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Guerra Híbrida; você sabe o que é isso?

Entenda o que é a guerra híbrida: a nova guerra do século 21 tem o Brasil no epicentro.  Nos manuais norte-americanos as ações não-convencionais contra “forças hostis” a Washington. A centralidade do Pré-Sal no impeachment. Como os super-ricos cooptam a velha classe média. O Brasil no epicentro da Guerra Híbrida Revoluções coloridas nunca são demais. Os Estados Unidos, ou o Excepcionalistão, estão sempre atrás de atualizações de suas estratégias para perpetuar a hegemonia do seu Império do Caos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A matriz ideológica e o modus operandi das revoluções coloridas já são, a essa altura, de domínio público. Nem tanto, ainda, o conceito de Guerra Não-Convencional (UW, na sigla em inglês). Esse conceito surgiu em 2010, derivado do Manual para Guerras Não-Convencionais das Forças Especiais. Eis a citação-chave: “O objetivo dos esforços dos EUA nesse tipo de guerra é explorar as vulnerabilidades políticas, militares, econômicas e psicológicas de potências hostis, desenvolvendo e apoiando forças de resistência para atingir os objetivos estratégicos dos Estados Unidos. […] Num futuro previsível, as forças dos EUA se engajarão predominantemente em operações de guerras irregulares (IW, na sigla em inglês)”. “Potências hostis” são entendidas aqui não apenas no sentido militar; qualquer país que ouse desafiar um fundamento da “ordem” mundial centrada em Washington pode ser rotulado como “hostil” – do Sudão à Argentina. As ligações perigosas entre as revoluções coloridas e o conceito de Guerra Não-Convencional já desabrocharam, transformando-se em Guerra Híbrida; caso perverso de Flores do Mal. Revolução colorida nada mais é que o primeiro estágio daquilo que se tornará a Guerra Híbrida. E Guerra Híbrida pode ser interpretada essencialmente como a Teoria do Caos armada – um conceito absoluto queridinho dos militares norte-americanos (“a política é a continuidade da guerra por meios linguísticos”). Meu livro Império do Caos, de 2014, trata essencialmente de rastrear uma miríade de suas ramificações. Essa bem fundamentada tese em três partes esclarece o objetivo central por trás de uma Guerra Híbrida em larga escala: “destruir projetos conectados transnacionais multipolares por meio de conflitos provocados externamente (étnicos, religiosos, políticos etc.) dentro de um país alvo”. Os países do BRICS (Brasil Rússia, Índia, China e África do Sul) – uma sigla/conceito amaldiçoada no eixo Casa Branca-Wall Street – só tinham de ser os primeiros alvos da Guerra Híbrida. Por uma miríade de razões, entre elas: o plano de realizar comércio e negócios em suas próprias moedas, evitando o dólar norte-americano; a criação do banco de desenvolvimento dos BRICS; a declarada intenção de aumentar a integração na Eurásia, simbolizada pela hoje convergente “Rota da Seda”, liderada pela China – Um Cinturão, Uma Estrada (OBOR, na sigla em inglês), na terminologia oficial – e pela União Econômica da Eurásia, liderada pela Rússia (EEU, na sigla em inglês). Isso implica em que, mais cedo do que tarde, a Guerra Híbrida atingirá a Ásia Central; o Quirguistão é o candidato ideal a primeiro