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Fotojornalismo e o poder da imagem

A foto do menino Aylan e o poder das imagens. Registro da criança síria morta numa praia turca provocou reações intensas nas mídias sociais e influenciou o debate político. Mas por que algumas fotografias nos tocam mais que outras e acabam entrando para história? O tabloide Bild, jornal de maior circulação na Alemanha, dispensou o uso de imagens em uma edição pela primeira vez em sua história. “Dessa forma, queremos mostrar como as fotos são importantes no jornalismo”, afirmou a redação do diário. Mas nem todas as fotos são iguais: há imagens que ficam guardadas na memória. E há outras, por mais fortes que sejam, que não tocam tanto o espectador e desaparecem rapidamente de sua mente. Mas o que transforma uma foto num ícone? Como a fotografia consegue captar não apenas um momento, mas é capaz de eternizar o zeitgeist ou contextos complexos numa única imagem? As imagens de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos de idade que morreu afogado no Mediterrâneo e foi encontrado na costa turca, provocaram reações e emoções intensas nas mídias sociais. O debate político em torno da política de refugiados da Europa mudou após a publicação da fotografia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Personificação de catástrofes O historiador da arte e curador Felix Hoffmann acredita na força das imagens. Para ele, fotos podem influenciar e mudar o pensamento e a ação. Mas somente se elas perdurarem por determinado tempo e se fixarem nas mentes das pessoas. Na galeria de arte c/o Berlim, ele pesquisou as fotos apocalípticas do 11 de Setembro e se ocupou da questão de por que algumas dessas imagens permanecem em nossa memória. Segundo Hoffmann, a fotografia possui a capacidade de personificar catástrofes, de lhes dar um rosto. Sem tais imagens, muitas pessoas não poderiam compreender a dimensão da guerra e de catástrofes. “As fotos de Aylan Kurdi são um bom exemplo da força das imagens”, explica. “A Europa se encontra agora num momento de extrema gravidade. Agora resta a pergunta de quanto tempo essa foto permanecerá na mídia.” Hoffmann, que também é pai, afirmou ter ficado “emocionalmente chocado” com a imagem do menino de três anos, encontrado morto na praia de Bodrum. Segundo o historiador, a onda de refugiados, que se vê diariamente na mídia, ganha assim um história pessoal. Além disso, muitas pessoas acabaram se identificando com a imagem e disseram: “Poderia ser meu filho.” Mais forte que a TV Historiadores como ele, diz Hoffmann, foram treinados para investigar os mecanismos de ação das imagens. O especialista explica que o fotojornalista francês Henri Cartier-Bresson já chamava a sua profissão de “negócio com o momento decisivo”. “Fotografar significa levar cabeça, olho e coração para a mesma linha de visão”, afirma o jornalista e cofundador da agência de fotografia Magnum. Cartien-Bresson também trabalhou em zonas de guerra e fez história com suas fotos. Mas através da cobertura ao vivo, a relação entre o espectador e o jornalista mudou, diz Hoffmann. Ele recorda os Jogos Olímpicos de Munique em 1972, que foram ofuscados pelo assassinato de atletas israelenses tomados como reféns. “Pela primeira vez na história, os espectadores puderam assistir ao vivo a um atentado na TV”, lembra. O terrorismo adentrou, por assim dizer, as salas de estar da população, explica o historiador. Mas, apesar da cobertura ao vivo ininterrupta e do burburinho permanente nas redes sociais, a foto continua o meio de comunicação mais intenso para captar uma tragédia, afirma Hoffmann. Diante da enxurrada de informações, também depende da qualidade da imagem, ressalta. Empatia pelo fotografado Ninguém pendurou em suas paredes de sua sala de estar imagens de catástrofes ou tragédias humanas, como o assassinato de John F. Kennedy, em 1963, ou a menina de nove anos Kim Phùc, no Vietnã, fotografada nua com queimaduras graves na pele, enquanto fugia do ataque de bombas napalm em 1972. Mesmo assim, tais imagens se tornaram ícones. Elas formam a decoração da narrativa de nossa era, explica o historiador, acrescentando que ninguém pode se lembrar com exatidão de quando viram tais imagens, mas elas se tornaram parte de uma memória visual coletiva – ao menos no Ocidente. “Isso está bastante ligado à forma como lidamos com histórias e fotos. Você pode observar por toda parte o poder que as imagens podem ter”, continua Hoffmann. Segundo ele, algumas vezes, sentimos empatia somente quando entramos numa espécie de relação amorosa ambivalente com uma fotografia, mesmo no caso da morte de alguém. Na avalanche de imagens de sofrimento, dor ou paixão, tornam-se ícones somente aquelas que provocam em nós um sentimento de dó, também por estarem mostrando a realidade dos acontecimentos. DW

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51 anos sem Constituição soberana, ditadura da Globo e outras mídias continua

