Efraim Morais: um senador e seus fantasmas

Eis mais uma vestal cuja atuação farisaica se revela. Quem não lembra da atuação iracunda de sua (dele) ex-celência nas CPIs. O que vem se tornando corriqueiro é que políticos do DEM e PSDB cada vez mais aparecem envolvidos em falcatruas. A imprensa parcial faz parecer que somente a corja do PT é que se envolve em cuecas e mensaleiros. Fica claro que não é bem assim.

Assim como os petralhas, os tucanalhas e os democratalhas estão sempre na linha de frente das “presepadas” parlamentares. O pessoal do DEM — continuo achando que chamar de democratas a turma do PFL comandada por Marco Maciel, Agripino Maia, a dinastia ACM e companhia, só pode ser gozação com os Tupiniquins — podem compilar, está sempre envolvida em tungagens, seja nos grotões seja no planalto central.

O editor

A capacidade do Congresso de produzir escândalos parece não ter fim: Efraim Morais contratou 52 funcionários-fantasma pagos pelo Senado Federal.

O senador Efraim Morais, do Democratas da Paraíba, está na vida pública há 27 anos. Já foi duas vezes deputado estadual, teve três mandatos de deputado federal, presidiu a Câmara por dez meses e está no Senado desde 2003. Apesar do currículo extenso, ele jamais se destacou pela atividade política.

O parlamentar é conhecido pela desenvoltura com que transita em áreas que tratam de comissões, cargos, compras, licitações e contratações de funcionários. Nos últimos quatro anos, Efraim esteve à frente da primeira-secretaria, cujas funções se assemelham às de um prefeito da Casa.

Nesse período, milhões de reais desapareceram em contratos fraudados e burocratas fizeram fortuna da noite para o dia. Há quatro meses, o Senado enfrenta uma onda de escândalos que tem como epicentro justamente o gabinete ocupado até janeiro passado por Efraim Morais – e que continua a produzir novidades assustadoras.

A última delas: o senador paraibano mantinha uma tropa de 52 funcionários-fantasma, oficialmente contratados para trabalhar no Congresso, mas que, na verdade, eram cabos eleitorais pagos pelo contribuinte apenas para tocar assuntos de interesse exclusivo do senador e de seus aliados. Um comitê eleitoral permanente financiado com dinheiro público.

VEJA teve acesso a uma planilha de computador em que estão listados os fantasmas do senador Efraim. Ao lado de cada nome, há o padrinho político, o cargo, a lotação e a data da contratação do “servidor”. Tudo bem detalhado, mostrando que Efraim tinha total controle da máquina política que montou.

Só em salários, os fantasmas custaram aos cofres públicos 6,7 milhões de reais ao longo dos quatro anos em que o senador ocupou a primeira-secretaria. Era uma vantagem e tanto que o senador tinha em relação a seus adversários no estado, principalmente quando se vai apurar o que seus “servidores” faziam.

da Veja – Otávio Cabral e Alexandre Oltramari

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