Redes sociais, ditaduras e liberdade de expressão

Os recentes acontecimentos na Tunísia e no Egito, além de porem fim a ditaduras hereditárias, vieram demonstrar a importância das mídias sociais como instrumento relevante na mobilização das massas a revelia da censura impostas pelos déspotas.

Nesse contexto, as novas tecnologias, notadamente celulares e internet, tornam obsoletas as truculentas tentativas das ditaduras de impor censura.

Redes sociais como o Twitter e o Facebook estão cada vez mais burlando o autoritarismo dos Estados com governos assentados no autoritarismo.

A geração que cresceu com essas novas mídias, faz fotos dos protestos nas ruas, grava declarações e testemunhos dos manifestantes, e posta tudo no Facebook e/ou Twitter, tornando obsoleto o cerceamento a informação imposto pelos ditadores de plantão.

Segundo a empresa de pesquisas comScore, dos estimados 2 bilhões de internauta em todo o mundo, 72% participam de alguma rede social.

Para se ter idéia do tamanho da “encrenca” armada contra os ditadores e demais “donos oficiais da verdade”, somente o Facebook tem 596 milhões de usuários, os quais compartilham mensalmente 30 bilhões de notícias, fotos, links e vídeos.

O Editor


Censura: USA Hillary anuncia US$ 25 milhões para ajudar internautas a driblar censura

Dias depois de Facebook e Twitter ajudarem a mobilizar manifestantes no Egito, os Estados Unidos anunciaram uma nova política para a liberdade na internet, injetando mais US$ 25 milhões este ano para ajudar cyber dissidentes a burlar a censura on-line.

Na Universidade George Washington, a secretária de Estado, Hillary Clinton, disse que os EUA vão aumentar seus apelos por direitos humanos e democracia.

Na semana passada, o governo americano já havia lançado posts no Twitter em árabe e farsi, e agora vai mirar também em internautas em China, Rússia e Índia.

Hillary sugeriu que governantes repressores poderiam ter o mesmo destino de Hosni Mubarak.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita]

– A História nos mostra que a repressão lança as sementes para a revolução – disse Hillary.

– Aqueles que ergueram barreiras contra a liberdade na internet vão acabar se vendo encurralados. Vão enfrentar o dilema do ditador, e terão que escolher entre deixar as paredes caírem ou pagar o preço para mantê-las de pé.

Esse preço, segundo ela, tanto pode ser a opressão maior quanto se fechar a novas ideias econômicas e políticas.

Em seu segundo grande discurso sobre internet, Hillary disse que as manifestações mobilizadas pela rede em Egito, Tunísia e Irã mostram que os governos não podem escolher que liberdades oferecer aos cidadãos.

Os US$ 25 milhões vão se somar aos US$ 20 milhões já destinados a tecnologias, ferramentas e treinamento para derrubar barreiras impostas por governos repressores.

Segundo Hillary, os EUA veem a liberdade na internet como um direito, embora lide com as consequências, como o vazamento de documentos pelo grupo WikiLeaks.

Ela defendeu a busca de um código de conduta, sem limitar a liberdade.

– O Irã não é terrível porque as autoridades usaram o Facebook para capturar membros da oposição.

É terrível porque seu governo rotineiramente viola os direitos de seu povo.

O Globo

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