Completamos 51 anos sem uma Constituição Soberana fruto de uma Assembléia Nacional Constituinte Soberana e Independente elaborada apenas por Constituintes preparados e não por políticos e partidos ou deputados e senadores como foi a atual congressual e golpista. Numa Constituinte Soberana e Independente o povo elege constituintes somente para elaborar a nova Constituição e depois convoca-se eleições gerais e ela é dissolvida (sem político profissional e vigarista no meio e apenas cidadãos de bem). Mas logo após o afastamento dos militares articulado pelas mesmas elites que articularam o golpe de 64 depondo Jango da linha do trabalhismo e de Getúlio Vargas e Brizola, engavetaram as eleições diretas e uma Constituinte Soberana e Independente. Fabricaram o colégio eleitoral e elegeram Tancredo mas este morreu muito antes da sua posse e cinicamente foram em frente e deram posse ao vice, Sarney, presidente da Arena, o partido do regime militar, sem que o titular tivesse tomado posse, em mais um golpe contra a democracia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] E quem comandou todo o processo desde o regime militar senão a Globo e as mídias atuais todas fazendo enorme lavagem cerebral no povo levando todos a acreditarem que de fato tínhamos entrado na democracia…para inglês ver apenas. A choradeira durante a doença e morte e enterro do Tancredo foi a prova da manipulação para tapear ou iludir os brasileiros quanto as armações golpistas sendo preparadas a cada etapa desde que os militares foram botinados pelas elites corruptas de 515 anos no poder, e suas mídias amestradas. E botinaram os militares devido ao nacionalismo e maior respeito pela legislação trabalhista e queriam a farra ou zona que tem ocorrido nos últimos trinta anos com enorme rotatividade da mão de obra, terceirização, privatização, e agora tentam até regular a terceirização acabando de detonar a CLT trabalhista de Getúlio Vargas, Jango e Brizola. Em seguida tiraram outro coelho da cartola e bolaram a famigerada constituinte congressual a ser rascunhada por deputados e senadores e não por Constituintes Soberanos e Independentes ou sem deixar o Congresso que vinha desde o regime militar controlando tudo e dando continuidade ao mesmo regime. Significa que praticamente os mesmos do congresso do regime militar continuaram o mesmo regime rascunhando a constituição atual enquanto deputados e senadores ou legisladores ordinários, das leis comuns. A função do legislativo ou do Congresso com deputados e senadores seria apenas legislar as leis comuns, ordinárias, abaixo da lei maior que é a Constituição, o norte, o rumo, a bússola da nação, a carta ou lei maior, mas eles enquanto legislavam ordinariamente também deram uma de constituintes e rascunharam a lei maior e acima de todas, misturando alhos com bugalhos gerando a enorme e grave crise atual. Como puderam elaborarem ao mesmo tempo a lei maior e acima de todas e as leis comuns ou ordinárias, abaixo da Constituição, na maior cara de pau? Quem deveria ter elaborado a lei maior ou Constituição seria apenas os Constituintes Soberanos e Independentes eleitos para elaborarem a lei maior e acima das demais, acima dos legisladores ordinários ou do Congresso. E deputados e senadores desta constituinte congressual foram eleitos na esteira do sucesso popular do plano cruzado do governo Sarney, congelando os preços, mas que durou somente mais seis dias após as eleições em mais um golpe contra o povo e a democracia, e as eleição deveria ter sido anuladas pois foi uma farsa ou fraude. E tais armações golpistas e picaretas somente foram possíveis graças as elites corruptas e a Globo e as mídias traindo a nação e a democracia. As elites corruptas dispensaram os militares, os tanques, depois que não precisavam mais deles, pois já tinham a GLOBO e as mídias adestradas. E rascunharam a constituição atual pensando somente neles mesmos, nos políticos e partidos, dando-se poderes para tudo, inclusive atribuindo-se salários, mordomias mil, aposentadorias, etc, como se fossem funcionários públicos, quando não passavam de meros representantes do povo. E pior ainda chegaram ao cúmulo de se darem poderes até para derrubarem presidentes eleitos pelo povo violando a regra básica da república quanto a inter dependência entre os 3 poderes, executivo, legislativo e judiciário, que devem funcionar harmonicamente mas de forma independente ou sem estarem subordinados a um outro poder da república. Com a constituição congressual atual significa que o legislativo colocou uma faca no pescoço do executivo como forma de fatiar, queimar, ameaçar, e até derrubar, se não abrir os cofres para os políticos do Congresso como foi o caso de Collor e agora da Dilma. E mais uma vez a Globo e as mídias em geral fizeram lavagem cerebral no povo e foram coniventes com tais ações golpistas traindo a nação e a democracia.   Deixaram armados o dispositivo golpista para ser usado pelas mesmas elites corruptas no poder desde 64 ou desde sempre, e usaram para depor Collor somente para evitar que Brizola fosse o próximo presidente do Brasil, como teria sido, não fosse o golpe. Depois das trapalhadas do plano Collor este fez acordo com Brizola para apoiá-lo na próxima eleição, querendo resgatar a imagem do trabalhismo do seu avô que foi ministro de Getúlio e seu nome consta inclusive da CLT atual, rompendo o isolamento de Brizola desde a volta do exílio e soltando dinheiro para a despoluição da baia da Guanabara, a construção da linha vermelha e assumiu a escola de tempo integral, o CIEPS, de Darcy Ribeiro e Brizola, a nível nacional. Brizola sofria ataques cerrados da Globo e das mídias e era isolado pelos governos federais e os militares que lhe negaram até a sigla do velho PTB de Getúlio, Jango e Brizola, razão porque teve que criar o PDT que depois da sua morte desfigurou-se completamente, traindo Brizola e o trabalhismo histórico. Não tinha como Brizola não ser eleito e Collor estava na metade do mandato que era ainda de 4 anos ou antes de FHC ter comprado a reeleição e torrado as empresas públicas nas privatizações ou privataria ou o maior desvio do dinheiro público já´visto na

