E sua (dele) ex-celência ainda dá entrevista à televisão, candidamente ruborizado ante o “distrupiço” cometido na casa da mãe Joana, quer dizer, no Senado desta pobre, infelicitada e depauperada república.
O marimbondo de fogo que a décadas assola a terra dos buritís, faz jogo de cena ao mandar todos os atuais diretores do senado entregarem os cargos. Podem anotar aí: quando o chefe da capitania hereditária dos ribamares deixar a presidência do senado, dentro de dois anos, veremos quantas serão as diretorias funcionando.
O editor
Sarney criou 70% das 181 diretorias
Agora favorável ao corte, presidente do Senado comandava a Casa quando a maioria dos cargos foi instituída
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), encabeça os atos que criaram pelo menos 70% dos 181 cargos de direção da Casa que ele diz, agora, querer diminuir. A proliferação das diretorias e seus anexos com salários elevados se deu, sobretudo, entre 2003 e 2005, quando o parlamentar comandou a instituição pela segunda vez.
Sarney multiplicou, por exemplo, a gestão da então Secretaria de Comunicação, quando seu nome foi trocado para Secretaria Especial de Comunicação Social. Hoje o órgão comporta 20 cargos de direção.
A pulverização dos cargos chegou ao ponto de criar uma coordenação do Jornal Semanal, coletânea de notícias divulgada na segunda-feira, repetindo reportagens sobre atividades dos parlamentares divulgadas ao longo da semana e outras tidas como especiais.
Sarney foi ainda pródigo na transformação de várias outras subsecretarias em secretarias.
É o caso das secretarias de Biblioteca, Telecomunicações, Comissões, Especial de Informática do Prodasen, Finanças, Orçamento e Contabilidade, Segurança Legislativa e outras.
Cada uma delas municiada com subsecretarias e outros cargos anexos – todos considerados de direção.
De Rosa Costa – O Estado de São Paulo