Na primeira noite eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim
e não dizemos nada.
Na segunda noite já não se escondem:
pisam as flores, matam nosso cão
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil
deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e, conhecendo nosso medo
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Vladimir Vladimirovitch Maiakovsk
* Georgia, Rússia – 19 Julho 1893 d.C.
+ Moscou, Rússia – 14 Abril 1930 d.C.