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Enrolados na bandeira

Minha intenção era comentar no próprio domingo os chamados protestos da oposição a Dilma Rousseff. Mas fiquei ali, vendo as fotos que chegavam pelas redes sociais, o claro fracasso numérico da tentativa, as faixas que pareciam vir de outro país – não daquele em que centenas de pessoas continuam desaparecidas desde a última ditadura, e aquela eterna resposta de Clarice Lispector à pergunta de Júlio Lerner ressoando na cabeça: “Qual o papel do escritor brasileiro hoje?” – “O de falar o menos possível”. Não tenho a menor simpatia por Dilma Rousseff, além da que vêm gerando em mim certos leõezinhos de chácara caminhando sob o sol. Precisamos de um processo legal sem jogos políticos, que investigue os crimes e leve TODOS os condenados à cadeia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Mas vivemos em um Estado de direito. Inocentes até que se prove o contrário. Por que são seletivas as prisões? E como levar a sério os que clamam contra a corrupção, mas festejam os nomes de políticos envolvidos em acusações e delações da operação Lava Jato que, no entanto, ainda estão soltos quando outros ligados ao governo estão presos? Como levar a sério o pedido de impugnação, sem provas de crimes, de uma presidente eleita em uma avenida como a Paulista, vindo provavelmente de eleitores do governador Geraldo Alckmin, ele próprio envolvido em escândalos de corrupção nas licitações do metrô e de manipulação da crise hídrica em São Paulo, e acusado por várias organizações de direitos humanos de ação inconstitucional e criminosa no Pinheirinho? Eu teria muito interesse em conversar com pessoas que votaram em Dilma Rousseff e hoje pedem sua saída. Quanto aos que simplesmente usam a atual situação por não aceitar os resultados da última eleição, como conversar como adultos? Seus ouvidos estão ensurdecidos pelos próprios gritos. Como conseguem ver este governo como sendo de esquerda? Comunistas com Joaquim Levy à frente da economia? Defendendo um pacote de medidas como as apresentadas por Renan Calheiros? Como podem crer que o Brasil caminha para tornar-se uma Cuba ou Venezuela quando o Congresso Nacional, nas mãos de um crápula como Eduardo Cunha, leva o país a passos de Speedy González a uma versão ainda mais decrépita de uma Itália democrata-cristã? Cresci em um lar que nutria verdadeiro ódio ao PT. À frente de Lula da Silva, o único político capaz de extrair gritos mais furibundos de meu pai ao aparecer na televisão era Leonel Brizola. Jamais fui petista, ainda que tenha votado em Lula em 2002. Minhas críticas ao governo de Dilma Rousseff sempre foram públicas, mas passam longe do que odeiam estes senhores e senhoras (em grande parte brancos e abastados) que se enrolam na bandeira nacional e gritam nas ruas nos últimos meses. Enrolar-se na bandeira nacional porque tem jogo dos pernas de pau, até entendo. Mas, em protesto? Que tipo tacanho de patriotismo é este? Nunca leram Machado de Assis? Luiz Gama? Raul Pompeia? Euclides da Cunha? Lima Barreto? Autores que, ao contrário do tom celebratório dos modernistas de 1922, sempre nos ensinaram a ver com desconfiança e olhos críticos nossos crimes de nacionalidade. E não havia lugar nestes protestos para uma defesa de seus concidadãos que sofreram outra chacina na periferia de São Paulo, com resultados de balística apontando novamente para a Polícia Militar? Este fim de semana, decidi passar meu tempo retornando a estes autores que mencionei, do período de transição entre Império e uma República forjada em um golpe militar sem apoio popular, sempre do alto para baixo. Não somos republicanos. Jamais o fomos. Eu, como escritor, sigo meu próprio princípio: oposição, sempre, não importa quem está no poder. Fez bem o trabalho? Pois não fez mais que a obrigação. É pago/paga para isso. São nossos funcionários. Assim podemos, escritores, falar de coisas mais interessantes, o pôr-do-sol no Arpoador e a florzinha crescendo ali na esquina da Cardeal Arcoverde com a Teodoro Sampaio. Chorar os pés na bunda. Fez mal o trabalho? Mentiu? Usou a linguagem, nossa ferramenta e bem comunitário para manipular? Estaremos aí para acusar. Por Ricardo Domeneck

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Os patrulheiros da credibilidade promovem nova ética na internet

