Discurso de Obama é censurado na China

Fora o “paraíso” tropical cubano aonde mais poderia, ainda, existir a excrescência censória senão no império totalitário chinês?

Contar a censura! Sempre! Antes que Cháves!

Partes do discurso inaugural do presidente americano, Barack Obama, que falavam sobre “comunismo” e “dissidentes”, foram censurados na China. O principal canal de TV estatal, CCTV, e populares portais de internet tiveram que suprimir as referências feitas pelo presidente americano a temas considerados sensíveis na China.

No discurso de posse, Obama disse: “Lembrem-se que gerações anteriores encararam o comunismo e o fascismo não apenas com mísseis e tanques, mas com vigorosas alianças e convicções duradouras”. Na transmissão da CCTV, o áudio da tradução simultânea foi interrompido a partir do momento em que a palavra “comunismo” apareceu na tela e a imagem do discurso em Washington foi cortada abruptamente para o estúdio em Pequim.

O apresentador da CCTV pareceu ter sido pego de surpresa, mas deu continuidade ao programa perguntando para um convidado sobre os desafios econômicos que Obama enfrentará. Os portais Sina.com e Sohu.com, muito populares no país, também tiveram que omitir a palavra “comunista” do discurso de Obama.

Dissidentes
Outro trecho do discurso que foi suprimido dos principais portais chineses falava da “opressão de dissidentes”. “Àqueles que se agarram ao poder através de corrupção e enganação e silenciando dissidentes, saibam que vocês estão do lado errado da história, mas nós vamos estender a mão a vocês se estiverem dispostos a abrir seus punhos”, exclamou Obama.

Sites em chinês, como o da agência de notícias estatal Xinhua, omitiram a palavra “comunista”, embora a tenham mantido na versão integral em inglês. Outro site popular, o Netease.cn cortou completamente o parágrafo que mencionava “comunismo e fascismo”, porém deixou o trecho sobre “dissidentes”, o que motivou internautas a comentar a passagem.

Nas versões online do discurso em inglês o conteúdo original foi preservado na maioria dos casos. Já nas traduções para chinês, somente sites de Hong Kong puderam publicar a versão integral. Leitores dentro da China continental, entretanto, não têm acesso a sites de Hong Kong, como os dos jornais Apple Daily e o Mingpao, pois estes portais são constantemente bloqueados pela censura.

Marina Wentzel – BBC

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