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Guerrilha digital: Do PSDB ao PSOL implodindo as Fake News do Bolsonaro no WhatsApp

Tudo começou quando Silva foi convidada a entrar nos grupos de que o pai participava. Ela comprou um chip novo, para que não fosse reconhecida pelo número de telefone, e passou a enviar notícias e vídeos – reais – que expunham os problemas do presidente. ‘Eu o vi xingando aquele fake sem saber que era a filha dele.’ A ideia era apenas rebater argumentos, em geral baseados em fake news, que se cansara de ouvir. À época, o principal assunto nos grupos era o atentado à faca contra Bolsonaro. Os integrantes dos grupos diziam, sem provas, que o mandante havia sido o ex-presidente Lula. A estudante rebatia com fatos da investigação. O pai dela ficou possesso, mas Silva não parou até que conseguisse implodir todos os grupos, um a um. “Eu o vi xingando ‘aquele fake’ sem saber que era a filha dele. Até que minha madrasta reclamou que ele perdia muito tempo brigando nos grupos e ele resolveu sair de todos”, riu a estudante. Mas aí quem não queria parar era ela. “Já tinha tomado gosto pela coisa.” Silva, que vive em Goiânia, percebeu que invadir o terreno em que bolsonaristas radicais se sentem mais confortáveis – os grupos de WhatsApp – é uma forma efetiva de combater a proliferação de fake news a favor do presidente. A ferramenta de envio de mensagens instantâneas foi essencial para a eleição de Bolsonaro – as evidências indicam que a avalanche de fake news distribuídas no mundo oculto dos grupos de zap beneficiou mais a ele do que a qualquer outro candidato. Guerrilha digital A goiana está longe de ser a única “guerrilheira digital” dedicada a combater fake news e intolerância em grupos de mensagens. Em algumas semanas de pesquisa, conheci dezenas de pessoas – eleitoras de Ciro Gomes, Fernando Haddad, Guilherme Boulos, Marina Silva e Geraldo Alckmin – que resolveram se entregar à tarefa. É estafante: são até oito horas diárias com os olhos fixos no WhatsApp. “Cada um mantém a sanidade como consegue”, ela desabafou. É o caso dos 20 editores de uma página de esquerda no Facebook. Durante a campanha eleitoral, eles entraram em grupos bolsonaristas para entender o que pensavam os apoiadores do capitão reformado. Passado o pleito, decidiram continuar por ali, na esperança de mudar opiniões. A tática escolhida é curiosa, mas vem surtindo efeito: fingindo ser eleitores de extrema direita, eles lançam mão de argumentos ainda mais radicais que os que habitualmente circulam nos grupos. Um dos participantes, um bacharel em filosofia que mora em São Paulo e pediu para não ser identificado para não ser descoberto nos grupos, posta coisas como: “Bolsonaro não é só um político, ele é Melquisedeque, a presença do Senhor na Terra, o patriarca de uma nova geração de governantes”. Ou: “A Amazônia está pronta para receber o povo de Israel, meu pastor disse que aqui será a nova Jerusalém”. ‘Eles não percebem o humor e a caricatura. Mas, se desenvolvem senso crítico, pra mim está bom.’ Ouve, como resposta, habitualmente, que está louco, que Bolsonaro não é Deus e nem poderia entregar a Amazônia a quem quer que fosse. Alguns ficam tão revoltados que saem do grupo. É quando o paulistano se considera vitorioso. “Eu uso citações da Bíblia, de Handmaid’s Tale, Game of Thrones e outros livros sobre regimes autoritários. Já mandei as máximas do Grande Irmão de [1984, romance clássico de George] Orwell para defender a ditadura militar. Eles não percebem o humor e a caricatura. Mas, se desenvolvem senso crítico, pra mim está bom”, me disse. Segundo ele, o trabalho do grupo chega a afugentar uma média de 100 pessoas por semana de grupos que espalham fake news pró-Bolsonaro. “Nós vimos que não dá para dialogar com algumas pessoas, então tentamos assustá-las com o próprio radicalismo. É gente a que só conseguimos chegar assim”, prosseguiu. Os Agentes das Fanfics Após dinamitar os grupos de que o pai participava, Brenda Silva percebeu que descobrira uma maneira de enfrentar as notícias falsas e postagens intolerantes que infestam os grupos pró-Bolsonaro. E resolveu ir adiante, ao lado de pessoas que encontrou no Twitter para somar esforços. A equipe que ela reuniu, chamada de Agentes das Fanfics, tem integrantes no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal. Ninguém se conhece pessoalmente, mas todos conversam diariamente em redes sociais. O lema é “resistência e deboche”, me disse a bacharel em Direito Stefany Oliveira, de Juiz de Fora. A trupe concebeu uma estratégia peculiar, que até aqui tem se mostrado praticamente infalível: ganhar a confiança dos participantes, conquistar o posto de administrador e deletar o grupo. Montei um passo a passo para explicar como ela funciona: Ao receber o convite para entrar num grupo bolsonarista, um dos integrantes da equipe entra e começa a conversar, de modo amistoso, com os demais participantes. Com o passar dos dias, pessoa constrói uma imagem confiável no grupo. Segundo Silva, isso requer tempo, dedicação e muito sangue frio para ler notícias falsas ou opiniões radicais, machistas, misóginas etc. Nesse meio tempo, outros integrantes da trupe são chamados a entrar no grupo. Após algumas semanas, começa a ação combinada. Geralmente, o integrante há mais tempo no grupo é atacado por um colega de equipe. O “veterano” então procura o administrador do grupo para reclamar da bagunça e das brigas constantes e pede poderes de moderador para retirar pessoas “mal intencionadas” da conversa. Assim que se torna administrador, o infiltrado avisa os companheiros. É a senha para o grupo ser invadido e ter início um bombardeio de figurinhas (stickers) – geralmente depreciativas a Bolsonaro. Em seguida, o administrador infiltrado deleta todos os integrantes, matando o grupo. ‘Uso as coisas que escuto do meu pai para me passar por minion nos grupos.’ Desde janeiro, quando o trabalho começou, que a trupe de Silva ostenta cerca de 30 grupos desmantelados, a maioria deles com centenas de participantes. Entre eles, estão agrupamentos batizados de Apenas direita, 100% Bolsonaro, Olavo x Mourão, Mulheres Conservadoras, Brasil com Bolsonaro, Avante Capitão, Mulheres

