Por Gelio Fregapani 1
Entretanto, um sistema de defesa antimíssil, em certa medida desvaloriza o existente potencial nuclear de dissuasão.
Ele pode dar a expectativa de que, no caso de um ataque preventivo, o país iniciador pode seguramente proteger o seu território contra uma retaliação.
Pode também, dentro de certos limites, proteger o país agredido de um ataque inicial, tirando em parte a credibilidade da chantagem nuclear.
Esses dados indicam a extrema necessidade do desenvolvimento autóctone de eficientes meios de defesa antiaérea e antimísseis como forma de minimizar a sempre possibilidade de chantagem nuclear, como teria sofrido a Argentina na Guerra das Malvinas.
É algo que necessitamos fazer, principalmente enquanto não tivermos capacidade de retaliar nuclearmente.
No nosso caso, partimos do pressuposto que o nosso País é grande demais para ser inteiramente ocupado, e que avultam a curto/médio prazo apenas duas ameaças: a tomada do pré-sal e a independência das áreas indígenas, ambas provocadas e operacionalizadas pelos EUA/ OTAN.
Consideramos o pré-sal de difícil defesa, mas nossa preocupação diminui na medida em que o gás do xisto possa libertar os EUA da necessidade de buscar petróleo fora de ser território.
De qualquer forma, a certeza que explodiríamos as plataformas antes de entregá-las e alguma capacidade de retaliação com submarinos desestimulariam as ambições.
Já para enfrentar as tropas superiores que garantiriam a independência das “nações indígenas”, além de localizar e equipar nossas magníficas tropas de selva no local, teremos que organizar os garimpeiros para guerrilhas e conquistar a lealdade dos índios que ainda conseguirmos cooptar.
Com essas simples medidas e outras complementares podemos até garantir a paz, que é o desejo de todos nós.
¹ Gelio Fregapani, coronel da reserva do Exército Brasileiro, é um dos maiores conhecedores da Amazônia onde já esteve em praticamente todos os locais habitados e muitos dos desabitados, tendo varado largas extensões pela selva.
Foi Secretário de Segurança em Roraima. Foi Assessor de Assuntos Estratégicos da Universidade Pan-Amazônica.
No Exercito, onde serviu por quatro décadas foi quase sempre ligados a Amazônia, foi um dos fundadores do Centro de Instrução de Guerra na Selva e um dos seus mais destacados comandantes.