Curtir e compartilhar não são interação, são atividades mecânicas, superficiais e estão longe do grande valor desses canais: a troca de informações e conhecimentos. Ah! E há vida fora do mundo virtual!
Neste momento eu poderia estar curtindo diversas fotos ou compartilhando vários links e me sentindo superativo e presente nas redes sociais. Mas esta agitação toda pode ser apenas muito barulho por nada.
A interação de curtir e compartilhar já virou algo ralo e superficial, que atende mais a interesses comerciais e estatísticos do que outra coisa.
Se for mesmo o caso, pense em iniciar um diálogo, conversar, trocar ideias e emoções.
Vá a fundo, chame a pessoa para conversar ou pesquise o assunto, descubra a fonte, descubra origem e autor(es). Discuta com aqueles que se interessarem também.
Não é assim na vida real, quando temos um encontro marcante quando um assunto, livro, filme ou evento nos empolga? É como se parássemos o tempo e mergulhássemos de cabeça e coração num novo universo. Neste caso nem percebemos o tempo passar.
[ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Aí reside o melhor da vida, a intensidade de um acontecimento, o efeito de uma palavra, de um conselho, uma confissão, uma dúvida. Com uma pessoa ou mais, com amigos e familiares.
O que vale é a interação real. E isso é diálogo entre duas partes, algo que numa era digital de tanta comunicação, as pessoas parecem esquecer-se de praticar mais. Parece uma contradição, mas quanto mais perto podermos estar de qualquer pessoa por vídeo, web ou celular, às vezes fica mais gritante a dificuldade de ouvir, entender e respeitar a opinião do outro.
Ao contrário do que vemos muito por aí, grandes filósofos e pensadores de todas as épocas, não estariam discursando egocentricamente em vídeos, textos, sites ou programas de tevê que mais parecem comunicação de uma única via.
Eles estariam, sim, nas praças, nas salas de aula, conversando, provocando debates, ouvindo opiniões e respostas de suas perguntas. Pois em milhares de anos, foi assim que progredimos em ciência e conhecimento, na busca do novo, na pesquisa, na tentativa e erro.
A vida real acontece na rua e não nos playgrounds da vida, muito menos nas telas vivas e otimistas das redes e mídias sociais.
Não basta curtir e compartilhar. A vida digital precisa ganhar mais corpo, sangue e alma, para ser mesmo renovadora e transformadora.
Roberto Tostes/Webinsider