No final de julho passado, a revista Columbia Journalism Review (CJR, 30/7), publicada a cada dois meses, identificou um desenvolvedor de software que vem checando fotos e fatos no Twitter e atraindo a atenção de estudiosos da imprensa desde o ano passado. Ele atende no Twitter por @PicPedant, e seu nome é Paulo Ordoveza, um filipino desenhista da web e desenvolvedor de software de 37 anos da área de Washington, a capital dos Estados Unidos.¹ Ele verifica origem, propriedade, fonte original e outras informações sobre fotos que encontra no Twitter e corrige os erros que encontra, a despeito dos donos das contas. Muita gente já bloqueou o atrevido verificador que trabalha de graça e com muito entusiasmo. Outros usuários do Twitter agora procuram o verificador para conferir dados e créditos de fatos e fotos com regularidade. Primeiro ele apareceu na revista para fotógrafos Imaging Resource (17/2) em 2014. No mesmo ano, o tabloide Mirror, da Inglaterra (23/3) entrevistou o checa-fatos do Twitter. Depois chegou a vez do diário francês Le Monde (27/5) apresentar ao mundo o novo verificador informal do microblog, com um título bastante elogioso: “Pic Pedant, creditador (atribuidor de créditos) em série e caçador de fraudes” (PicPedant, serial crediteur et chasseur de fakes). O diário francês informou que Ordoveza trabalha duas horas por dia (fora finais de semana) e não é nenhum tipo de “vigilante solitário”. Outros profissionais na rede, como o jornalista Tom Phillips, do BuzzFeed, ou Matt Novak, do Webzine Gizmodo costumam desmontar rumores e boatos em redes sociais, adicionou a revista da Universidade de Columbia. Os sites Snopes, nos Estados Unidos, e o Hoaxbuster, na França, também fazem o mesmo trabalho. Ordoveza pensa em formar uma rede de verificadores na web, adicionou o jornal francês.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os 30 maiores proprietários de mídia Não é má ideia, e nós, aqui no Brasil, também temos bons exemplos de examinadores do conteúdo da web que poderiam fazer parte dessa rede. Recebem críticas por estragarem a diversão de muitos, mas são fundamentais para o público da web. O Brasil tem um excelente verificador de farsas, rumores e notícias falsas. É o Gilmar Henrique Lopes que administra o siteE-farsas e também atua como verificador de fatos na web há 10 anos. Ele é analista de sistemas e em 2008 apareceu no Programa do Jô (3/4). Gilmar é um amador que cresceu na web graças a sua habilidade não só em apontar erros e farsas, mas por fazer correções de conteúdo. Seu site é bastante visitado; é mais popular que o da CJR. Não tenho dúvidas que Gilmar Henrique seria parte importante de uma rede mundial de verificadores de fatos duvidosos e farsas na web. Os franceses do Monde entenderam o trabalho de Paulo Ordoveza no Twitter como o de um campeão da luta pelos créditos na mídia. Percebi um toque de ironia no jornal francês ao descrever o esforço que o programador e web designer faz na rede. Ele foi chamado de “caçador dos créditos perdidos”, no periódico gaulês. O filipino faz trabalho jornalístico melhor que muitos periódicos e portais da web. Sua presença e de outros como ele na rede é fundamental. Principalmente na mídia social. No final do mês passado o absurdo abaixo foi publicado no Facebook, e muita gente acreditou. Nem que fosse por algumas horas. O atrevimento foi grande: Fonte: Facebook Isto foi publicado no Facebook no dia 30 de julho de 2014: a Rede Globo seria vendida em segredo para a BBC. Quem conhece um pouco sobre a mídia sabe que a Globo é uma corporação maior que a BBC. A emissora carioca do Jardim Botânico é a 17ª maior proprietária de mídias do planeta. O Google é a primeiro e a Globo está na frente do Yahoo e da Microsoft. A BBC não está entre as 30 maiores do planeta na lista anual da Zenithoptmedia: Posição dos 30 maiores proprietários da Mídia Mundial Posição Proprietário da Mídia Posição Proprietário da Mídia 1 Google 16 Asahi Shimbun Company 2 Walt Disney Company 17 Grupo Globo 3 Comcast 18 Yahoo! 4 21st Century Fox 19 Fuji Media Holdings 5 CBS Corporation 20 CCTV 6 Bertelsmann 21 Microsoft 7 Viacom 22 Hearst Corporation 8 Time Warner 23 JC Decaux 9 News Corp 24 Yomiuri Shimbun Holdings 10 Facebook 25 Mediaset 11 Advance Publications 26 Axel Springer 12 iHeartMedia 27 ITV plc 13 Discovery 28 ProSiebenSat.1 14 Baidu 29 NTV 15 Gannett 30 Sanoma Fonte: site ZenithOptmedia, maio de 2015. Metodologia: renda de mídia de cada corporação em diferentes meios de transmissão e comunicação. A carta-renúncia de Dilma A maior emissora de televisão privada do Brasil jamais poderia ser vendida à BBC porque empresas estrangeiras não podem, de acordo com a nossa Constituição, comprar empresas nacionais de telecomunicações e radiodifusão (o Gilmar que descobriu isso primeiro e publicou). Por outro lado, a BBC é muito querida na Inglaterra. Funciona sob autorização de Carta Régia da Coroa Britânica e não pode ser vendida quando o mercado assim o decidir. Qualquer negociação envolvendo as duas gigantes e a negociação de propriedades seria manchete em qualquer publicação do planeta. Isso ficou óbvio desde o primeiro momento. A “notícia” nunca fez sentido em momento algum. Mas enganou muita gente. As farsas noticiosas da web, com todos os seus recursos, exploram a verossimilhança de notícias que poderiam existir em um universo de ficção, mas não são fatos que resistam a conferências e verificações. A Globo, junto com a chinesa CCTV, são as únicas organizações da mídia de países emergentes entre os trinta maiores conglomerados de mídia do planeta, segundo o relatório da ZenithOptmedia. A hegemonia americana é incontestável, com nove entre os dez maiores proprietários de meios de comunicação do planeta. A rede de TV inglesa melhor colocada é a concorrente da BBC na Inglaterra, a ITV plc, que está dez posições abaixo do grupo Globo. A BBC não está no grupo e a falsa notícia durou pouco. Mais uma vez, o caça-farsas brasileiro acabou com a piada. Foi

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Repórteres da Veja saem do Facebook após serem desmascarados por Romário

Repórteres da Veja que assinaram matéria caluniosa contra Romário recebem avalanche de críticas, ironias e questionamentos após terem suas páginas do Facebook divulgadas pelo senador. Desmascarados, os jornalistas excluíram suas contas da rede social. O senador Romário tocou de lado para que seus eleitores chutassem. Publicou no Facebook a pergunta “inocente”: Alguém aí tem notícias dos repórteres da revista Veja Thiago Prado e Leslie Leitão, que assinaram a matéria afirmando que tenho R$ 7,5 milhões não declarados na Suíça? E do diretor de redação Eurípedes Alcântara? Dos redatores-chefes Lauro Jardim, Fábio Altman, Policarpo Junior e Thaís Oyama? Gostaria que eles explicassem como conseguiram este documento falso.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] E tascou os links para as páginas de Facebook dos indigitados, sem sugerir nada, porque era desnecessário. Foi uma avalanche de críticas e ironias nas páginas cujos endereços eletrônicos foram fornecidos pelo “baixinho”. As de Thiago Prado e Leslie Leitão saíram do ar. A página de Lauro Jardim, que ainda funcionava hoje de manhã, tinha centenas de comentários que o ridicularizavam. Certo que alguns exageradamente agressivos, mas a maioria indignados e irônicos: E sobre o Romário Faria não vai falar nada ou vai desativar o Facebook também? Amigo, explica como arranjaram o documento falso do Romário por gentileza? Abraço! Quem foi o estelionatário que falsificou o documento da sua matéria contra o Romário ? Algum parceiro seu? Peixe! É sobre o documento do Romário Faria? Sendo falso pode citar a fonte, ou será que é falsa a noticia? E um dos mais engraçados: Tem um vizinho meu aqui que tá me incomodando muito, já tivemos até algumas rusgas. Gostaria de saber quanto a Veja cobra para publicar uma matéria dizendo que ele tá enriquecendo urânio na casa dele?     Se não descambar para a agressão, o método “cobrança direta” estimulado por Romário talvez seja uma boa lição. Somos responsáveis pelo que escrevemos e, se erramos, temos de reconhecer que erramos e porque o fizemos. Disse ontem aqui que não há “sigilo de fonte” quando se trata de uma falsificação para atingir a honra alheia. E mais: se temos o direito e o dever de em nome da apuração jornalística publicar o que temos segurança de que é verdadeiro, também temos o dever de suportar as consequências disso. Romário tem o direito de reagir e um argumento irrespondível para os que vierem com “punhos de renda” politicamente corretos contra sua iniciativa de publicar os endereços onde seus detratores tem de ler o que se leu acima. Por Fernando Brito/Tijolaço