laboratório para as experiências tipo revolução colorida dos Estados Unidos, ou o Excepcionalistão. No estágio atual, a Guerra Híbrida está muito ativa nas fronteiras ocidentais da Rússia (Ucrânia), mas ainda embrionária em Xinjiang, oeste longínquo da China, que Pequim microgerencia como um falcão. A Guerra Híbrida também já está sendo aplicada para evitar o estratagema da construção de um oleoduto crucial, a construção do Ramo da Turquia. E será também totalmente aplicada para interromper a Rota da Seda nos Bálcãs – vital para a integração comercial da China com a Europa Oriental. Uma vez que os BRICS são a única e verdadeira força em contraposição ao Excepcionalistão, foi necessário desenvolver uma estratégia para cada um de seus principais personagens. O jogo foi pesado contra a Rússia – de sanções à completa demonização, passando por um ataque frontal a sua moeda, uma guerra de preços do petróleo e até mesmo uma (patética) tentativa de iniciar uma revolução colorida nas ruas de Moscou. Para um membro mais fraco dos BRICS foi preciso utilizar uma estratégia mais sutil, o que nos leva à complexidade da Guerra Híbrida aplicada à atual, maciça desestabilização política e econômica do Brasil. No manual da Guerra Híbrida, a percepção da influência de uma vasta “classe média não-engajada” é essencial para chegar ao sucesso, de forma que esses não-engajados tornem-se, mais cedo ou mais tarde, contrários a seus líderes políticos. O processo inclui tudo, de “apoio à insurgência” (como na Síria) a “ampliação do descontentamento por meio de propaganda e esforços políticos e psicológicos para desacreditar o governo” (como no Brasil). E conforme cresce a insurreição, cresce também a “intensificação da propaganda; e a preparação psicológica da população para a rebelião.” Esse, em resumo, tem sido o caso brasileiro. Um dos maiores objetivos estratégicos do Excepcionalistão é em geral um mix de revolução colorida e Guerra Híbrida. Mas a sociedade brasileira e sua vibrante democracia eram muito sofisticadas para métodos tipo hard, tais como sanções ou a “responsabilidade de proteger” (R2P, na sigla em inglês). Não por acaso, São Paulo tornou-se o epicentro da Guerra Híbrida contra o Brasil. Capital do estado mais rico do Brasil e também capital econômico-financeira da América Latina, São Paulo é o nódulo central de uma estrutura de poder interconectada nacional e internacionalmente. O sistema financeiro global centrado em Wall Street – que domina virtualmente o Ocidente inteiro – não podia simplesmente aceitar a soberania nacional, em sua completa expressão, de um ator regional da importância do Brasil. A “Primavera Brasileira” foi virtualmente invisível, no início, um fenômeno exclusivo das mídias sociais – tal qual a Síria, no começo de 2011. Foi quando, em junho de 2013, Edward Snowden revelou as famosas práticas de espionagem da NSA. No Brasil, a questão era espionar a Petrobras. E então, num passe de mágica, um juiz regional de primeira instância, Sérgio Moro, com base numa única fonte – um doleiro, operador de câmbio no mercado negro – teve acesso a um grande volume de documentos sobre a Petrobras. Até o momento, a investigação de dois anos da Lava Jato não revelou como eles conseguiram

