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Lula, FHC, Dilma Rousseff e Marina Silva. O time do afunda Brasil

Reflexões sobre Lula, FHC, Dilma e Marina Gelio Fregapani ¹ Afinal, para que serve o Congresso Nacional? É crescente a revolta e indignação da sociedade contra a classe política, que se perpetua e enriquece sem cumprir o seu papel de lutar pelo bem da sociedade. Estão brincando com fogo. Parece que o nosso Congresso decidiu. Quer ser aquilo que vem sendo – um poder nanico, insignificante, que não vale o que gasta. Nossos parlamentares estão entre os mais caros do mundo, e são dos mais numerosos também. Há tanta coisa que poderiam fazer que até justificaria sua existência, por exemplo, se desse um basta na questão indigenista antes que o nosso Pais se desagregue e assim ninguém mais reclamaria e seus gastos. Já para remunerar vereadores , não se consegue achar justificativas Lula e FHC Collor e FHC levaram a desnacionalização às últimas consequências. Acabaram com as com as estatais, eliminando assim, muito do que havia de nacional, fazendo o País gastar centenas de bilhões de reais para entregar, a troco de nada, as jóias da Coroa e praticamente toda a infra-estrutura. Posteriormente, ainda o Governo FHC, apagou da Constituição a distinção entre empresas de capital nacional e de capital estrangeiro acabando com quase toda indústria privada nacional que ainda sobrevivia. O Governo do PT, apesar de não compactuar filosoficamente com a desnacionalização, tem cedido as pressões e a desnacionalização continua, embora em ritmo menor. O presidente Lula não foi de todo ruim, pelo menos se comparado com o FHC. Teve erros terríveis, cedeu à pressões estrangeiras, como o caso da reserva Raposa-Serra do Sol e disseminou a corrupção, antes restrita aos altos escalões, mas freou as desnacionalizações tucanas e manteve o Brasil fora da recessão mundial com seu assistencialismo, que para a ocasião foi certo. Precisa “desencarnar” Lula teve seu papel, mas agora seria a hora de “desencarnar” da Presidência. Inconformado, lamentavelmente procura influir, ou mesmo mandar no governo Dilma. A presidente atual enfrenta, por isso, o momento mais difícil de seu governo. Quem a está deixando em maus lençóis não é a oposição, mas Lula, talhado para ser o maior desafio da presidente Dilma, que ainda pode mobilizar os que estão gostando de seu governo, pela sua presteza em resolver os problemas emergenciais com firmeza, (e são muitos) e colocar o Lula em seu lugar, apesar do PT ficar com o Lula na disputa. Mas Dilma também pode se intimidar e deixar a coisa fluir por medo da força do PT. Nesse caso, seu governo começará a acabar. Ainda que seja reeleita em 2014, f icará mais quatro anos sendo apenas tolerada na gerência. Figura Nefasta Uma figura ainda mais nefasta, Marina Silva, pensa em se candidatar à presidência. Se conseguir se eleger, ficará proibido o plantio de maçãs em Santa Catarina, de parreiras no Rio Grande e de arroz em várzea no Brasil. Podemos até viver sem maçãs ou sem uvas, mas não sem feijão com arroz. Teremos que comer arroz de várzea produzido no Uruguai ou na China. Gente como Marina olha para a questão do Código Florestal à luz dos interesses dos competidores internacionais. Isto já sabíamos, mas a atitude do Ministério Público, por ideologia ambientalista radical e equivocada, é que não se compreende. Pode levar o caos aos pequenos produtores rurais brasileiros e elevar piorar o drama o preço dos alimentos na inflação, prejudicando toda a sociedade brasileira. Querem conceder aos animais e às plantas nativas o que negam aos seres humanos. ¹ Gelio Fregapani é oficial da reserva, e um dos maiores conhecedores da Amazônia onde já esteve em praticamente todos os locais habitados e muitos dos desabitados. Foi Secretário de Segurança em Roraima. Foi Assessor de Assuntos Estratégicos da Universidade Pan-Amazônica. No Exercito, onde serviu por quatro décadas foi quase sempre ligados a Amazônia, foi um dos fundadores do Centro de Instrução de Guerra na Selva e um dos seus mais destacados comandantes. É considerado como mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva. Na Agencia Brasileira de Inteligência foi o coordenador do Grupo de Trabalho da Amazônia, que reunia os especialistas no assunto das Forças Armadas, Policia Federal, EMBRAPA e outros órgãos de Sistema Brasileiro de Inteligência. Como Superintendente da Agencia Estadual de Roraima, da ABIN, teve um observatório privilegiado do problema da Raposa Serra do Sol.

