Eleições, fisiologismo e políticos oportunistas – O fisiologismo oportunista dos políticos brasileiros, como sinônimo de desgraça anunciada.
O sistema político brasileiro é uma tenebrosa realidade, onde pululam grupos beneficiados pelo clientelismo explícito e o mais desavergonhado e imoral uso do erário público.
Qualquer vidente de esquina é capaz de prever a sarjeta onde chafurdam corruptos e corruptores.
A maioria da população, crédula, sabe Deus baseada em que, ainda acredita que esse ou aquele fará diferença ao chegar ao poder.
Cada dia fica mais incontestável, a partir do cinismo desfilado e desfiado nas campanhas políticas, a absurda quantidade de oportunistas políticos – ou políticos oportunistas.
Aqui, como sempre a ordem dos fatores não altera a infelicidade da população – que infernizam, escorcham e depauperam a moral e a ética, sempre entre mandatos, cargos, nomeações e demais “manobras empregatícias” em todas as esferas do poder – federal, estadual e/ou municipal.
São políticos oportunistas na essência. Pessoas amorais que transformam o exercício da política em um grande balcão de negócios, a “res publica” é um negócio como qualquer tabuleiro de feira livre. São seres maléficos, abrigados em siglas insignificantes, com ideologias elásticas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”]
Melífluos e fisiológicos usam do poder político para realizar trocas, permutar favores escusos e perniciosos ao povo. Colocando interesses pessoais acima de idéias e ideais, relegando aos subterrâneos fétidos da inconsciência valores morais que deveriam, por icônicos, nortearem sua ação política.
O voto na sociedade brasileira é obrigatório, um erro fatal de nossa democracia, pois, afinal, inibe o patriotismo.
O voto era para ser um dever das pessoas e elas mesmas se motivarem ideologicamente a votar, mas é o Estado que as obriga isso é um paradoxo da nossa democracia, o qual não interessa ao fisiologista mudar.
Lá nos idos de 1984, Wanderley Reis ¹ escreveu:
“[…]dificilmente se poderia pretender que, nas condições que caracterizam o eleitorado brasileiro, a estabilização do jogo democrático viesse a ocorrer em torno de partidos ideológicos[…] o processo de agregação partidária de interesses continuará provavelmente a dar-se entre nós através de partidos que combinem o clientelismo tradicional com um apelo eleitoral de tonalidades populistas”.
¹ Fábio Wanderley Reis (Peçanha, 27 de dezembro de 1937) é cientista político brasileiro.
Lecionou durante toda sua carreira no Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais, do qual foi um dos fundadores, e tornou-se professor titular em 1981. Foi também presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais,[1] pesquisador visitante no Helen Kellogg Institute for International Studies[2] da Universidade de Notre Dame e no Cebrap, e professor visitante na USP.
Em 1997, tornou-se professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais.