Rompido com Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), revelou a integrantes do seu grupo a intenção de dividir poderes com a oposição nas CPIs dos fundos de pensão e do BNDES.
Fará isso entregando a deputados oposicionistas a presidência das comissões ou até o posto de relator, considerado mais importante.
As CPIs serão instaladas a partir de 3 de agosto, quando os congressistas retornam das férias iniciadas na última sexta-feira.
O Planalto preferia que não fossem abertas as investigações parlamentares. Diante do fato consumado, gostaria que um governista leal cuidasse da relatoria.
Mas Cunha parece cultivar outros planos. Está decidido a isolar o PT.
Na CPI da Petrobras, ainda em funcionamento, o presidente da Câmara não havia chegado a tanto.
Acomodara Hugo Motta (PMDB-PB), um fiel escudeiro, na presidência da comissão.
E negociara a entrega da relatoria ao petista Luiz Sérgio (RJ). Restara à oposição a vice-presidência, ocupada por Antonio Imbassahi (PSDB-BA).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”]
A generosidade do mandachuva da Câmara é estratégica.
Num instante em que Planalto trama isolá-lo, Cunha estreita laços com a oposição para evitar que legendas como DEM e PSDB se animem a engrossar o coro por seu afastamento da poltrona de presidente —uma tese já encampada por vozes respeitáveis como a do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Um dos líderes da oposição resumiu a cena assim:
“Não podemos ficar tão perto de Eduardo Cunha que nos contamine nem tão longe que nos exclua como atores de uma crise que pode ser fatal para o governo Dilma Rousseff.”
Blog Josias de Souza