Fortaleza/Ceará – Prefeito de Caucaia não quer pagar o papel higiênico dos eleitores

Brasil: da série “só dói quando eu rio”!

Compra de 290 mil rolos foi feita nos últimos dias da gestão anterior.
Prefeito diz que não pagará conta; auditoria investiga irregularidade.

O prefeito recém-empossado de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, Washington Góes (PRB), herdou na prefeitura uma compra no mínimo inusitada: mais de 290 mil rolos de papel higiênico.

A compra, segundo a prefeitura, foi feita nos últimos dias da gestão da ex-prefeita e tem quantidade suficiente para abastecer os órgãos da administração municipal por dois anos.

A carga está armazenada no almoxarifado da prefeitura. Se desenrolados um atrás do outro em linha reta, seriam 8,4 mil quilômetros. Papel suficiente para ir do extremo norte do litoral brasileiro até o Uruguai e ainda sobrar.

Como se não bastasse a quantidade, o preço também assustou a nova administração. Cada pacote com 64 rolos custou R$ 47,79, ou seja, cerca de R$ 216 mil em papel higiênico, segundo cálculos da prefeitura, gastos na rubrica da educação.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, nesta quinta-feira (8) um novo carregamento de papel higiênico com 700 fardos chegou à cidade. Uma auditoria vai investigar a compra exagerada de papel higiênico e outras irregularidades.

Não bastasse o gasto com o material, o prefeito diz ter recebido a prefeitura ainda com uma dívida de mais de R$ 30 milhões – metade só para a empresa que coleta lixo na cidade.

“A prefeitura está totalmente falida. Essas contas que foram feitas pela prefeita nós não vamos pagar nenhuma”, diz o prefeito Washington Góes.

“Com certeza é um exagero muito grande, não há necessidade desse material todo. Enquanto em outros setores da prefeitura nós temos dificuldade de material como remédios, outros materiais de limpeza, as ambulâncias estão paradas e aqui uma exorbitância em relação à aquisição desse papel higiênico.”, diz José Crisóstomo, secretário de administração.

“Encaminharemos aos órgão de controle externo, tribunal de contas, dos municípios e da União, respectivamente. Bem como ao Ministério Público estadual e federal para a adoção das providencias cabíveis”, diz Ricardo Ibiapina, procurador do município de Caucaia.

O G1 tentou entrar em contato com a ex-prefeita de Caucaia, Inês Arruda (PMDB), por meio do gabinete da filha dela, que é deputada estadual, mas ainda não obteve retorno.

do G1

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