Arquivo

Enterrando 2008

por Fernando Bevilacqua* colaborador do Blog Alguns episódios ocorridos no final deste ano, trouxeram à tona um retrato preocupante, tanto da juventude como dos governantes. Inicio pelos mais novos. É quase obrigatório que a juventude se apresente ao mundo acesa, inquieta. Parece, contudo, que estão os moços a confundir inquietude com abandono de valores sociais e humanos elevados, e com sua própria preservação existencial. As incontinências pelos prazeres e pela liberdade sem limites, ameaçam vidas e carreiras promissoras. Mal percebem esses jovens que, a continuarem se arrebentando nessas disparadas sem freios, podem estar arriscando a credibilidade e a confiança que as sociedades depositam no vigor e na capacidade de transformação que são depositários. E daí, confiar em quem? Os mais velhos e os velhos, ou já abandonaram as lides ou já demonstraram de como podem corromper e desestabilizar os indivíduos, as famílias, as instituições e o mundo. Nações inteiras não param de se transformar em adubo de terras, que mesmo “fertilizadas” com sangue, continuarão improdutivas. Em breve a fome irá restaurar o canibalismo. Enquanto avança a barbárie, jovens bem postos nas camadas mais abastadas da sociedade, comportam-se tal qual selvagens. Moços recém diplomados em Medicina, expandem suas alegrias ao término do curso, invadindo o hospital que fora o berço de sua formação profissional; não para distribuir alento e alívio aos pacientes, mas tormento e pavor. Andaram,simplesmente, na contramão da profissão. Se momentos antes de receberem autorização formal e legal para uso de suas “armas” as utilizam contra os que deles precisarão de auxílio e conforto, o que imaginar quando legalmente autorizados a exercer a profissão? A iniciação desses jovens leva a marca do desrespeito, da impiedade e da insensibilidade para com a dor e o sofrimento do ser humano, tudo que o médico deve abominar. Não podem,definitivamente, ostentar o galardão de Médico! Ainda mais patético e estarrecedor, foi a demonstração de solidariedade do grupo restante em relação aos “colegas selvagens”, a ponto de a oradora da turma anunciar, indignada e ferida, que não havia motivo para nada festejar na solenidade de colação de grau – retirou-se com ar de “vitoriosa”! Que os deuses a perdoem. Mas os jovens não pararam, e continuaram a patrocinar desvarios. Em cruzeiro marítimo que reuniu estudantes de Direito de universidade paulista, moça de 24 anos morre “afogada em seus próprios vômitos” após ingestão abusiva de bebidas alcoólicas. A declarações de alguns passageiros da mesma viagem são inimagináveis: malas de passageiros atiradas ao mar, mobiliários da nave danificados (não por acidente, mas pelo “prazer” do dano), vômitos, urina e fezes “presenteados” em locais de uso comum aos passageiros, balbúrdia desenfreada pelos corredores do navio madrugada a dentro, “assalto” a ambientes de lazer impedindo o desfrute dos mesmos por outros passageiros tudo coroado por selvageria sexual em nome da liberdade do gozo e do prazer! A bandeira é: “você tem dois dias para descarregar seu tesão”! Por óbvio marcaram presença as “drogas animadoras”. No episódio em apreço, não faltaram defensores do desregramento, a culpar a empresa marítima por falta de fiscalização sobre os abusos juvenis. Patético, não? Deixe-se a mocidade para trás e olhe-se para os menos jovens e os muito mais velhos. Cidades de Santa Catarina afogadas em água, lama e doações.. Irmãos despejados de suas casas pela Natureza em fúria. Brasileiros, povo alegre, comunicativo, musical e solidário, patrocinam episódio horripilante: cristãos voluntários são pilhados furtando doações! Não tardou a surgir a face da perversidade. No final do desfile, selam com invulgar maestria e insólita polidez para um chefe de estado, dois episódios memoráveis. O primeiro quando Lula – “O Magnífico” – revela que, da mesma forma que um médico não pode dizer ao paciente – você sifu, um presidente não pode anunciar à nação que a economia está gravemente abalada. Otimista deve ser o tom da mensagem! O segundo quando apela para os participantes de uma reunião de países sul-americanos e do Caribe, para que os repórteres, à semelhança do que aconteceu no Iraque com o presidente Bush, não atirem sapatos nos palestrantes. O calor do ambiente aonde ocorria a reunião provocaria um chulé insuportável na atmosfera. Um Ano Novo de 2009 com ocorrências ainda mais excitantes, meu Brasil! Oremos! (*) PASSANRE ENGAJADO

Leia mais »

