Enquanto a crise aperta, por um desses insondáveis mistérios da economia, o Brasil, zil, zil, vai caminhando contra o vento. Apesar ou por causa do apeduta? O Brasil bateu o recorde de captação anual de investimentos estrangeiros diretos (IED) em 2008. O fluxo foi de US$ 41,7 bilhões, a maior cifra já registrada. A alta foi de 20,6% em comparação aos US$ 34,6 bilhões do ano precedente, de acordo com a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O resultado do Brasil vai em direção contrária à tendência mundial, cujo fluxo caiu 21%. Segundo a agência da ONU, parte foi resultado de fusões e aquisições, que cresceram 13,6% no país, totalizando US$ 9,7 bilhões em 2008 contra US$ 8,6 bilhões no ano precedente. O fluxo de IED para o Brasil deve cair este ano, sem surpresa. O Banco Central trabalha com estimativa de US$ 30 bilhões. Em 2008, o fluxo de investimento estrangeiro ficou em torno dos US$ 37 bilhões – marca recorde. A Unctad vê boas oportunidades nos mercados emergentes para atrair investidores mesmo em meio da crise. Mas alerta que as políticas de investimentos adotadas pelos governos tem um papel central para isso. Assis Moreira, de Genebra – VALOR Online Investimento global cai 21% em 2008
Fora o “paraíso” tropical cubano aonde mais poderia, ainda, existir a excrescência censória senão no império totalitário chinês? Contar a censura! Sempre! Antes que Cháves! Partes do discurso inaugural do presidente americano, Barack Obama, que falavam sobre “comunismo” e “dissidentes”, foram censurados na China. O principal canal de TV estatal, CCTV, e populares portais de internet tiveram que suprimir as referências feitas pelo presidente americano a temas considerados sensíveis na China. No discurso de posse, Obama disse: “Lembrem-se que gerações anteriores encararam o comunismo e o fascismo não apenas com mísseis e tanques, mas com vigorosas alianças e convicções duradouras”. Na transmissão da CCTV, o áudio da tradução simultânea foi interrompido a partir do momento em que a palavra “comunismo” apareceu na tela e a imagem do discurso em Washington foi cortada abruptamente para o estúdio em Pequim. O apresentador da CCTV pareceu ter sido pego de surpresa, mas deu continuidade ao programa perguntando para um convidado sobre os desafios econômicos que Obama enfrentará. Os portais Sina.com e Sohu.com, muito populares no país, também tiveram que omitir a palavra “comunista” do discurso de Obama. Dissidentes Outro trecho do discurso que foi suprimido dos principais portais chineses falava da “opressão de dissidentes”. “Àqueles que se agarram ao poder através de corrupção e enganação e silenciando dissidentes, saibam que vocês estão do lado errado da história, mas nós vamos estender a mão a vocês se estiverem dispostos a abrir seus punhos”, exclamou Obama. Sites em chinês, como o da agência de notícias estatal Xinhua, omitiram a palavra “comunista”, embora a tenham mantido na versão integral em inglês. Outro site popular, o Netease.cn cortou completamente o parágrafo que mencionava “comunismo e fascismo”, porém deixou o trecho sobre “dissidentes”, o que motivou internautas a comentar a passagem. Nas versões online do discurso em inglês o conteúdo original foi preservado na maioria dos casos. Já nas traduções para chinês, somente sites de Hong Kong puderam publicar a versão integral. Leitores dentro da China continental, entretanto, não têm acesso a sites de Hong Kong, como os dos jornais Apple Daily e o Mingpao, pois estes portais são constantemente bloqueados pela censura. Marina Wentzel – BBC
Osama e Obama – do blog Hora do Recreio