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Economia: FMI prevê que Brexit vai frear economia mundial

Insegurança causada pela decisão dos britânicos de deixar a UE é o principal motivo mencionado pelo Fundo para reduzir suas previsões de crescimento econômico mundial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou nesta terça-feira (19/07) suas projeções de crescimento para a economia mundial para os próximos dois anos, citando como motivo a insegurança causada pela decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Este é o quinto corte consecutivo, e o FMI afirma agora que espera um crescimento global de 3,1% em 2016 e de 3,4% em 2017, um recuo de 0,1 ponto percentual, para cada ano, em relação às projeções anteriores, segundo o relatório Panorama Econômico Mundial (WEO, em inglês). Segundo o Fundo, apesar de melhoras no Japão e na Europa no início de 2016, “o resultado do referendo no Reino Unido, que surpreendeu os mercados financeiros globais, implica a materialização de um risco descendente importante para a economia mundial”. Para o FMI, o Brexit atingirá sobretudo a economia do próprio Reino Unido. A instituição cortou sua previsão de crescimento do país em 2016 em 0,2 ponto percentual, para 1,7%. Para 2017, o corte é ainda maior, de 0,9 ponto percentual, para 1,3%. No caso da zona do euro, a projeção para 2016 se manteve praticamente inalterada, com recuo de 0,1 ponto percentual, para 1,6%. Na projeção para 2017 houve um corte de 0,2 ponto percentual, chegando a 1,4%. Já a economia dos Estados Unidos deverá crescer 2,2% este ano, um recuo de 0,2 ponto percentual, e 2,5% em 2017, mesma previsão de abril. May é a esperança de um final feliz para o Brexit Nova primeira-ministra britânica quer unificar o Partido Conservador e disse que vai fazer o que for preciso para uma saída segura do país da União Europeia.  A nova primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, foi ministra do Interior durante seis anos. A ausência de ataques terroristas de grande porte e o combate à corrupção policial são sinais do sucesso dela na pasta. No entanto, ela não atingiu o objetivo de reduzir a migração para menos de 100 mil pessoas por ano, uma questão-chave da campanha pelo Brexit.

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Economia: As consequências econômicas do Brexit

No Reino Unido, na UE e na Alemanha, especialistas advertem sobre possíveis repercussões de uma eventual saída do Reino Unido do bloco europeu, incluindo perda de empregos e queda de investimentos. No próximo dia 23 de junho, quando os cidadãos britânicos votarem no referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE), eles devem se deparar com uma questão existencial em relação ao futuro do próprio país: seria melhor permanecer agarrado ao que é familiar ou dar um salto no escuro? Para muitos eleitores, também é uma questão de analisar quão profunda essa escuridão pode ser. Economistas tentam antecipar os possíveis impactos neste período que antecede o referendo. Leia a seguir uma compilação de algumas das previsões – algumas estremecedoras, outras tranquilizadoras – do Reino Unido, da Alemanha e da UE.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Economistas alemães A maioria esmagadora dos economistas alemães é contra o chamado Brexit, ou seja, a saída do Reino Unido da UE. O instituto de pesquisas Ifo, baseado em Munique, e o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung publicaram recentemente uma pesquisa sobre o tema, apontando que 85% dos economistas do país são contra o Brexit. Na pesquisa, mais da metade dos economistas opinou que uma saída do Reino Unido da UE causaria danos econômicos severos ao Reino Unido, enquanto 32% acreditam que o efeito seria negativo, porém modesto. Além disso, 65% acreditam que a economia alemã sofreria um pouco com o Brexit, e outros 12% acreditam que o efeito negativo seria grande. Mas nem tudo é escuridão e trevas entre os economistas alemães. Um deles respondeu à pesquisa dizendo que “no longo prazo, o Brexit traria vantagens consideráveis para toda a UE, já que o Reino Unido tem sido um obstáculo para a integração europeia”. O Banco Central Europeu O Banco Central Europeu (BCE) não se posicionou oficialmente nem a favor nem contra o Brexit, mas alguns dos membros de seu conselho não parecem preocupados. Ewald Nowotny, presidente do Banco Central da Áustria, afirmou ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung que a saída do Reino Unido “seria pior para os britânicos do que para o resto da Europa”, já que o centro financeiro de Londres “perderia o seu status”. “Não vejo problema algum para o sistema financeiro, porque o cenário de um Brexit está sendo discutido há algum tempo”, completou Nowotny. “Se realmente acontecer, quem será pego de surpresa?” Já François Villeroy de Galhau, presidente do Banco Central francês, não encara a possibilidade com tanta tranquilidade. Recentemente ele disse que o Brexit pode resultar em tempos turbulentos – especialmente para os bancos britânicos, mas também para a zona do euro. O Tesouro britânico O Ministério da Economia britânico foi bem explícito. Uma saída da UE desencadearia um choque econômico intenso e imediato, afirmou Sajid David, secretário de Estado britânico para Negócios, Inovação e Capacitação. Num estudo publicado pelo ministério, David aponta que o Brexit custaria meio milhão de empregos e resultaria no encolhimento da produção econômica do Reino Unido em até 3,6% nos próximos dois anos. Sindicatos britânicos O Trades Union Congress (TUC), federação que representa a maior parte dos sindicatos da Inglaterra e do País de Gales, não se cansa de advertir sobre as possíveis consquencias de um Brexit. “É bem provável que o custo das exportações britânicas suba no caso de uma saída da UE”, disse Owen Tudor, líder do departamento de assuntos europeus do TUC. “Presumimos que os investimentos originários de países terceiros vão despencar”, completou Tudor, apontando uma tendência que pode desencadear um ciclo vicioso. Custos mais altos combinados a investimento reduzido podem resultar na perda de quatro milhões de empregos, estima. Vagas no setor de exportação – nas indústrias automotiva e química, por exemplo – seriam as mais ameaçadas. Direitos trabalhistas também poderiam ser afetados no caso de uma saída do Reino Unido do bloco, aponta o TUC. A federação acredita que milhões de trabalhadores britânicos podem acabar tendo a jornada de trabalho estendida no caso de um Brexit. A economia alemã Empresários alemães não estão animados com a perspectiva de uma saída do Reino Unido do bloco europeu. No pior cenário, segundo estudo de um banco alemão, o Brexit pode resultar num prejuízo de 45 bilhões de euros para a economia da Alemanha somente em 2016 e 2017 – o que poderia fazer o país mergulhar numa recessão. “Os danos do Brexit vão ser enormes para ambos os lados [Reino Unido e Alemanha]”, afirmou Markus Kerber, diretor-geral da Confederação da Indústria Alemã (BDI). Ele prevê que a saída resulte num processo de negociações que pode se arrastar por anos e incluir uma série de acordos, envolvendo questões delicadas sobre acesso ao mercado e adequação a padrões regulatórios. Nesse cenário, cada um dos lados tentaria obter maior vantagem. “Poderia virar uma situação de vale-tudo”, teme Kerber. Ao mesmo tempo, consultores e advogados estão certos de que vão se beneficiar, já que vão poder cobrar por longas horas de trabalho enquanto empresas se preparam para o novo cenário. DW

