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Adelino Fontoura – Verso na tarde

Celeste Adelino Fontoura ¹ É tão divina a angélica aparência e a graça que ilumina o rosto dela, que eu concebera o tipo de inocência nessa criança imaculada e bela. Peregrina do céu, pálida estrela, exilada na etérea transparência, sua origem não pode ser aquela da nossa triste e mísera existência. Tem a celeste e ingênua formosura e a luminosa auréola sacrossanta de uma visão do céu, cândida e pura. E quando os olhos para o céu levanta, inundados de mística doçura, nem parece mulher – parece santa. Adelino Fontoura Chaves * Axixá, MA. – 30 de março de 1859 d.C + Lisboa, Portugal – 2 de maio de 1884 d.C Jornalista, ator e poeta brasileiro do romantismo, patrono da cadeira nº1 da Academia Brasileira de Letras. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Os ladrões com ideologia são ainda piores do que os outros

Não há nenhuma reação consistente, pra valer, de nenhum segmento dos poderes da república.  A Toga se “encolhe” já que não se interessa pelo assunto visto que paira um silêncio generoso sobre a acusação dos “bandidos da Toga”, abrindo caminho, se é que é possível, a se desmoralizou mais ainda. O Legislativo, ah, o legislativo! Ceivado de Sarney, Calheiros, e Romeros, é subliminar parceira da falácia tão bem aplicada por uma oposição que se mostra um tanto quanto, nos subterrâneos dos interesses, uma espécie de “companheira dos “cumpaêiros” que mais e mais se mostra submissa às indecentes verbas parlamentares, que a todos interessa. O Editor O PMDB deveria reclamar de preconceito! As evidências de malandragem no Ministério do Esporte são maiores e bem mais graves do que aqueles que determinaram a queda do Ministro do Turismo, Pedro Novais, e do ministro da Agricultura, Wagner Rossi. E, no entanto, nota-se um cuidado muito maior do próprio governo ao tratar do caso. Por quê? Se formos levar em conta o volume de recursos, então, o esquema que havia no Turismo vira brincadeira de criança. Desde 2003, o programa Segundo Tempo liberou quase… R$ 800 milhões!!! O PCdoB pode não ter obtido sucesso em fazer a revolução socialista. Mas é inegável que o partido conseguiu um jeito de distribuir a renda ao menos entre os seus. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Insisto: por que Dilma foi quase fulminante nos outros casos e enrola tanto com o Ministério do Esporte? Como prova um dos posts abaixo, VEJA evidenciou o esquemão já em 2008. No fim de 2010, ainda no governo do Apedeuta, as coisas se agravaram. Mesmo assim, a então presidente eleita manteve Orlando Silva na pasta. Agora, como se nota, o próprio ministro é engolfado pelos fatos. No fim das contas, há aquela má consciência de sempre: a corrupção promovida por um partido de esquerda, ainda que apenas nominalmente de esquerda, seria diferente da de um outro, que não carrega esse pedigree. Eis aí uma das evidências, que se dá no terreno moral, a explicar por que todos os regimes socialistas, sem exceção, se tornaram ditaduras violentas e corruptas. Os esquerdistas se dão, mesmo!, todos os direitos e transformam suas vilanias e malandragens em atos de resistência política. Afinal de contas, eles têm um nobre propósito, não é?, que a direita não teria: a igualdade entre os homens. Em nome desse valor abstrato, eles podem praticar todas as safadezas concretas. E ai daquele que denunciar! Se o fizer, só pode estar interessado em prejudicar a nobre luta dos valentes em defesa do bem, do belo e da justiça social. Como se consideram monopolistas da virtude e da caridade, suas teses dispensam demonstração. Eles estão sempre certos porque são naturalmente bons, e seus adversários estão sempre errados porque naturalmente maus, de sorte que o mal praticado por um esquerdista é bem, e o bem exercido por um opositor seu, um mal. Isso demonstra quão genial foi George Orwell — que era simpático, na origem, às teses socialistas — no livro 1984, publicado em 1949. Ali aparecem (na versão para o português) a “novilíngua” (as palavras querem dizer o contrário do seu sentido de dicionário) e o “duplipensar”: por esse método, alguém pode pensar uma coisa e, ao mesmo tempo, o seu contrário. É a essência moral das esquerdas. Trotstky, o mais inteligente da geração de revolucionários russos de 1917, escreveu em 1936 o livro “Moral e Revolução”, em que fala de duas morais, a que serve e a que não serve aos bolcheviques: “A Nossa Moral e a Deles”. Trata-se de um dos textos mais indecentes jamais escritos. Falo com mais cuidado sobre esse monumento ao amoralismo num longo post, abaixo deste. É evidente que nem o PT nem essa turma do PCdoB que está agarrada às tetas do Ministério do Esporte querem revolução social, socialismo ou algo parecido. Isso hoje daria uma trabalheira danada, ainda que fosse viável, e haveria o risco de eles perderem seus privilégios. Não há o menor risco de o “comunismo”, na versão conhecida, voltar a ser influente no mundo. O mesmo, no entanto, não se diga sobre ditaduras. Isso é outra coisa. Evento recente em São Paulo (o do promotor que denunciou como “nazistas” moradores que se opõem à mudança de endereço de um albergue) demonstra que a idéia de um estado dominado por esses “monopolistas do bem”, que submeta o conjunto da sociedade às suas vontades (ainda que num regime de economia de mercado) é, sim, possível. Pior: dá para criar a mímica da democracia numa ditadura. Fui um pouquinho longe para falar sobre a moral particular dos esquerdistas? Fui, sim! O que estou evidenciando é que aquela canalha que fica na rede defendendo larápios se acha superior aos defensores de larápios de outras legendas. Afinal, eles seriam herdeiros da velha moral revolucionária, compreendem? No fundo, como lembrou Padre Vieira no “Sermão do Bom Ladrão”, citando São Basílio Magno, esses ladrões são piores do que os outros. Aqueles, ao menos, roubam correndo algum risco; estes roubam sem temor nem perigo. blog Reinaldo Azevedo

