Poema descolocado
Murilo Mendes ¹
1
Ninguém sabe onde terminam
Os caminhos de incêndio
Em que é gostoso dormir.
Perdi-me no labirinto
Para melhor me encontrar.
Os destroços do céu
Desabam sobre mim tremor de pensamento.
2
Beber
Beber um grande copo de tuas lágrimas
Até cair no chão.
Morrer para despistar,
Morrer pelo imprevisto
Pela dama que se apagou.
¹ Murilo Monteiro Mendes
* Juiz de Fora, MG – 13 de maio de 1901 d.C
+ Lisboa, Portugal – 13 de agosto de 1975 d.C
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