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Luís Nassif recebeu R$ 5,7 milhões e Paulo Henrique Amorim faturou R$ 2,6 milhões dos governos petistas

Dois dos jornalistas mais afinados com os governos do PT e críticos viscerais do PSDB receberam — juntos — 8,3 milhões de reais em publicidade estatal. Paulo H. Amorim e Luís Nassif receberam 8,3 milhões do governo petista Luís Nassif, um dos mais qualificados jornalistas de economia do País, recebeu — no período em que o PT está no poder — 5,7 milhões de reais. Ele é um dos críticos mais consistentes do projeto tucano e um dos defensores mais frequentes do projeto petista no plano nacional. Paulo Henrique Amorim, que faz uma cruzada visceral em defesa dos governos do PT e uma crítica persistente e agressiva ao tucanato, faturou 2,6 milhões de reais no mesmo período. Leia sobre atração do PT pelos monopólios no link: http://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/governo-dilma-rousseff-gastou-r-23-bilhoes-com-publicidade-e-favorece-monopolios-de-comunicacao-23991/ [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Ração para midiotas

A Folha de S. Paulo, que revelou o caso, é o único dos três jornais de circulação nacional que retoma a denúncia de que o governo de São Paulo paga R$ 70 mil, mensalmente, para um blogueiro cuja única função é postar na internet e nas redes sociais mensagens contra o governo federal, seus aliados e, principalmente, o Partido dos Trabalhadores. Na edição de quarta-feira (22/4), o diário paulista complementa a história, levando o leitor a entender a relação entre a política, a mídia tradicional e ativistas do mundo digital. O roteiro é simples: o advogado Fernando Gouveia criou em janeiro de 2013 a Appendix Consultoria, como uma nova persona jurídica para atividades que já desempenhava no site Implicante.org – colocando oficialmente sua militância a serviço do governo paulista. Com essa estrutura, passou a ser remunerado com dinheiro público. Diz a Folha de S. Paulo: “O site difunde notícias, artigos, memes, vídeos e montagens contra petistas”. Ou seja, o objeto do contrato que é pago pelo governo do estado é uma fraude. No sábado (18/4), a Folha havia denunciado essa relação, demonstrando que a Appendix não fazia o que registrava o contrato, ou seja, serviços de “revisão, desenvolvimento e atualização das estruturas digitais”. Em resposta ao pedido de explicações do jornal, a subsecretaria de Comunicação do Palácio dos Bandeirantes saiu-se com uma tática que se pode qualificar como a mais básica “picaretagem”: disponibilizou 88 caixas, cada uma com centenas de papéis sobre propaganda oficial, sem indicar a localização das informações solicitadas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Provocados, os jornalistas da Folha de S. Paulo foram adiante, e agora revelam que havia muito mais do que um contrato para a produção de intrigas políticas disfarçado de serviço público: a ex-chefe de Comunicação da Secretaria da Cultura, Cristina Ikonomidis, que colocou a Appendix no governo de São Paulo em junho de 2013, se tornou oficialmente sócia da empresa. Seu marido, que até janeiro deste ano ocupava o cargo de coordenador de Imprensa da Subsecretaria de Comunicação, era um dos responsáveis por liberar pagamentos para a “consultoria”. O mapa da picaretagem Após a primeira reportagem sobre o caso, o Estado de S. Paulo reproduziu informações publicadas pela Folha, e nada mais se disse, conforme registrou este observador (ver aqui). A insistência da Folha revela algo mais, e leva o caso para cima, na hierarquia do governo paulista: uma vez que o subsecretário Marcio Aith respondeu com a molecagem de despejar as 88 caixas de papéis sobre os repórteres, cabe ao secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, a quem responde o subsecretário de Comunicação, explicar como fica a anunciada política de transparência da administração pública. O fato de a Appendix ser contratada por uma agência de propaganda que presta serviços ao estado não diminui a responsabilidade do secretário, principalmente ao se revelar que seu ingresso no núcleo de comunicação do governo se deu pela mão de uma ex-funcionária graduada, que se beneficia do dinheiro público, na condição de sócia, com o agravante dos pagamentos autorizados por seu marido. O caso é proporcionalmente mais instigante do que aquele relatório sobre uso de aplicativos na divulgação de informações e opiniões de interesse do governo federal, que custou o cargo ao ex-ministro da Comunicação Thomas Traumann no mês de março e gerou muitas páginas de notícias e opiniões. Por Luciano Martins Costa/Observatório da Imprensa A conexão direta entre alguns dos principais assessores do governador Geraldo Alckmin e um ativista que se dedica a espalhar veneno na internet, incluindo o pagamento de seu trabalho sujo com dinheiro público, ainda que terceirizado, não pode ser ignorada pela imprensa. A observação do noticiário demonstra que os diários de circulação nacional mantêm o governador de São Paulo blindado contra críticas, seja no caso da crise hídrica, seja na epidemia da dengue, seja na sequência de chacinas sem investigação, seja na perpetuação do poder do crime organizado ou na greve de professores. Portanto, é de se esperar uma ação dos jornais para circunscrever as responsabilidades na linha hierárquica abaixo do subsecretário de Comunicação, porque há pontos de interesse comum entre as duas partes. Na linha de comentários da página do Implicante.org no Facebook, leitores reagem à revelação feita pela Folha: alguns repudiam os responsáveis, pedindo também uma “boquinha” no governo paulista, outros apoiam ferozmente os ataques ao governo federal. O conjunto é um pote de ração para midiotas. Por Luciano Martins Costa/Observatório da Imprensa

