Almandrade – Versos na tarde – 08/05/2016

Acrílico sobre papel
Almandrade ¹

O percurso dos séculos
espelha rugas
na geografia da pele
e atrai o silêncio
das notas musicais
os que vão nascer
não vão experimentar
o futuro
vão se render
ao presente.

Um encontro
de estórias
a escada reta
leva ao vazio
entre
o suor e o medo
um lugar no espelho.

Um nome em branco
revela mais de perto
o lugar,
esvazia o drama,
adormece a palavra.
Lembrança congelada
na pele.
Janelas entreabertas,
mas a luz não entra.

A professora sai da aula
voa na imaginação
com as asas
coloridas
de uma borboleta
um corpo na transparência
do erótico
um saber na fala
uma arquitetura feminina
como a chuva
molha o desejo
mas a água
fria
escorre apressada
foge
por labirintos indeciso

¹ Antonio Luiz M. Andrade
*Salvador,BA – 1953 d.C
É arquiteto, poeta e artista plástico


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