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Projeto “Imprima a sua cidade” muda paisagem na Grécia

Iniciativa “Print your city” transforma resíduos plásticos em bancos de praça usando a técnica de impressão 3D. Na cidade de Tessalônica, na Grécia, o plástico vem ganhando nova forma e função. No projeto Print your city (Imprima a sua cidade, em tradução livre), resíduos plásticos são transformados em bancos de praça. A ideia é do estúdio de design holandês The New Raw. Para o cofundador, Panos Sakkas, o plástico é um material incompreendido: “Não é o material em si que é o problema, e sim a nossa maneira de lidar com ele. As embalagens, por exemplo, são usadas por alguns segundos, mas depois duram para sempre. Se as usarmos de uma maneira diferente podemos melhorar as nossas vidas“. No Zero Waste Lab, uma iniciativa do estúdio de design holandês The New Raw, a população de Tessalônica pode se informar sobre o tema e ainda levar resíduos de plástico para reciclar. O material passa primeiro por uma limpeza, depois é triturado e derretido. Para cada banco impresso em 3D é usado cerca de 70 quilos de plástico e a peça leva cerca de 10 horas para ficar pronta.

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Por quanto dinheiro você deixaria de usar sua conta do Facebook?

Usuários aceitaram em três experimentos mais de US $ 1.000 em média (875 euros) para desativar a rede social por um ano A marca do Facebook teve um problema de imagem em 2018. O produto do Facebook, a rede social, parece mais saudável. Quatro economistas de universidades norte-americanas acabam de publicar um artigo científico com os resultados de três leilões com dinheiro real. Organizadores propôs quatro grupos diferentes, totalizando 1.258 pessoas no total quanto dinheiro você gostaria de parar de usar Facebook para uma hora, um dia, uma semana e um ano. Dinheiro que poderia entrar era real, que, dizem os pesquisadores, “tinha um incentivo para considerar seriamente o quanto você precisa ser compensada para ficar sem serviço durante o tempo indicado.” O resultado projetado para um ano, em média, é superior a 1.000 dólares (875 euros). A pesquisa também mostra algo óbvio: o valor da conta depende do seu uso. Os maiores usuários estão dispostos a pagar mais de US $ 1.000, mas metade dos participantes nos experimentos deixaria a rede por menos de US $ 200 (174 euros). A figura parece consistente com o valor aparente do Facebook. Desde o caso da Cambridge Analytica em abril, o ano foi carregado com notícias de escândalos russos, perda de dados e falta de cuidado com a privacidade dos usuários do Facebook. O valor do mercado de ações do Facebook caiu, mas no momento sua capacidade de depositar dinheiro e manter seus usuários ativos é mantida. The Guardian dedicou um tweet engraçado com um vídeo muito bem feito para o “ano ruim” de Mark Zuckerberg. O texto era “Mark, lembre-se da Cambridge Analytica e quando 2 milhões de pessoas deixaram o Facebook, o que foi um ano”. Tem cerca de 3.000 retweets, mas Zuckerberg poderia ter respondido: “Eu ainda tenho 2.198 milhões de usuários”. Até que indique uma tendência, 2 milhões são apenas ruído estatístico para o Facebook. Tal como o seu jornal e o Guardian, que ainda não desistiram das suas contas. “Alguns dos problemas recentes validaram os nossos resultados , ” diz Matt Rousu, professor Sigmund Weis Negócios Chool da Susquehanna University, na Pensilvânia (Estados Unidos). “As pessoas estão ainda usando Facebook. Isto fornece evidência de que é incrivelmente valioso para seus usuários. Se o Facebook deu pouco valor, em seguida, com as preocupações sobre privacidade e sobre as eleições de 2016, que deveria ter visto mais pessoas desligar seu próprio , ” acrescenta. O objetivo de Rousu e dos pesquisadores Jay R. Corrigan, do Kenyon College, Saleem Alhabash, da Michigan State University, e Sean B. Cash, da Tufts University, no artigo “Quanto valem as redes sociais?” vai, no entanto, além de valorizar o Facebook após os recentes escândalos. Sua intenção é descobrir quanto os serviços de Internet valem para seus usuários: “Serviços gratuitos ou baratos podem gerar um excedente para o consumidor de magnitude maior do que seu impacto mensurável no PIB“, escrevem eles. Os benefícios do eBay, o mercado de livros usados ​​ou a enorme variedade de livros disponíveis para a Amazon, de acordo com os estudos citados neste artigo, representam vários bilhões de excedentes para os consumidores. Como você mediu esse valor para o Facebook nesses experimentos? Com um leilão para desativar sua conta. Em um dos experimentos, os pesquisadores reuniram 133 estudantes de uma universidade no centro dos Estados Unidos e 138 adultos de uma cidade universitária nos Estados Unidos. Cada participante teve que dar um valor em troca do que deixaria de usar o Facebook por um ano. O dinheiro era real e o pagamento estava sujeito à verificação periódica da falta de atividade na conta. 41 estudantes e 21 adultos se recusaram a licitar. Quatro no total pediram mais de US $ 50.000. Todos foram eliminados da amostra. Os usuários que mais fotos pendurar deram um valor menor ao Facebook Entre os demais, a média dos estudantes foi de 2.076 dólares (1.812 euros) e a dos adultos foi 1.139 (994 euros). Esse é o preço médio que eles gostariam de receber por abandonar sua conta – ou seja, o valor que tem para eles -, mas metade dos estudantes deixaria de usar o Facebook por menos de 200 dólares (174 euros) e metade dos adultos por menos de 100 dólares (87 euros). Em outro dos leilões, há uma pista sobre a diferença abismal que cada usuário dá à sua conta: os pesquisadores descobriram uma relação significativa entre o valor de uma conta e a frequência das postagens ou se o Facebook é usado para convidar pessoas para eventos. Por outro lado, os usuários com mais fotos têm um valor menor que o Facebook. “Há muitas outras opções para compartilhar fotos, especialmente o Instagram, usuários que usam o Facebook basicamente para compartilhar fotos são os menos interessados ​​nesse formato específico da rede social”, escrevem eles. O desafio do Facebook é manter todos dentro. O valor geral da rede é drasticamente reduzido se os usuários menos envolvidos saírem. Os atores mais envolvidos – especialmente empresas que anunciam e freqüentam usuários – aumentam o valor do Facebook se realmente “todo mundo” está lá. No momento é e nenhuma alternativa real aparece.

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5 projetos científicos de ponta que podem mudar o mundo em breve