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Demissões na imprensa: a profecia que devorou o profeta

Reproduzimos abaixo inteligente análise de Luciano Martins, sobre a relação entre o pessimismo apocalíptico da mídia e os “passaralhos” (jargão das redações para demissões). A profecia que devora o profeta Jornalistas que foram demitidos da Folha de S. Paulo fazem circular uma carta do jornal, assinada pelo editor-executivo Sérgio Dávila, justificando os cortes ocorridos na semana passada. Como se sabe, o diário paulista vem reduzindo sua força de trabalho desde janeiro. O Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo considera que se trata de uma tática para evitar que se configure uma demissão em massa, caso em que as entidades sindicais precisam ser avisadas com no mínimo 30 dias de antecedência. Na linguagem peculiar dos momentos de crise, o texto começa assim: “A Folha realizou nos últimos dias ajustes em sua equipe. A redução é efeito da crise econômica que afeta o país e atinge a publicidade”. Esse é o ponto central a ser discutido neste espaço, mas há outras questões levantadas na mensagem que merecem atenção. Por exemplo, informa-se que equipes serão reagrupadas e outras mudanças deverão ser anunciadas. O executivo chama o adensamento de grupos editoriais menores em equipes maiores – caso de Ciência e Saúde, que se agrega ao caderno Cotidiano – de “mudanças morfológicas”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O jornal promete que essas futuras movimentações “não envolverão novos ajustes” – expressão que ameniza a dureza das demissões. O objetivo, afirma, “é tornar o jornal mais eficiente para atender as demandas do leitor bem como otimizar o funcionamento da redação”. O comunicado assegura que a Folha “continua líder em seu segmento, seja em circulação, audiência ou fatia publicitária, faz parte de uma empresa sem dívidas, que integra o segundo maior grupo de mídia do país, e preserva sua capacidade de investimentos editoriais”. Portanto, é de se concluir que se trata de dificuldades circunstanciais. Na lógica do negócio, quem paga pela circunstância desfavorável é sempre o jornalista, não o executivo que errou na estratégia ou na gestão da empresa. No caso das empresas jornalísticas, pode-se afirmar que um dos elementos mais interessantes desse jogo é o fato de que a imprensa tradicional tem se dedicado, ano após ano, a convencer o leitor de que a economia brasileira está no caminho errado. Quando o anunciante, diante de tanto pessimismo, resolve poupar seu dinheiro, cumpre-se a profecia. O viés negativo Há sempre mais de uma maneira de dar uma notícia, como se diz na velha anedota sobre o gato que subiu no telhado. Por exemplo, se o leitor procurar o mesmo assunto em duas fontes distintas, poderá encontrar duas versões diferentes do mesmo fato, apesar da grande homogeneidade que se observa nos principais veículos de comunicação do Brasil. No caso do noticiário econômico, predomina um viés negativo, mas mesmo nesse contexto pode-se fazer interpretações variadas. Vejamos, seletivamente, como os principais diários de circulação nacional abordam nas edições de sexta-feira (24/4) um mesmo assunto: o índice de emprego. O Globo coloca o tema no rodapé da notícia sobre o projeto de terceirização, com o seguinte subtítulo: “País volta a gerar empregos formais”. O Estado de S. Paulo traz reportagem de tamanho médio, na parte inferior de uma página onde o destaque é também a terceirização. Diz o título: “Economia brasileira cria 19 mil vagas de emprego em março”. Observe-se, agora, como a Folha de S. Paulo trata os mesmos indicadores. No alto da página, com dois infográficos que mostram a queda da oferta de empregos no trimestre e a recuperação ocorrida no mês de março, o leitor se depara com o título: “Emprego formal tem pior 1º trimestre desde 2002”. Em termos de comparação, leia-se que o especialista Valor Econômico publica o seguinte título: “Mesmo com março melhor, emprego é negativo no 1º trimestre” – e a reportagem, mais equilibrada, registra uma diversidade maior de interpretações de analistas e autoridades. Não se está aqui a dizer que a imprensa deve sempre procurar o lado mais otimista dos acontecimentos, porque uma de suas funções é manter a sociedade alerta tanto para oportunidades como para riscos ao seu bem-estar. O que, sim, se pode conjecturar, é que tem razão o ministro do Trabalho, citado nas reportagens, quando afirma que o discurso de que o país está em crise, repetido desde a campanha eleitoral do ano passado, afeta a criação de empregos. Se o leitor tiver acesso aos três diários de circulação nacional, mais o Valor Econômico, vai entender o seguinte: a oferta de empregos caiu no terceiro trimestre mas se recuperou em março; os contratos para grandes obras estão sendo retomados, o que pode conter os cortes na construção civil; a publicação do balanço da Petrobras é vista pelo mercado com otimismo; o setor de serviços segue em pleno crescimento. Nas redações, as profecias catastrofistas devoram os profetas. Por Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa.

