a dor da vítima, a advogada Verônica Magalhães de Paula e o delegado e professor da Unisal, Eduardo Cabette, publicaram o estudo “Crime de estupro: até quando julgaremos as vítimas?”. A publicação é de 2013, mas para o nosso azar, o tema é atemporal. E com séculos de história. De acordo com o texto, “mesmo em plena aurora do século 21, as mulheres ainda são julgadas como na Idade Média, onde somente a mulher honesta e virgem poderia ser vítima de crime de estupro e desde que também ficasse comprovado que ela havia lutado e gritado por socorro, pois o silêncio da vítima significava o consentimento do ato praticado”. Para Verônica de Paula, parte da sociedade julga a vítima por ela não se enquadrar nos padrões idealizados da mulher correta, aquela que é casada e cuida do marido e dos filhos. “Somos educadas desta forma”, diz. “A mulher tem que ser submissa, recatada, falar baixo, sair de casa apenas para ir ao trabalho, no máximo”. O estudo compara dois casos que ocorreram em 2012. Um, aqui no Brasil, de duas adolescentes de 16 anos que foram estupradas por seis integrantes de uma banda de pagode, a extinta New Hit, na Bahia. Na época, houve protestos contra a prisão dos criminosos. As vítimas foram ameaçadas de morte e tiveram que entrar no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçados de Morte, assim como a vítima do estupro no Rio de Janeiro de duas semana atrás. O outro caso foi o de uma mulher de 23 anos que sofreu um estupro coletivo na Índia, quando voltava para a casa, em um ônibus. Ela não resistiu aos ferimentos – foi perfurada internamente – e morreu. Milhares de pessoas em todo o mundo ficaram chocadas com o crime, e na Índia, foram às ruas por leis mais rígidas e maior proteção para as mulheres. Os criminosos quase foram linchados pela população indignada. A história é contada no documentário . “Mesmo em plena aurora do século 21, as mulheres ainda são julgadas como na Idade Média, onde somente a mulher honesta e virgem poderia ser vítima de crime de estupro” O que diferencia um episódio do outro? Segundo os autores do estudo, a jovem indiana era vista como uma mulher honesta. Voltava da Universidade quando foi abordada. Estava coberta dos pés à cabeça. Não pediu para ser estuprada. Já as garotas na Bahia não deveriam estar naquele local, assistindo a um show de uma banda com letras de duplo sentido e com coreografias de conotação sexual. Com essas atitudes, elas estavam sujeitas a passar pelo que passaram. Ou pior: pediram para ser estupradas. No ano passado, a Justiça condenou os integrantes da banda a 11 anos e oito meses de prisão, mas coube recurso e eles respondem em liberdade. O pré-julgamento da vítima se repete agora, três anos depois, com o caso da jovem no Rio de Janeiro. Muitas pessoas usaram o argumento de que a garota era usuária de drogas, frequentava o morro e usava roupas curtas para culpá-la pelo crime do qual foi vítima. Assim como as meninas na Bahia, ela não deveria estar em um baile funk. “Culpamos a vítima porque partimos do pressuposto de que a mulher não pode ter uma vida sexual ativa”, disse Eduardo Cabette, o co-autor do estudo. Segundo Cabette, se a vítima em questão fosse uma garota de classe média, usando roupas compridas, o tratamento do público seria diferente. Mas, perante à lei, alerta Cabette, isso não faz – ou não deveria fazer – nenhuma diferença. “A população pode até pensar diferente, mas juridicamente, se a mulher é uma prostituta, por exemplo, e no meio do programa ela decide não continuar a relação e o cliente a força a seguir em frente, ela pode ser vítima de estupro”. “Culpamos a vítima porque partimos do pressuposto de que a mulher não pode ter uma vida sexual ativa” O delegado afirma que no caso do crime no Rio de Janeiro, os suspeitos podem ser julgados por estupro de vulnerável, se for comprovado que a garota estava desacordada quando o crime ocorreu. “E esse crime tem pena mais grave que o crime de estupro comum, aliás”, diz. “Não importa se ela se drogou ou se a drogaram”. “A culpa é da crise” O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou ao jornal O Estado de São Paulo que a crise econômica

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