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O mundo chacoalha e nós caímos

Com poder moderado de reverberação (por enquanto) as dúvidas com relação à economia internacional inflaram um bocado nos últimos dias. Até então, a China monopolizava os receios com a ameaça de um menor crescimento de sua economia. O preço do petróleo corria por fora, caindo ao menor nível da década e incitando os grandes produtores a fecharem suas bombas para equilibrar a oferta no mercado internacional. De repente os bancos europeus entraram na roda evidenciando o enfraquecimento persistente das economias da zona do euro depois da crise de 2008/09. Desta vez, diferentemente do que aconteceu na quebradeira de oito anos atrás, o problema não é a exposição aos títulos podres que inundavam o mercado à época. Agora, é o baixo crescimento aliado à taxa de juros negativa e baixíssimo apetite por consumo que coloca os bancos na linha de tiro dos investidores.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Banco ganha dinheiro emprestando dinheiro. Com o atual nível de juros na zona do euro e sem crescimento das concessões de crédito, a margem de lucro dos bancos cai. Se fosse só isso, tudo bem. O que o investidor mais teme, e por isso está derrubando o preço das ações de instituições europeias, é quanto a retaguarda protetora do sistema. Até agora, o Banco Central Europeu e os governos de cada país estavam bancando (literalmente) os riscos e perdas dos grandes bancos. Mas este caixa parece ter acabado. Antes de virar uma crise de fato, a chacoalhada atual testa níveis de confiança, de eficiência das políticas econômicas e de fôlego da administração pública europeia em lidar com a letargia dos países do continente. O chato é que esse teste pode custar caro e adiar aquela recuperação e estabilidade esperadas pelo menos para os mais ricos. Caso até dos Estados Unidos – lá, a presidente do banco central americano (FED, Janet Yellen), corroborou a percepção de risco e alertou que a maior economia do mundo pode sentir o baque do cenário atual e suspender a trajetória de crescimento e normalização das estratégias financeiras adotadas desde 2008 – adiando também uma nova alta dos juros dos EUA e um fortalecimento do dólar. Enquanto o mundo chacoalha, o Brasil tomba. O mercado financeiro local segue o fluxo internacional: Bovespa cai, dólar sobe. Numa interpretação mais realista é possível dizer que o país já tombou há um tempo e agora pode ser atropelado pela boiada solta lá fora. Na prática deveremos sentir dois efeitos diferentes pelo mesmo motivo. O dólar, apesar de ter subido nesta quinta-feira (11), deve assumir uma trajetória de desvalorização no curto prazo. Com o dólar mais barato, diminui a pressão sobre a inflação brasileira. Por outro lado, a queda no preço da moeda americana enfraquece as exportações – uma das únicas fontes de manutenção da atividade na economia doméstica. Sem contar que, se o mundo crescer menos, quem vai comprar mais de nós? Ainda é impossível prever se este será um novo ciclo negativo para a economia internacional ou apenas uma fase de adaptação ao mundo novo pós-crise de 2008. Qual seja, um mundo com menos dinheiro no bolso e pouca coragem para gastar. Se eles lá estão com a carteira mais magra, aqui no Brasil nem carteira carregamos mais – o desemprego e a inflação levaram tudo. por Thais Herédia/G1

