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A marcha da insensatez

Casal caminha no leito seco do Rio Yangtzé, na China, durante período de grande seca na região. Clique na imagem para ampliar Foto: Times/AP Nota do editor Tenho ao longo dos 5 anos do blog, recebido perguntas sobre o porquê dos títulos de algumas seções do blog. A marcha da insensatez é um deles. Explico: coloco nesses ‘posts’ fotos que demonstrem a insensatez do ser humano nas mais diferentes situações, povos e países. A minha referência para alertar sobre a estupidez das ações humanas, é o livro “A Marcha da Insensatez – De Tróia ao Vietnã” — José Olympio Editora —, da historiadora norte americana, já falecida, Barbara Tuchman. Aliás, um livro essencial em qualquer biblioteca, Se ainda viva fosse a excepcional historiadora, talvez o subtítulo do livro fosse  ‘De Tróia à Palestina’. “Pesquisando com rigor vasto espectro de documentos históricos, a autora traça e registra nesse livro, um dos mais estranhos paradoxos da condição humana: a sistemática procura pelos governos, de políticas contrárias aos seus próprios interesses.” Considerada a mais bem sucedida historiadora dos Estados Unidos, Barbara Tuchman, ganhadora do Prêmio Pulitzer, é autora de clássicos como: The Guns of August, The Proud Tower, Stilwell and the American Experience in China, A Distant Mirror e Pratcting History.

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A China, presa numa armadilha de dólares

Paul Krugman – Prêmio Nobel de Economia O Estado de São Paulo Ainda no início da crise financeira, os mais espirituosos brincavam dizendo que nosso comércio com a China tinha finalmente se tornado justo e equilibrado: eles nos vendiam brinquedos tóxicos e frutos do mar contaminados; nós vendíamos a eles valores mobiliários fraudulentos. Mas, hoje em dia, os dois extremos deste negócio parecem estar entrando em colapso. De um lado, o apetite mundial por produtos chineses diminuiu muito. As exportações chinesas caíram bastante nos últimos meses e estão 26% abaixo do nível registrado há um ano. Do outro lado, os chineses estão obviamente ficando inseguros em relação àqueles valores mobiliários. Mas a China ainda parece manter as suas expectativas irreais. E isso representa um problema para todos nós. Na semana passada a grande notícia foi um discurso feito pelo presidente do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, pedindo por uma nova “moeda supranacional para as reservas internacionais”. A ala paranoica do Partido Republicano prontamente alertou para um complô traiçoeiro que teria o objetivo de obrigar a América a desistir do dólar. Mas o discurso de Zhou foi na verdade uma admissão de fraqueza. Ele estava de fato dizendo que a China se meteu numa armadilha de dólares, da qual ela não é capaz de escapar, e nem é capaz de mudar as medidas que conduziram o país originalmente a esta situação. Um pouco de contextualização: no início da década, a China começou a registrar grandes lucros no comércio exterior, e também começou a atrair significativas quantidades de capital estrangeiro. Se a China tivesse uma taxa de câmbio flutuante – como o Canadá, por exemplo – isto teria levado a uma valorização da sua moeda, o que por sua vez teria reduzido a velocidade do crescimento das exportações chinesas. Mas a China decidiu em vez disso manter o valor do yuan mais ou menos constante em relação ao dólar. Para tanto, o governo foi obrigado a comprar dólares conforme eles inundavam o seu mercado. Com o passar dos anos, estes superávits comerciais continuaram a crescer – e o mesmo ocorreu com o açambarcamento chinês de ativos estrangeiros. A piada sobre os valores mobiliários fraudulentos é, na verdade, injusta. Exceto por um mergulho tardio e pouco estudado nas empresas de capital livre (escolhendo as melhores do mercado), os chineses acumularam principalmente ativos seguros, como os letras do Tesouro americano – os chamados T-bonds – compondo grande parte do montante total dos mesmos. Mas, apesar de serem os títulos mais seguros do planeta, os T-bonds pagam uma taxa de juros muito baixa. Será que houve uma estratégia profunda por trás deste acúmulo de T-bonds? Provavelmente não. A China adquiriu US$ 2 trilhões em reservas de moeda estrangeira – transformando a República Popular da China na República das Letras do Tesouro Americano – da mesma maneira que a Grã-Bretanha conquistou seu império: distraidamente. E parece que um belo dia os líderes chineses acordaram e perceberam que tinham diante de si um problema.

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Discurso de Obama é censurado na China

Fora o “paraíso” tropical cubano aonde mais poderia, ainda, existir a excrescência censória senão no império totalitário chinês? Contar a censura! Sempre! Antes que Cháves! Partes do discurso inaugural do presidente americano, Barack Obama, que falavam sobre “comunismo” e “dissidentes”, foram censurados na China. O principal canal de TV estatal, CCTV, e populares portais de internet tiveram que suprimir as referências feitas pelo presidente americano a temas considerados sensíveis na China. No discurso de posse, Obama disse: “Lembrem-se que gerações anteriores encararam o comunismo e o fascismo não apenas com mísseis e tanques, mas com vigorosas alianças e convicções duradouras”. Na transmissão da CCTV, o áudio da tradução simultânea foi interrompido a partir do momento em que a palavra “comunismo” apareceu na tela e a imagem do discurso em Washington foi cortada abruptamente para o estúdio em Pequim. O apresentador da CCTV pareceu ter sido pego de surpresa, mas deu continuidade ao programa perguntando para um convidado sobre os desafios econômicos que Obama enfrentará. Os portais Sina.com e Sohu.com, muito populares no país, também tiveram que omitir a palavra “comunista” do discurso de Obama. Dissidentes Outro trecho do discurso que foi suprimido dos principais portais chineses falava da “opressão de dissidentes”. “Àqueles que se agarram ao poder através de corrupção e enganação e silenciando dissidentes, saibam que vocês estão do lado errado da história, mas nós vamos estender a mão a vocês se estiverem dispostos a abrir seus punhos”, exclamou Obama. Sites em chinês, como o da agência de notícias estatal Xinhua, omitiram a palavra “comunista”, embora a tenham mantido na versão integral em inglês. Outro site popular, o Netease.cn cortou completamente o parágrafo que mencionava “comunismo e fascismo”, porém deixou o trecho sobre “dissidentes”, o que motivou internautas a comentar a passagem. Nas versões online do discurso em inglês o conteúdo original foi preservado na maioria dos casos. Já nas traduções para chinês, somente sites de Hong Kong puderam publicar a versão integral. Leitores dentro da China continental, entretanto, não têm acesso a sites de Hong Kong, como os dos jornais Apple Daily e o Mingpao, pois estes portais são constantemente bloqueados pela censura. Marina Wentzel – BBC

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Censura – China e Blogs

A organização Repórteres sem Fronteiras denuncia que o “democrático” governo Chinês retirou do ar dois blogs da poetisa tibetana Woeser. A poetisa utilizava os blogs nos endereços www.oser.tibetcul.net e www.blog.daqi.com para divulgar a cultura tibetana através de ensaios e poemas. Desde a ocupação chinesa do Tibet, nos anos 50, todos os tibetanos passaram a receber a educação formal em chinês. Para Oser, ou Woser, agrafia varia, escrever na língua tibetana é uma maneira de manter uma conexão com a cultura de sua terra. Oser a pouco tempo, teve um livro de sua autoria, banido pelo governo chinês, por fazer referências elogiosas ao Dalai Lama. Na época ela também perdeu o emprego, a casa e o direito à seguridade social, e foi obrigada a reconhecer em uma declaração pública que havia cometido “enganos políticos”. Seu livro foi publicado recentemente em Taiwan. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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