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Ambiente: empresa “abate” 4.540 árvores com aval do IBAMA

A concessionária CCR que administra a Rodovia Presidente Dutra desde 2006, autorizada pelo IBAMA, pasmem!, começou a desmatar uma área às margens da rodovia derrubando, podem crer, 4.540 árvores. Vídeo postado no YouTube mostra uma figueira de 60 anos sendo abatida pelas implacávéis moto serras. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Código Florestal: Kátia Abreu troca de lado e semeia apoio a Dilma

Brasil: da série “me engana que gosto!” Como disse o grande “filósofo político” Gonzaga Mota: “a política é dinâmica”. Pois não é que uma das mais furibundas vozes oposicionistas do senado da Taba dos Tupiniquins é agora a mais governista das criaturas? Como dizia o hilário personagem da Escolinha do Professor Raimundo na TV – magnificamente interpretado pelo recentemente falecido ator Marcos Plonka: “Fazemos qualquer negócio”! O Editor De forma surpreendente, a senadora ruralista Kátia Abreu (sem partido-TO) passou a ser queridinha no Palácio do Planalto nos últimos meses. Depois de uma atuação fortemente oposicionista nos dois mandatos do governo Lula, a senadora agora já é listada como parceira do governo Dilma. A rápida mudança de posição chama a atenção de antigos aliados da oposição e dos novos parceiros governistas. Kátia já anunciou sua filiação ao PSD, o partido ainda em fase de criação. Com dificuldade para se ajustar ao novo discurso sem admitir ser adesista ou vira-casaca, a senadora, que também é presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), afirma que permanece na oposição até o fim do seu mandato, em 2014. Mas sua argumentação a respeito de vários temas já é de uma integrante da base aliada.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Perguntada sobre o movimento de recuo da faxina da presidente Dilma no primeiro escalão do governo, a senadora foi só elogios: – A presidente Dilma não refluiu na faxina. Em toda batalha, há um recuo estratégico. Mas ela vai persistir nisso. Não vai tolerar corrupção. O que tem sido feito é para aplaudir. Se fosse no governo Lula, não cairia ninguém. Esse combate à corrupção vai ser um marco. O primeiro encontro da senadora com Dilma aconteceu em junho. Em agosto, chamou a atenção do núcleo palaciano o discurso que Kátia Abreu fez na Exporinter – exposição agropecuária internacional no Rio Grande do Sul – com elogios não só à presidente Dilma, mas também ao ex-presidente Lula. Gerson Camarotti/O Globo

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Kátia Abreu: senadora sai de audiência com Dilma Rousseff elogiando o MST