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CIA considera Wikileaks agência hostil

O Senado americano quer enquadrar a Wikileaks como “Agência de Inteligência Hostil” Já foi fácil torcer pelo WikiLeaks. Mas, desde 2010, muitos – eu, inclusive – assistiram com um certo desânimo a derrocada do site, que foi de organização corajosa, capaz de dar guarida aos vazamentos de Chelsea Manning, a uma miscelânea de campanhas de má-fé e revelações para chamar a atenção da mídia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Chegamos ao ponto em que o WikiLeaks sustenta a teoria da conspiração conhecida como Pizzagate (segundo a qual o ex-diretor de campanha de Hillary Clinton estaria por trás de uma rede de pedofilia). Julian Assange não consegue nem mesmo escrever um tweet sobre óculos escuros sem um viés conspiracionista. Nesse contexto, dá para entender quem pensa que o fundador do site é movido não só pelo zelo à transparência como também pelas várias contas que tem a acertar. Mas mesmo os críticos mais duros do WikiLeaks devem se opor à tentativa do Senado norte-americano de rotulá-lo como “agência de inteligência não-estatal e hostil” no projeto de lei que define o orçamento deste ano para os serviços de inteligência dos EUA. Ron Wyden, por exemplo, não é exatamente um amigo do WikiLeaks. Em maio, o gabinete do senador de Oregon publicou no Twitter que era “um fato estabelecido” que “Trump estimulou ativamente os russos e o WikiLeaks a atacar a democracia [norte-americana]”. Também destacou os suspeitos elogios de Trump ao WikiLeaks durante a campanha eleitoral. Assim como seus colegas democratas do Comitê de Inteligência do Senado, Wyden aderiu à linguagem dura, usada no projeto de lei, para se referir à intromissão russa. Mas, diferentemente de seus pares, votou contra o texto por conta da seguinte frase: “O Congresso entende que o WikiLeaks e a liderança do WikiLeaks se assemelham a um serviço de inteligência não-estatal e hostil, frequentemente apoiado por agentes do Estado, e devem ser tratados como tal pelos Estados Unidos”. Mas então, o que é exatamente um “serviço de inteligência não-estatal e hostil”? Excelente pergunta. “Serviço de inteligência” significa agência de espionagem. E agências de espionagem, por sua vez, são ferramentas do governo – ou seja, nunca são não-estatais. É exatamente por isso que Wyden, apesar de se opor ao WikiLeaks e de estar determinado a investigar a interferência russa no processo eleitoral, saiu em defesa do site. Resoluções oficiais são perigosas quando ninguém sabe ao certo a que se aplicam. Pode até ser que a expressão seja puramente simbólica. Mas a cláusula pode ser bem mais nociva, ameaçando muitas publicações que consideramos que não têm nada a ver com interferência externa. O jornal “The Hill” relata que Wyden se opos ao uso da “frase heterodoxa” para definir o WikiLeaks porque o termo ambíguo “pode ter consequências legais, constitucionais e políticas, principalmente se for aplicado a jornalistas que estejam investigando assuntos sigilosos”. Wyden afirma ainda que a ideia de que “o governo dos EUA tenha um plano de ação não declarado contra ‘serviços de inteligência não-estatais e hostis’ é igualmente perturbadora”. Quando o diretor da CIA Mike Pompeo usou essa mesma expressão para descrever o WikiLeaks durante uma palestra em um think tank, em abril, as palavras já haviam soado bem obscuras. Nada mudou quatro meses depois, a não ser a possibilidade de esse tipo de linguagem se tornar de fato uma política de governo. Isso é muito sintomático e preocupante, mesmo que você odeie o WikiLeaks. O assessor de imprensa de Wyden, Keith Chu, afirma que, apesar de o senador “ter reiteradamente criticado o WikiLeaks pelo papel a que se prestou na última eleição, de ferramenta da Rússia”, é fácil imaginar “como esse tipo de classificação poderia vir a ser empregado contra veículos de imprensa legítimos ou contra jornalistas que tenham usado materiais publicados pelo WikiLeaks”. Resumindo, independentemente da opinião que alguém possa ter sobre Assange e seu site, “o precedente aberto por essa nova categoria de inimigo dos EUA é perigoso”. O governo dos Estados Unidos abomina o WikiLeaks pelo menos desde 2010, quando o grupo divulgou mais de meio milhão de documentos que revelaram segredos de décadas da diplomacia norte-americana e das guerras do Iraque e do Afeganistão. Esse desprezo oficial não é segredo para ninguém. O site existe para antagonizar e constranger governos do mundo inteiro, mas o poder norte-americano sempre foi seu principal alvo – e a bête noire de Assange. O ódio ao fundador do WikiLeaks e o desejo de vê-lo fracassar são comuns a políticos de todo o espectro norte-americano, eleitos ou não. São sentimentos amplamente conhecidos da opinião pública – assim como a hostilidade irredutível de Assange aos Estados Unidos. O que permanece nas sombras é uma prova clara de que o WikiLeaks seja um “serviço de inteligência não-estatal e hostil”, o que quer que isso signifique. A versão não-sigilosa do relatório da Comunidade de Inteligência dos EUA sobre a suposta interferência russa no processo eleitoral diz: “Avaliamos, com um alto grau de certeza, que a inteligência militar russa (o Departamento Central de Inteligência ou GRU) obteve material via operações cibernéticas, de maneira pública, e via veículos de mídia, de maneira reservada, e o repassou ao WikiLeaks”. O relatório aponta que “é muito provável que Moscou tenha escolhido o WikiLeaks por conta de sua autoproclamada reputação de autenticidade”, mas não diz mais sobre a colaboração entre as duas entidades. É importante estabelecer a diferença entre endossar uma ação e fazer de fato parte dela. Se não houvesse distinção entre os dois, a redação do Breibart News, portal de notícias de extrema-direita, ficaria numa barraca no próprio Jardim Sul da Casa Branca. Parece bem plausível que o WikiLeaks tenha em alguma medida conspirado com parte do governo russo. O hacker de pseudônimo Guccifer 2.0, considerado por analistas privados e pelo governo dos EUA como uma invenção da inteligência russa, foi transparente quanto à sua colaboração com o WikiLeaks (no verão passado, Guccifer 2.0 me disse que eles estavam prestes a repassar informações sobre o Partido Democrata para o WikiLeaks, o que de fato aconteceu pouco depois). O alinhamento de Putin, Assange e Trump em termos de valores e objetivos também é

