Em relatório enviado ao Congresso, agência afirma que “Estado Islâmico” planeja novos ataques contra inimigos externos. Apesar dos progressos no campo de batalha, grupo mantém capacidade terrorista, reconhece diretor.
O diretor da CIA, John Brennan, alertou o Congresso americano nesta quinta-feira (16/06) sobre os planos futuros do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) contra o Ocidente, informou a agência de notícias AP.
Num relatório preparado para o Comitê de Inteligência do Senado, ao qual a AP teve acesso, Brennan diz que o EI está trabalhando para dirigir e inspirar novos ataques contra inimigo externos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”]
“O EI tem um grande quadro de combatentes ocidentais que poderiam servir como potenciais operadores para ataques no Ocidente”, afirma se referindo a atentados recentes como os de Paris e Bruxelas.
O diretor da agência de inteligência americana diz que as lideranças do grupo extremista têm tentado enviar combatentes aos países-alvo como requerentes de asilo ou até em viagens normais, com documentação.
Brennan acrescentou que o EI incentiva seguidores a fazer ataques como “lobos solitários” nos países onde vivem. É o caso do americano de origem afegã Omar Mateen, que matou 49 pessoas numa casa noturna gay em Orlando no último domingo. Brennan classificou o massacre como “ato abominável de violência gratuita”.
Perdas e ganhos
Os EI está aos poucos cultivando suas ramificações para formar uma rede interconectada, segundo a CIA. O ramo líbio é o mais avançado e perigoso, e o braço da organização na Península do Sinai se tornou o “mais ativo e com maior potencial terrorista no Egito”, atacando posições oficiais e militares do governo, aponta Brennan. O ramo no Iêmen estaria enfrentando dificuldades, assim como os do Afeganistão e Paquistão, devido à rivalidade com o Talibã.
Apesar de descrever o EI como um “adversário tremendo”, o diretor da CIA diz que a coalizão internacional liderada pelos EUA tem imposto perdas aos terroristas na Síria e no Iraque. O EI têm tido dificuldade em repor seus combatentes, pois menos deles estão viajando à Síria, e muitos desertaram.
“O grupo parece estar muito longe de concretizar a visão divulgada por Abu Bakr al-Baghdadi [líder do EI], quando declarou o califado há dois anos em Mossul”, afirmou.
A capacidade do EI de arrecadar dinheiro tem diminuído, mas os extremistas ainda obtêm uma receita mensal de 10 milhões de dólares, com a arrecadação de impostos e o comércio de petróleo, apontou o diretor.
“Infelizmente, mesmo com todos os progressos contra o EI no campo de batalha e na esfera financeira, nossos esforços não têm reduzido a capacidade terrorista do grupo e seu alcance global”, disse Brennan.