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O crash que todos deveriam estar esperando

Há dias as bolsas de valores estão em queda pelo mundo. Uma nova crise impulsionada pelo caos na China está iminente? Existem muitas provas do contrário, opina o jornalista da DW Henrik Böhme. Tecnicamente, não aconteceu nada ainda. São apenas os mercados que estão ficando agitados, ainda que violentamente. De concreto neste momento é que, a cada minuto de transações, bilhões de dólares evaporaram. Mas se você realmente refletir sobre isso – conseguindo de alguma forma ignorar as somas perturbadoras desaparecendo dos balanços – este último crash não é tão surpreendente. Sim, eu imagino que, nas últimas semanas, os mercados financeiros superaquecidos tiveram de lidar com uma série de notícias ruins que vem surgindo, particularmente vindas da China. Quando a segunda maior economia do mundo sofre um período de instabilidade, os investidores podem ficar nervosos. Mas esta não é a única causa da turbulência atual.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Existe um grupo de países, apontados certa vez como nações emergentes, que tem preocupado as pessoas. Tome a Rússia como exemplo: ela foi enfraquecida recentemente por sanções do Ocidente e problemas internos. Ou o Brasil que, como a Rússia, depende principalmente das exportações de commodities para manter a economia avançando. Mas agora – prejudicado pela queda na demanda destas commodities e, assim, pela queda na receita – desliza para a recessão. É claro que eu seria muito simplista culpando apenas os mercados emergentes. Isso porque o atual boom no mercado de ações, que estava sendo mantido por sete anos, era subsidiado basicamente pelos bancos centrais do mundo. Desde a crise do Lehman Brothers, o americano Federal Reserve (FED) e o Banco Central Europeu têm injetado bilhões de dólares e euros nos mercados enquanto mantêm as taxas de juros próximas a zero. Mas para onde todo esse dinheiro deveria ir? Ele deve ser investido de forma lucrativa em algum lugar, especialmente quando os fundos de pensão e companhias de seguros querem manter suas promessas de rendimento. Mas o que aconteceu então? O dinheiro foi investido em todos os tipos de títulos. E se uma coisa é certa sobre ações é que elas são vulneráveis a flutuações no mercado. Às vezes estas flutuações podem acabar com o valor da ação. É assim que as coisas funcionam. Outro produto destes anos selvagens é a tendência das empresas usarem seus consideráveis lucros apenas secundariamente para novos investimentos. Como prioridade, elas preferem recompensar seus acionistas com rendimentos mais gordos. Mas não é também o caso de que seja este o primeiro crash dos últimos anos. Os mercados – de acordo com previsões de vários especialistas diante da bolha de dinheiro barato – ficariam extremamente voláteis e sujeitos à flutuação. Você se lembra, no segundo semestre do ano passado, quando o alemão DAX começou a derrapar subitamente e não parou até atingir 8.400 pontos? A razão naquele momento eram preocupações econômicas. Aquelas preocupações se tornaram infundadas. Após isso, o DAX recuperou-se rapidamente, subindo 4 mil pontos em meio ano. E não parou até o índice atingir o recorde de 12,390 pontos. Não parece estranho que ninguém pareça se importar com as razões para que o mercado tenha um ganho tão dramático? Apenas quando as coisas correm de forma negativa para as pessoas, elas começam a questionar. Nestes casos, sempre ajuda dar uma olhada em números brutos. A Alemanha, maior exportador global, vende a maior parte dos seus produtos à Europa – apenas 7% vão para China. Os problemas de Beijing devem de fato ser motivo para os chefes de empresas alemãs perderem várias noites de sono, especialmente no setor automotivo. Mas existem outros empresários que não compartilham desta preocupação. Um fator encorajador é a performance da economia americana, que está, neste momento, em posição de crescimento. Para além disso, o preço das matérias-primas como petróleo e cobre está baixos. O que deve ser lamentável para alguns países, mas para outros se trata de um estímulo muito bem-vindo. Agora muita coisa está nas mãos da chefe do Federal Reserve, Janet Yellen. A mera sugestão de mudança na política monetária dos Estados Unidos poderia fazer o banco central subir as taxas de juros o suficiente para instalar grande temor nas economias emergentes, de onde investidores estão retirando dinheiro porque esperam altas taxas de rendimento nos EUA. É um círculo vicioso. Mas, em algum momento, as medidas de combate à crise de dinheiro barato e baixas taxas de juros têm que terminar. O único problema é se a crise da China se ampliar e arrastar a economia mundial com ela. O Ocidente não terá instrumentos para responder a isso. Os efeitos residuais da crise no Lehman Brothers ainda podem ser sentidos até hoje.

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