‘Meu partido é o Brasil!’, diz Aécio. Heimmm?!?

Como previsto, Aécio Neves foi às ruas.
Por Josias de Souza

Movimento lógico, já que o PSDB utilizara sua propaganda no rádio e na tevê para chamar os brasileiros ao asfalto. Além de dar as caras, algo que não fizera em 15 de março e 12 de abril, Aécio escalou um carro de som, em Belo Horizonte.

Ao manusear o microfone, alguma coisa subiu-lhe à cabeça. A certa altura, declarou: “Vamos estar sempre juntos, porque o meu partido é o Brasil.”

Aécio talvez tenha achado que estivesse num almoço de domingo com seus correligionários. Ao discursar, posicionou-se como intermediário entre os famintos e a comida.

Beleza. Agora só falta o garçom anotar o pedido da multidão. O cardápio que o orador se dispõe a servir não orna com o paladar da plateia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Beneficiário da memória da última campanha, Aécio quer terceirizar a queda de Dilma ao TSE, num improvável processo de cassação, que levaria junto o vice Michel Temer e desaguaria na convocação de novas eleições.

O asfalto, mais pragmático, prefere mastigar Dilma pela via do impeachment.

Uma oposição unida e forte poderia reivindicar o papel de representante do pedaço do Brasil que está de saco cheio. Mas o PSDB, como de hábito, dividiu-se.

Enquanto Aécio sonha com nova eleição, José Serra já se vê como ministro de um hipotético governo de Michel Temer e Geraldo Alckmin, preso ao governo de São Paulo, pede a Deus que Dilma sangre no cargo até 2018.

Ou seja, antes de ser o Brasil, o PSDB precisa se dar conta do seguinte: um partido que vive para to be or not to be nunca chega a ser.

Share the Post:

Artigos relacionados