Amor Condusse Noi Ad Nada
Paulo Mendes Campos¹
Quando o olhar adivinhando a vida
Prende-se a outro olhar de criatura
O espaço se converte na moldura
O tempo incide incerto sem medida
As mãos que se procuram ficam presas
Os dedos estreitados lembram garras
Da ave de rapina quando agarra
A carne de outras aves indefesas
A pele encontra a pele e se arrepia
Oprime o peito o peito que estremece
O rosto a outro rosto desafia
A carne entrando a carne se consome
Suspira o corpo todo e desfalece
E triste volta a si com sede e fome.
¹ Paulo Mendes Campos
* Belo Horizonte, MG. – 28 de Fevereiro de 1922 d.C
+ Rio de Janeiro, RJ. – 1 de Julho de 1991 d.C
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