Em defesa de nossos controladores de vôo
¹Nelson Valente
Quando se entra num avião e ele ganha altura não se tem a exata dimensão do que significa a chamada proteção de vôo. É um sistema extremamente complexo, hoje inteiramente dominado por técnicos brasileiros, embora os equipamentos sejam importados da França.
Desde 1977, o Sisdacta controla o nosso tráfego aéreo. A integração do Brasil e a sua proteção aérea se fazem por intermédio do Dacta-1, Dacta-2 e Dacta-3, este último relativo ao Nordeste. Com os radares da Amazônia e o Sivam estamos totalmente cobertos, o que já foi uma antiga reivindicação dos nossos homens da Aeronáutica.
A segurança de milhares de vidas que utilizam o avião como meio de transporte depende de 13 mil equipamentos que se encontram à disposição do Pame (Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica), no bairro do Caju, Rio de Janeiro.
Dependemos da competência e do zelo de cerca de 600 profissionais, entre civis e militares, que se dedicam à proteção ao vôo e ao apoio logístico das nossas aeronaves, com uma incrível oficina de aferição de instrumentos. Nos seus galpões, muito bem distribuídos, há peças de reposição. E deve-se ressaltar, até com muito orgulho, que o Pame já atingiu cerca de 75% de nacionalização, mostrando que a nossa tecnologia é capaz, não ficando nada a dever às mais avançadas do mundo.
Pode-se pensar na façanha de Santos Dumont, no dia 23 de outubro de 1906, em Paris, com o seu histórico 14-Bis. Os brasileiros têm compromissos inalienáveis com a sua aviação – e o que se faz hoje em termos de proteção ao vôo demonstra exatamente isso.
¹Professor universitário, jornalista e escritor.
http://claudiohumberto.com.br/Artigos/tabid/290/articleType/articleview/articleID/77463/Default.aspx