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“Você, que tem fama de esquerdista”: o estranho caso da jornalista sueca na GloboNews

A jornalista Lotten Collin está há dois anos no Rio de Janeiro. Trabalha como correspondente da rádio pública da Suécia. Após as manifestações de 15 de março, Lotten foi convidada a participar de um programa da A jornalista Lotten Collin está há dois anos no Rio de Janeiro. Trabalha como correspondente da rádio pública da Suécia.com dois colegas estrangeiros. Eles dariam suas impressões sobre o evento. Ali se deu um fato inusitado. A certa altura, a apresentadora Leila Sterenberg embutiu uma observação no início de uma questão para Lotten: “Você, que tem fama de esquerdista…”. Pega no contrapé, Lotten passou batido e contou o que viu no domingo, especialmente seu choque com as pessoas que pediam intervenção militar e a quantidade de brancos. Findo o programa, porém, um produtor ainda a saudaria, cheio de confiança: “Olha a nossa comunista”. Parte dessa conversa está no site da Globo News (com um banner dos Correios, aliás). A íntegra com a provocação — chamemos assim — é só para assinantes.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Lotten relatou essa experiência em seu boletim, intitulado “Uma comunista na TV brasileira”. Nele, apontou a onipresença, em seu cotidiano carioca, das opiniões de Merval Pereira, Carlos Alberto Sardenberg e Miriam Leitão. Eu falei com ela sobre a sutil enquadrada e seu choque cultural: Eu achei muito ruim. Ela me falou, do nada, que eu tinha fama de esquerdista. Não acho certo me dar essa marca. Os outros dois convidados não tiveram esse tratamento. ‘Vocês, que são conhecidos por ser de direita…’ Por que eu? Fiquei tão surpresa que nem pensei em responder na hora. Aquilo foi colocado junto com a pergunta sobre a manifestação. Depois da gravação, um produtor ainda me falou: “E aqui temos nossa comunista…”. Recebi muitas mensagens sobre o episódio. A maioria me dando apoio, mas muitos afirmando que eu deveria ir embora. Houve quem no Facebook afirmasse que eu fui cortada quando ela chamou os comerciais. Isso, na minha opinião, não aconteceu. Eu sou jornalista, não sou partidária, não sou pró-PT. Por que me caracterizar assim? Não entendi muito as felicitações pela minha coragem. Eu estava tentando apenas fazer o meu trabalho. No meu texto para a rádio, contei do poder da Globo: ‘Quando acordo pela manhã no Brasil, eu quero ouvir e ver fatos e perspectivas que possam retratar a diversidade do país. Só que, aqui, aparecem sempre as mesmas pessoas. É muito estranho que isso ocorra num país com 200 milhões de habitantes’. E por aí vai. E pensar que eu fiquei lisonjeada de aparecer na Globo. Nos anos 70, tornou-se folclórica a maneira como Roberto Marinho teria se referido a alguns de seus funcionários que incomodavam o regime. “Dos meus comunistas, cuido eu”, disse ele a um ministro, segundo a historiografia oficial. Essa passagem aparece em geral para realçar a “hombridade” do doutor Roberto. A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. por : Kiko Nogueira Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Angelina Jolie errou de página

