Eduardo Cunha: Pic Nic à beira do vulcão

Eduardo Cunha,Corrupção,Blog do Mesquita,Política,Blog do MesquitaA Câmara age irresponsavelmente e contribui para agravar a crise do país.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ao se opor ao governo Dilma, ele prejudica também os eleitores brasileiros.

O Brasil vive grave crise econômica, que poderá se tornar ainda pior. O aviso veio no último relatório da agência de classificação de risco Standard & Poor’s, uma das três maiores do mundo.

O Brasil está na iminência de perder o grau de investimento, o atestado de que o país é bom pagador e merece crédito dos investidores.

A perda do selo poderá ter consequências funestas para o país: redução dos investimentos externos, maiores dificuldades para as empresas brasileiras se financiarem, prolongamento da recessão, alta da inflação.

Diante do aviso da Standard & Poor’s, ÉPOCA publicou que o comportamento das lideranças do Congresso Nacional, na volta aos trabalhos, deveria ser o de buscar honrar o voto dos cidadãos e agir com responsabilidade, deixando de aprovar projetos que representem mais gastos públicos.

Não se viu, porém, comportamento responsável na Câmara dos Deputados na volta do recesso, há duas semanas. Sob o comando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os deputados continuam a brincar de piquenique na beira do vulcão.

Ignoraram as recomendações de prudência e aprovaram, em primeiro turno, a PEC 443, que vincula os salários da Advocacia-Geral da União, delegados civis e federais à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Se a PEC 443 for aprovada pelo Congresso, cria-se mais uma despesa adicional de R$ 2,4 bilhões por ano.

Na expectativa de vir a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República, por conta das investigações da Operação Lava Jato sobre esquemas de corrupção na Petrobras, Cunha guia a pauta da Câmara movido por seus interesses individuais.

Fustigando o governo Dilma com a pauta-bomba, crê que dará uma demonstração de força para evitar um processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

A pauta-bomba, porém, não contribui apenas para desestabilizar o governo Dilma e desgastar o PT.

A aprovação de mais gastos públicos prejudica os cidadãos que elegeram os parlamentares como seus representantes no Congresso Nacional – que, em consequência, enfrentarão alta nos preços, desemprego e uma crise econômica ainda mais longa.

O país espera agora que as lideranças do Senado Federal sejam mais responsáveis e atuem para desarmar as bombas que a Câmara deixou no caminho.
Época

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