O futuro da ciência parece estar muito próximo com projetos como o de redes pesca de lixo espacial ou aranhas que fazem seda que poderá ser usada em violinos. O principal desafio para a rede de ‘pescar’ lixo espacial é estar perfeitamente alinhada com seu alvo Image copyright CENTRO ESPACIAL DE SURREY Todos os anos a Royal Society de Londres destaca exemplos de tecnologias de ponta e soluções científicas que estão prestes a se tornar algo comum na vida das pessoas. Veja abaixo cinco destes projetos mais curiosos da lista de 2016 que já estão prontos para sair dos laboratórios e começar a fase de testes na vida real. 1. Recolhendo o lixo espacial Desde o início da era espacial já foram descartadas 7 mil toneladas de lixo espacial: carcaças de foguetes, satélites desativados, pedaços de vidro, tudo isto está flutuando fora da Terra. A maioria dos objetos lançados no espaço ainda estão orbitando nosso planeta, o que é uma ameaça de colisão com satélites ainda ativos. E satélites são vitais para o funcionamento da internet e de celulares, entre outros usos. E até os menores fragmentos podem ser uma grande ameaça. A Estação Espacial Internacional, por exemplo, vive ajustando sua posição para evitar choques com estes destroços que orbitam a Terra a milhares de quilômetros por hora. Agora a missão RemoveDebris (“Removendo destroços”, em tradução livre) poderá resolver este problema. O projeto, que será lançado no começo de 2017, é o primeiro a testar tecnologias de captura que vão arrastar o lixo espacial de volta para a atmosfera terrestre. “Isto não é ficção científica, é um problema real. Todo o lixo espacial vai, com o tempo, cair devido à gravidade, mas alguns pedaços estão a mil quilômetros acima da Terra e, nesta altura, vão precisar de mil anos. Não temos tanto tempo, podemos ter dez ou 20 anos antes dos problemas mais graves começarem”, afirmou Jason Forshaw, da equipe do projeto que está sendo desenvolvido no Centro Espacial de Surrey, na Grã-Bretanha. O teste desta nova tecnologia é surpreendentemente simples. A vela para recolher lixo será testada no espaço no começo de 2017 Image copyrightCENTRO ESPACIAL DE SURREY O dispositivo usa uma rede espacial, parecida com uma rede de pesca, que é jogada no espaço para capturar o lixo. Uma vez que o lixo está preso na rede, ele pode ser arrastado por uma nave, que funciona como um reboque, e trazido de volta à Terra. O calor da reentrada na atmosfera vai fazer com que o lixo queime. Os pedaços maiores de destroços que não se desintegrarem completamente poderão ser guiados para uma queda controlada no Oceano Pacífico. Outro sistema usa uma espécie de vela, que parece com uma pipa. Esta vela é feita com uma membrana muito fina mas, diferente das velas de barcos, ela é impulsionada por fótons de luz do Sol, ao invés do vento. A missão é puxar e arrastar o lixo para fora da órbita, fazendo ele cair em espiral na atmosfera da Terra. 2. O rastreador de mosquitos 3,2 bilhões de pessoas, quase metade da população mundial, correm o risco de contrair malária, segundo a OMS Os cientistas lutam há décadas contra o mosquito Anopheles. Estes insetos transmitem malária, uma doença que infecta milhões e causa 438 mil mortes por ano no mundo inteiro. E surgiu uma nova ameaça: a resistência a inseticidas nas populações do mosquito pois o uso deles está aumentando e um processo de seleção natural torna os mosquitos mais fortes. A resistência ao inseticida foi relatada já em 60 países e chegou a níveis alarmantes na África Ocidental e Oriental. Compreender o comportamento do mosquito é muito importante para enfrentá-lo. “Estamos usando câmeras infravermelho para rastrear o caminho de voo do mosquito em volta dos mosquiteiros. Esta é a primeira vez que conseguimos gravar em vídeo a movimentação deles em uma escala tão grande”, disse Josie Parker, pesquisadora da Escola de Medicina Tropical de Liverpool. O projeto “Diários do Mosquito” detecta quanto tempo os insetos estão em contato com os mosquiteiros e como o inseticida – que está nas fibras do mosquiteiro – evita que eles piquem a pessoa que está dormindo logo abaixo do tecido. “Eles precisam tocar o mosquiteiro para que o inseticida funcione e um contato muito rápido não é o bastante. Parte de nosso trabalho é determinar quanto tempo eles precisam ficar no mosquiteiro para morrer”, afirmou Parker. As linhas coloridas mostram as trajetórias de mosquitos acima de um mosquiteiro Image copyrightJOSIE PARKER/ESCOLA DE MEDICINA TROPICAL,LIVERPOOL A pesquisa vai abrir caminho para a criação de mosquiteiros mais eficazes além de novas fibras e inseticidas – avanços simples que podem evitar milhares de mortes. “Os mosquiteiros são uma barreira física mas, se eles não forem bons para matar os mosquitos que entram em contato com o tecido, estes mosquitos ainda vão estar esperando do lado de fora e vão te picar quando você acordar.” 3. Os segredos do raio-X em 4D Uma máquina complicada com um nome intrigante: o raio-X síncroton 4D. E o que ele faz também é incrível – permite que os cientistas analisem o coração dos materiais. O síncroton é, em sua essência, um microscópio gigante que funciona com raios de luz dez bilhões de vezes mais brilhantes que o Sol Image copyrightDIAMOND LIGHT SOURCE Eles podem usar o aparelho para analisar magma e aprender mais sobre grandes erupções vulcânicas ou então olhar cristais de gelo para descobrir porque um sorvete tem um gosto melhor que outro. “Usamos uma técnica chamada raio-X em tomografia computadorizada, que trabalha com uma luz muito brilhante, tão poderosa que permite mostrar a estrutura interna dos materiais em três dimensões. Podemos analisar qualquer objeto, a variedade de aplicações é enorme”, disse Kamel Madi, especialista da Universidade de Manchester, onde o aparelho foi desenvolvido. O raio de síncroton é dez bilhões de vezes mais brilhante que o Sol e penetra estruturas sem precisar de cortes. Uma câmera do outro lado registra a informação revelada pelo raio em imagens