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CIA e a arte moderna como catequese

A arte moderna como arma da CIA A Agência Central de Inteligência usou-se da arte moderna americana, incluindo as obras de artistas como Jackson Pollock, Robert Motherwell, Willem de Kooning e Mark Rothko, como uma arma na Guerra Fria.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Quadro expressionista abstrato premiado. Vemos um quadro sem nada, exceto com alguns rabiscos numa tela. É exatamente o que o capitalismo quer que você tenha em mente, “nada”, e para o capitalismo isso é “liberdade”. Durante décadas nos círculos de arte isso ou era um boato ou uma piada, mas agora confirma-se como um fato. Na forma de um príncipe da Renascença, exceto por agir secretamente, a CIA fomentou e promoveu a Pintura Expressionista Abstrata Americana em todo o mundo por mais de 20 anos.A conexão é improvável. Este foi um período, na década de 50 e 60, em que a grande maioria dos americanos não gostava ou mesmo desprezava a arte moderna, o presidente Truman resumiu o ponto de vista popular ao dizer: “Se isso é arte, então sou Hottentot”. Para os próprios artistas, muitos eram ex-comunistas que mal eram aceitos na América da era mccarthista, e certamente não o tipo de pessoas que normalmente recebiam apoio do governo americano.Por que a CIA passou a apoiá-los? Por que na guerra de propaganda contra a União Soviética, esse novo movimento artístico poderia ser apresentado como prova da criatividade, da liberdade intelectual, e o poder cultural dos EUA. A arte russa, presa na camisa de força ideológica comunista, não poderia competir. A existência dessa política, presente em rumores e contestada por muitos anos, agora foi confirmada pela primeira vez por um ex-oficiais da CIA. Desconhecida para os artistas, a nova arte americana era secretamente promovida sob uma política conhecida como “longa coleira”, acordos semelhantes aos do apoio indireto da CIA ao jornal Encounter, editado por Stephen Spender. A decisão de incluir a cultura e a arte no arsenal da Guerra Fria nos EUA foi tomada assim que a CIA foi fundada em 1947. Consternada com o apoio que o comunismo ainda tinha entre muitos intelectuais e artistas no ocidente, a nova agência organizou uma divisão, os Inventários Ativos de Propaganda(Propaganda Assets Inventory), que em seu auge pôde influenciar mais de 800 jornais, revistas e formadores de opinião pública. Eles brincavam dizendo que era como uma caixa de música Wurlitzer: quando a CIA apertava o botão, podia-se ouvir qualquer música tocando pelo mundo inteiro. O próximo passo decisivo veio em 1950, quando a Divisão de Organizações Internacionais (IOD) foi instituída por Tom Braden. Foi este escritório que subsidiou a versão animada de A Revolução dos Bichos de George Orwell, que patrocinou artistas americanos de jazz, recitais de ópera, a programada turnê internacional da Orquestra Sinfônica de Boston. Seus agentes foram colocados na indústria cinematográfica, em editoras, assim como escritores viajantes para os celebrados guias Fodor. E, agora sabemos, ela promoveu o movimento de vanguarda anárquico conhecido como Expressionismo Abstrato. Inicialmente, mais tentativas abertas foram feitas para apoiar a nova arte americana. Em 1947, o Departamento de Estado organizou e pagou por uma exibição internacional chamada “Avançando a Nova Arte Americana”, com o escopo de refutar sugestões soviéticas de que a América era um deserto cultural. Mas o show causou indignação em casa, levando a Truman e sua observação sobre Hottentott e um congressista amargurado a declarar: “Eu sou só um americano idiota que paga impostos para este tipo de lixo”. A turnê teve que ser cancelada. O governo dos EUA agora enfrenta um dilema. Esse filistinismo, combinado com as denúncias histéricas de Joseph McCarthy de que tudo o que era de vanguarda ou não ortodoxo era profundamente embaraçoso. Ele desacreditou a ideia de que a América era uma sofisticada e culturalmente rica democracia. Ele também impediu o governo dos EUA de consolidar uma mudança de supremacia cultural de Paris para Nova Iorque desde 1930. Para resolver esse dilema, a CIA foi chamada. A conexão não é tão estranha quanto pode parecer. Neste momento a nova agência, composta principalmente por graduados de Yale e Harvard, muitos dos quais colecionavam arte e escreviam romances em seu tempo livre, eram um refúgio do liberalismo quando comparado com um mundo político dominado por McCarthy ou com o FBI de J. Edgar Hoover. Se havia uma instituição política que estava em posição de celebrar uma coleção de leninistas, trotskistas e alcólatras que compunham a Escola de Nova Iorque, esta era a CIA. Até agora não houve nenhuma evidência em primeira mão para provar que esta ligação foi feita, mas nela, pela primeira vez alguém oficial no caso quebrou o silêncio. Sim, como foi dito, a agência viu o Expressionismo Abstrato como uma oportunidade e sim, a agência correu com ele. “No que diz respeito ao expressionismo abstrato, eu adoraria ser capaz de dizer que a CIA inventou isso apenas para ver o que acontece em Nova York e no centro SoHo amanhã!”, brincou. “Mas eu acho que o que fizemos realmente foi reconhecer a diferença. Foi reconhecido que o Expressionismo Abstrato era o tipo de arte que fez realismo socialista olhar ainda mais estilizado e mais rígido e confinado do que era. E essa relação foi explorada em algumas das exposições. “De certa forma o nosso entendimento foi ajudado porque Moscou naqueles dias era muito cruel na sua denúncia de qualquer tipo de não-conformidade com os seus próprios padrões muito rígidos. Assim, pode-se de forma adequada e precisa raciocinar que qualquer coisa que eles criticavam muito e com mão pesada valia a pena ser apoiado de uma forma ou de outra”. Para prosseguir em seu interesse clandestino na vanguarda esquerdista da América, a CIA tinha que ter certeza de que seu patrocínio não poderia ser descoberto. “Questões desse tipo só poderiam ter sido feitas em dois ou três removes”, o Sr. Jameson explicou, “de modo que não haveria qualquer questão de ter que limpar Jackson Pollock, por exemplo, ou fazer qualquer coisa que possa envolver essas pessoas com a organização. E não

