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Sidónio Muralha – Versos na tarde – 17/08/2015

Soneto imperfeito da caminhada perfeita Sidónio Muralha ¹ Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas que possam perturbar a nossa caminhada, em que os poetas são os próprios versos dos poemas e onde cada poema é uma bandeira desfraldada. Ninguém fala em parar ou regressar. Ninguém teme as mordaças ou algemas. – O braço que bater há-de cansar e os poetas são os próprios versos dos poemas. Versos brandos… Ninguém mos peça agora. Eu já não me pertenço: Sou da hora. E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas que possam perturbar a nossa caminhada, onde cada poema é uma bandeira desfraldada e os poetas são os próprios versos dos poemas. ¹ Pedro Sidónio de Aráujo Muralha * Lisboa, Portugal – 28 de Julho de 1920 d.C + Curitiba, Paraná – 8 de dezembro de 1982 d.C in Passagem de Nível” (1942) in Obras Completas do Poeta. Lisboa, Universitária Editora, 2002. Ps. Mantida grafia do português de Portugal [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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‘Meu partido é o Brasil!’, diz Aécio. Heimmm?!?

Como previsto, Aécio Neves foi às ruas. Por Josias de Souza Movimento lógico, já que o PSDB utilizara sua propaganda no rádio e na tevê para chamar os brasileiros ao asfalto. Além de dar as caras, algo que não fizera em 15 de março e 12 de abril, Aécio escalou um carro de som, em Belo Horizonte. Ao manusear o microfone, alguma coisa subiu-lhe à cabeça. A certa altura, declarou: “Vamos estar sempre juntos, porque o meu partido é o Brasil.” Aécio talvez tenha achado que estivesse num almoço de domingo com seus correligionários. Ao discursar, posicionou-se como intermediário entre os famintos e a comida. Beleza. Agora só falta o garçom anotar o pedido da multidão. O cardápio que o orador se dispõe a servir não orna com o paladar da plateia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Beneficiário da memória da última campanha, Aécio quer terceirizar a queda de Dilma ao TSE, num improvável processo de cassação, que levaria junto o vice Michel Temer e desaguaria na convocação de novas eleições. O asfalto, mais pragmático, prefere mastigar Dilma pela via do impeachment. Uma oposição unida e forte poderia reivindicar o papel de representante do pedaço do Brasil que está de saco cheio. Mas o PSDB, como de hábito, dividiu-se. Enquanto Aécio sonha com nova eleição, José Serra já se vê como ministro de um hipotético governo de Michel Temer e Geraldo Alckmin, preso ao governo de São Paulo, pede a Deus que Dilma sangre no cargo até 2018. Ou seja, antes de ser o Brasil, o PSDB precisa se dar conta do seguinte: um partido que vive para to be or not to be nunca chega a ser.

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Cinismo prevalece sobre a indignação das ruas

Conhecido muldialmente como o país do jeito para tudo, o Brasil vai se revelando o país que não tem jeito mesmo. É como se existisse na nação uma falha estrutural. Uma auto-indulgência congênita que frustra todas as tentativas de reformá-la. Uma maldição mais forte do que o sentimento de culpa. Uma urucubaca que leva a uma constatação asfixiante: na política brasileira, não há mais culpados nem inocentes, só há cúmplices. O cinismo transcende a indignação das ruas. Às vezes, o escândalo é tão escancarado que desafia o sistema de coniveniências tácitas. É impossível não reagir. Surge uma força-tarefa de delegados e procuradores. Levanta-se um juiz. Gritam as manchetes. O saco cheio nacional vai ao asfalto. Tem-se a sensação de que as coisas estão mudando. Mas entre a revolta e suas consequências há uma gigantesca área de manobra regulada pelo assim-mesmismo. Institucionalizou-se a rapinagem? Ah, é assim mesmo! Bons tempos aqueles em que alguma coisa estava fora da ordem. Hoje, generalizou-se a desordem. O eleitor premia os gatunos? Eleição é assim mesmo! O Congresso protege seus suspeitos? Espírito de corpo é assim mesmo. Os partidos usufruem do roubo? Cleptocracia é assim mesmo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Nos dias que antecederam a manifestação deste domingo, o sistema se autoconcendeu um assim-mesmo preventivo. O PMDB da Lava Jato assumiu o controle da situação. PSDB e DEM deixaram-se liderar por um notório Eduardo Cunha. Dilma passou a ser presidida pelo também notório Renan Calheiros. O TCU voltou a ser o velho tribunal de faz de conta da União. O TSE consolidou-se como um Tribunal Superior da Embromação. Como se fosse pouco, os líderes dos movimentos anti-Dilma revelaram-se, em entrevistas à BBC, adeptos de uma moral transigente. Descem o sarrafo em Dilma. Querem derrubá-la. Mas passam a mão na cabeça do presidente da Câmara. Enxergam nele uma cunha (com trocadilho, por favor) para desencavar o impeachment. Exigem a ética na casa do vizinho agindo como autênticos, digamos, deputados. É o igual disfarçado de novo. As ruas parecem desperdiçar esperança. O assim-mesmismo se reorganiza. Tudo faz supor que a crise não se resolverá. O barulho é que tende a ser sufocado pela inércia. Logo, logo o silêncio será o maior de todos os escândalos. Ficará entendido que, no Brasil, o cinismo é uma forma de patriotismo. Josias de Souza