Angelina Jolie tirou ovários e trompas mas foi parar nas páginas de “Ciência/Saúde”. Devia estar na rubrica “Celebridades”. Angelina rebatizaria as tolas e fúteis sessões de “Celebridades” da nossa imprensa. Revelou as entranhas que nenhuma atriz expõe, com coragem rara de encontrar no meio de verniz barato e banalidades. Mas virou cobaia para ginecologistas e especialistas analisarem em página inteira, programas de rádio, jornais de TV e matéria do Fantástico os riscos que as mulheres correm ou não, a importância dos testes genéticos, o perigo do câncer no útero e a doença que tomou conta de três mulheres de sua família – mãe, avó, tia. Erraram feio, trocaram Angelina de página. Numa área onde as declarações do beautiful people beiram as raias do surreal, a realidade crua de Angelina cairia como uma luva. Na Veja (edição 2418) lemos o “consultor de imagem” de mulheres endinheiradas Alexandre Taleb aconselhar suas clientes a gastar R$ 100 mil por mês para comprar uma bolsa Hermès, outra Bottega Veneta, usar roupas Versace e calçar sapatos Jimmy Choo e Louboutin (“machucam os pés, mas chamam atenção”).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Uma semana antes a modelo Isabeli Fontana, com seios estourando o vestido de apenas um palmo abaixo dos quadris, lastima “gostaria de ser Rihanna [namorada de Leonardo di Caprio]. Ela é selvagem, engraçada e sexy”. E logo depois do Oscar a sessão “Gente” da revista dedicou duas páginas para comentar as roupas deslumbrantes e as centenas de milhares de dólares ganhos em comerciais de produtos de beleza pelas atrizes que sobem no seu Louboutin para responder, no tapete vermelho: “De onde é o seu vestido?” Veja gozou em grande estilo atrizes como Patrícia Arquette, que ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por Boyhood, acumula fortuna de 24 milhões de dólares, mas ensaiou um discurso “engajado” sobre paridade salarial entre homens e mulheres em Hollywood. Foi aplaudida por Merryl Streep (45 milhões de dólares). Ridicularizou a valorização do colar Van Cleef de Margot Robbie (O Lobo deWall Street) no valor de 1,5 milhão de dólares, feito em homenagem à Wallis Simpson – a cópia do colar valeria mais do que a mulher que fez um rei abdicar do seu trono? Eram só celebridades como Jennifer Lopez (fortuna de 315 milhões de dólares), que usou dois vestidos de estilistas libaneses mas não disse nada sobre a conturbada situação no Oriente Médio. Conclusão: Veja limpa mesmo as sujeiras mais profundas? “Vamos perguntar a elas”, era o título da matéria. Revisar conceitos Celebridades dizem bobagens o ano inteiro e quando resolvem enviar a Angela Merkel uma carta com o slogan “a pobreza é sexista”, pedindo proteção a mulheres e meninas em situação de risco, a chanceler alemã na presidência do G-7 não dá um pio sobre Boko Haram, Estado Islâmico, Irã. Assinaram a carta Lady Gaga, Meryl Streep, Beyoncé em nome da entidade americana ONE criada por Bono, doadora de 1% do dinheiro que arrecada . Maitê Proença fala que gosta do próprio corpo. Não, Gisele Bünchen não vai se aposentar, por que parar de vender sabonetes, shampoos, cremes e afins quando o que vende é a própria beleza a peso de ouro, para mulheres que embarcam na onda? Maquiagem minimal com tonalidade terrosa e cores pontuais. Sombras metálicas, corretivos marfim e olhos de gato, rainhas da selva prontas para o safári na savana africana – é o belo visual do caderno “Ela” de O Globo de sábado (28/3). Nenhuma palavra das modelos imitando atrizes famosas como Jane Birkin, no auge da paixão por Serge Gainsborough, ou Meryl Streep, em África Minha. Nenhuma palavra sobre os horrores da África. Nenhuma pressão contra a negação de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados de julgar a lei de liberação do aborto: “Não vou pautar nem que a vaca tussa, vai ter de passar por cima do meu cadáver”. Celebridades são mulheres-maravilha, não têm útero nem ovários, não têm avesso, só seios siliconados. Metamorfoses da primeira que surgiu em quadrinhos em plena Segunda Guerra, em dezembro de 1941, de short, bustier vermelho, tiara, carnes explodindo e mais tarde tendo o arquétipo feminino clonado por Jane Fonda em Barbarela (Roger Vadim, 1968). As histórias da Mulher Maravilha (Wonder Woman) só foram superadas em vendas e sucesso pelo Super Homem e pelo Batman, também surgidos na década de 1940. Celebridades não se expõem, não tem opinião sobre nada, não promovem campanhas, nas entrevistas mostram o apartamento novo e expressam desejo de comprar outro maior junto com o carro do ano e o namorado da moda. Celebridades enjoam, passam folheadas na revista Caras de enorme poder sobre mulheres no cabelereiro, salvação daquelas que estão na sala de espera do médico ou do dentista. Caras é o carro-chefe em vendas da Editora Abril. Em edição recente do suplemento “Babelia” do jornal El País (23 de outubro), a enquete “O que as atrizes pensam sobre envelhecer?” inclui Cher dando um fora quando perguntam se ela não está muito velha para cantar rock. “Por que você não pergunta isso a Mick Jagger?” Susan Sarandon avisa às moças de 25 anos preocupadas com seus músculos caídos: “Cuidado, sua vida vai ser dura”. Francis MacDormand, mulher do diretor Joel Cohen, assusta-se com os valores da nossa cultura: “Não podermos envelhecer, depois dos 45 temos de nos vestir e parecer adolescentes”. Lauren Hutton afirma que faz sexo melhor depois dos 60, Cate Blanchet alerta a quem quer se submeter a cirurgias plásticas que não o faça por medo, “ou o medo permanecerá em seus olhos”, e Geraldine Chaplin diz que usa sapatos coloridos e extravagantes, “assim as pessoas se esquecem das minhas rugas”. Jane Fonda, como as outras, exibe suas rugas profundas e estimula as leitoras a revisar nosso conceito de envelhecer – não é decrepitude e, sim, uma escala ascendente de sabedoria e intenção de vida. Marion Cotillard lançou o livro As francesas não fazem cirurgias plásticas: Envelhecendo com estilo e atitude. Além do bibelô Nossas atrizes e atores, com mínimas exceções, vendem coisas. São garotas propaganda de