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Senadores do PT encontram a cúpula da Globo!

A coisa mais intrigante do encontro do dono da globo com senadores do PT. Realidade paralela? Uma coisa me intrigou nas palavras de João Roberto Marinho aos senadores do PT num encontro confidencial noticiado pelo DCM. É quando ele manifesta surpresa quando ouve que a cobertura das Organizações Globo é brutalmente desequilibrada contra o governo. João, como é conhecido na Globo, é um sujeito afável, um bom ouvidor, como pude testemunhar nos anos em que trabalhei na casa. Sabe reconhecer seus limites, o que é uma virtude. “Comecei no jornalismo, mas logo me dei conta de que não tinha talento”, me disse ele uma vez. “Fui para a área administrativa.” É uma coisa rara este tipo de admissão. Roberto Civita, perto de quem trabalhei anos, jamais reconheceu sua limitação como editor, com efeitos catastróficos para a Veja e para a Abril.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] João comanda a área editorial da Globo, e é quem faz a ponte com políticos e empresários. Ele passa a opinião da casa em reuniões semanais no prédio da Globo no Jardim Botânico, no Rio. Dela participam os chefes das diversas mídias da casa. Numa ata, distribuída posteriormente aos participantes, ficam registradas as diretrizes sobre os assuntos discutidos, em geral os mais complexos da cena política. Merval e Kamel, cada qual dum lado da mesa em que os editores se reúnem, falam muito, mas quem decide e define tudo, com sua voz baixa e mansa, é João. Tudo isso posto, e considerado que é um homem inteligente, como João pode alegar surpresa diante da visão de uma Globo sem isenção nenhuma na cobertura política? Palmério Dória, jornalista que produz máximas sagazes sobre a política e a mídia, arriscou uma resposta nas redes sociais. João mostrou, segundo ele, que não vê, não lê e não ouve nada em sua empresa. É uma boa tirada, mas não reflete a realidade. A primeira coisa que ele lê, pela manhã, é o Globo. E depois segue na Globo, da CBN aos jornais televisivos. Certamente incorporou o G1 à sua rotina de leituras. Isso quer dizer que ele está a par do conteúdo da Globo. Como jamais me pareceu um cínico ou mentiroso, a hipótese que me ocorre é a de um descolamento da realidade. Vi isso acontecer na Abril. Em certas conversas sobre a Veja, Roberto Civita se defendia de minhas críticas falando de uma revista isenta que só existia na sua imaginação. Em corporações como a Globo e a Abril, os donos correm o risco de se cercar de pessoas que dizem apenas o que eles querem ouvir. Não consigo imaginar ninguém, nas reuniões de terças feiras, que fosse capaz de dizer: “João, acho que temos que equilibrar a nossa cobertura. Tamos batendo demais.” Como, fora das empresas, os donos convivem com bajuladores, eles tendem a ouvir apenas louvações que os levam a ter uma ideia edulcorada do jornalismo praticado por seus editores. Acredito que João de fato se surpreendeu com o diagnóstico negativo, pesadamente negativo, que ouviu dos senadores do PT. Ele disse que iria transmitir as impressões imediatamente a seus comandados. Pelo que soube, os resultados logo apareceram. Numa única edição do JN, me contam, foi dado espaço a Lula e Dilma. Os editores da Globo não são bobos. Aquela é uma empresa papista. O papa falou, acabou a discussão. Ou então você é simplesmente descartado. Perenes, ali, apenas os Marinhos. Por isso, você deve esperar, daqui por diante, uma Globo que pelo menos fingirá alguma isenção. Dado o descalabro dos últimos meses, será um avanço. Por PAULO NOGUEIRA – Via DCM

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Washington Post: O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil quer que o governo caia

