Classe média e meio ambiente

Não é de hoje que o Banco Mundial (Bird) e o Brasil são parceiros.

Desde 1949 o banco trabalha com o país, já tendo financiado US$ 44,8 bilhões para projetos governamentais de desenvolvimento econômico e social.

Sua meta básica sempre foi reduzir a pobreza por meio de assistência técnica e financeira, com um objetivo: o de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Nem por isso escapou de erros homéricos, cometidos com a melhor das intenções.

Um exemplo?

Ter apoiado e incrementado entusiasticamente programas em Rondônia, na década de 1970, que provocaram grande desmatamento e devastação na região.

Mas equívocos deste tipo servem para que se aprenda com eles; a tempo de se evitar desastres irreversíveis.[ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Em entrevista a Vivian Oswald (no O Globo deste domingo), o senegalês Makhtar Diop, diretor do Bird para o Brasil, informa que para o próximo ano fiscal há uma reserva de US$ 3,5 bilhões destinados a realização de projetos no país.

Porém, a estratégia para o financiamento será revista e atualizada. Começando a levar em conta o meio ambiente e o crescimento econômico sustentado.

O motivo?

Embora tenha se mostrado capaz de resistir a choques econômicos, o Brasil ainda está despreparado para enfrentar catástrofes naturais como a que aconteceu na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Diop considera as tragédias ambientais como “uma questão econômica e não apenas climática”, principalmente porque elas afetam os mais pobres.

Além disso, sem sistemas de segurança ambiental, educação e tecnologia não existe infraestrutura nem crescimento que se sustente por muito tempo.

Ou seja, o significado de sustentabilidade vai muito além do que a maioria imagina.

E exige uma revisão do conceito de “classe média”.

Sim. Sob o ponto de vista do diretor do Bird, não adianta a chegada maciça de pessoas à classe média sem que o setor produtivo também chegue lá.

Em um país dividido em (entre?) poucas grandes empresas competitivas e milhares de outras deficitárias não há setor produtivo saudável.

Segundo Diop, em países como a Alemanha, “há uma grande rede de médias empresas que ajudaram a criar um tecido econômico sólido”.

Não basta a renda da bem-vinda classe C.

É imprescindível a qualificação profissional (mão de obra especializada e aprimoramento intelectual constante), a fim de garantir uma sociedade brasileira empreendedora que ascenda e se sustente. Educada…

Como o meio ambiente gosta.

Por: Ateneia Feijó, jornalista/blog do Noblat

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