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Como recuperar os arquivos que você apagou sem querer do computador

Deletou aquela foto de infância ou um documento essencial? Conheça opções para evitar o desespero. Não se desespere. Existe solução. Você selecionou o arquivo, clicou com o botão direito do mouse e lançou a ordem: deletar. Mas não era esse o arquivo que queria apagar.Logo entra em desespero, pensando ter perdido para sempre aquela lista enorme de contatos, a tese que apresentará em uma semana ou as fotos dos primeiros passos do seu filho. Não se deixe levar pelo pânico. Isso tem solução. Há duas opções para recuperar esses arquivos como se nada tivesse acontecido. Mas é preciso escolher uma delas o quanto antes, e também que seu disco rígido esteja em bom estado. 1. Buscar na Lixeira Se você teve reflexo para não apertar novamente o botão direito do mouse e escolher a opção “esvaziar lixeira”, o arquivo deve estar lá. A Lixeira é uma espécie de pasta que armazena conteúdos, embora com algumas características especiais. A principal é que ela possui uma capacidade (em megabytes) definida pelo Windows ou iOS que corresponde a uma porcentagem do tamanho do disco rígido.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Quando fica cheia, a Lixeira começa a eliminar arquivos de forma automática, começando pelos mais antigos. Deste modo, se você teve sorte e ainda tinha espaço na Lixeira, provavelmente encontrará seu precioso arquivo lá. Para recuperá-lo, apenas clique sobre o arquivo e selecione a opção “restaurar”. Também é possível resgatar todos os arquivos desta pasta, na opção “restaurar todos os elementos”. Os arquivos voltarão às pastas que estavam quando apagados. 2. Baixar um recuperador Esse é o caminho a adotar caso os arquivos não estejam mais na Lixeira. A boa notícia é que os computadores nunca eliminam de fato o que foi apagado. Isso significa que, caso tenha esvaziado a Lixeira por engano, os dados – os “uns” e “zeros” que compõem os documentos perdidos – continuam gravados em disco. Portanto, tudo o que você precisa para resolver o desastre é um software de recuperação de dados. Existem várias opções no mercado, muitas delas gratuitas. Aqui apresentamos as mais populares: Recuva É o software gratuito mais conhecido para esse tipo de trabalho. Quem o desenvolveu foi a Piriform, o time responsável pelo CCleaner, um aplicativo que elimina arquivos desnecessários do Windows e melhora a performance do computador. Recuva é compatível com os sistemas Microsoft e Apple, e pode ser baixado na página do programa na internet. O programa permite escolher o tipo de arquivo a ser recuperado: documentos, música, vídeos e imagens. E também a unidade de armazenamento para ser escaneada. Trata-se de uma opção mais eficiente para arquivos recém-eliminados. Para dados apagados há mais de seis meses, o mais provável é que não possa recuperá-los. Data Recovery Como o Recuva, esse software é compatível com Microsoft e Apple e tem uma interface intuitiva que ajuda a executar as tarefas passo a passo. Para utilizar esse programa do desenvolvedor EaseUS, você primeiro deverá definir o tipo de arquivo que quer restaurar (documentos, música, vídeos, elementos gráficos, e-mails), mas também há opção de selecionar todos os arquivos. A boa notícia é que os computadores nunca eliminam realmente o que você apaga Depois é preciso indicar onde os arquivos foram perdidos – Lixeira, Área de Trabalho, Meus Documentos, pastas ou algum dispositivo externo -, já que o programa fará buscas em todos os aparelhos conectados ao computador. Caso não se lembre onde o arquivo foi apagado, existe a opção “não me lembro”. Se você escolheu a opção “Todos os arquivos” no passo anterior, após a busca o programa exibirá uma prévia dos elementos localizados. Caso o arquivo buscado não apareça, é possível pedir uma busca mais profunda ao programa. DiskDigger Os softwares de recuperação buscam arquivos no computador e em dispositivos conectados Esse aplicativo gratuito da Defiant Technologies serve para desenterrar aquele arquivo que você apagou ou perdeu na bagunça de seu computador. O software não é compatível com iOS, mas roda em Windows 8, Windows 7, Windows Vista, Windows XP e Linux. Além das unidades de disco rígido, o DiskDigger também é eficaz na recuperação de documentos ou arquivos em unidades USB, cartões de memória (SD, CompactFlash ou Memory Stick) ou smartphones com sistema Android. Todo o programa é um único arquivo executável e pode ser rodado sem necessidade de instalação. Assim, não ocupa espaço nem deixa rastros ao ser usado. BBC

