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Marilina Ross – Versos na tarde

E que nunca mais Marilina Ross ¹ A desenterrar os vivos e aos mortos enterrar Sobre areias movediças não se pode caminhar A desentranhar os leitos dos rios e do mar para que flutuem os restos da verdade e que nunca mais A tirar as teias de aranha que teceu nossa memória Se negamos o passado repetiremos a história A levantar, se é preciso, o obelisco e sua praça ¹ María Celina Parrondo * Liniers, Argentina – 16 de fevereiro de 1943 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Reforma política: quem acredita que será feita?

Zé Bêdêu – o derradeiro abestado crédulo da Praça do Ferreira, em Fortaleza – acredita tanto na ‘tchurma’ de senadores encarregados de elaborar a tal ficcional reforma política, que promete um LP do Fábio Jr. cantando Pai, para cada ex-celência que conseguir realizar tal inimaginável feito. Por outro lado o ‘filósofo’ Jerumenho Inconspíscuo, um cínico militante de carteirinha, afirma que a verdadeira reforma seria diminuir pela metade, no mínimo, o número da inúteis ex-celências. O socratiano personagem, já apelidou a tal reforma de “Sarnismo”. Ou seja: é sarna no ‘no couro’ dos Tupiniquins. O Editor José Sarney instalou nesta terça (22) a comissão que vai redigir a proposta de reforma política do Senado. É composta de 15 senadores. Presidirá os trabalhos Francisco Dornelles (PP-RJ). O prazo para o encerramento é de 45 dias.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Instalada sob pompa, no plenário do Senado, o principal desafio da comissão será o de não tropeçar nas circunstâncias. Na pauta desde 1988, ano em que o Brasil deslizou da ditadura para a democracia, a reforma política frequenta o cenário como projeto à espera de realização. Produziram-se inúmeros remendos legislativos, jamais uma reforma digna do nome. Por quê? Primeiro porque a corporação não legisla senão em causa própria. Segundo porque a matéria suscita polêmicas que fazem do consenso uma utopia irrealizável. Tenta-se agora aproveitar a atmosfera “recomeço” proporcionada pela posse de Dilma Rousseff. Afora as complicações usuais, há um entrave adicional: o Senado vai à mesa dissociado da Câmara. Os deputados terão sua própria comissão, com 40 cabeças. Marco Maia (PT-RS), o mandachuva da Câmara, tentou convencer Sarney, o morubixaba do Senado, a reunir esforços. Não conseguiu. Um grupo de congressistas pôs-se a articular a constituição de uma frente mista, com deputados e senadores. Sem sucesso, por ora. Sarney apressou-se em informar que é contra: “Aí se torna muito mais difícil. É uma frente com mais de cem membros, com mais 30 senadores. Nós voltaremos à estaca zero”. O problema é que trabalho a existência de dois foros – um no Senado, outro na Câmara — tampouco livra o Congresso do risco do retorno à “estaca zero”. No final das contas, as propostas terão de ser submetidas ao plenário das duas Casas legisaltivas. Ou conquista-se a maioria ou chega-se a um novo malogro. blog Josias de Souza

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Classe média e meio ambiente

Não é de hoje que o Banco Mundial (Bird) e o Brasil são parceiros. Desde 1949 o banco trabalha com o país, já tendo financiado US$ 44,8 bilhões para projetos governamentais de desenvolvimento econômico e social. Sua meta básica sempre foi reduzir a pobreza por meio de assistência técnica e financeira, com um objetivo: o de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nem por isso escapou de erros homéricos, cometidos com a melhor das intenções. Um exemplo? Ter apoiado e incrementado entusiasticamente programas em Rondônia, na década de 1970, que provocaram grande desmatamento e devastação na região. Mas equívocos deste tipo servem para que se aprenda com eles; a tempo de se evitar desastres irreversíveis.[ad#Retangulo – Anuncios – Duplo] Em entrevista a Vivian Oswald (no O Globo deste domingo), o senegalês Makhtar Diop, diretor do Bird para o Brasil, informa que para o próximo ano fiscal há uma reserva de US$ 3,5 bilhões destinados a realização de projetos no país. Porém, a estratégia para o financiamento será revista e atualizada. Começando a levar em conta o meio ambiente e o crescimento econômico sustentado. O motivo? Embora tenha se mostrado capaz de resistir a choques econômicos, o Brasil ainda está despreparado para enfrentar catástrofes naturais como a que aconteceu na Região Serrana do Rio de Janeiro. Diop considera as tragédias ambientais como “uma questão econômica e não apenas climática”, principalmente porque elas afetam os mais pobres. Além disso, sem sistemas de segurança ambiental, educação e tecnologia não existe infraestrutura nem crescimento que se sustente por muito tempo. Ou seja, o significado de sustentabilidade vai muito além do que a maioria imagina. E exige uma revisão do conceito de “classe média”. Sim. Sob o ponto de vista do diretor do Bird, não adianta a chegada maciça de pessoas à classe média sem que o setor produtivo também chegue lá. Em um país dividido em (entre?) poucas grandes empresas competitivas e milhares de outras deficitárias não há setor produtivo saudável. Segundo Diop, em países como a Alemanha, “há uma grande rede de médias empresas que ajudaram a criar um tecido econômico sólido”. Não basta a renda da bem-vinda classe C. É imprescindível a qualificação profissional (mão de obra especializada e aprimoramento intelectual constante), a fim de garantir uma sociedade brasileira empreendedora que ascenda e se sustente. Educada… Como o meio ambiente gosta. Por: Ateneia Feijó, jornalista/blog do Noblat

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