Está amplamente divulgado, tanto nos diversos órgãos da mídia tradicional, como nas redes sociais, o episódio da demissão de funcionárias, estagiárias do Senado Federal.
Sendo uma delas sobrinha do Ministro Joaquim Barbosa, Presidente do STF, do Senado Federal, por postarem notícia na qual o presidente do Senado, chefe de um dos três poderes da República, é comparado a um rato morto.
Sem fazer juízo de valor, pois a ofensa é ao poder e não somente ao que está no poder no momento, imagino o que aconteceria se fosse o inverso. Uma sobrinha do Senador Renan Calheiros estagiária no STF, que fizesse esse desrespeito a um poder?
O presidente do Senado, e não somente o senador Renan Calheiros, está sendo difamado. Em uma empresa privada, a senhora Ariadina, certamente seria punida, também com provável demissão.
Tal atitude é reprovável por qualquer funcionário, principalmente no serviço público, onde as normas do direito administrativo são até, para alguns, mais draconianas, embora a respectiva sanção nem sempre aconteça.
Entendo que “boutade” de Ariadina ultrapassou, e muito, o senso de humor e a liberdade da crítica.
Alguns alegam que o inverso não aconteceria “pois não há ‘Renans’ no STF”.
Aí, a notícia carece de exatidão, se não na veracidade da assertiva, mas na analogia a comportamentos típicos dos ‘Ratus ratus’, como a ciência nomina tal espécie.
Primeiro por que não é crível que exista algum lugar público ou privado que esteja a salvo da convivência com tais roedores. Em um segundo momento porque pelo que tenho lido e ouvido ultimamente, adjetivos bem mais degradantes são atribuídos aos ministros Lewandowski e Toffoli, pelos que não admitem que juízes possam divergir do que cada qual considera ser a conduta desejada.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita]
Por último, mas não por fim, a digamos, estratégia de diversionismo, escamoteou o fato, esse tão grave quanto, é constatar que a maioria dos estagiários do senado federal são parentes de políticos e autoridades importantes da República.
Esqueçamos por um momento as duas estagiárias demitidas e vamos procurar saber quem são os outros 498 estagiários que convivem silenciosamente com ratos.
Independente de haver ou não roedores físicos ou metafóricos, não fica afastada a possibilidade de alguém cometer a mesma agressão. Com ou sem motivos. Lamento sempre que se partidarizem os fatos, quando os fatos são somente fatos. Como não tenho nenhum tipo de ligação a partidos ou políticos me permito ser isento inclusive quando a razão está ao lado dos que não admiro.