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BND grampeou a Casa Branca

Angela Merkel, quando descobriu que havia sido grampeada pelo Obama condenou – hahahah – a atitude do “Nigeriano Haviano” com esse cinismo: “Espionagem entre amigos é algo que não dá [para aceitar]” José Mesquita – Editor Serviço secreto alemão espionou Casa Branca, diz revista “Der Spiegel” diz ter tido acesso a documentos que comprovam que agência de inteligência da Alemanha monitorou, durante anos, conteúdo de e-mails e telefonemas de centenas de alvos nos EUA.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Casa Branca teria sido apenas um dos alvos no governo dos EUA O Serviço Federal de Informações da Alemanha (BND) teria espionado centenas de alvos nos Estados Unidos, incluindo empresários americanos e a Casa Branca, segundo reportagem publicada nesta quinta-feira (22/06) pela revista alemã Der Spiegel. De acordo com a revista, o serviço secreto alemão monitorou linhas telefônicas e e-mails nos eUA usando uma lista de cerca de 4 mil termos de busca, os chamados seletores, entre 1998 e 2006. Além da Casa Branca, os alvos incluíam o Departamentos de Estado, a Força Aérea Americana e a Nasa, entre outras instituições governamentais. Centenas de embaixadas estrangeiras em Washington e escritórios de organizações internacionais no país, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), também estiveram na mira do BND. Essas informações estariam em documentos, aos quais a revista teve acesso. A descoberta pode causar embaraços para o governo alemão. Em 2013, quando foi revelado o escândalo de espionagem envolvendo a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, da qual o celular da chanceler federal teria sido alvo, Angela Merkel condenou a atitude americana. “Espionagem entre amigos é algo que não dá [para aceitar]”, declarou Merkel na época. A indignação pegou mal meses depois, ao ser revelado que o serviço secreto alemão ajudava a NSA a espionar aliados europeus. E agora, “como mostram os documentos, o BND também não teve inibição alguma no passado para grampear instituições governamentais em Washington”, diz a Der Spiegel. Ao depor como testemunha na audiência final do comitê parlamentar encarregado de investigar o escândalo de espionagem envolvendo a NSA e o serviço secreto alemão, em fevereiro deste ano, Merkel desmentiu alegações de que sabia desde o início sobre a ampla espionagem de aliados por parte da NSA e do BND. Ela admitiu, porém, erros técnicos e organizacionais. O relatório final da investigação deve ser debatido no Parlamento nas próximas semanas, mas o atual escândalo não deve pesar neste inquérito parlamentar. Procurado pela Der Spiegel, o BND se recusou a comentar a suposta espionagem. CN/ots

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Wikileaks revela o suposto método da CIA para ‘hackear’ telefones

Portal assegura que divulgará “o maior vazamento de dados de inteligência da história” Julian Assange segura um relatório da ONU na embaixada de Equador. AP O Wikileaks, plataforma fundada por Julian Assange para divulgar informações confidenciais ou privadas, iniciou nesta terça-feira a publicação de milhares de documentos que atribui ao Centro de Inteligência Cibernética da CIA.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O material consistiria, segundo o WikiLeaks, de detalhes e ferramentas de um programa de espionagem cibernética dos serviços de inteligência norte-americanos, cuja publicação colocaria a agência federal em sérios apuros. O site afirma se tratar do maior vazamento da história da CIA, pois a agência de inteligência “recentemente perdeu o controle da maioria do seu arsenal de hackeamento, incluindo softwares, vírus maliciosos, troyans, sistemas de controle remoto e documentação associada”, segundo o WikiLeaks. “O arquivo parece ter estado circulando de forma não autorizada entre ex-hackers e prestadores de serviços do Governo, um dos quais ofereceu fragmentos ao Wikileaks”, acrescenta o site em um comunicado. Uma parte do vazamento, ao qual o Wikileaks se refere como Ano Zero, consiste de 8.761 documentos e arquivos de uma rede isolada de alta segurança, situada no chamado Centro de Inteligência Cibernética que a CIA mantém em Langley (Virgínia), que incluem esses instrumentos de espionagem. O chamado programa Ano Zero incluiria especificamente uma série de armas informáticas para poder grampear telefones e aparelhos produzidos por companhias norte-americanas, como os iPhones da Apple, o sistema Android do Google, o Windows da Microsoft e os televisores Samsung, que assim se tornariam microfones disfarçados. Estes documentos serão divulgados após vazamentos relativos a partidos e políticos franceses durante a campanha eleitoral de 2012. Agentes da CIA teriam recebido ordens de averiguar conversas privadas de Nicolas Sarkozy sobre outros candidatos, assim como as estratégias de François Hollande e Marine Le Pen, as dinâmicas partidárias e suas posições com relação à política econômica. No final do ano, as agências de inteligência dos Estados Unidos acusaram Moscou de orquestrar uma campanha de espionagem durante as eleições presidenciais de novembros nos EUA, mas numa escala muito diferente deste caso, já que acusavam o Kremlin de revelar emails do Partido Democrata – publicados pelo próprio Wikileaks – e difundir notícias falsas, entre outras estratégias, a fim de prejudicar a candidatura de Hillary Clinton e favorecer a chegada de Donald Trump ao poder. Esse episódio contrapôs Trump, então presidente-eleito, aos seus próprios serviços de espionagem, cuja credibilidade ele colocou em dúvida. Depois de tomar posse na Casa Branca, em 20 de janeiro, voltou a enfrentar esse assunto quando a imprensa divulgou as conexões de membros da sua equipe com Moscou. As revelações desta terça-feira, se confirmadas, darão a Trump um bom trunfo para sua tese de que a CIA está infestada de fofoqueiros que não cuidam direito da informação confidencial. Jonathan Liu, porta-voz da CIA citado pela agência AP, limitou-se dizer que não faria comentários sobre a autenticidade ou conteúdo de tais documentos. O WikiLeaks havia planejado uma entrevista coletiva via internet para apresentar seu projeto Vault 7, mas posteriormente anunciou no Twitterque suas plataformas tinham sido atacadas e que tentará se comunicar mais tarde. Em nota, o australiano Assange, refugiado desde 2012 na Embaixada do Equador em Londres, disse que o vazamento desta terça-feira é “excepcional do ponto de vista legal, político e forense”.