Um cristão evangélico que toca bateria de rock e tem sido comparado a Frank Underwood, o conspirador ambicioso da série Netflix “House of Cards”, tem abalado a política do Brasil desde que foi eleito presidente da Câmara dos Deputados do país há quatro meses. Por Dom Philliphs/Washington Post Eduardo Cunha não somente prejudicou o governo de coalizão da presidente Dilma Rousseff, no qual seu Partido do Movimento Democrático Brasileiro é, supostamente, o seu mais importante aliado. Suas ações têm ameaçado atrapalhar a coalizão apenas alguns meses do seu segundo mandato, levando a uma série de revoltas que abriram fissuras amplas nas alianças frágeis. Votos esta semana sobre as medidas de reforma política mostrar como Cunha opera. Uma comissão do Congresso trabalhou por mais de três meses em propostas que foram jogados fora depois que Cunha convidou certos líderes partidários para almoçar em sua casa e uma decisão foi tomada logo depois de ir direto para a votação em plenário cheio.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Este mês, Cunha repentinamente autorizou a votação de uma medida, há muito estagnada, para aumentar a idade de aposentadoria para Suprema Corte e outros juízes de alto nível de 70 para 75 anos, colocando-a à frente de cortes de gastos mais urgentes. Aprovação da “Emenda da Bengala”, como é conhecida, vai custar cinco nomeações de Rousseff à Suprema Corte. José Álvaro Moisés, cientista político da Universidade de São Paulo, descreveu-o como um momento divisor de águas. “A oposição não está cumprindo bem o seu papel . Portanto, este espaço está sendo ocupado pelo PMDB “, disse Moisés, usando a abreviatura em português do partido. O PMDB também controla o Senado do Brasil com Renan Calheiros e tem governado com o partido de Roussef, o centro-esquerdista Partido dos Trabalhadores, desde 2003. Mas agora que planeja desafiar o Partido dos Trabalhadores nas eleições presidenciais de 2018, como o agressiva novo Congresso que controla, está mudando o equilíbrio de poder no Brasil. “O legislador também quer definir a agenda do país”, disse Moisés. “O Congresso brasileiro sempre foi um Congresso muito dócil, se você compará-lo com o Congresso americano”, disse José Mendonça Filho, líder do partido da oposição Democratas na Câmara dos Deputados. “Hoje ele tem mais peso, muito mais força.” Os críticos têm chamado Cunha de perigoso, retratando-o como um operador político implacável e resiliente que dirige a Câmara dos Deputados de forma imperial. “Ele tem esse lado sinistro”, disse Sylvio Costa, fundador do Congresso em Foco, um observatório legislativo. Cunha ignorou o Partido dos Trabalhadores, que concorreu com um candidato rival contra ele como orador. “O ciclo do Partido dos Trabalhadores está em declínio”, disse ele em uma entrevista. O PMDB – que alguns dizem que há muito dirige o Brasil nos bastidores – agora planeja lançar seu primeiro candidato presidencial desde 1994. O vice-presidente Rousseff, Michel Temer, é um candidato potencial. Também o é Cunha, embora ele tenha dito que preferia o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes. A popularidade de Roussef está no fundo do poço – tão baixa que ela tem evitado aparecer na televisão recentemente, por medo de desencadear os panelaços que eclodiram na última vez que fez tal aparição. A economia do Brasil enfrenta recessão, a inflação é mais de 8 por cento, e o Congresso reduziu os cortes de gastos que fazem parte de um ajuste fiscal que o ministro das Finanças Joaquim Levy diz que o Brasil precisa para manter sua classificação de investimento. Problemas econômicos do país são agravados por um vasto escândalo de corrupção no qual 2000 milhões dólares foi retirado de contratos da companhia estatal de petróleo Petrobras. Um ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, está entre dezenas de acusados em conexão com o esquema. Lideranças do PMDB figuram entre os políticos que os investigadores afirma ter se beneficiado do esquema através de subornos pagos a eles e seus partidos. Entre ele incluem-se o senador Calheiros, Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia do partido; e Cunha. O partido nega as acusações. “O PMDB nunca recebeu dinheiro de contratos da Petrobras”, disse um porta-voz em um e-mail. Em sua campanha eleitoral de 2010, Cunha recebeu doações da Camargo Corrêa, um dos maiores conglomerados privados do Brasil. Seu partido também recebeu doações de Corrêa e empresas de construção brasileiras ligadas ao escândalo que está em uma lista negra da Petrobras para os contratos futuros. Cunha também negou as alegações dos investigadores de que a senha de seu computador no Congresso foi utilizada para solicitar uma comissão oficial para investigar os contratos entre a Petrobras e fornecedores – supostamente porque o dinheiro do suborno pago através de um intermediário tinha secado. “O procurador-geral da República, escolheu-me para investigar – por interesses políticos, na minha opinião”, disse ele. “E ele os dados que cita que são perfeitamente refutáveis.” “A ideologia do poder” Nascido em 1958 e casado com a ex-locutora de televisão Claudia Cruz, Cunha tem quatro filhos. No Rio, ele tem o apoio de Domingos Brazão, um conselheiro no Tribunal de Contas do Estado e ex-deputado estadual do PMDB que se defendeu contra as acusações de ligações com gangues criminosas, chamadas milícias, cujos membros incluem policiais e ex-policiais. Brazão admitiu ter matado um homem, mas foi absolvido porque o incidente foi em legítima defesa, disse ele. Em 2012, Cunha e Brazão foram ambos multados por um tribunal eleitoral por compra de votos nas eleições de 2006, quando certos condomínios do Rio receberam reduções em suas contas de água para apoiar suas campanhas, disse o tribunal. Durante a ditadura militar, que terminou em 1985, o PMDB foi apenas parte da única oposição legal do Brasil, operando como uma confederação de todas as tendências políticas opostas, disse Rodrigo Motta, professor de história na Universidade Federal de Minas Gerais, que escreveu um livro sobre o partido . “Ele está cumprindo o papel da Casa, que é a de representar o povo”, disse Paul Rezende, presidente do PMDB ala jovem. Isso poderia ser um bom presságio para o

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Textos multimodais: a nova tendência na comunicação

