Redes sociais e George Orwell

Internet Blog do MesquitaFaço abaixo uma reflexão prá lá de pertinente, no momento em que as chamadas redes sociais vão se tornando mais presente como mídia interativa.

Os regimes praticantes do “olho do grande irmão”, a ditatorial China por exemplo, se movem para tentar estender seus (deles) tentáculos, para controlarem corações e mentes.

Quando li “1984“, do George Orwell, eu achava graça na idéia de que todas as edições do jornal oficial fossem reimpressas a cada mudança da conjuntura política, para adequar o relato do passado às conveniências do presente.

Era um absurdo, naqueles tempos inocentes do século passado.

Ele descrevia assim o processo:
“O que acontecia no labirinto invisível ao qual levavam os tubos pneumáticos, ele não sabia em detalhes, mas sabia em termos gerais.

Assim que todas as correções que se fizessem necessárias em qualquer edição familiar do ‘The Times’ tivessem sido coligidas e reunidas, aquele número seria reimpresso, a cópia original destruída e a cópia corrigida colocada nos arquivos em seu lugar.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”]

Este processo de alteração contínua era aplicado não só aos jornais, mas a livros, periódicos, panfletos, pôsteres, folhetos, filmes, trilhas sonoras, desenhos animados, fotografias – a todo tipo de literatura ou documentação que pudesse concebivelmente ter algum significado político ou ideológico.

Dia a dia, e quase minuto a minuto, o passado era atualizado.

Desta forma, toda previsão feita pelo Partido poderia ser demonstrada como correta por todas as evidências documentais, e nenhum registro de notícia ou nenhuma expressão de opinião que conflitasse com as necessidades do momento seria permitido.

Toda história era um palimpsesto, apagado e reescrito exatamente com a freqüência que fosse necessária.

Em nenhum caso seria possível, quando isso fosse feito, provar que qualquer falsificação tivesse ocorrido.

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