Poema sobre arames
Ronaldo Costa Fernandes ¹
Há mãos farpadas
que não ouso tocar
assim como algumas
barbas que é o ódio
que escorre
das comissuras da boca.
Há lençóis de arame farpado
na cama de dois
que não são mais um.
Oh coleção de línguas
que ao lamber a carne
abrem feridas.
Já o arame dos teus olhos
são farpas que nada cercam.
Tuas cercas, até mesmo tuas cercas,
são mais vivas que as minhas.
Farpada é minha mente
que me fere quando penso
o que pensar não deveria.
¹ Ronaldo Costa Fernandes
São Luis, MA – 29 de agosto de 1952 d.C
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