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Donald Trump contraria Serviço Secreto dos EUA e ainda usa um Galaxy S3

A segurança nacional dos Estados Unidos pode depender do nível de segurança do Android 4.4. Donald Trump, novo presidente do país, parece ter ignorado a instrução do Serviço Secreto e continua usando seu celular antigo para acessar a internet e usar o Twitter, abrindo brechas para ataques hackers. (Foto: Josh Haner / New York Times) Ninguém confirma oficialmente qual é o modelo usado por Trump, mas pelas fotos publicadas com ele e seu aparelho, tudo indica que o modelo seja um Galaxy S3, lançado pela Samsung em 2012, como indica esta análise do site Android Central. Isso é um problema sério, porque a empresa não lançou nenhuma atualização para o modelo desde a versão KitKat, lançada em 2013.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Em um perfil do novo presidente dos EUA, a jornalista Maggie Haberman, do New York Times conta que o telefone ainda é usado por Trump para usar o Twitter, e ainda é capaz de receber chamadas. Como qualquer usuário de Android deve saber, um aparelho abandonado pela fabricante há tanto tempo já não é muito seguro para ser usado. Uma pessoa comum ainda pode aceitar o risco e continuar usando seu celular, mas quando se trata de alguém em um cargo tão alto, o perigo se torna muito maior. Afinal de contas, Trump é um alvo de interesse de qualquer hacker no mundo, e com a ciberguerra se tornando um fator cada vez mais importante da política global, qualquer brecha é um perigo. O Serviço Secreto orienta os novos presidentes a substituírem seus celulares ao assumirem o cargo. Barack Obama tinha um BlackBerry quando chegou ao poder, que foi substituído por outro aparelho completamente travado, incapaz de fazer fotos, enviar mensagens, reproduzir música, fazer chamadas ou se conectar a internet. O intuito é justamente reduzir ao máximo os riscos trazidos por uma tecnologia tão pessoal (e invasiva!) quanto um celular. Um aparelho infectado poderia se transformar em um microfone que transmite em tempo real as conversas de um presidente, ou transmitir sua localização para pessoas com más intenções 24 horas por dia. Basta que o usuário, no caso Donald Trump, clique em um link que não deveria no Twitter. Via The Guardian

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CIA libera 13 milhões de documentos secretos que incluem relatos sobre óvnis e experiências psíquicas

O arquivo da CIA agora pode ser analisado por qualquer um, e a qualquer hora Direito de imagemGETTY IMAGES A CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, liberou para o acesso público cerca de 13 milhões de documentos secretos. Os documentos foram liberados na internet nesta quarta-feira depois de muita pressão de defensores das leis de liberdade de informação e de um processo contra a agência.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Entre os documentos estão comunicados internos, pesquisas, relatos de avistamentos de óvnis e até mesmo experiências psíquicas. Trata-se de quase 800 mil arquivos, que totalizam 13 milhões de páginas – eles podem ser acessados aqui. Entre os documentos estão registros de Henry Kissinger, secretário de Estado americano durante os mandatos dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, além de centenas de milhares de páginas de análises de informações secretas e pesquisas científicas. Stargate Entre os registros considerados mais “exóticos” estão os documentos do chamado programa Stargate, que analisava poderes psíquicos e percepções extrassensoriais. Nesses documentos estão incluídos os testes feitos para analisar as habilidades psíquicas de Uri Geller em 1973, quando ele já era famoso por apresentações demonstrando seus “poderes”. Nos documentos disponibilizados pela CIA estão detalhes dos resultados de testes realizados em Uri Geller, nos quais ele tentou copiar desenhos feitos por pesquisadores em outra sala Os memorandos detalham como Geller conseguiu reproduzir em parte figuras que foram desenhadas por outras pessoas em uma sala separada de onde ele estava. Ele reproduziu os desenhos com graus variáveis de precisão – em algumas vezes, replicando o que estava sendo criado por outras pessoas. Isso levou os pesquisadores a escrever que Geller “demonstrou sua habilidade perceptiva paranormal de uma forma convincente e sem ambiguidade”. Os documentos também incluem uma série de relatos de avistamento de discos voadores e os recibos de compra de tinta invisível. Acesso difícil Boa parte das informações liberadas já podia ser acessada pelo público desde o meio da década de 1990, mas de uma forma muito difícil. Os documentos só estavam disponíveis a partir de computadores localizados nos fundos de uma biblioteca nos Arquivos Nacionais, em Maryland. E a consulta só podia entre as 9h e as 16h30. Relatos de óvnis também estão inclusos nos documentos divulgados Direito de imagemSCIENCE PHOTO LIBRARY O grupo sem fins lucrativos MuckRock, defensor da liberdade de informação, processou a CIA para obrigar o serviço secreto a disponibilizar a coleção de documentos online, um procedimento que demorou mais de dois anos. Ao mesmo tempo, o jornalista Mike Best usou outra estratégia para pressionar a agência. Por meio de crowdfunding (“vaquinha virtual”), Best conseguiu US$ 15 mil (mais de R$ 48 mil) para visitar o local, imprimir esses arquivos e então divulgá-los para o público, um por um. Em sua página de crowdfunding, Best explica que o orçamento para o projeto foi relativamente pequeno porque a “CIA está reembolsando os Arquivos Nacionais pelo custo do papel e da tinta – a impressão dos documentos é de graça”. “Ao escanear e imprimir os arquivos às custas da CIA, consegui começar a torná-los disponíveis para o público e dar à agência um incentivo financeiro para simplesmente colocar o banco de dados online”, escreveu o jornalista em um blog.

