Artur da Távola – Versos na tarde – 20/01/2016

Tempo
Artur da Távola¹

Hoje eu sou poesia,
Pedaço de nuvem
Nas mãos do teu dia.
Eu sou amargura,
Espaço de espanto
Num céu de loucura.

Hoje eu quero ser jardim,
Temporada de espanto
No sorriso de teu sim.

Agora vai ser a vez
Da esperança sem lança,
Da amizade sem força,
Do afago sem sexo,
Do sexo sem falsa noção de esmagar.
Chegou o tempo
De ser
E amar.

¹Paulo Alberto Monteiro de Barros
* Rio de Janeiro, RJ. – 03 de Janeiro de 1936 d.C
+ Rio de Janeiro, RJ. – 09 de Maio de 2008 d.C


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