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Agência Pepper Interativa, ligada ao PT, tinha conta na Suíça para receber da Queiroz Galvão

A agência de comunicação admite que pagou ao menos duas faturas de cartão de crédito da mulher do governador Fernando Pimentel. CASO DE PROCON A Polícia Federal faz busca na Pepper durante a Operação Acrônimo (Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press) A agência de comunicação Pepper Interativa cresceu na esteira das duas campanhas da presidente Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. Notória por realizar ataques virtuais contra grupos críticos ao PT, a Pepper, da publicitária Danielle Fonteles, caiu nas graças de próceres do partido, como o ex-tesoureiro João Vaccari Neto e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Graças à proximidade com eles, a Pepper mantém contrato com o PT. É o maior cliente da agência – quase  70% do faturamento dela vem do partido. ÉPOCA descobriu que, em 2012, a Pepper montou uma operação intrincada no exterior para receber valores da construtora Queiroz Galvão. Meses antes, a empreiteira recebera do BNDES para financiar serviços na África. A Pepper criou, em nome de laranjas, a Gilos, uma offshore no Panamá. Criou também uma conta secreta na Suíça para movimentar a dinheirama de um contrato de fachada com a filial da Queiroz Galvão em Angola. A conta, cuja identificação é CH3008679000005163446, foi aberta por Danielle Fonteles no banco Morgan Stanley. Na ocasião, não foi declarada à Receita ou ao Banco Central. ÉPOCA obteve cópia do contrato entre a offshore Gilos Serviços e a empreiteira, devidamente assinado por Danielle. Foi formalizado em setembro de 2012. A Gilos recebeu US$ 237 mil (R$ 830 mil, ao câmbio de hoje) da Queiroz Galvão para fazer marketing digital em Angola. O contrato, que elenca seis serviços, parece uma peça de ficção. Não há uma linha sequer sobre qual obra ou projeto da Queiroz Galvão deveria ser divulgado na internet pela Pepper. Naquele país, a Queiroz Galvão operou graças a financiamentos do BNDES. Em março de 2012, a empreiteira recebera US$ 55 milhões do banco. Naqueles tempos, Pimentel era ministro do Desenvolvimento e presidente do Conselho de Administração do BNDES. (Foto: Reprodução) Contrato entre a Gilos, offshore da Pepper, e a Queiroz Galvão (Foto: Reprodução) Danielle e a Pepper estão sendo investigados nas operações Lava Jato e, especialmente, Acrônimo. Nesta, que mira Pimentel e operações de lavagem de dinheiro do PT, a PF chegou a fazer buscas na sede da Pepper, num shopping de Brasília. Segundo a Polícia Federal, há evidências de que a Pepper foi usada para intermediar dinheiro do BNDES a Pimentel. Durante o primeiro mandato de Dilma, Pimentel era, na prática, o chefe do BNDES. A mulher de Pimentel, Carolina Oliveira, é apontada como uma espécie de sócia oculta da Pepper. Funcionou assim: entre 2013 e 2014, a Pepper recebeu R$ 520 mil do BNDES por serviços de publicidade e repassou R$ 236 mil a Carolina Oliveira. A Polícia Federal descobriu indícios de que Carolina Oliveira era mais que uma simples parceira da agência. A mulher de Pimentel distribuía cartões no mercado como se fosse representante da Pepper. Na casa de Carolina Oliveira e Pimentel, em Brasília, a PF apreendeu uma tabela com valores. De um lado, aparece o nome Dani – o mesmo apelido da proprietária da Pepper. Os valores de “Dani” somam R$ 242.400. Do outro, há valores de Carol: R$ 143.982,95. Duas anotações chamam a atenção: R$ 11.100 e R$ 20 mil, registrados como “cartões”. Na tabela, a diferença dos valores, incluindo as vírgulas, entre “Dani” e Carolina é contabilizada como “crédito Carol”: R$ 98.417,05. Ou seja, é como se fosse um controle de caixa, de “Dani” para “Carol”, em que despesas de cartões de crédito de Carolina eram pagas pela Pepper e contabilizadas. A Pepper admite ter pago ao menos duas faturas do cartão de crédito da mulher de Pimentel, em razão da “amizade” entre Dani e Carol. A mulher de Pimentel, suspeita a PF, era funcionária do BNDES nesse período. Relação de despesas de cartão de Carolina Pimentel (Foto: Reprodução) Após ÉPOCA procurar Danielle, a conta na Suíça foi declarada à Receita. “Carolina nunca recebeu qualquer repasse da Pepper quanto a operações realizadas junto ao BNDES”, diz a Pepper, em nota. A empresa diz que desconhece a tabela apreendida na casa da mulher de Pimentel. Sobre a criação da Gilos em 2012, no Panamá e em nome de laranjas, com conta na Suíça, Danielle afirma que seguiu orientações de advogados. “A Pepper foi orientada a constituir empresa no exterior e abrir uma conta em instituição bancária idônea. A existência dessa conta, assim como os valores recebidos, são de conhecimento da Receita Federal do Brasil. Todos os impostos oriundos das transações havidas no exterior foram recolhidos.” Danielle não explicou por que declarou a conta somente após ser procurada por ÉPOCA. A Pepper afirma que não há relação entre os serviços prestados à Queiroz Galvão e financiamentos do BNDES. O advogado de Carolina Oliveira, Igor Tamasauskas, disse que a defesa não poderia se manifestar porque não teve acesso à integra do processo, mas ressaltou que “toda a relação comercial entre nossa cliente e a referida empresa foi legítima”. A Queiroz Galvão afirma, ainda, que o contrato era para promover a empresa no exterior. “Todos os pagamentos foram efetuados de maneira absolutamente legal e transparente, seguindo os termos previstos em cada contrato. Esses trabalhos nunca estiveram vinculados a qualquer pagamento por parte do BNDES”. A reportagem pediu à Pepper e à Queiroz Galvão provas de que os serviços da agência de comunicação foram executados. Nenhuma delas respondeu ao pedido da revista. Felipe Coutinho/Época