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EI está preparando terroristas para atacar Ocidente, diz CIA

Em relatório enviado ao Congresso, agência afirma que “Estado Islâmico” planeja novos ataques contra inimigos externos. Apesar dos progressos no campo de batalha, grupo mantém capacidade terrorista, reconhece diretor. Vídeo de propaganda do EI mostra combatentes do grupo no Iraque e na Síria O diretor da CIA, John Brennan, alertou o Congresso americano nesta quinta-feira (16/06) sobre os planos futuros do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) contra o Ocidente, informou a agência de notícias AP. Num relatório preparado para o Comitê de Inteligência do Senado, ao qual a AP teve acesso, Brennan diz que o EI está trabalhando para dirigir e inspirar novos ataques contra inimigo externos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “O EI tem um grande quadro de combatentes ocidentais que poderiam servir como potenciais operadores para ataques no Ocidente”, afirma se referindo a atentados recentes como os de Paris e Bruxelas. O diretor da agência de inteligência americana diz que as lideranças do grupo extremista têm tentado enviar combatentes aos países-alvo como requerentes de asilo ou até em viagens normais, com documentação. Brennan acrescentou que o EI incentiva seguidores a fazer ataques como “lobos solitários” nos países onde vivem. É o caso do americano de origem afegã Omar Mateen, que matou 49 pessoas numa casa noturna gay em Orlando no último domingo. Brennan classificou o massacre como “ato abominável de violência gratuita”. Perdas e ganhos Os EI está aos poucos cultivando suas ramificações para formar uma rede interconectada, segundo a CIA. O ramo líbio é o mais avançado e perigoso, e o braço da organização na Península do Sinai se tornou o “mais ativo e com maior potencial terrorista no Egito”, atacando posições oficiais e militares do governo, aponta Brennan. O ramo no Iêmen estaria enfrentando dificuldades, assim como os do Afeganistão e Paquistão, devido à rivalidade com o Talibã. Apesar de descrever o EI como um “adversário tremendo”, o diretor da CIA diz que a coalizão internacional liderada pelos EUA tem imposto perdas aos terroristas na Síria e no Iraque. O EI têm tido dificuldade em repor seus combatentes, pois menos deles estão viajando à Síria, e muitos desertaram. “O grupo parece estar muito longe de concretizar a visão divulgada por Abu Bakr al-Baghdadi [líder do EI], quando declarou o califado há dois anos em Mossul”, afirmou. A capacidade do EI de arrecadar dinheiro tem diminuído, mas os extremistas ainda obtêm uma receita mensal de 10 milhões de dólares, com a arrecadação de impostos e o comércio de petróleo, apontou o diretor. “Infelizmente, mesmo com todos os progressos contra o EI no campo de batalha e na esfera financeira, nossos esforços não têm reduzido a capacidade terrorista do grupo e seu alcance global”, disse Brennan.

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‘Exército pode se recusar a cumprir ordens de Trump’, diz ex-diretor da CIA

