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Mia Couto – Poesia – 13/07/24

Boa noite Beijo Não quero o primeiro beijo: Basta-me O instante antes do beijo.   Quero-me Corpo ante abismo, Terra no rasgão do sismo.   O lábio ardendo Entre tremor e temor, O escurecer da luz No desaguar dos corpos: O amor Não tem depois.   Quero o vulcão Que na terra não toca: O beijo antes de ser boca.   ¹Antônio Emílio Leite Couto *Beira, Moçambique – 5 de Julho de 1955

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O colonialismo da economia

A Grã-Bretanha foi um dos países mais protecionistas do mundo até estabelecer a dominação econômica em meados do século XIX. Então, começou a pregar o “livre comércio” (e a impor o “livre comércio” em suas colônias). Os EUA foram um dos países mais protecionistas do mundo até estabelecerem a dominação econômica em meados do século XX (após a maioria dos concorrentes terem suas indústrias fisicamente destruídas na Segunda Guerra Mundial). Então, os EUA começaram a pregar o “livre comércio” (e a impor o “livre comércio” no exterior por meio de golpes da CIA, operações de mudança de regime, revoluções coloridas e programas de ajuste estrutural do FMI). O “livre comércio” beneficia o poder econômico dominante. Ele impede que economias emergentes usem a proteção à indústria nascente para desenvolver seus próprios setores de manufatura. Indústrias nascentes na periferia não podem competir com indústrias estabelecidas no núcleo, que se beneficiam das economias de escala. É por isso que o Reino Unido e os EUA usaram a proteção à indústria nascente para desenvolver seu próprio setor de manufatura – antes de mais tarde pregarem o “livre comércio” para impedir que concorrentes emergentes fizessem o mesmo. Hoje, a China desafiou com sucesso a hegemonia dos EUA – transformando-se por meio de um modelo de desenvolvimento liderado pelo estado na maior economia do mundo (com PIB medido em PPP) e na superpotência da manufatura global, subindo na cadeia de valor e desenvolvendo tecnologias de ponta. Então, os EUA estão revertendo para o protecionismo. O mito do “livre comércio” não é mais útil.

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Flávio Bolsonaro, Ramagem e rachadinhas

As investigações da Rachadinha de Flávio Bolsonaro precisam ser imediatamente reabertas. O áudio de 1h08 de conspirações criminosas entre Bolsonaro, Ramagem e Heleno é um fato novo inequívoco para reabrir o processo.

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