por Fernando Bevilacqua*
colaborador do Blog

Alguns episódios ocorridos no final deste ano, trouxeram à tona um retrato preocupante, tanto da juventude como dos governantes.
Inicio pelos mais novos.

É quase obrigatório que a juventude se apresente ao mundo acesa, inquieta. Parece, contudo, que estão os moços a confundir inquietude com abandono de valores sociais e humanos elevados, e com sua própria preservação existencial.

As incontinências pelos prazeres e pela liberdade sem limites, ameaçam vidas e carreiras promissoras. Mal percebem esses jovens que, a continuarem se arrebentando nessas disparadas sem freios, podem estar arriscando a credibilidade e a confiança que as sociedades depositam no vigor e na capacidade de transformação que são depositários. E daí, confiar em quem?

Os mais velhos e os velhos, ou já abandonaram as lides ou já demonstraram de como podem corromper e desestabilizar os indivíduos, as famílias, as instituições e o mundo. Nações inteiras não param de se transformar em adubo de terras, que mesmo “fertilizadas” com sangue, continuarão improdutivas. Em breve a fome irá restaurar o canibalismo.
Enquanto avança a barbárie, jovens bem postos nas camadas mais abastadas da sociedade, comportam-se tal qual selvagens.

Moços recém diplomados em Medicina, expandem suas alegrias ao término do curso, invadindo o hospital que fora o berço de sua formação profissional; não para distribuir alento e alívio aos pacientes, mas tormento e pavor. Andaram,simplesmente, na contramão da profissão. Se momentos antes de receberem autorização formal e legal para uso de suas “armas” as utilizam contra os que deles precisarão de auxílio e conforto, o que imaginar quando legalmente autorizados a exercer a profissão? A iniciação desses jovens leva a marca do desrespeito, da impiedade e da insensibilidade para com a dor e o sofrimento do ser humano, tudo que o médico deve abominar.

Não podem,definitivamente, ostentar o galardão de Médico! Ainda mais patético e estarrecedor, foi a demonstração de solidariedade do grupo restante em relação aos “colegas selvagens”, a ponto de a oradora da turma anunciar, indignada e ferida, que não havia motivo para nada festejar na solenidade de colação de grau – retirou-se com ar de “vitoriosa”! Que os deuses a perdoem.

Mas os jovens não pararam, e continuaram a patrocinar desvarios. Em cruzeiro marítimo que reuniu estudantes de Direito de universidade paulista, moça de 24 anos morre “afogada em seus próprios vômitos” após ingestão abusiva de bebidas alcoólicas. A declarações de alguns passageiros da mesma viagem são inimagináveis: malas de passageiros atiradas ao mar, mobiliários da nave danificados (não por acidente, mas pelo “prazer” do dano), vômitos, urina e fezes “presenteados” em locais de uso comum aos passageiros, balbúrdia desenfreada pelos corredores do navio madrugada a dentro, “assalto” a ambientes de lazer impedindo o desfrute dos mesmos por outros passageiros tudo coroado por selvageria sexual em nome da liberdade do gozo e do prazer! A bandeira é: “você tem dois dias para descarregar seu tesão”! Por óbvio marcaram presença as “drogas animadoras”.

No episódio em apreço, não faltaram defensores do desregramento, a culpar a empresa marítima por falta de fiscalização sobre os abusos juvenis. Patético, não?

Deixe-se a mocidade para trás e olhe-se para os menos jovens e os muito mais velhos.
Cidades de Santa Catarina afogadas em água, lama e doações.. Irmãos despejados de suas casas pela Natureza em fúria. Brasileiros, povo alegre, comunicativo, musical e solidário, patrocinam episódio horripilante: cristãos voluntários são pilhados furtando doações! Não tardou a surgir a face da perversidade.

No final do desfile, selam com invulgar maestria e insólita polidez para um chefe de estado, dois episódios memoráveis. O primeiro quando Lula – “O Magnífico” – revela que, da mesma forma que um médico não pode dizer ao paciente – você sifu, um presidente não pode anunciar à nação que a economia está gravemente abalada. Otimista deve ser o tom da mensagem! O segundo quando apela para os participantes de uma reunião de países sul-americanos e do Caribe, para que os repórteres, à semelhança do que aconteceu no Iraque com o presidente Bush, não atirem sapatos nos palestrantes.

O calor do ambiente aonde ocorria a reunião provocaria um chulé insuportável na atmosfera.
Um Ano Novo de 2009 com ocorrências ainda mais excitantes, meu Brasil!
Oremos!
(*) PASSANRE ENGAJADO

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