Crise Econômica – Hollywood em busca de locações mais baratas

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Os estúdios de Hollywood, preocupados em cortar custos para enfrentar a crise econômica, tentam economizar por meio da maior feira mundial de locações de cinema, que virou “saldão” de cenários cinematográficos.

O Brasil foi um desses locais procurados, mas o gerente-executivo da FilmBrazil, Paulo Henrique Miranda, insistiu na necessidade de mostrar que o país é “muito mais que floresta, praia e carnaval”.

Os incentivos financeiros acabaram deixando em segundo plano a beleza das paisagens na AFCI Locations Trade Show, evento de três dias que terminou neste sábado (18) em Los Angeles e que contou com uma grande presença latina.

“Todo o mundo fala de incentivos. Há anos, quando esta feira começou, as conversas eram mais voltadas para a parte artística. Agora, são quase dedicadas apenas aos negócios”, disse à agência Efe Andrew Edmunds, representante do Escritório de Cinema do estado da Virgínia, nos Estados Unidos.

“Interessa poupar e achar a melhor forma de financiamento com incentivos fiscais, créditos, ajuda governamental, subsídios. Ao que se soma o que o lugar oferece, recursos humanos ou facilidade operacional”, disse o diretor da Association of Film Commissioners International (AFCI), Bill Lindstrom.

Um dos maiores beneficiados pelo crescente interesse no melhor custo-benefício em termos de locações foi a própria feira, que vendeu todo o espaço para expositores em janeiro e cujo número de visitantes cresceu 30% este ano em relação aos 3.400 de 2008, segundo dados preliminares de Lindstrom.

“Em tempos difíceis, é necessário ser mais agressivo na promoção, por isso é possível dizer que a crise nos afetou positivamente”, afirmou o diretor da associação em relação ao evento, que comemorou sua 24ª edição.

Apesar de mais de 55% dos expositores fazerem parte de organismos cinematográficos de diferentes estados americanos, além do Brasil a presença latina esteve representada por Espanha, México, Colômbia, Argentina, Peru, Chile e Panamá.

A tendência dos grandes estúdios de transferir muitas filmagens ao Leste Europeu nos últimos anos afetou especialmente a indústria mexicana de cinema que, pela proximidade, baixos custos e infraestruturas, costumava ser um cenário natural de Hollywood.

“Esperamos que nos vejam novamente como a grande opção. A única concorrência real do México é o fator econômico, quanto às locações não temos concorrência”, defendeu Carla Raygoza, coordenadora da Comissão Mexicana de Filmagens.

Ela disse acreditar em que os problemas econômicos internacionais ajudarão o país a retomar o protagonismo do passado, porque as produtoras preferam diminuir riscos e cortar longos deslocamentos.

A representação espanhola, através do Escritório Comercial em Los Angeles, do Instituto Espanhol de Comércio Exterior (Icex) e da Spain Film Commission, insistiu nas vantagens do país em termos de serviços de produção e experiência na produção de filmes, mas enfrenta um complexo sistema de incentivos.

“Dependendo da região, há alguns incentivos ou outros, para ser comum tem que ser uma coisa do Estado”, afirmou David Caballé, da Spain Film Commission.

Ele ressaltou que a atratividade espanhola em Hollywood tinha aumentado em termos financeiros comparado com 2008 graças à queda da força do euro frente ao dólar.

Uma mudança de imagem foi buscada por colombianos, que, assim como os brasileiros, se preocuparam em desfazer os estereótipos existentes em Hollywood sobre os países.

“A percepção das pessoas, em geral, é de que há insegurança, sabemos, mas a Colômbia se tornou mais e mais segura, estar na cidade não é um problema, podem vir a Bogotá e perguntar aos produtores da ‘Fox’ como foi”, disse Lina María Sánchez, membro da Comissão Fílmica Colombiana.

Recentemente, a Fox International adquiriu uma companhia na Colômbia, onde já produziu uma série de 13 capítulos supostamente ambientada em Los Angeles, Califórnia.

da Folha OnLine

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