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Adolescentes e redes sociais

Caso de condenado por estuprar garotas em Porto Alegre serve de alerta. Róger da Silva Pires, 20 anos, preso e condenado por estupros, extorsões e ameaças que envolveu meninas entre 12 e 15 anosReprodução / Agencia RBS Ministério Público (MP) divulga resultados de apuração para chamar atenção ao Dia Mundial da Internet Segura Ocultado pela naturalidade e inocência típicas de crianças e adolescentes que buscam fazer o máximo de amigos em grupos nas redes sociais está um risco sorrateiro que não para de fazer vítimas: o do abuso sexual. Na véspera do Dia Mundial da Internet Segura (6 de fevereiro), o Ministério Público Estadual divulga os resultados da apuração de uma série de estupros, extorsões e ameaças que envolveu garotas entre 12 e 15 anos em Porto Alegre. O autor, Róger da Silva Pires, 20 anos, foi preso e condenado e, nos últimos meses, teve as condenações confirmadas pelo Tribunal de Justiça em um total de 42 anos de prisão — a Defensoria Pública, que representou o réu nos processos, avalia a possibilidade de recorrer. — É uma pena exemplar, não só para fins de punição, mas para que a sociedade saiba que esse tipo de crime (com uso da internet) tem, sim, punição. É muito alto o risco que os adolescentes têm. Há pesquisa que mostra o Brasil como o país com maior vulnerabilidade de crianças e adolescentes online. No Brasil, ainda estamos começando a responsabilizar os crimes que ocorrem via internet. Esse caso foi um divisor — diz a promotora Denise Villela, coordenadora do Centro de Apoio da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões do MP. O terror imposto por Pires a suas vítimas adolescentes começou em meio a brincadeiras de amigos, passeios em shopping e parques e muita, muita conversa em aplicativos do celular e por meio do Facebook. Enturmado com jovens de classe média e média alta por dar aulas de tênis e treinar no Parque Germânia, Pires conseguia se inserir em grupos de WhatsApp e, então, passava a escolher suas vítimas. Ele foi preso em ação da Polícia Civil e do Ministério Público em 2016 e condenado por crimes contra cinco adolescentes cometidos entre 2015 e 2016. O MP acredita que pode ter havido mais casos. Usando pelo menos três aparelhos de telefone e 18 diferentes chips (apreendidos na operação), Pires, então com 18 anos, criava falsos perfis nas redes para conversar, seduzir, extorquir e ameaçar as jovens. Depois de obter fotos com cenas de nudez das vítimas (ou de alegar ter as fotos), ele usava nomes diferentes para enviar mensagens com pedidos de dinheiro ou exigências de encontros, prometendo que só assim apagaria as imagens sem divulgar na internet. Os encontros acabavam resultando em estupros. E o terror seguia com intimidações. As autoridades extraíram cerca de 5 mil imagens dos telefones dele, a maior parte com cenas de pornografia e, algumas delas, das vítimas identificadas. Em seu rol de ameaças, Pires dizia ser filho de um desembargador (inclusive, enviava para o telefone das vítimas a foto do magistrado), que poderia mandar prender familiares da vítima ou fazê-los perder o emprego, alegava ser de facções criminosas e, caso a vítima não cedesse, teria parentes executados. Nos perfis falsos, o homem também fazia se passar por supostas vítimas dele. Em um caso, uma das adolescentes recebeu mensagem de uma pessoa que se identificava como mulher e contava que Pires havia matado sua avó e sequestrado uma amiga por ela ter se negado a ter encontros com ele. A suposta interlocutora enviou ainda uma foto mostrando pulsos ensanguentados e dizendo que cometeria o suicídio por não suportar mais a pressão de Pires. Tudo mentira. Perfil falso Pires chegou a criar um perfil falso usando nome e foto de um jovem de classe média alta que era conhecido (e popular) entre as adolescentes que ele tinha como alvos. Com a falsa identidade, simulava namoros virtuais. Usando outras identidades, conseguia que vítimas enviassem fotos com cenas de nudez. O rapaz soube do uso de seu nome quando foi procurado por adolescentes que queriam entender o motivo de ele não conversar mais com elas no Facebook. Ele sequer as conhecia. Assustado, avisou a mãe, que fez registro na polícia. O jovem que teve o nome usado conhecia Pires de encontros casuais no shopping em grupos de amigos. Dedicado a falsear uma realidade que não vivia, Pires costumava fazer selfies ao lado desses garotos e publicá-las em seu Facebook como se fosse amigo próximo deles.  As ameaças protagonizadas por Pires eram tão contundentes que mesmo vítimas que não haviam enviado fotos suas para ele ficavam apavoradas e cediam, aceitando encontrá-lo. Ele costumava captar imagens de mulheres nuas na internet e enviar às vítimas como forma de pressioná-las. Segundo consta nos processos, os estupros teriam ocorrido numa espécie de porão de uma casa na Vila Jardim, onde Pires morava com a avó e outros familiares. Com 28 anos de atuação no MP, a promotora Denise Villela disse que poucos criminosos a impressionaram tanto quanto Pires em seu depoimento à polícia: — Falava do que tinha feito desprovido de constrangimento. Não conseguia compreender o quão perverso foi com as meninas, pois foi uma extorsão sexual brutal. Não era estuprador de colocar revólver na cabeça e estuprar. Era dissimulado. Essas vítimas de crimes cibernéticos são exploradas dentro da confiança que têm nas pessoas com quem se relacionam virtualmente, é uma quebra de confiança semelhante ao abuso sexual paterno, que ocorre dentro de casa. Elas perdem a confiança nas pessoas, passam a desconfiar de forma exacerbada, é um prejuízo para o resto da vida. Para o promotor da Infância e da Juventude Júlio Almeida, que fez as denúncias contra Pires, o caso é um paradigma para o MP por ter revelado a facilidade com que o criminoso se infiltrou em grupos de conversa de adolescentes: — O caso nos mostrou que não precisa ser um hacker ou um expert para conseguir isso. É tudo muito novo, o WhatsApp é novo. Os pais têm de saber onde os filhos estão transitando. Crianças

