O caso dos boxeadores cubanos. Desculpas públicas ao ministro da Justiça

A jornalista Lúcia Hippolito teve a dignidade e a grandeza de pedir desculpas por ter criticado o Ministro Tarso Genro no caso dos pugilistas cubanos, ocorrido durante os jogos panamericanos no Brasil. Vamos aguardar atitudes semelhantes de todos os outros que jogaram pedras no ministro e no governo brasileiro.

Veremos, se da tribuna do senado, senadores de oposição, como Arthur Virgílio, Agripino Maia, Demóstenes Torres, Tasso Jereissati, entre outros os mais iracundos nas acusações ao governo, subam novamente à tribuna para pedir desculpas ao ministro.

Aguardaremos também o mea culpa de Alexandre Garcia, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, e, argh!, Arnaldo Jabor, cujos dedões acusatórios costumam apontar antes de apurar. Ainda nesta lista cabe um puxão de orelhas na venalidade do jornalista Elio Gaspari que em seu artigo publicado ontem no O Globo, também desce o porrete no ministro. Sempre ouvi dizer que o bom jornalismo não se baseia em boatos e que profissional que se preza apura os fatos antes de emitir juízo de valor sobre pessoas.

Não tenho simpatia nenhuma, nem “en passant”, por Tarso Genro, muito menos procuração pra defendê-lo. Apenas, aproveito o fato, para lembrar, que não devemos nos deixar levar pela mídia venal, comprometida e/ou que busca unicamente o sensacionalismo. Devemos sempre aguardar a apuração dos fatos antes de jogarmos pedras no telhado dos outros. A ampla defesa e o contraditório são fundamentais para a existência do Estado de Direito e o pleno funcionamento da democracia.

do blog da Lúcia Hippolito

O caso dos boxeadores cubanos. Desculpas públicas ao ministro da Justiça

Ocupada com as consequências emocionais — e práticas — do falecimento de minha mãe, só agora, alertada por comentaristas aqui no blog, tomei conhecimento da entrevista do boxeador cubano e de suas declarações.

Assisti ao vídeo. Não tenho por que duvidar das palavras do atleta.

Jamais tive compromisso com o erro. Jamais tive problemas em pedir desculpas quando erro. Errei, peço desculpas. Sem problemas.

Assim sendo, quero pedir desculpas de público ao ministro da Justiça Tarso Genro.

Pelas declarações do pugilista, as declarações de sua Excelência de que os cubanos estavam desejosos de retornar a Cuba eram corretas.

O fato de os dois terem fugido de Cuba tempos depois parece ser independente de sua rápida deportação pelas autoridades brasileiras.

Ainda mais porque, segundo declarações do atleta cubano, o próprio presidente da República lhe perguntou ao telefone se ele não gostaria de permanecer no Brasil.

Portanto, mais uma vez com minhas desculpas ao ministro Tarso Genro, considero que o episódio encerrou-se da melhor forma possível. Os dois pugilistas cubanos estão fora de Cuba, competindo e tocando a vida.

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