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Governo anuncia corte de verbas á Editora Abril e a Rede Globo

Após um 2014 repleto de lutas, a presidente Dilma anunciou o corte de verbas á editora Abril responsável pela revista VEJA e a Rede Globo com o Jornal Nacional, agora elas deixaram de receber mais de 6,1 milhões reais, economia para os cofres públicos Parece que o governo não se esqueceu da matéria da Revista Veja baseada em fofocas e tem cortado o mal pelas pontas. Anúncios da Petrobrás, Caixa Econômica e Banco do Brasil serão cancelados com a representante-mor do golpismo midiático brasileiro. Só com a petrolífera, a revista da “suposta matéria baseada em fofoca de WhatsApp” vai deixar de arrecadar 6.1 milhões de reais. E parece que não para por aí, os cortes vão se estender à revista Época, que hoje em dia, mais parece uma área de lazer tucana. Não compactuamos com mentirosos, disse a presidente Dilma. A guerra política está chegando ao cool financeiro. Cortes dessa magnitude (nessas revistas que estão sendo usadas como marionetes da direita) podem ser um tiro certeiro naquilo que chamamos hoje em dia de “mídia golpista”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A editora Abril e a Globo vão começar a se preocupar com outros meios de comunicação do grupo, que podem ser atingidos com essa restrição de anúncios. O Partido dos Trabalhadores já deixou bem claro que a revolta não é pelas denuncias, mas sim por divulgá-las sem aval da Policia Federal e sem provas concretas. Três grandes estatais colocaram mais de 250 milhões de reais inserções na Globosat no ano de 2013. Se o governo federal cortar “por ai” , a oposição midiática vai perceber que essa historia de malhar a Dilma Rousseff é um horrendo e amargo negócio. Ops, ainda falta os Correios…esse vai fazer falta no caixa da Platinada… Fonte:Portal Metrópole

