Agustín Delgado – Versos na tarde – 10/08/2015

Em privado
Agustín Delgado ¹

Já faz tempo
que não escrevo poemas

Antes gostava
de ter a folha diante dos olhos
e contemplar o entardecer.

Agora
enche-se-me pelas noites a cabeça de ruído
um ruído raro
e vejo palavras infinidade de libélulas
desaparecem revolteando até se perderem

e perco-me eu
e caio sem respiração no anfiteatro da noite

e acordo
com os músculos presos.

Quando vou gritar
uma mão branquíssima baixa lentamente
e tapa-me a boca.

¹ Agustín Delgado
* Rioseco de Tapia, Espanha – 10 de agosto de 1941 d.C
+ Rioseco de Tapia, Espanha – 11 de setembro de 2012 d.C


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