Cruz e Souza – Versos na tarde – 14/02/2015

Amor
Cruz e Souza¹

Nas largas mutações perpétuas do universo
O amor é sempre o vinho enérgico, irritante…
Um lago de luar nervoso e palpitante…
Um sol dentro de tudo altivamente imerso.

Não há para o amor ridículos preâmbulos,
Nem mesmo as convenções as mais superiores;
E vamos pela vida assim como os noctâmbulos
à fresca exalação salúbrica das flores…

E somos uns completos, célebres artistas
Na obra racional do amor — na heroicidade,
Com essa intrepidez dos sábios transformistas.

Cumprimos uma lei que a seiva nos dirige
E amamos com vigor e com vitalidade,
A cor, os tons, a luz que a natureza exige!…

¹ João da Cruz e Sousa
* Florianópolis, SC. – 24 de Novembro de 1861 d.C
+ Antonio Carlos, MG – 19 de Março de 1898 d.C


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