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A TV e a nova mídia

Henry Jenkins é professor de Ciências Humanas e coordenador do Programa de Estudos de Mídia Comparada do prestigiado MIT – Massachusetts Institute of Technology. Em seu livro Cultura da Convergência, ao contrário de Bill Gates e Rudolph Murdoch, não imagina o mundo sem televisão em seus estudos e pesquisas. Acredita mesmo que todas as mídias permanecerão, apesar da Internet. E profetiza a tal da convergência onde as velhas e novas mídias sobreviverão complementando-se e a interatividade será o combustível de todas. É difícil discordar do mestre. Mas a busca por um modelo de comunicação, com interatividade, é frenética e alucinante na TV. O problema é o modelo, ou os modelos. Nos EUA, as experiências vão do Survivor ao Aprendiz. Todo dia surge uma ideia, porém insuficiente. Todas moduladas na velha fórmula das TVs, um falando para todos. Pelo tipo de veículo é difícil estabelecer um modelo de interação que satisfaça ao telespectador, até mesmo por questões tecnológicas. Mas o tempo dirá. Aqui entre nós no Brasil as experiências são primárias, insuficientes ainda. Causa espanto aos que desejam atribuir ao programa Big Brother a marca de interação. Sucesso de venda e faturamento, ele nada tem de interação. É o último suspiro de sucesso da velha fórmula. No Brasil a experiência mais realista foi o Fala Que Eu Te Escuto, um programa evangélico, na Rede Record. No começo era muito interessante. E a interação era via telefone. Aliás, a área evangélica, na TV, é a que mais se permite experiência de interatividade. Já vimos de tudo, mas nada que supere o Fala Que Eu Te Escuto no seu início. Ali, os fiéis colocavam suas dúvidas, sugestões e críticas, sem edição.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A experiência deu tão certo que rendeu até um senador para a igreja universal, no Rio de Janeiro. Daqui para frente veremos cada vez mais a TV buscando a participação do telespectador. No jornal, bem, o jornal parece era mais dificuldades para sobreviver. Assim sinaliza o mercado. Mais a frente veremos o porquê.

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A seletividade no combate a corrupção.

O lado oculto da nova ordem mundial. Revendo as diversas cenas da passeata de domingo, principalmente em SP – ia desde o fora Dilma, o fim da corrupção (sonhar é preciso?) e até ao Caiado (argh!) com camiseta ofendendo aos quem têm deficiências físicas – mas, tem sempre um mas, né? Eu sou um chato né? – pois bem, mas, não vi um só cartaz, faixa ou palavra de ordem contra a corrupção do tremsalão de São Paulo nem ao mensalão mineiro, esse já foi pra baixo do tapete há tempos. Cada vez mais admiro os esgrimistas da indignação seletiva. “A imprensa pode causar mais danos que a bomba atômica” Noam Chomsky [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Vazamentos suíços, canalhices brasileiras

