Celeste
Adelino Fontoura ¹
É tão divina a angélica aparência
e a graça que ilumina o rosto dela,
que eu concebera o tipo de inocência
nessa criança imaculada e bela.
Peregrina do céu, pálida estrela,
exilada na etérea transparência,
sua origem não pode ser aquela
da nossa triste e mísera existência.
Tem a celeste e ingênua formosura
e a luminosa auréola sacrossanta
de uma visão do céu, cândida e pura.
E quando os olhos para o céu levanta,
inundados de mística doçura,
nem parece mulher – parece santa.
Adelino Fontoura Chaves
* Axixá, MA. – 30 de março de 1859 d.C
+ Lisboa, Portugal – 2 de maio de 1884 d.C
Jornalista, ator e poeta brasileiro do romantismo, patrono da cadeira nº1 da Academia Brasileira de Letras.
[ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]