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Homem morre ao ser ‘sugado’ por túnel de ressonância magnética em hospital

Um homem de 32 anos, identificado como Rajesh Maru, morreu após ser violentamente arrastado, por causa de um cilindro metálico que carregava, para uma máquina de ressonância magnética na cidade de Mumbai, na Índia. Direito de imagemGETTY IMAGES Máquinas de ressonância magnética criam um eletroímã poderoso capaz de atrair com violência objetos metálicos, como o cilindro que Marun portava Ele visitava a mãe de um parente em um hospital no último sábado e teria se oferecido para acompanhar a mulher até a sala de exame após o filho dela não conseguir retirar um anel que usava.   Perfil no Facebook em memória de Rajesh Maru: Homem de 32 anos chegou a ser socorrido, mas morreu minutos após o incidente | Foto: Reprodução/Facebook De acordo com a imprensa indiana, um funcionário do hospital teria pedido ajuda a Maru para carregar um tubo metálico de oxigênio líquido, que seria usado pela paciente. O mesmo funcionário teria afirmado que a máquina que realiza a ressonância – ao gerar um campo eletromagnético extremamente forte, criando um ímã capaz de atrair de forma violenta qualquer metal – estava desligada. No entanto, ao entrar na sala, Maru teria sido imediatamente atraído pelo campo eletromagnético, ficando com o braço preso na máquina. Funcionários do hospital e integrantes da família ainda conseguiram retirar o homem rapidamente e o levaram à emergência, mas ele morreu em poucos minutos. Excesso de oxigênio Acredita-se que a válvula do cilindro tenha se rompido ou sido aberta durante o impacto com a máquina, o que teria levado a um vazamento de oxigênio líquido. Em contato com o ar, o líquido volta ao estado gasoso e forma uma nuvem de oxigênio concentrado, que pode ser fatal. Segundo a autópsia, a causa da morte teria sido um pneumotórax, que é o acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a pleura – a membrana que reveste internamente a parede torácica. Isso teria provocado um colapso pulmonar. Parentes da vítima apresentaram queixa contra a equipe do hospital. Harish Solanki, cunhado de Maru, afirmou que um assistente do centro de saúde disse a ele que poderia entrar na sala com o cilindro de oxigênio, já que o aparelho de ressonância estava desligado. Um médico e dois assistentes foram presos, incluindo o que teria dado essa informação. Autoridades hospitalares anunciaram que a família receberá uma indenização de aproximadamente US$ 7,8 mil (o equivalente a R$ 24,7 mil). Nas redes sociais, usuários criticaram o valor a ser pago, considerado baixo diante da tragédia.

