O etanol invadirá os Estados Unidos?
A vinda de Barack Obama ao Brasil, em março, faz acender luzes de euforia no palácio do Planalto mas gera cones de sombra na Petrobrás.
Porque o presidente dos Estados Unidos, se não mudar de idéia, deverá propor monumental exportação do nosso etanol para o seu país.
Pretende, de início em cinco estados americanos, adicionar etanol à gasolina e ver se seus patrícios aceitam a mistura.
Dando certo a operação, importará tudo o que pudermos produzir, até levantando certas barreiras alfandegárias hoje existentes por lá.
Claro que Obama exigirá compensações, a maior delas que as montadoras americanas instaladas em nosso território venham a ser aquinhoadas com facilidades, benefícios e incentivos maiores do que os já existentes, de forma a triplicarem sua produção de veículos, para grande exportação.
A azeitona na empada será o aumento de empregos no Brasil. É possível que a pimenta envolva a compra dos caças F-18.
A superprodução de etanol fará a alegria dos usineiros, mas já começa a ser vista de soslaio pela Petrobrás, interessada em concentrar os esforços nacionais no pré-sal e temerosa de que o governo possa entregar toda a energia não poluente à Eletrobrás.
De qualquer forma, é bom não contar com o ovo enquanto na barriga da galinha. O cartel internacional do petróleo é poderoso e não quer ouvir falar do ingresso maciço do etanol no seu quintal.
Carlos Chagas/Tribuna da Imprensa