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A ilusão de uma economia verde

Tudo o que fizermos para proteger o planeta vivo que é a Terra contra fatores que a tiraram de seu equilíbrio e provocaram, em conseqüência, o aquecimento global é válido e deve ser apoiado. Na verdade, a expressão “aquecimento global” esconde fenômenos como: secas prolongadas que dizimam safras de grãos, grandes inundações e vendavais, falta de água, erosão dos solos, fome, degradação daqueles 15 entre os 24 serviços, elencados pela Avaliação Ecossistêmica da Terra (ONU), responsáveis pela sustentabilidade do planeta(água, energia, solos, sementes, fibras etc). A questão central nem é salvar a Terra. Ela se salva a si mesma e, se for preciso, nos expulsando de seu seio. Mas como nos salvarmos a nós mesmos e à nossa civilização? Esta é real questão que a maioria dá de ombros. A produção de baixo de carbono, os produtos orgânicos, energia solar e eólica, a diminuição, o mais possível, de intervenção nos ritmos da natureza, a busca da reposição dos bens utilizados, a reciclagem, tudo que vem sob o nome de economia verde são os processos mais buscados e difundidos. E é recomendável que esse modo de produzir se imponha. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Mesmo assim não devemos nos iludir e perder o sentido crítico. Fala-se de economia verde para evitar a questão da sustentabilidade que se encontra em oposição ao atual modo de produção e consumo. Mas no fundo, trata-se de medidas dentro do mesmo paradigma de dominação da natureza. Não existe o verde e o não verde. Todos os produtos contem nas várias fases de sua produção, elementos tóxicos, danosos à saúde da Terra e da sociedade. Hoje pelo método da Análise do Ciclo de Vida podemos exibir e monitorar as complexas inter-relações entre as várias etapas, da extração, do transporte, da produção, do uso e do descarte de cada produto e seus impactos ambientais. Aí fica claro que o pretendido verde não é tão verde assim. O verde representa apenas uma etapa de todo um processo. A produção nunca é de todo ecoamigável. Tomemos como exemplo o etanol, dado como energia limpa e alternativa à energia fóssil e suja do petróleo. Ele é limpo somente na boca da bomba de abastecimento. Todo o processo de sua produção é altamente poluidor: os agrotóxicos aplicados ao solo, as queimadas, o transporte com grandes caminhões que emitem gases, as emissões das fábricas, os efluentes líquidos e o bagaço. Os pesticidas eliminam bactérias e expulsam as minhocas que são fundamentais para a regeneração os solos; elas só voltam depois de cinco anos. Para garantirmos uma produção necessária à vida, e que não estresse e degrade a natureza, precisamos mais do que a busca do verde. A crise é conceptual e não econômica. A relação para com a Terra tem que mudar. Somos parte de Gaia e por nossa atuação cuidadosa a tornamos mais consciente e com mais chance de assegurar sua vitalidade. Para nos salvar não vejo outro caminho senão aquele apontado pela Carta da Terra: ”o destino comum nos conclama a buscar um novo começo; isto requer uma mudança na mente e no coração; demanda um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal” (final). Mudança de mente significa um novo conceito de Terra como Gaia. Ela não nos pertence, mas ao conjunto dos ecossistemas que servem à totalidade da vida, regulando sua base biofísica e os climas. Ela criou toda a comunidade de vida e não apenas nós. Nós somos sua porção consciente e responsável. O trabalho mais pesado é feito pelos nossos parceiros invisíveis, verdadeiro proletariado natural, os microorganismos, as bactérias e fungos que são bilhões em cada colherada de chão. São eles que sustentam efetivamente a vida já há 3,8 bilhões de anos. Nossa relação para com a Terra deve ser como aquela com nossas mães: de respeito e gratidão. Devemos devolver, agradecidos, o que ela nos dá e manter sua capacidade vital. Mudança de coração significa que além da razão instrumental com a qual organizamos a produção, precisamos da razão cordial e sensível que se expressa pelo amor à Terra e pelo respeito a cada ser da criação porque é nosso companheiro na comunidade de vida e pelo sentimento de reciprocidade, de interdependência e de cuidado, pois essa é nossa missão. Sem essa conversão não sairemos da miopia de uma economia verde. Só novas mentes e novos corações gestarão outro futuro. Leonardo Boff é teólogo e filósofo/blog do Noblat

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