Brasil: da série “me engana que eu gosto!” Lembram da Senadora Kátia Abreu? O cabelo continua o mesmo, mas a ideologia… A também presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), e uma iracunda, implacável e ferina opositora de quaisquer coisas que se relacionem ao Lula e ao PT, MST incluso. Pois não é que leio que a referida senhora saiu de uma reunião com a Gran Petista Presidente Dilma Rousseff, no Palácio, elogiando o MST! O que terá se passado nessa audiência? A Senadora também afirmou que são “justas” as atuais reivindicações do movimento liderado pela Via Campesina – que reúne o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à igreja católica, e o chamado Movimento dos Pequenos Agricultores. Sua (dela) excelência também assumiu com a presidente o compromisso de não se opor ao governo na votação do Código Florestal no Senado, pauta polêmica que divide ambientalistas e ruralistas. Mais uma que desembarcou da oposição. O sábio maluco beleza continua lúcido: “parem o mundo que eu quero descer!” PS. A senadora divulgou a seguinte nota sobre as polêmicas declarações: “A respeito das declarações a mim atribuídas sobre pretenso apoio às reivindicações do MST e da Via Campesina e suposto compromisso de não me opor ao governo na votação do Código Florestal, no Senado, que teriam sido manifestadas depois da audiência, na última terça-feira, dia 23/8, com a presidente da República, Dilma Rousseff, considero de fundamental importância restabelecer a verdade dos fatos, esclarecendo que: 1) Sempre defendi a importância da assistência técnica para os pequenos produtores rurais, pois é a única forma de adotarem boas práticas agronômicas e obter renda. Da mesma forma, defendo a adoção de políticas públicas que ofereçam soluções para o endividamento dos chamados “pronafianos”. E isto coincide com reivindicações de alguns destes movimentos sociais; 2) Quanto à votação do novo Código Florestal, creio que não é do interesse de ninguém derrotar o governo. Confio que encontraremos um caminho para que todos saiam vencedores deste debate. Estarei, em todo o momento, como me compete, defendendo as prerrogativas do setor agropecuário e do Brasil. Por fim, saí da audiência com a presidente Dilma Rousseff convicta de que encontraremos um bom caminho para promover a maior e mais sustentável agropecuária do planeta. Fiquei especialmente feliz com a oportunidade que finalmente se abriu de lhe apresentarmos pessoalmente as demandas do nosso setor para a necessária revisão do Código Florestal brasileiro. Brasília, 25 de agosto de 2011 Senadora Kátia Abreu Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

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Código Florestal Aldo Rebelo e Ongs

Aldo Rebelo mostra como os ambientalistas podem estar sendo usados ardilosamente pelas ONGs internacionais, no caso do Código Florestal. Em recente artigo na Folha de S. Paulo, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB), que relatou o projeto do Código Florestal na Câmara, afirmou que a grande disputa do comércio mundial se dá hoje no campo no ambientalismo. Em sua opinião, isso ocorre porque “os foros internacionais, como a Organização Mundial do Comércio e seus ciclos de negociações, como a empacada Rodada Doha, são um palco por demais ostensivo para que os agentes dissimulem seus verdadeiros interesses”. A seu ver, é por isso que as grandes potências agroindustriais trazem a discussão exclusivamente para o plano ambiental, como se não houvesse interesses econômicos por trás de tudo isso. “É evidente que, para as ONGs internacionais, pouco importa o percentual de reserva legal ou a metragem de mata ciliar, já que em nenhum país tais reivindicações constam de suas plataformas ou de suas preocupações”. Apenas no Brasil. Diz Aldo Rebelo que o longo e difícil debate acerca da reforma do Código Florestal Brasileiro colocou em destaque, ainda que de forma não suficientemente explícita, a velha e boa questão nacional. “De um lado, a lógica dos que associam a conservação e reprodução da natureza aos interesses do Brasil funda-se na simbiose entre ambiente e desenvolvimento.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] De outro, a bandeira do conservacionismo é travestida de subordinação dos interesses nacionais a um movimento que se apresenta asséptico, puro e altruísta na defesa da preservação da Terra, mas que na verdade tem na retaguarda um protagonista que surgiu na humanidade desde que o homem superou a barbárie e começou a trocar mercadorias: o general comércio”, assinala. A leitura do artigo mostra que o deputado realmente estudou em profundidade a questão. “O Brasil perdeu mais de 23 milhões de hectares de agricultura e pecuária, em dez anos, para unidades de conservação, terras indígenas ou expansão urbana. Acham pouco. Querem escorraçar plantações de mais de 40 milhões de hectares e plantar mata no lugar. Quem não concorda é acusado de “anistiar” desmatadores, num processo de intimidação que acua almas pusilânimes no governo e na sociedade. Quebraram a agricultura da África e do México com subsídios bilionários. Pensam que podem fazer o mesmo por aqui. Será?”, indaga o parlamentar. As afirmações de Rebelo são preocupantes. Para os ambientalistas, é fácil proclamar que ele está defendendo os desmatadores etc. e tal. A tese é simpática e até palatável, mas tudo indica que o relator não está empenhado em destruir o meio ambiente. Muito pelo contrário, ele parece estar apenas tentando conciliar a preservação ambiental e os interesses nacionais, e isso é outro departamento, onde não cabem discussões emocionais. Quando se fala em interesses nacionais, é preciso saber exatamente onde a gente está pisando, para não cairmos no pântano da cobiça internacional sobre um dos maiores bens renováveis do Brasil – o agronegócio. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa

