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Boris Pasternak – Poesia – 25/12/23

Boa noite É impróprio ser famoso Boris Pasternak¹ É impróprio ser famoso Pois não é isso que eleva. E não vale a pena ter arquivos Nem perder tempo com manuscritos velhos. O caminho da criação é a entrega total E não fazer barulho ou ter sucesso. Infelizmente, nada significa Como uma alegoria andar de boca em boca. Mas é preciso viver sem pretensões, Viver de tal modo que no fim de contas Venha até nós um amor ideal E ouçamos o apelo dos anos que hão-de vir. O que é preciso rever É o destino, não antigos papéis; Lugares e capítulos de uma vida inteira Anotar ou emendar. E mergulhar no anonimato, E ocultar nele os nossos passos, Como foge a paisagem na neblina Em plena escuridão. Que outros nesse rasto vivo Seguirão o teu caminho passo a passo, Mas tu próprio não deves distinguir A derrota da vitória. E não deves por um só instante Recuar ou trair o que tu és, Mas estar vivo, e sói vivo, E só vivo – até ao fim. Tradução de Manuel de Seabra ¹Boris Leonidovitch Pasternak * Moscou, Rússia – 10 de fevereiro de 1890 + Moscou, Rússia – 31 de maio de 1960 Poeta e romancista russo.

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Boris Pasternak – Versos na tarde – 29/02/2016

O Dom da poesia Boris Pasternak¹ Deixa a palavra escorregar, Como um jardim o âmbar e a cidra, Magnânimo e distraído, Devagar, devagar, devagar. ¹Boris Leonidovitch Pasternak – Борис Леонидович Пастернак *Moscou, Rússia – 10 de Fevereiro de 1890 +Moscou, Rússia – 31 de maio de 1960 Poeta e romancista, autor de Dr. Jivago Premio Nobel de Literatura de 1958. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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