Com a disseminação das novas tecnologias, o texto vem adquirindo cada vez mais novas configurações, que transcendem as palavras, as frases e, acima de tudo, a modalidade escrita da linguagem. Dizendo de outro modo, a proliferação tecnológica tem instigado a promoção de novas composições textuais, sendo estas constituídas por elementos advindos das múltiplas formas da linguagem (escrita, oral e visual). ¹ De acordo com Nascimento et al. (2011), nas práticas corriqueiras do dia-a-dia da sociedade contemporânea, o espaço concedido à imagem ampliou-se consideravelmente. Os documentos textuais presentes nas práticas cotidianas trazem consigo não apenas a linguagem verbal escrita, mas também um amplo contingente de recursos visuais. Partindo desse pressuposto, há um infinito contingente de elementos imagéticos e visuais, que podem ser empregados na composição textual com fins a acarretar determinados efeitos de sentido, como é o caso, da seleção das cores empregadas em um dado texto, da seleção do tipo de letra, do formato e da cor etc. A materialização de todo esse contingente de elementos revela as particularidades dos propósitos comunicativos do autor, como postula Silva (2014). De acordo com Moraes (2007), hoje, a composição textual está cada vez mais calcada na mescla da escrita e a imagem, estando tais elementos fazendo parte de uma relação quase que indissociável. Essa junção advém da propalação tecnológica, que tem deflagrado, nos últimos anos, uma intensa adesão ao plano visual. Esse contexto marcado pela difusão tecnológica tem carreado a efervescência de novos formatos textuais. O texto assume, hoje, a condição de multimodal. O que tem facultado a promoção de novas formas e maneiras de ler. Linguagem verbal escrita e visual No dizer de Costa Val (2004), os postulados da Análise do Discurso, da Linguística de Texto e da Semiótica trazem consigo modificações na conceituação de texto, erradicando, assim, a perspectiva escrita e frasal que até então ancorava este conceito. Na fala da autora, “pode-se definir texto, hoje, como qualquer produção linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situação de comunicação humana, isto é, numa situação de interlocução. Por exemplo: uma enciclopédia é um texto, uma aula é um texto, um e-mail é um texto, uma conversa por telefone é um texto, é também texto a fala de uma criança que, dirigindo-se à mãe, aponta um brinquedo e diz ‘té’” (p. 1). Dentro dessa perspectiva, o texto é uma prática linguística, que pode ter sua construção efetivada não só por meio da escrita, como também da fala. Ora, escrita e fala são registros da linguagem aptos a fazer parte da composição textual. Luna (2002) também adere a essa perspectiva, mostrando como o texto pode ser algo construído pelos variados registros da linguagem. Para a autora, a construção textual advém da conexão/ união das múltiplas formas da linguagem – verbal [escrita e oral] e não-verbal [visual]. Isso transcende a perspectiva de texto calcada na supremacia da modalidade escrita da linguagem. O texto é, hoje, algo multimodal. Dionísio (2007) define o texto multimodal como um processo de construção textual ancorado na mobilização de distintos modos de representação. Isso remete não apenas aos textos escritos, mas também aos orais. Diante dessa acepção, a multimodalidade discursiva abarca não só a linguagem verbal escrita, como também outros registros, tais como: a linguagem oral e gestual. Na fala da referida autora, “palavras e gestos, palavras e entonações, palavras e imagens, palavras e tipografia, palavras e sorrisos, palavras e animações etc.” (p. 178). Nessa conjectura, o texto multimodal consiste em uma construção textual calcada na conexão/ união de elementos provenientes de diferenciados registros da linguagem. Os textos multimodais mais conhecidos são os que estão pautados na junção de elementos alfabéticos e imagéticos (leia-se linguagem verbal escrita e visual, respectivamente). Sobre tal conceituação, podemos mencionar a título de exemplificação: os anúncios, os cartuns, as charges, as histórias em quadrinhos, as propagandas, as tirinhas etc.. Tais gêneros trazem consigo a materialização de signos alfabéticos (letras, palavras e frases) e signos semióticos (imagéticos e visuais). Ou seja, esses gêneros têm sua construção materializada mediante múltiplas e diversificadas semioses. Leitura e a escrita adquirem novo formato Os arcabouços teóricos de Nascimento et al. (2011) defendem que nenhum texto é monomodal e/ ou monosemiótico. Pelo contrário, todo texto é multimodal e multisemiótico. Há textos que são materializados unicamente através da escrita. Ainda assim, esses textos trazem consigo marcas e traços multimodais, tais como: cores e fontes diferenciadas em um mesmo texto, o tamanho da fonte, o itálico, o negrito, o sublinhado etc. Para os autores, a predominância da linguagem escrita em um dado texto não significa dizer que este é monomodal. Ainda que um dado texto seja marcado pela supremacia da linguagem escrita e, conseguintemente, pelos elementos alfabéticos, ele pode materializar traços multimodais. Isso acontece quando efetuamos alteramos a cor, a fonte ou o tamanho das letras. Um exemplo que pode ilustrar bem tal situação. Na escrita de um texto, o autor quer destacar uma frase ou um parágrafo, pois acredita que aquele ponto merece a atenção do leitor. Nessa parte do texto, o autor pode diferenciar a cor, a fonte ou o tamanho, assim como pode inserir nessa parte do texto o negrito, o sublinhado ou o itálico. Todos esses recursos ensejam determinados efeitos de sentidos em uma construção textual. É nessa junção que reside a multimodalidade textual. Isso está em consonância com Dionísio (2007) e Silva (2013). Nesse sentido, o uso de elementos e recursos multimodais na construção textual enseja a extensão das potencialidades de produção e, em especial, de compreensão de texto. A compreensão textual não é algo resultante apenas do texto verbal, mas abarca um grande leque de elementos semióticos. Ora, o leitor dá sentido ao texto tendo o respaldo não apenas de signos alfabéticos, mas de elementos imagéticos e visuais. Ou seja, os leitores envolvem-se em uma nova forma de ler marcada por documentos textuais materializados por elementos tanto verbais como visuais. A leitura e a escrita vão, então, adquirir um novo formato e uma nova moldagem. A escrita, nesses documentos, está imersa entre

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Por que a Globo foi rebaixada?