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Brasil: Os donos do poder

O caso Palocci, independentemente do desfecho que tenha, deveria ser examinado como mais um exemplo vexaminoso do poder à brasileira. Infelizmente, não foi nem será, já que tudo fica sempre limitado a uma rixa entre petistas e tucanos, sob a noção tácita do “todos temos rabo preso”. A declaração da presidente Dilma Rousseff, depois de vários dias de silêncio, de que Palocci estaria prestando esclarecimentos aos “órgãos de controle”, e pedindo que a questão não seja “politizada”, foi mais um antídoto contra o oba-oba em torno de seu perfil mais discreto que o de Lula (como se alguém pudesse ser menos discreto do que ele). Não é apenas aos órgãos de controle que ele deve prestar esclarecimentos; é à sociedade. E quem politizou a questão foi o próprio governo, ao fazer comparações com outros ex-ministros que prestam consultoria e ao mentir que esses órgãos estariam informados do salto de patrimônio. O que dizer então da interferência de Lula? Certo, ao ver que o governo tinha feito besteira ao ameaçar o PMDB de perder ministérios em função da crise, a malemolência e popularidade do ex-presidente pareceram úteis. Mas onde estava Dilma até quinta-feira, quando enfim veio a público e tomou a defesa do ministro da Casa Civil?[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Os termos foram lamentáveis, mas de qualquer forma seu papel como presidente não é ficar quieta diante de acusações desse porte contra o ocupante de um cargo tão fundamental, que ela mesma ocupou antes de sair à sucessão de Lula e depois entregou à sua grande amiga Erenice Guerra, que o converteu em balcão de negócios familiares. Se toda vez que passar por uma crise Dilma tiver de recorrer a Lula, convenhamos, jamais terá autonomia suficiente para fazer as mudanças de rumo necessárias. Que mudanças de rumo? A primeira seria justamente essa: limitar o balcão de negócios entre parentes e amigos na máquina pública, na qual o dinheiro do contribuinte escorre para o ralo de propinas, superfaturamentos e fraudes, como se vê agora em Campinas. Ao contrário do que prometeu ao longo de 22 anos, Lula não fez nada para mudar isso em seus oito anos de presidência. Ao contrário. Não só o número de escândalos aumentou, com destaque para o do mensalão, mas também se deu um carimbo oficial a essas “praxes” com o dinheiro público, com a máxima autoridade brasileira alegando repetidamente o “todo mundo faz” e o “eu não sabia”. (Será que ele não sabia também que seus filhos ganhariam passaportes diplomáticos como presente de Natal, nos estertores de seu segundo mandato?) A ascensão do PT ao Planalto Central foi a confirmação prática da boutade de que “a esquerda é a direita fora do poder”. Que o médico Palocci tenha multiplicado seu patrimônio vinte vezes em quatro anos apenas fazendo consultorias e palestras sobre economia, e que num ano só – justamente o ano eleitoral de 2010 – sua empresa tenha faturado R$ 20 milhões junto a empreiteiras e bancos, pouco antes de ser disfarçada de escritório imobiliário, são motivos mais que suficientes para ser chamado às falas pelos outros poderes. E não vale fazer como Renan Calheiros e brandir impunemente meia dúzia de notas fiscais forjadas, ou justificar a obscuridade com cláusulas contratuais que tampouco foram vistas; é preciso revelar o raio X desses negócios. Lula, de novo usando analogia boba vinda do futebol, teve o desplante de dizer que Palocci é um Pelé em sua área. Não, ele é melhor que Pelé: nem os negócios do atleta do século foram tão obscuros assim… E Pelé precisa fazer publicidade para ganhar tanto dinheiro num ano. Nem o “craque” Lula vai conseguir juntar essa quantia com suas “palestras”. Todos os dias lemos nos jornais o articulismo chapa branca assegurar que o Brasil vai muito bem, que em trinta anos estará igual aos Estados Unidos em termos de igualdade, que Lula foi o responsável direto pela criação de empregos e distribuição de renda dos últimos anos, etc. Ou seja, se o governo FHC deu as bases econômicas, Lula fez a virada social. Mas e a política, a ética, o desenvolvimento cultural da nação? Uma esquerda digna do nome não deveria cobrar impostos cada vez mais altos para as camadas mais pobres, barganhar cargos com retrógrados como Sarney, perpetuar o que Raymundo Faoro chamou de patrimonialismo. Ir contra o status quo seria mudar tudo isso, em vez de privatizar a máquina pública para ações entre amigos – e ainda querer chamá-las de “lobbies legais”. O poder à brasileira funciona segundo a mentalidade oligárquica e isso tem preço social e econômico. A sorte de seus donos é que o povo vai às ruas protestar contra jogadores de futebol, mas Palocci pode circular em qualquer cidade sem receber uma vaia sequer. Por que não me ufano. Quer exemplo maior da mentalidade do poder à brasileira do que o fato de Aldo Rebelo ser o relator do Código Florestal? Ele é do PC do B, nacionalista a ponto de querer farinha de mandioca em pizza, também se envolveu em escândalos e… agora é responsável por uma emenda que tem sido acusada de favorecer os ruralistas e o “agribusiness” mais ambientalmente desmatador. Décio Pignatari tem razão: o Brasil nunca teve surrealismo porque o país mesmo já é surreal. Faltam os escritores que mostrem isso. Daniel Piza/O Estado de S.Paulo