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Publicação de selfie desvenda assassinatos no Canadá

Como selfie de amigas publicada no Facebook ajudou polícia a desvendar assassinato  Cheyenne Antoine (à esq.) posa para selfie com cinto usado para matar Brittney Gargol (à dir.) | Reprodução/Facebook Uma foto publicada no Facebook foi a chave para solucionar um crime no Canadá. Cheyenne Rose Antoine, de 21 anos, foi condenada na segunda-feira a sete anos de prisão por homicídio culposo (sem intenção de matar) pelo assassinato da amiga Brittney Gargol, de 18 anos, ocorrido em março de 2015. Ela foi identificada como suspeita após publicar, horas antes do crime, uma selfie com Gargol no Facebook. Na imagem, ela usava o cinto que foi encontrado ao lado do corpo da vítima na cena do crime. Estrangulada até a morte, a jovem foi achada perto de um aterro em Saskatoon, na província de Saskatchewan, com o cinto de Antoine ao lado. Segundo a polícia, a versão que a amiga da vítima deu inicialmente – de que as duas tinham ido a vários bares antes de Gargol sair com um homem não identificado, e ela ir ver o tio – não batia. Os policiais usaram então as postagens do Facebook para ajudar a reconstituir a movimentação das amigas na noite do crime. E perceberam que a publicação de Antoine na linha do tempo de Gargol na manhã seguinte – “Cadê você? Não deu mais notícias. Espero que tenha chegado bem em casa” – era uma tentativa de despistá-los. Direito de imagemAFPPoliciais foram ao Facebook procurar pistas ‘Nunca me perdoarei’ Antoine, inicialmente acusada de assassinato em segundo grau, que equivale no Brasil a homicídio doloso (com intenção de matar), se declarou culpada do crime, mas disse que não se lembrava de matar a amiga. Ela disse que as duas estavam bêbadas e tinham fumado maconha quando começaram uma discussão acalorada. Em um comunicado, ela se disse arrependida: “Eu nunca me perdoarei. Nada que eu diga ou faça trará ela de volta. Eu lamento muito, muito… Isso não deveria ter acontecido”, afirmou Antoine em nota emitida por meio de seu advogado. O advogado de Antoine disse sua cliente foi à polícia um mês antes do assassinato para denunciar maus-tratos cometidos pelos pais adotivos, e que ela teria sofrido abusos similares no abrigo para crianças no qual viveu em Saskatchewan. A família de Gargol se manifestou no julgamento. “Não conseguimos deixar de pensar em Brittney, no que aconteceu naquela noite, no que ela deve ter sentido lutando por sua vida”, disse Jennifer Gargol, tia dela, no tribunal. BBC

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Ética, – Robôs – Tecnologia

O Google está em um dilema porque o carro autômato do Google, é quase impossível de se acidentar, porque o computador calcula todos as possibilidades. Contudo, e sempre há um porém, se for inevitável um acidente que possa resultar na morte de alguém, quem o computador escolherá? Um carro com um casal idoso ou um carro com uma família, por exemplo. Eis a tecnologia ante um problema ético para o qual não sei se a Inteligência Artificial poderá resolver, uma vez que, apesar das três regras de Asimov¹ para os robôs, o emocional, no mundo real seria capaz de também decidir. ¹Três Leis da Robótica: 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal. 2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei. 3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.

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Eleições 2018 e Um exército de perfis falsos