Ontem o Globo deu mais uma de suas manchetes contra Dilma. Era mais ou menos isso: “Agora Dilma culpa a Lava Jato pela crise econômica”. Bonner será visto cada vez menos no JN É que Dilma dissera que a Lava Jato estava cobrando um preço sobre a economia do país, com o cerco prolongado – e para muitos exagerado – a grandes empresas nacionais. Tudo isso posto, seria interessante saber como o Globo daria na manchete o rebaixamento de sua nota pela agência de avaliação S&P, uma das maiores referências para grandes investidores de todo o mundo. Bancos também consultam a S&P quando examinam o pedido de empréstimo de uma corporação para minimizar o risco de calote. Tenho a convicção de que o Globo terceirizaria a culpa, no mesmo estilo que o jornal criticou tão brutalmente em Dilma. “Instabilidade na economia brasileira faz nota da Globo baixar”: seria mais ou menos esta a manchete. E seria a linha seguida pelos comentaristas econômicos da casa, de Míriam Leitão a Sardenberg. A Globo foi vítima, portanto. Tudo bem, não fosse isso um sensacional autoengano. Não que a turbulência do momento na economia não possa ter tido algum peso. Mas o grande fator do rebaixamento está na própria Globo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A Globo opera num setor – a mídia – que passa por um processo que vai além de transformação. Estamos diante de uma disrupção. Ou, para usar um célebre conceito de Schumpeter, presenciamos na mídia uma “destruição criativa”. Morre um mundo, aquele em que a Globo parecia inexpugnável, e ergue-se outro em que a empresa é mais um na multidão. A internet está fazendo com as companhias tradicionais de jornalismo o que os automóveis fizeram com as carruagens há pouco mais de cem anos. Sabia-se, faz tempo, que a mídia impressa estava frita. Mas se imaginava que a televisão poderia escapar da internet. Não. Os sinais são claros de que o destino da tevê como a conhecemos – aberta ou paga – é o mesmo de jornais e revistas. A internet está engolindo a televisão. Em seus tablets ou celulares, as pessoas vêm vídeos como querem, na hora em que querem – e sem precisar de emissoras de tevê. A Reuters acaba de lançar um serviço de vídeo cujo slogan diz tudo: “O canal de notícias para quem não vê mais televisão”. Bem-vindo ao Novo Mundo. Nele, os protagonistas serão empresas como Netflix, e não Globo ou qualquer outra emissora. Como esquecer um depoimento recente de Silvio Santos, ao vivo, no qual ele disse não ver televisão? SS afirmou que gasta seu tempo com a Netflix, e recomendou aos espectadores que fizessem o mesmo. Quanto tempo até os anunciantes fazerem, no Brasil, o mesmo percurso dos consumidores e irem para a internet? No Reino Unido, a internet em 2015 responderá por metade do bolo publicitário. No Brasil, o pedaço digital está ainda na casa dos 15%. Todas as audiências da Globo, do jornalismo às novelas, despencam sob o impacto da internet. O Jornal Nacional se esforça para não cair abaixo dos 20 pontos, e novelas em horário nobre, como Babilônia, descem a abismos jamais vistos na história da emissora. O público se retirou, e quando os anunciantes fizerem o mesmo, o que afinal é inevitável, a Globo estará em apuros sérios, como é o caso, hoje, da Abril. Na internet, a Globo jamais conseguirá reproduzir a dominância que tem na tevê – e muito menos os padrões multimilionários de receitas publicitárias. Tudo isso pesou na avaliação da S&P. A Globo tenderá a justificar seu rebaixamento colocando a culpa em Dilma, mas o problema está nela mesma. Sobra a piada que a Globo usou contra Dilma. “Dilma é culpada até pelo rebaixamento da Globo.” Por Paulo Nogueira Batista

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Como o Brasil vai se imbecilizando com uma mídia imbecil

“Os principais veículos da imprensa se transformaram em panfletos políticos e vasculhar o noticiário em busca de jornalismo que valha uma referência tem sido como buscar um fio de cabelo no palheiro”. A frase, parte da despedida do excepcional comentário radiofônico de Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa, é um triste retrato do que restou a nós que, sem estruturas profissionais suficientes para produzir apuração própria de informações no dia-a-dia, queimamos a nossa escassa mufa comentando o que se passa na imprensa brasileira. A coisa ficou tão rastaquera que, só de sexta-feira para cá, há uma coleção de bobagens nos jornais brasileiros que deixaria exausta uma reencarnação de Sérgio Porto e seu Stanislau Ponte Preta, com o Festival de Besteiras que Assola o País. Fernando Rodrigues, por exemplo,  encontra o desenho de uma metralhadora na planta do prédio do presídio para o qual foram transferidos os presos da Operação Lava Jato. Tome de imaginação…O resto é um “tour” por celas e corredores, numa edificante versão cult dos programas “mundo cão” que infestam a TV brasileira nas tardes desocupadas…[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A Veja dá capa sobre a iminente “delação premiada” de um dirigente de empreiteira que a defesa do dito cujo diz nem estar em cogitação e que, se estiver sendo negociada por terceiros, seria motivo para o abandono do processo… Mentiu-se e desmentiu-se um suposto encontro entre Lula, Dilma e FHC, episódio encerrado com uma nota desprovida de ferraduras deste último. Transformaram-se simples gravuras em “pinturas de alto valor” doadas a  José Sergio Gabrielli e Graça Foster na Petrobras. Ah, sim, esqueci de citar que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Dr. Sérgio Moro desconfiam que Marcelo Odebrecht, depois de um ano dedicado a escrever mensagens e bilhetes que seriam comprometedores, iria fugir para o exterior… Não sei se a Operação Lava Jato produziu uma queda de 1% no PIB, como disse hoje a presidenta Dilma Rousseff, mas certamente isso não foi um décimo o que ela derrubou da inteligência nacional, se é que ainda é possível incluir nela a imprensa brasileira. O império do ódio, do maniqueísmo, da intolerância e da imbecilidade tomou conta de uma parcela da elite brasileira e da parcela que a orbita nos meios de comunicação, inclusive hoje. De tal modo e com tanta força que é preciso buscar nas profundezas do povo o remédio para enfrentar o lixo tóxico que formou uma multidão de zumbis. Por:Fernando Brito

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