Para mostrar-se isento, imparcial, impecável e imaginando que fazia história, a edição de sábado (14/3) de O Globo resolveu escancarar suas culpas e revelar os nomes dos empresários de mídia, herdeiros, cônjuges e jornalistas que mantinham contas secretas na Suíça. Entre os sete profissionais vivos estão os quatro filhos deste observador agrupados como “Família Dines”. Embora classificados como “jornalistas independentes”, adultos e efetivamente independentes, aparecem identificados pelo nome do pai que apenas se prontificou a prestar esclarecimentos ao repórter já que três deles vivem no exterior há cerca de 30 anos, não têm conta bancária nem declaram rendimentos no Brasil. O mesmo e perverso sistema que consiste em identificar as proles pelo nome dos pais não foi usado ao mencionar a conta secreta da falecida Lily de Carvalho, viúva do também falecido Roberto Marinho, cujos três filhos comandam o mais poderoso grupo de mídia da América Latina. Seguindo a infame lógica que levou o jornal a colocar este observador no meio de supostos infratores, também os filhos de Roberto Marinho – o primogênito Roberto Irineu Marinho, o filho do meio João Roberto Marinho e o caçula, José Roberto Marinho (ou um deles em nome dos demais) – deveriam ter sido nomeados e feito declarações para explicar os negócios da madrasta.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O certo seria dar voz a João Roberto Marinho (que fala em nome da empresa e dos acionistas majoritários, além de comandar o segmento da mídia impressa) para dar as explicações que o Globo generosamente preferiu encampar no próprio texto da matéria para não macular a imagem do grande chefe. João Roberto Marinho é uma figura decente, este observador assim se considera igualmente. João Roberto Marinho foi poupado pelos subordinados; já este observador foi incluído numa relação precária, suspeita, e que, além disso, diz respeito apenas a correntistas e/ou beneficiários. História suja Onde está a equidade, a isonomia? Ficou no aquário da redação alimentando a hipocrisia e a onipotência dos que se sentem senhores do mundo e da verdade. Ao jornalista profissional, crítico da mídia, persona non grata para os barões da imprensa e seus apaniguados, o rigor deste insólito código que se serve de um sobrenome para avacalhar todos os que também o usam. Nos cálculos deste observador há no Brasil outros oito membros da honrada família Dines que nada têm a ver com o caso HSBC. Ao falar de Roberto Marinho ou Octavio Frias de Oliveira, suas respectivas proles – por cavalheirismo – foram poupadas. Este observador vive do seu salário de jornalista há 63 anos. Numa idade em que outros vivem dos direitos autorais, poupança ou investimentos, este profissional vive dos rendimentos de um PJ (pessoa jurídica) sem direito a férias, plano de saúde e outras regalias dos celetistas. Há 17 anos consecutivos é obrigado a passar dois dias por semana no Rio e nos demais trabalhando dez ou doze horas diárias para obter o suficiente para viver com algum conforto. Se os meus filhos fossem “laranjas” como alguns idiotas das redes sociais tuitaram, as obras de sua casa no Rio – único bem que possuo –, paradas há mais de um ano, já estariam terminadas e o estresse das viagens, eliminado. Meus filhos são adultos, com mais de 50 anos, solteiros, independentes. Nunca perguntei quanto herdaram, quanto guardavam, nem onde. Não tenho conta na Suíça, não tenho poupança, CBDs, ações, investimentos nem no Brasil nem em lugar algum. Meus filhos têm mais de 50 anos, vivem no exterior há cerca de 30 anos (exceto o caçula, no Rio, beneficiário dos irmãos). Os valores foram herdados da mãe, com quem fui casado em regime de total separação de bens, e de quem me separei em 1975. Eles estão pagando por causa das trapalhadas dos parentes maternos (a família Bloch) e o pai, que deles se orgulha, envolvido numa história suja armada por empresas jornalísticas que, para limpar o seu nome, não se importam em macular a vida, carreira, escrúpulos e sacrifícios de outros. Pretendo continuar a viver da minha profissão, renda ela o que render, porque para mim jornalismo não é apenas sobrevivência. É opção de vida limpa, digna, honesta. Em Tempo –  O que significa ‘jornalista independente’? Na relação das “contas secretas” no HSBC suíço divulgadas no sábado (14/3) pelo Globo e pelo blog de Fernando Rodrigues no UOL há 22 empresários de mídia e sete jornalistas: quatro deles classificados como “jornalistas independentes”  e com o sobrenome Dines. Qual o critério que norteou esta classificação profissional se apenas dois deles têm diploma de jornalismo, mas deixaram o seu exercício há pelo menos 15 anos? A explicação é simples: se arrolados em outra relação, a lista dos profissionais sairia ainda mais mirrada e a dos empresários ganharia ainda mais relevância. Para equilibrar e mostrar que empresários e jornalistas são farinha do mesmo saco foi preciso forçar uma qualificação profissional enganosa só porque com o mesmo sobrenome há um conhecido jornalista na ativa. Vale tudo. Alberto Dines/Observatório da Imprensa