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Os patrulheiros da credibilidade promovem nova ética na internet

No final de julho passado, a revista Columbia Journalism Review (CJR, 30/7), publicada a cada dois meses, identificou um desenvolvedor de software que vem checando fotos e fatos no Twitter e atraindo a atenção de estudiosos da imprensa desde o ano passado. Ele atende no Twitter por @PicPedant, e seu nome é Paulo Ordoveza, um filipino desenhista da web e desenvolvedor de software de 37 anos da área de Washington, a capital dos Estados Unidos.¹ Ele verifica origem, propriedade, fonte original e outras informações sobre fotos que encontra no Twitter e corrige os erros que encontra, a despeito dos donos das contas. Muita gente já bloqueou o atrevido verificador que trabalha de graça e com muito entusiasmo. Outros usuários do Twitter agora procuram o verificador para conferir dados e créditos de fatos e fotos com regularidade. Primeiro ele apareceu na revista para fotógrafos Imaging Resource (17/2) em 2014. No mesmo ano, o tabloide Mirror, da Inglaterra (23/3) entrevistou o checa-fatos do Twitter. Depois chegou a vez do diário francês Le Monde (27/5) apresentar ao mundo o novo verificador informal do microblog, com um título bastante elogioso: “Pic Pedant, creditador (atribuidor de créditos) em série e caçador de fraudes” (PicPedant, serial crediteur et chasseur de fakes). O diário francês informou que Ordoveza trabalha duas horas por dia (fora finais de semana) e não é nenhum tipo de “vigilante solitário”. Outros profissionais na rede, como o jornalista Tom Phillips, do BuzzFeed, ou Matt Novak, do Webzine Gizmodo costumam desmontar rumores e boatos em redes sociais, adicionou a revista da Universidade de Columbia. Os sites Snopes, nos Estados Unidos, e o Hoaxbuster, na França, também fazem o mesmo trabalho. Ordoveza pensa em formar uma rede de verificadores na web, adicionou o jornal francês.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os 30 maiores proprietários de mídia Não é má ideia, e nós, aqui no Brasil, também temos bons exemplos de examinadores do conteúdo da web que poderiam fazer parte dessa rede. Recebem críticas por estragarem a diversão de muitos, mas são fundamentais para o público da web. O Brasil tem um excelente verificador de farsas, rumores e notícias falsas. É o Gilmar Henrique Lopes que administra o siteE-farsas e também atua como verificador de fatos na web há 10 anos. Ele é analista de sistemas e em 2008 apareceu no Programa do Jô (3/4). Gilmar é um amador que cresceu na web graças a sua habilidade não só em apontar erros e farsas, mas por fazer correções de conteúdo. Seu site é bastante visitado; é mais popular que o da CJR. Não tenho dúvidas que Gilmar Henrique seria parte importante de uma rede mundial de verificadores de fatos duvidosos e farsas na web. Os franceses do Monde entenderam o trabalho de Paulo Ordoveza no Twitter como o de um campeão da luta pelos créditos na mídia. Percebi um toque de ironia no jornal francês ao descrever o esforço que o programador e web designer faz