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Charles Baudelaire – Reflexões na tarde – 23/03/2017

O imprevisto que se mostra Charles Baudelaire ¹ Aquilo a que chamam amor é bem pequeno, bem restrito, e bem fraco, comparado à inefável orgia, à santa prostituição da alma que se dá toda inteira, em poesia e caridade, ao imprevisto que se mostra, ao desconhecido que passa. É bom ensinar por vezes aos felizes deste mundo, nem que seja só para os humilhar um instante no seu estúpido orgulho, que há felicidades superiores às deles, mais vastas e mais delicadas. Os fundadores das colônias, os pastores de povos, os padres missionários exilados no fim do mundo, conhecem sem dúvida qualquer coisa destas misteriosas ebriedades; e, no seio da vasta família que o seu gênio constituiu, devem rir-se algumas vezes daqueles que os lamentam pela sina tão revolta e pela vida tão casta. Pequenos poemas em prosa. Tradução de Antônio Pinheiro Guimarães. ¹ Charles Pierre Baudelaire * Paris, França – 09 de Abril de 1821 d.C + Paris, França 31 de Agosto de 1867 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Baudelaire – Versos na tarde – 08/02/2014

Poema Baudelaire¹ Que eu amo ver, cara indolente, Da tua tez tão bela, Como tecido aquoso e fluente, Brilhar a lapela. No cabelo amplo e profundo De aromas febris, Mar odoroso e vagabundo De ondas blaus e gris, Como um navio que desatraca À brisa da aurora, Minha alma a sonhar se desata Plena céu afora. Teu olho, onde nada se apura De agro, doce ou ácido, É fria jóia que mistura Feixes de ouro e aço. Em te ver em cadência mansa, Bela em teus desleixos, Dir-se-ia naja que dança No apogeu de um eixo. Sob tua preguiça obesa Teu rosto de infante Se balouça com a moleza De um tenro elefante, E teu corpo se alça e revela Como o bom navio Que a singrar pela costa as velas Lança ao mar bravio. Como onda crescendo à fusão De gelos frementes, Quando da boca as águas vão Te alagando os dentes, Creio beber vinho perfeito, Boêmio e vitorioso, Líquido céu que banha o peito De estrelas e gozos. (Tradução de Lawrence Flores Pereira) ¹Charles Pierre Baudelaire * Paris, França – 09 de Abril de 1821 d.C + Paris, França – 31 de Agosto de 1867 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Baudelaire – Versos na tarde – 02/01/2014

Recolhimento Baudelaire¹ Sê sábia, ó minha dor, e queda-te mais quieta. Reclamavas a tarde; eis que ela vem descendo: Sobre a cidade um véu de sombras se projeta, A alguns trazendo a angústia, a paz a outros trazendo. Enquanto dos mortais a multidão abjeta, Sob o flagelo do prazer, algoz horrendo, Remorsos colhe à festa e sôfrega se inquieta, Dá-me, ó dor, tua mão; vem por aqui, correndo Deles. Vem ver curvarem-se os anos passados Nas varandas do céu, em trajes antiquados; Surgir das águas a saudade sorridente; O sol que numa arcada agoniza e se aninha, E, qual longo sudário a arrastar-se no Oriente, Ouve, querida, a doce noite que caminha. ¹Charles Pierre Baudelaire * Paris, França – 09 de Abril de 1821 d.C + Paris, França – 31 de Agosto de 1867 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Baudelaire – Versos na tarde – 19/03/2013

Prelúdio da Vaidade Baudelaire¹ Maldade que encaminha a vaidade… Vaidade, que me toma como vencido… Vencido quero ver me arrependido… Arrependido a tanta tolice… Arrependido estou de coração … Do seu coração busco sua luz … Para entender do que há tanta tolice… ¹ Charles Pierre Baudelaire * Paris, França – 09 de Abril de 1821 d.C + Paris, França – 31 de Agosto de 1867 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Baudelaire – Versos na tarde

Poema Baudelaire ¹ É hora de embriagar-se! Para não ser o escravo do tempo, embriague-se; embriague-se sem parar! De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. Tradução: Giselle Paiva, Fortaleza. ¹ Charles Pierre Baudelaire * Paris, França – 09 de Abril de 1821 d.C + Paris, França – 31 de Agosto de 1867 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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