Chavés expulsa embaixador de Israel

O doidivanas das Caraíbas, a falta do que fazer, ataca mais uma vez. Agora o insensato ser, do cretáceo inferior, mete o bedelho no conflito da Palestina. Diplomacia a la Chávez por Adriana Vandoni O charlatão das zaméricas, Hugo Chávez, expulsou o embaixador de Israel e parte dos funcionários da embaixada, da Venezuela. Em nota Chávez diz que com isso, reafirma “sua vocação para a paz e a exigência de respeito ao direito internacional”. Acusa Israel de praticar “terrorismo de Estado”. Mesmo reafirmando sua “vocação para a paz”, Chávez ameaça que “não descansará até ver os responsáveis por estes crimes atrozes severamente castigados”. do blog Prosa e Política

Leia mais »

Reforma ortográfica – Acentos diferenciais

Os acentos diferenciais de ‘pelo’, ‘polo’ e ‘pera’ já vão tarde! por Pasquale Cipro Neto O Acordo passou o facão nos acentos diferenciais. Mantiveram-se só os de “pôde” e “pôr”. O diferencial de “pôde” é de timbre (fechado, no caso) e distingue “ele pôde” de “ele pode”. O circunflexo da forma verbal “pôr” a distingue da preposição homógrafa (átona) “por”. Os demais acentos diferenciais foram sumariamente eliminados pelo Acordo. Deixaram de existir as seguintes grafias: “pára” (do verbo “parar”), “pêlo/s” (substantivos), “pélo”, “pélas” e “péla” (do verbo “pelar”), “pólo/s”, “pôlo/s” e “pêra” (substantivos). Esses acentos se justificavam pelos correspondentes homógrafos átonos: “para” (preposição), “pelo” (combinação de preposição e artigo), “polo” (combinação arcaica de preposição e artigo) e “pera” (preposição arcaica). Com exceção do acento na forma verbal “para”, os demais já vão tarde. O de “para” fará falta em alguns casos. Um título como “Trânsito pesado para Recife” será ambíguo, portanto não deverá ser publicado. Por fim, uma novidade: é opcional o acento em “forma” (sinônimo de “molde”). É isso. da Folha de São Paulo

Leia mais »

A marcha da insensatez – Palestina

Palestina – Gaza  – Janeiro de 2009 O por que do título A Marcha da Insensatez Tenho ao longo dos 3 anos do blog, recebido perguntas sobre o porquê dos títulos de algumas seções do blog. A marcha da insensatez é um deles. Explico: coloco nos ‘posts’ fotos que demonstrem a insensatez do ser humano nas mais diferentes situações, povos e países. A minha referência para alertar sobre a estupidez das ações humanas, é o livro “A Marcha da Insensatez – De Tróia ao Vietnã” – José Olympio Editora -, aliás, um livro essencial em qualquer biblioteca, da historiadora norte americana, já falecida, Barbara Tuchman. Se ainda viva fosse, a excepcional historiadora, talvez o subtítulo do livro fosse: De Tróia à Palestina. “Pesquisando com rigor vasto espectro de documentos históricos, a autora traça e registra, nesse livro, um dos mais estranhos paradoxos da condição humana: a sistemática procura, pelos governos, de políticas contrárias aos seus próprios interesses.” Considerada a mais bem sucedida historiadora dos Estados Unidos, Barbara Tuchman, ganhadora do Prêmio Pulitzer, é autora de clássicos como: The Guns of August, The Proud Tower, Stilwell and the American Experience in China, A Distant Mirror e Pratcting History.

Leia mais »

Bolsa Ditadura

E a farra com o seu, o meu, o nosso sofrido dinheirinho, continua. A “tchurma” dos “perseguidos” pela ditadura aumenta. Assim, na taba dos Tupiniquins, é um grande negócio alegar que sofreu qualquer tipo de perseguição política. Ditadura militar Ministério da Justiça concede mais 111 anistias Entre os beneficiados pela União figura o nome do ex-deputado e secretário de Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Nilmário Miranda, remunerado em R$ 99 mil. O Ministério da Justiça concedeu nesta segunda-feira anistia política e indenizações a 111 pessoas que fizeram parte da oposição política ao regime militar brasileiro (1964-85). Entre os beneficiados pela União figura o nome do ex-deputado e secretário de Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Nilmário Miranda, remunerado em R$ 99 mil. Além dele, foram anistiados Luiz Roberto Salinas, professor de filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e um dos fundadores do Teatro Oficina, e Antônio Luiz Carneiro Rocha, ex-guerrilheiro da Aliança Nacional Libertadora. Segundo o ministério, ambos foram remunerados em R$ 100 mil. De 2001 até hoje, a União pagou cerca R$ 3 bilhões a anistiados políticos. do O Povo

Leia mais »