na rede. Ele foi chamado de “caçador dos créditos perdidos”, no periódico gaulês. O filipino faz trabalho jornalístico melhor que muitos periódicos e portais da web. Sua presença e de outros como ele na rede é fundamental. Principalmente na mídia social. No final do mês passado o absurdo abaixo foi publicado no Facebook, e muita gente acreditou. Nem que fosse por algumas horas. O atrevimento foi grande: Fonte: Facebook Isto foi publicado no Facebook no dia 30 de julho de 2014: a Rede Globo seria vendida em segredo para a BBC. Quem conhece um pouco sobre a mídia sabe que a Globo é uma corporação maior que a BBC. A emissora carioca do Jardim Botânico é a 17ª maior proprietária de mídias do planeta. O Google é a primeiro e a Globo está na frente do Yahoo e da Microsoft. A BBC não está entre as 30 maiores do planeta na lista anual da Zenithoptmedia: Posição dos 30 maiores proprietários da Mídia Mundial Posição Proprietário da Mídia Posição Proprietário da Mídia 1 Google 16 Asahi Shimbun Company 2 Walt Disney Company 17 Grupo Globo 3 Comcast 18 Yahoo! 4 21st Century Fox 19 Fuji Media Holdings 5 CBS Corporation 20 CCTV 6 Bertelsmann 21 Microsoft 7 Viacom 22 Hearst Corporation 8 Time Warner 23 JC Decaux 9 News Corp 24 Yomiuri Shimbun Holdings 10 Facebook 25 Mediaset 11 Advance Publications 26 Axel Springer 12 iHeartMedia 27 ITV plc 13 Discovery 28 ProSiebenSat.1 14 Baidu 29 NTV 15 Gannett 30 Sanoma Fonte: site ZenithOptmedia, maio de 2015. Metodologia: renda de mídia de cada corporação em diferentes meios de transmissão e comunicação. A carta-renúncia de Dilma A maior emissora de televisão privada do Brasil jamais poderia ser vendida à BBC porque empresas estrangeiras não podem, de acordo com a nossa Constituição, comprar empresas nacionais de telecomunicações e radiodifusão (o Gilmar que descobriu isso primeiro e publicou). Por outro lado, a BBC é muito querida na Inglaterra. Funciona sob autorização de Carta Régia da Coroa Britânica e não pode ser vendida quando o mercado assim o decidir. Qualquer negociação envolvendo as duas gigantes e a negociação de propriedades seria manchete em qualquer publicação do planeta. Isso ficou óbvio desde o primeiro momento. A “notícia” nunca fez sentido em momento algum. Mas enganou muita gente. As farsas noticiosas da web, com todos os seus recursos, exploram a verossimilhança de notícias que poderiam existir em um universo de ficção, mas não são fatos que resistam a conferências e verificações. A Globo, junto com a chinesa CCTV, são as únicas organizações da mídia de países emergentes entre os trinta maiores conglomerados de mídia do planeta, segundo o relatório da ZenithOptmedia. A hegemonia americana é incontestável, com nove entre os dez maiores proprietários de meios de comunicação do planeta. A rede de TV inglesa melhor colocada é a concorrente da BBC na Inglaterra, a ITV plc, que está dez posições abaixo do grupo Globo. A BBC não está no grupo e a falsa notícia durou pouco. Mais uma vez, o caça-farsas brasileiro acabou com a piada. Foi

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