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COMO A NETFLIX ESTÁ SANGRANDO A GLOBO

Silvio Santos fez uma piada há duas semanas que virou notícia pelos motivos certos e pelos errados. Em seu dominical, admitiu: “Eu não vejo televisão. Só assisto cinema”, disse. “Eu tô vendo uma série muito boa, ‘Bíblia’. Assista, tem na Netflix”.  Pediu uma assinatura, ganhou, virou manchete. Mas foi a primeira vez, provavelmente no planeta, em que um dono de TV confessa o óbvio: como cada vez mais gente, ele não liga o aparelho. Uma pesquisa do final do ano passado do instituto Nielsen constatou que o uso tradicional da TV nos EUA caiu 10,6% entre pessoas de 18 a 34 anos. No Brasil, um levantamento do Google com homens e mulheres entre 14 e 55 anos concluiu que 24% delas passam metade do tempo na internet assistindo vídeos. A tendência é de alta. Basta ver o que ocorre na sua casa. O Brasil está entre os cinco mercados mais importantes para a Netflix. A empresa não revela os números daqui. Em julho de 2014, o total mundial era de 50 milhões de assinantes. Destes, 37 milhões nos Estados Unidos. Recentemente anunciaram uma operação em Cuba. É um caminho sem volta, especialmente para a Globo. Um amigo jornalista americano, radicado em São Paulo, contou que uma das coisas que mais o impressionaram aqui foi o tamanho da Globo com relação à concorrência (ou falta dela). “Isso não é capitalismo”, disse. “É uma aberração”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Por suas dimensões, o tombo tende a ser pior. Audiências em queda livre — quem imaginou o Fantástico com 17%? –, tentativas inúteis de reverter uma situação irreversível. Em 2014, numa visita ao Rio, o principal executivo da Netflix comentou sobre a ausência de atrações da Globo no canal. “É uma situação única no mundo. É a única grande rede de televisão que não negocia com a gente”, afirmou Ted Sarandos. “Acho que eles têm medo de que vamos canibalizar o negócio deles”. A emissora carioca optou por uma plataforma chamada Globo TV+, que ninguém sabe, ninguém viu. Com diversas opções no cardápio nos serviços por streaming, ficou evidente também o baixo nível da produção da Globo. Qualquer cidadão medianamente educado que veja um seriado — e não precisa ser algo de primeira classe como “House of Cards” ou “Breaking Bad” — tem um choque com uma telenovela (não precisamos entrar no lixo de “Big Brother” ou “Esquenta”). Dia desses um colega quis assistir a um capítulo de “Império” para checar se, de fato, era tão ruim. O que se passou na tela: um sujeito chamado “Comendador” está num carro alegórico. Um mascarado vai armado atrás dele. O mascarado sobe no carro e atira. Uma moça se joga na frente do Comendador. Fala umas besteiras e morre. Na cena seguinte, nenhum personagem está no hospital ou numa delegacia. Todos no Sambódromo, falando do acontecido. Atores ruins, texto vagabundo, falta de nexo… Sempre foi assim, você se pergunta? “O Astro” era isso? “Gabriela Cravo e Canela” era isso? “O Bem Amado” era isso? Janete Clair era isso? Provavelmente, sim, embora sua memória afetiva insista que naquele tempo era melhor. Na verdade, como ninguém tinha condições de comparar com nada, engolia-se a papagaiada embrulhada no tal “padrão de qualidade”. Se tivessem juízo, elencos, diretores e autores globais veriam um único episódio de “Better Caul Saul” e ajoelhariam no milho até parir algo decente. Como o negócio é tentar manter o Ibope — inutilmente –, parte-se para o vale tudo. É uma queda lenta, mas inexorável. Como gosta o grande senador Aloysio Nunes, a internet está sangrando a Globo. A-aaeee, Silvio. Kiko Nogueira/DCM

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