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Onde foi parar a tal da mudança climática?

Para quem acompanha o assunto, 2011 vem sendo incomum, pouco se falou em mudanças climáticas. E isso, no rasto do encontro de Cancún – considerado um sucesso relativo, após o fracasso de Copenhague, mesmo tendo deixado em aberto questões essenciais. E até agora, não faltaram enchentes e eventos meteorológicos extremos ao redor do mundo que diferentemente dos anos anteriores, não levaram a discussão de volta às manchetes. Tudo bem, no Brasil, o assunto do ano no meio ambiente – de mérito inquestionável – tem sido a reforma do Código Florestal. Mas onde estão os discursos de líderes mundiais prometendo mudanças para proteger o planeta das mudanças climáticas? Alguns até disseram que iriam investir pesado em energias renováveis, entre eles a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. O motivo? Bem, o desastre nuclear de Fukushima, no Japão, assustou países que dependem em grande parte da energia nuclear. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu uma longa entrevista à BBC. Quase meia hora sobre quase todos os assuntos. Quase, porque não disse sequer uma vez as palavras: “mudança climática” ou mesmo “aquecimento global”. Enquanto isso, os chamados “céticos” continuam a expressar as suas opiniões – raramente baseadas em ciência robusta, mas ocupando o espaço que a imprensa lhes dá. Apesar do barulho que fazem, pouca coisa mudou no consenso da comunidade científica em torno do assunto, como mostrou um estudo australiano nesta semana (uma das poucas vezes em que mudança climática foi manchete neste ano). Por onde anda a opinião pública? Essa é a pergunta que me faço. Considerando que pesos-pesados da política, que costumam pagar pequenas fortunas para saber o que os seus eleitores pensam, não têm tocado no assunto – Obama falou no máximo em política energética -, seria errado supor que o assunto ficou impopular? Na semana que vem, representantes dos países que participam da convenção da ONU sobre mudança climática (UNFCCC) voltam a se reunir em Bonn para diminuir as distâncias entre as posições dos 192 países. Afinal, em dezembro, um novo encontro sobre o clima, dessa vez na África do Sul, deveria alinhavar um acordo global. Alguém ainda se importa? Eric Camara/BBC

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Carta de um “matuto” para um ecologista

  Prezado Luis, quanto tempo. Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava. Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo… hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis? Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro… Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente. Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis? Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário? Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca. Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo. Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora. Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né? Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado. Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa. Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o

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