Exclusivo: investigação revela exército de perfis falsos usados para influenciar eleições no Brasil Cada funcionário seria responsável por controlar de 20 a 50 perfis falsos | Ilustração: Kako Abraham/BBC São sete da manhã e um rapaz de 18 anos liga o computador em sua casa em Vitória, no Espírito Santo, e dá início à sua rotina de trabalho. Atualiza o status de um dos perfis que mantém no Facebook: “Alguém tem um filme para recomendar?”, pergunta. Abre outro perfil na mesma rede. “Só queria dormir a tarde inteira”, escreve. Um terceiro perfil: “Estou com muita fome”. Ele intercala esses textos com outros em que apoia políticos brasileiros. Esses perfis não tinham sua foto ou nome verdadeiros, assim como os outros 17 que ele disse controlar no Facebook e no Twitter em troca de R$ 1,2 mil por mês. Eram, segundo afirma, perfis falsos com fotos roubadas, nomes e cotidianos inventados. O jovem relatou à BBC Brasil que esses perfis foram usados ativamente para influenciar o debate político durante as eleições de 2014. As evidências reunidas por uma investigação da BBC Brasil ao longo de três meses sugerem que uma espécie de exército virtual de fakes foi usado por uma empresa com base no Rio de Janeiro para manipular a opinião pública, principalmente, no pleito de 2014. A estratégia de manipulação eleitoral e da opinião pública nas redes sociais seria similar à usada por russos nas eleições americanas, e já existiria no Brasil ao menos desde 2012. A reportagem identificou também um caso recente, ativo até novembro de 2017, de suposto uso da estratégia para beneficiar uma deputada federal do Rio. A reportagem entrevistou quatro pessoas que dizem ser ex-funcionários da empresa, reuniu vasto material com o histórico da atividade online de mais de 100 supostos fakes e identificou 13 políticos que teriam se beneficiado da atividade. Não há evidências de que os políticos soubessem que perfis falsos estavam sendo usados. Com ajuda de especialistas, a BBC Brasil identificou como os perfis se interligavam e seus padrões típicos de comportamento. Seriam o que pesquisadores começam a identificar agora como ciborgues, uma evolução dos já conhecidos robôs ou bots, uma mistura entre pessoas reais e “máquinas” com rastros de atividade mais difíceis de serem detectados por computador devido ao comportamento mais parecido com o de humanos. Parte desses perfis já vinha sendo pesquisada pelo Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo, coordenado pelo pesquisador Fábio Malini. “Os ciborgues ou personas geram cortinas de fumaça, orientando discussões para determinados temas, atacando adversários políticos e criando rumores, com clima de ‘já ganhou’ ou ‘já perdeu’”, afirma ele. Exploram o chamado “comportamento de manada”. “Ou vencíamos pelo volume, já que a nossa quantidade de posts era muito maior do que o público em geral conseguia contra-argumentar, ou conseguíamos estimular pessoas reais, militâncias, a comprarem nossa briga. Criávamos uma noção de maioria”, diz um dos ex-funcionários entrevistados. Esta reportagem é a primeira da série Democracia Ciborgue , em que a BBC Brasil mergulha no universo dos fakes mercenários, que teriam sido usados por pelo menos uma empresa, mas que podem ser apenas a ponta do iceberg de um fenômeno que não preocupa apenas o Brasil, mas também o mundo. Segundo Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP), a suspeita de que esse seria um serviço oferecido normalmente para candidatos e grupos políticos “faz pensar que a prática deva já estar bem disseminada nesse ambiente político polarizado e que vai ser bastante explorada nas eleições de 2018, que, ao que tudo indica, serão ainda mais polarizadas que as últimas de 2014”. Philip Howard, professor do Instituto de Internet da Oxford, vê os ciborgues como “um perigo para a democracia”. “Democracias funcionam bem quando há informação correta circulando nas redes sociais”, afirma, colocando os fakes ao lado do problema da disseminação das fake news , ou seja, notícias falsas. Image copyrightGETTY IMAGESRobôs estariam tentando manipular opinião pública nas redes sociais no Brasil desde 2012 Exército fake Em 2012, segundo os entrevistados pela BBC Brasil, o empresário carioca Eduardo Trevisan, proprietário da Facemedia, registrada como Face Comunicação On Line Ltda, teria começado a mobilizar um exército de perfis falsos, contratando até 40 pessoas espalhadas pelo Brasil que administrariam as contas para, sobretudo, atuar em campanhas políticas. Inicialmente, a BBC Brasil entrou em contato com Trevisan por telefone. Ele negou que sua empresa crie perfis falsos. “A gente nunca criou perfil falso. Não é esse nosso trabalho. Nós fazemos monitoramento e rastreamento de redes sociais”, afirmou, pedindo que a reportagem enviasse perguntas por email. “Os serviços em campanhas eleitorais prestados pela Facemedia estão descritos e registrados pelo TSE, de forma transparente. Por questões éticas e contratuais, a Facemedia não repassa informações de clientes privados”, respondeu, posteriormente, por email (leia resposta completa na parte final desta reportagem). Empresário criou a página Lei Seca RJ, que alerta motoristas para locais de blitze no Rio | Reprodução/Facebook Trevisan, cujo perfil pessoal no Twitter carrega a descrição “Brasil, Pátria do Drible”, tem quase um milhão de seguidores. Ele ganhou projeção com sua página Lei Seca RJ, criada em 2009. Seguida por 1,2 milhão de usuários, ela alerta motoristas para locais de blitze no Rio. Um ex-funcionário disse ter sido contratado justamente achando que trabalharia administrando o Twitter do Lei Seca RJ. “Era um trabalho bem sigiloso. Não sabia que trabalharia com perfis falsos”, diz. Quando descobriu, conta, passou a esconder de amigos e familiares o que fazia. Hoje, afirma, tem medo de falar, porque trabalhou “para gente muito importante” e teria assinado um contrato de sigilo com a empresa. Políticos Os depoimentos dos entrevistados e os temas dos tuítes e publicações no Facebook levam aos nomes de 13 políticos que teriam sido beneficiados pelo serviço, entre eles os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). A atuação era variada. Para Aécio, perfis supostamente falsos publicaram, por exemplo, mensagens elogiosas ao candidato

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