Ex-diretor da CIA afirma que discurso do candidato republicano viola todas as leis internacionais de conflitos armados. ‘Você não é obrigado a seguir uma ordem ilegal’, disse Hayden (Foto: Flickr) O ex-diretor da CIA Michael Hayden afirmou que há uma possibilidade legítima de que o Exército dos Estados Unidos se recuse a cumprir ordens dadas por Donald Trump caso o candidato republicano se torne o presidente do país. A afirmação foi feita na última sexta-feira, 26, no programa “Real Time with Bill Maher” do canal americano HBO.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Leia também: Por que Rússia e China torcem para Trump? “Eu ficarei incrivelmente preocupado se um presidente como Trump governar da maneira que ele se expressa em sua campanha eleitoral”, disse Hayden, que também foi chefe da Agência de Segurança Nacional americana entre 1999 e 2005. Para ele, a retórica do candidato levanta questões preocupantes. As declarações de Trump nas primárias, acerca de questões como a de refugiados e combate ao terrorismo, têm sido polêmicas. No início deste mês, Trump disse a uma comunidade de aposentados da Carolina do Sul que apoia técnicas de tortura em interrogatórios, como o afogamento e técnicas similares, para obter informações vitais de terroristas. “Tortura funciona”, afirma o candidato. A prática foi proibida desde o primeiro mandato do presidente Barack Obama. Além disso, Trump teria dito em diversas ocasiões que os Estados Unidos deveriam matar familiares de terroristas. “Eles não se importam com as próprias vidas, mas acreditem, se importam com a de sua família”, disse Trump no debate Republicano em dezembro do ano passado. Durante a entrevista, Michael Hayden disse que se Trump ordenasse que as Forças Armadas americanas matem familiares de terroristas, elas poderiam se recusar a cumprir a determinação. “Você não é obrigado a seguir uma ordem ilegal. Isso seria uma violação a todas as leis internacionais de conflitos armados”, afirmou o ex-mandatário da CIA. Fontes: Washinton Post-Former CIA director: Military may refuse to follow Trump’s orders if he becomes president

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BBC testa caixa de ‘tortura’ usada pela CIA na ‘Guerra ao Terror’

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos colocaram em prática o que chamaram de “técnicas aprimoradas de interrogatório”. Durante muito tempo, a CIA, a agência de inteligência americana, alegou, no entanto, que tais métodos, usados durante o governo de George W. Bush, não incluíam tortura, porque eram legalmente aprovadas pela Casa Branca. Mas a realidade era bem diferente. Em uma entrevista ao programa Panorama, da BBC, que foi ao ar nesta semana, Buzzy Krongard, ex-diretor-executivo da CIA, admitiu a prática de tortura. “Os métodos tinham como objetivo deixar os suspeitos ‘desconfortáveis’. Sem me ater à semântica, sim, era tortura (o que a CIA fazia). Havíamos sido informados por autoridades legais que podíamos torturar as pessoas e você diz que isso é errado”, afirmou ele à repórter da BBC Hillary Anderson.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Hillary decidiu se submeter a uma das técnicas mais usadas contra prisioneiros da guerra contra o terror: a caixa-preta. Com a ajuda de Malcomn Nance, um ex-instrutor da Marinha americana, essa polêmica técnica de interrogatório foi recriada pela primeira vez para uma emissora de TV. Nance era responsável por treinar militares sobre como resistir à tortura. Foi no seu programa de treinamento militar que a CIA se inspirou para extrair confissões à força de suspeitos de terrorismo. A caixa foi construída segundo especificações originais. Um dos prisioneiros chegou a ficar 29 horas dentro do objeto ao longo de três semanas. Presa dentro da caixa, a repórter confessa que permanecer dentro dela será um teste físico e mental. Os torturadores chegam a colocar, inclusive, uma gravação de bebês chorando compulsivamente para tentar desestabilizá-la. Ao fim de 12 minutos, Hillary chega ao limite e pede para sair. Leia mais: Chefe da CIA defende estratégia adotada após 11 de Setembro ‘Waterboarding’ Waterboarding – ou afogamento simulado – era uma das técnicas usadas pela CIA para extrair informações confidenciais de prisioneiros Depois da caixa preta, é a vez de recriar a técnica conhecida comowaterboarding (ou afogamento simulado). Chris Sampson, integrante da equipe de Nance, aceitou participar da simulação, sob condições estritamente controladas e com acompanhamento médico. Ele nunca havia sido submetido a tal técnica. Completamente imobilizado em cima de uma prancha de madeira, a sessão de afogamento simulado começa. Sampson mal consegue respirar e controlar seus movimentos. A sessão é interrompida 17 segundos depois, quando os torturadores tentam extrair informações privilegiadas dele. Se fosse real, o processo continuaria por horas a fio. Leia mais: Se tortura não funciona, qual é o melhor método de interrogatório? ‘Estado Islâmico’ Ao longo do tempo, no entanto, os métodos de tortura da CIA ganharam força em todos os níveis das Forças Armadas americanas e a autoridade moral do Ocidente começou a declinar. Nos campos de detenção do Iraque, o grupo autodenominado “Estado Islâmico” nasceu. Agora, o grupo recorre a táticas muito semelhantes às empregadas pelas forças americanas. Para especialistas de segurança, o programa de tortura dos Estados Unidos talvez tenha permitido vencer batalhas de inteligência, mas também alimentou o ódio em algumas partes do mundo. “Esse é um capítulo negro com o qual nós devemos aprender. E acho que o mundo também deve aprender. Esses não são os Estados Unidos que tanto defendemos. Nossos valores foram violados, nosso sistema de Justiça também, e não devemos deixar que isso aconteça de novo”, afirmou à BBC a senadora Dianne Feinstein.

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