Quando velha
Paulo Maldonado ¹
quando velha, dia e noite diante da tv,
indiferente à matéria das coisas reais
(tudo era e não é mais) e às 1001 fêmeas
encantadoras, como você foi para tantos
mas à vera só eu fruí, recorda: em vigília
ou sono sonha o nosso imenso amor e sexo
e maldiga a lei da gravidade, cedo e tarde
a todos ela atrai e abate; caduque e nunca
afague, dedos bambos, a juventude esfuziante
lembra cada um de nós dois em minudências:
o que somos, fomos e perdemos; com raiva
até a ira – única seiva renovada na velhice
¹ Paulo Maldonado
* Minas Gerais
Escritor com 3 livros publicados, já lecionou na faculdade de comunicação social da PUC-RJ, foi diretor das Faculdades Latino-Americanas de Ciências Sociais, diretor de dois Festivais Brasileiros de Cinema Publicitário e diretor da ABP – Associação Brasileira de Publicidade.
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