Dershowitz: Ação militar israelense é legítima

Por ser plural, e democrático, o blog abre espaço para todas as opiniões e, assim, não faz juízo de valor a respeito das manifestações dos contrários. A mídia,  – não vejo nenhum problema em que um órgão tome partido, desde que assim se declare – geralmente só divulga um lado da questão. Cabe aos blogs, por independentes, levar aos leitores informações isentas, oriundas das partes envolvidas no conflito. Jurista diz que invasão da Faixa de Gaza é necessária e que Israel defende seu direitos Alan M. Dershowitz*, no Estadão A ação militar israelense em Gaza é totalmente justificada de acordo com o direito internacional, e Israel deveria ser elogiado por seus atos de defesa contra o terrorismo internacional. O Artigo 51 da Carta da ONU reserva às nações o direito de agir em defesa própria contra ataques armados. A única limitação é a obediência ao princípio de proporcionalidade. As ações de Israel certamente atendem a esse princípio. Quando Barack Obama visitou a cidade de Sderot no ano passado viu as mesmas coisas que eu vi em minha visita de março. Nos últimos quatro anos, terroristas palestinos dispararam mais de 2 mil foguetes contra essa área civil, na qual moram, na maior parte, pessoas pobres e trabalhadores. Os foguetes destinam-se a fazer o máximo de vítimas civis. Alguns por pouco não acertaram pátios de escolas, creches e hospitais, mas outros atingiram seus alvos, matando mais de uma dúzia de civis desde 2001. Esses foguetes lançados contra alvos civis também feriram e traumatizaram inúmeras crianças. Os habitantes de Sderot têm 15 segundos, desde o lançamento de um foguete, para correrem até um abrigo. A regra é que todo mundo esteja sempre a 15 segundos de um abrigo. Os abrigos estão em toda parte, mas idosos e pessoas com deficiências muitas vezes têm dificuldade para se proteger. Além disso, o sistema de alarme nem sempre funciona. Disparar foguetes contra áreas densamente povoadas é a tática mais recente na guerra entre os terroristas que gostam da morte e as democracias que amam a vida. Os terroristas aprenderam a explorar a moralidade das democracias contra os que não querem matar civis, até mesmo civis inimigos. Em um incidente recente, a inteligência israelense soube que uma casa particular estava sendo usada para a produção de foguetes. Tratava-se evidentemente de alvo militar. Mas na casa morava também uma família. Os militares israelenses telefonaram, então, para o proprietário da casa para informá-lo de que ela constituía um alvo militar e deram-lhe 30 minutos para que a família saísse. O proprietário chamou o Hamas, que imediatamente mandou dezenas de mães com crianças no colo ocupar o telhado da casa. Nos últimos meses, vigorou um frágil cessar-fogo mediado pelo Egito. O Hamas concordou em parar com os foguetes e Israel aceitou suspender as ações militares contra os terroristas. Era um cessar-fogo dúbio e legalmente assimétrico. Na realidade, era como se Israel dissesse ao Hamas: se vocês pararem com seus crimes de guerra matando civis inocentes, nós suspenderemos todas as ações militares legítimas e deixaremos de matar seus terroristas. Durante o cessar-fogo, Israel reservou-se o direito de empreender ações de autodefesa, como atacar terroristas que disparassem foguetes. Pouco antes do início das hostilidades, Israel apresentou ao Hamas um incentivo e uma punição. Israel reabriu os postos de controle que haviam sido fechados depois que Gaza começou a lançar os foguetes, para permitir a entrada da ajuda humanitária. Mas o primeiro-ministro de Israel também fez uma última e dura advertência ao Hamas: se não parasse com os foguetes, haveria uma resposta militar em escala total. Os foguetes do Hamas não pararam, e Israel manteve sua palavra, deflagrando um ataque aéreo cuidadosamente preparado contra alvos do Hamas. Houve duas reações internacionais diferentes e equivocadas à ação militar israelense. Como era previsível, Irã, Hamas e outros que costumam atacar Israel argumentaram que os ataques do Hamas contra civis israelenses são totalmente legítimos e os contra-ataques israelenses são crimes de guerra. Igualmente prevista foi a resposta da ONU, da União Europeia, da Rússia e de outros países que, quando se trata de Israel, veem uma equivalência moral e legítima entre os terroristas que atingem civis e uma democracia que responde alvejando terroristas. A mais perigosa dessas duas respostas não é o absurdo alegado por Irã e Hamas, em grande parte ignorado pelas pessoas racionais, e sim a resposta da ONU e da União Europeia, que coloca em pé de igualdade o assassinato premeditado de civis e a legítima defesa. Essa falsa equivalência moral só encoraja os terroristas a persistir em suas ações ilegítimas contra a população civil. *Alan Morton Dershowitz é advogado, jurista e professor da Universidade Harvard PROPORCIONALIDADE

Leia mais »